O documento discute sobre a saúde da mulher, resumindo os objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e a importância do planejamento familiar no trabalho do enfermeiro. Também aborda métodos contraceptivos, câncer de colo de útero e mama, e o papel do enfermeiro no pré-natal e cuidados à saúde da mulher.
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Saúde da Mulher
1. SAÚDE DA MULHER
Stefanny Corrêa dos Santos
Acadêmica de Enfermagem pela
Universidade Federal do Ceará
2. OBJETIVOS
Explicar sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (PNAISM) e seus objetivos;
Ressaltar a importância do Planejamento Familiar e as
incumbências do Enfermeiro;
Discutir sobre algumas patologias pertinentes ao trato feminino e a
participação do enfermeiro no cuidado e prevenção destas;
O Enfermeiro inserido na consulta e acompanhamento do pré-natal
e gravidez;
Cuidados e atribuições básicas nos estágios de vida iniciais do
recém-nascido.
3. Políticas Públicas voltadas para a Saúde da Mulher
no Brasil
Visam diminuir as desigualdades sociais, econômicas e culturais, essas
desigualdades colaboram para os processos de adoecer e morrer das
populações e de cada pessoa em particular.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) foi
elaborada em 2004, a partir de diagnóstico epidemiológico da situação da
saúde da mulher no Brasil e do reconhecimento da importância de se contar
com diretrizes que orientassem as políticas de Saúde da Mulher.
4. Objetivos gerais da PNAISM
Promover melhoria
das condições de
vida e saúde das
mulheres
brasileiras,
garantindo e
fazendo valer seus
direitos.
Propor medidas e
ações que reduzam
a morbidade e
mortalidade
femininas por
causas preveníveis
e evitáveis.
Visa diminuir as
desigualdades,
principalmente, a
desigualdade de
gênero.
5. PLANEJAMENTO FAMILIAR
Trata-se do conjunto de ações que auxiliam mulheres e
homens a planejar a chegada dos filhos, e também a
prevenir gravidez indesejada.
O direito ao
Planejamento Familiar
está garantido na
Constituição Brasileira
e na Lei 9.263 de 12 de
janeiro de 1996.
6. É responsabilidade do enfermeiro:
Informar sobre o desenvolvimento corporal, em
relação à sexualidade e reprodução.
Orientar sobre gravidez e as consequências de uma
gravidez não-desejada.
Explicar a anatomia e fisiologia da sexualidade
humana e sua função reprodutiva.
Discorrer sobre métodos contraceptivos.
Explanar os riscos de doenças sexualmente
transmissíveis como AIDS, hepatites B e C, sífilis e
herpes genital.
7. Métodos anticonceptivos
Do que se trata??
São métodos ou substâncias que evitam a gravidez e/ou DST’s. Têm como
meta impedir que o espermatozóide encontre o ovócito ou que o embrião se
implante no útero. É obrigatoriedade do Estado fornecer meios adequados de
prevenção e controle de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Podem ser divididos em:
• Métodos de barreira;
•Métodos
comportamentais;
• Métodos hormonais;
•Métodos cirúrgicos.
8. Métodos de Barreira
Impedem que ocorra a fecundação, evitando que o espermatozoide encontre o
óvulo, criando barreiras físicas.
• Preservativo masculino:
É colocada no pênis ereto do homem, com o objetivo de barrar o
espermatozoide após a ejaculação. Previne não só a gravidez, mas também
DST’s. Tem eficácia de 90 a 97%.
9. Métodos de Barreira
• Preservativo feminino:
É uma bolsa de plástico fino, transparente,
macio e resistente, com dois anéis, sendo um
preso na borda e o outro móvel (que não
deve ser removido) dentro da bolsa.
Para colocá-la corretamente, a mulher deve
encontrar uma posição confortável.
Segurando e flexionando o anel interno, a
mulher deverá introduzir e deslizar esta
extremidade até o fundo do canal vaginal. O
anel externo deve ficar aproximadamente 3
cm para fora da vagina, recobrindo e
protegendo a vulva.
10. Métodos de Barreira
• Diafragma:
Anel flexível, coberto no centro com uma delgada
membrana de látex ou silicone em forma de cúpula
que se coloca na vagina cobrindo completamente o
colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo
a penetração dos espermatozóides no útero e
trompas.
Para haver o funcionamento correto do diafragma, a
mulher deve colocá-lo dentro da vagina cerca de 15
a 30 minutos antes da relação, e retirá-lo 12 horas
após o ato sexual. Apresenta uma chance de falha de
10%.
11. Métodos de Barreira
• Dispositivo intrauterino (DIU):
Os DIU são artefatos de polietileno aos quais podem
ser adicionados cobre ou hormônio que, inseridos na
cavidade uterina, exercem sua função contraceptiva.
•Inserção do DIU:
Momentos apropriados para iniciar o uso:
- Mulher menstruando regularmente
- Até 48 horas após o parto
- Após aborto espontâneo se não houver infecção.
12. Métodos Comportamentais
•Método da Tabelinha:
Não são considerados seguros, pois estão sujeitos a variações físicas e hormonais. Dentre
eles, encontram-se o método da temperatura basal corporal, método do muco cervical e o
de Ogni- Knaus (Tabelinha).
É baseada em um cálculo realizado a partir de um calendário, para saber o início e o fim
do período fértil. Desse modo, são evitadas relações nos períodos em que há maior chance
de gravidez.
Teoricamente, a mulher é mais fértil no meio
do seu ciclo. Ou seja, nos ciclos mais comuns
de 28 a 30 dias, a fertilidade máxima seria
entre o 12° e o 15º dia, contando como
primeiro dia o início da menstruação. Mas
isso é válido para quem quer engravidar, e
não para quem quer prevenir a gravidez.
13. Métodos Hormonais
• Anticoncepcional Hormonal Oral: Classificam-se em combinadas e
apenas com progestogênio ou
minipílulas:
-As primeiras compõem-se de um
estrogênio associado a um
progestogênio, enquanto a minípílula é
constituída por progestogênio isolado;
-As combinadas dividem-se ainda
em monofásicas, bifásicas e trifásicas.
14. Métodos Hormonais
• Anticoncepcional Oral Injetável:
São anticoncepcionais hormonais
que contém progestogênio ou
associação de estrogênios e
progestogênio para administração
parenteral (IM) com doses
hormonais de longa duração.
Tipos de injetáveis:
-Com progestogênio isolado:
efeito anticonceptivo por período
de 3 meses.
-- Combinado: estrogênio e
progestogênio.
15. Métodos Hormonais
Uso alternativo da anticoncepção hormonal
oral para evitar uma gravidez depois da
relação sexual (tomada antes de completar
72 horas após a relação sexual desprotegida)
• Anticoncepcional Oral de Emergência (Pílula do dia seguinte):
Inibe ou adianta a ovulação, interferindo
na capacitação espermática e
possivelmente na maturação do oocito.
Não tem nenhum efeito após a
implantação ter se completado.
Intercorrências:
- Náuseas;
-Vômitos.
16. Métodos Definitivos
• Laqueadura ou ligadura tubária:
Realizada através de
microcirurgia.
Importância do aconselhamento
quanto a dificuldade de reversão.
Certificar-se da não-gravidez.
17. Métodos Definitivos
• Vasectomia:
Consiste em impedir a
presença de espermatozoides
no líquido ejaculado, por meio
da obstrução dos canais
deferentes.
Importância do aconselhamento
quanto a dificuldade de reversão.
20. Câncer de colo de útero
É responsável pela morte de milhares de mulheres em todo o
mundo, devendo ser devidamente prevenido e controlado.
É comprovado que 99% das
mulheres que têm câncer do colo
uterino, foram antes infectadas
pelo vírus HPV. No Brasil, cerca
de 7.000 mulheres morrem
anualmente por esse tipo de
tumor.
21. Câncer de colo de útero
O útero da mulher é composto por colo, corpo e fundo. Inicialmente, o tumor
limita-se à região do colo. Sua evolução ocorre vagarosamente e é curável na
quase totalidade dos casos.
Se não for tratado em tempo hábil,
pode estender-se para todo o útero e
outros órgãos.
22. Progressão do Câncer de colo uterino
Displasia: alteração anormal que afeta as células da superfície da cérvix,
produzindo lesões.
Estágio 0- Carcinoma in situ: o câncer está superficial no colo do útero, não
atingindo camadas mais profundas de tecidos.
Estágio 1: O tumor atinge tecidos mais profundos, mas se limita ao útero.
Estágio 2: O tumor invade áreas vizinhas
ao colo uterino como a vagina, mas ainda
está dentro da área pélvica.
Estágio 3: O tumor se espalha para a parte
inferior da vagina ou da parede pélvica. O
tumor pode estar bloqueando os ureteres.
Estágio 4: O tumor atinge a bexiga ou o
reto, ou até mesmo locais distantes, como
pulmões (metástase).
23. Fatores de risco
Baixa condição socioeconômica.
Hábitos de vida (má higiene e o uso prolongado de contraceptivos orais).
Atividade sexual antes dos 18 anos.
Gravidez antes dos 18 anos.
Vício de fumar.
Infecção por Vírus Papilomavírus Humano (HPV) e o Herpes vírus Tipo II
(HSV).
Mulher tem muitos parceiros (ou tem relações com um homem que teve
muitas parceiras)
24. Sintomatologia
Pequeno sangramento
vaginal ou entre
menstruações
Menstruações mais
longas e volumosas
que o normal
Secreção vaginal
espessa, que pode
apresentar cheiro
Dor durante
relações sexuais
Na fase inicial da doença, não há sintomas característicos, sendo apenas o
exame de Papanicolau capaz de indicar a sua presença. Em seguida, vale
destacar:
Dor pélvica
25. Tratamento e prevenção
Através do exame de colposcopia com biópsia
detecta-se a área atingida e o tratamento ocorre
conforme evolução da doença.
Vai desde uma cauterização até a
retirada de parte do útero ou o órgão
por completo. Às vezes é necessário
tratamento quimio e/ou radioterápico.
26. Vacina contra o HPV
Papilomavírus Humano - HPV
Vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por
meio de relação sexual. Também pode ser transmitido de mãe para filho no
momento do parto.
290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV.
A vacina possui eficácia de 98,8 por cento contra o câncer de colo de útero.
27. Vacina contra o HPV
População alvo:
Meninas de 9 a 11 anos de idade.
Confere proteção contra os tipos 6,
11, 16 e 18.
Administração de três doses: 0, 6
meses e cinco anos.
É uma prevenção do câncer do colo do útero. A vacina não substitui a
realização do exame preventivo , Papanicolau ou uso de preservativos.
29. Exame Especular (Papanicolau)
• Introduz-se o espéculo na vagina em sentido
longitudinal-oblíquo e gira para o sentido
transversal;
• Avisar a paciente;
• Não lubrificar;
• Abrir o espéculo e individualizar o colo uterino.
42. Atuação do Enfermeiro na Prevenção e Assistência ao
Câncer de Mama
• Importância da área: O objetivo principal da Enfermagem é
o cuidado da mulher assistida no tratamento do câncer de mama.
Esclarecimento sobre a doença e suas opções de tratamento;
Cuidado pós-cirúrgico, promoção do autocuidado, apoio
emocional, alívio da dor;
Tratamento das complicações;
Incentivo e coragem que a assistida necessita para
enfrentar o câncer e suas possíveis consequências.
43. Atuação do Enfermeiro na Prevenção e Assistência ao
Câncer de Mama
Além disto, a Enfermagem busca cuidar da mulher como um todo,
fazendo um levantamento da sua saúde, orientando e prevenindo possíveis
patologias.
A equipe de enfermagem tem
participação fundamental no processo
educativo para a saúde.
44. Atuação do Enfermeiro na Prevenção e Assistência ao
Câncer de Mama
O desconhecimento por parte das mulheres como paciente favorece a
prática inadequada da técnica de prevenção disponível.
O processo educacional deve ser dirigido tanto a população em geral,
quanto aos profissionais de saúde, visando ao diagnóstico precoce e
prevenção.
46. Regulamentação do Exercício Profissional
Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de
1986, que dispõe sobre a regulamentação do
exercício da Enfermagem, do Decreto nº
94.406, de 08 de junho de 1987, o qual
regulamenta a Lei nº 7.498, e da resolução
COFEN nº 271/2002 que a reafirma, diz:
“O pré-natal de baixo risco pode ser
inteiramente acompanhado pela
enfermeira”
47. Consulta de Pré-Natal
• Captação da gestante para o
acompanhamento pré-natal;
• Abertura e preenchimento do prontuário;
• Solicitação de exames;
• Preenchimento do SisPreNatal;
• Preenchimento do cartão da gestante;
• Calendário de vacinas e orientações;
• Estimulação a atividades educativas.
48. Gravidez
A gestação normal tem duração aproximada de 280 dias ou 9 meses ou 40 semanas,
podendo variar de 38 a 42 semanas gestacionais, período em que ocorre todo o
desenvolvimento embrionário e fetal.
Sinais e sintomas:
Amenorreia;
Náuseas com ou sem vômitos;
Polaciúria;
Alterações mamárias.
Sinais de probabilidade:
Aumento uterino;
Mudança da coloração da região vulvar;
Colo amolecido;
Testes de gravidez.
Sinais de certeza:
Batimento cardíaco fetal (BCF);
Contornos;
Visualização do embrião pela ultrassonografia.
49. Alterações Maternas
Terceiro Trimestre (Semana 29 a 40)
• Desconforto causado pelas mãos e pés inchados,
podendo ser sinal de pré-eclâmpsia.
• Podem ocorrer dores nas costas devido a mudanças do
centro de gravidade e por um ligeiro relaxamento das
articulações pélvicas.
• Os mamilos podem secretar colostro., aumento da
sensibilidade das mamas.
• Aumenta a necessidade de repousar e dormir.
51. Condutas do Enfermeiro
Exames Complementares
• ABO–Rh:
- Eritroblastose fetal;
• Hemograma completo:
- Anemia;
• Glicemia:
- Diabetes gestacional: macrossomia
e elevação do líquido fetal;
• VDRL:
- Sífilis gestacional: erupções,
crescimento afetado, risco de
nascimento prematuro, anemia,
icterícia;
A principal atribuição do
enfermeiro é oferecer
atendimento com
humanização no pré-natal e
no parto.
52. Cuidados básicos em Puericultura
Estímulo ao aleitamento materno, que deve ser exclusivo até os 6 meses
de vida do bebê, e alimentação complementar até os 2 anos de idade.
Avaliação antropométrica, crescimento do perímetro craniano, palpar
fontanelas, avaliar tônus e força, assim como reflexos do recém-nascido.
Orientar quanto à higiene correta da
mamadeira e utensílios utilizados na
alimentação do bebê.
Avaliar e atualizar o calendário vacinal
da criança, e fortalecer o vínculo mãe e
filho.