2. PSICOPATOLOGIA
Significado: “falar sobre a alma que sofre”
Instrumenta o diagnóstico
•Dia – através
•Gnosis - conhecimento
Não se relaciona apenas com a Psiquiatria, tem
fundamentação múltipla
Não é ateórica, é pré-teórica
Não é um corpo conceitual, é mais uma atitude
3. Fenômenos singulares e complexos só
podem ser avaliados de maneira
qualitativa
Diferença entre:
Confiabilidade (reprodutibilidade dos
resultados)
Validade (sentido da pesquisa,
consistencia dos instrumentos ou
existencia real da entidade pesquisada)
PSICOPATOLOGIA E
ESCALAS
4. Instrumentos de avaliação – resultados
representando relação entre resultados
de uma escala e entidade nosológica
Sentido empírico – útil quantitativamente
Não tem sentido ontológico, ou seja, não
implica validade do construto e muito
menos causalidade
PSICOPATOLOGIA E
ESCALAS
5. CONFUSÃO ENTRE PRECISÃO E
CIENTIFICIDADE
Um relógio analógico é tão preciso
quanto um digital
Há três tipos de correlações possíveis em
uma medição:
Fortes e precisas (campo magnético e
posição da agulha)
Menos diretas (entre bússola e direção)
Altamente indiretas (entre depressão e
comportamento)
6. Diferença entre determinismo e previsibilidade
Mesmo leis perfeitamente deterministicas em sua base
podem não permitir qualquer previsibilidade quando
aplicadas a sistemas complexos
Indeterminação
Sobredeterminação
Multideterminação
Ex: Heritabilidade: 10% baixa, 30% alta. Mesmo 100%
é influenciado pelo ambiente
CONFUSÃO ENTRE PRECISÃO E
CIENTIFICIDADE
7. PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE
Diagnóstico Psiquiátrico: categorial
Categorias razoavelmente estanques
com subdivisões, definidas por conjuntos
de critérios (sintomas, duração, forma de
inicio, etc.), com possibilidade de co-
morbidades.
Atualmente são definidos por manuais
complexos com melhora da equivalencia
mas maior possibilidade de falsos
positivos
8. PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE
Diagnóstico Psicanalítico: estrutural
Três grandes estruturas que refletem
formas de funcionamento globais,
bastante estanques embora com pontos
de interseção
Transferencia como instrumento
diagnóstico
Diferença entre estrutura e traço
11. CONSCIÊNCIA
Lucidez
Turvação - do torpor
ao coma
Coma - do vígil ao
carus
Estreitamento -
Estados
crepusculares
Obnubilação -
estados oniróides e
delirium
ESCALA
DE
GLASGOW
12. O ESTADO DA
CONSCIÊNCIA
• . Alterações Gerais:
• Turvação ou obnubilaçào(estados
oniróides ou delirium)
• Estupor, torpor, coma superficial
• Coma ou coma profundo
13. O ESTADO DA
CONSCIÊNCIA
ESTREITAMENTO DA CONSCIÊNCIA:
1. Estados crepusculares Epilépticos
2. Estados crepusculares Histéricos
3. Estados Hipnóticos ou de Transe
14. ORIENTAÇÃO
• ALOPSÍQUICA: tempo e espaço
• apática, amnésica, confusional e delirante
• AUTOPSÍQUICA: quadros psicóticos
• CONSCIÊNCIA DO EU:
• ATIVIDADE x influência
• UNIDADE x cisão
• IDENTIDADE x despersonalização
• OPOSIÇÃO x quebra de limites
16. SENSOPERCEPÇÃO
Sensação, Percepção e Representação.
A representação corresponde ao registro
mnêmico da percepção.
São qualidades da percepção real:
1.Nitidez
2. Corporeidade
3. Estabilidade
4.Extrojeção(está situada fora do sujeito)
5. Ininfluencibilidade voluntária
17. SENSOPERCEPÇÃO
Alterações:
1. Ilusões: com base em percepção real
2. Alucinações
lucidez de consciência
sem base em objeto real
percepção falsa, mas clara
sempre patológicas.
Exemplos: auditivas, visuais, gustativas, tácteis,
cenestésicas e cinestésicas.
18. CARACTERÍSTICAS DE
ALGUMAS ALUCINAÇÕES
• Vozes que dialogam entre si e se referem ao
paciente fazem supor um grau importante de
cisão mental a aparecem nas esquizofrenias.
• Vozes indistintas de conteúdo auto-
recriminatório são comuns na alucinose
alcoólica.
• Alucinações visuais ou táteis de insetos ou
pequenos animais(zoopsias) ocorrem do
delirium tremens.
19.
20.
21. CARACTERÍSTICAS DE
ALGUMAS ALUCINAÇÕES
Alucinações cinestésicas: alucinações de mais de
um sentido, combinada simultaneamente (música
com cor, imagem com sabor) ocorrem com
substancias psicoestimulantes.
Alucinações cenestésicas: alucinações
proprioceptivas viscerais e do esquema corporal,
freqüentemente se associam a idéias delirantes de
negação, destruição interna, esvaziamento. Podem
ocorrer nos estados melancólicos conhecidos como
Síndrome de Cotard.
22. PENSAMENTO
O pensamento lógico, reflexivo, racional é o que
obedece aos princípios filosóficos da Lógica:
1. Princípio da identidade.
2. Princípio da causalidade
3. Princípio da relação da parte ao todo.
Dentre estes princípios ocorrem os processos de
dedução (o processo de inferir fatos particulares a
partir de princípios gerais) e indução(inferência de
princípios gerais a partir de fatos específicos).
23. PENSAMENTO
– Comprometimento cognitivo: incapacidade para a
compreensão de analogias, metáforas, provérbios
e fábulas.
– Alterações:
Quantitativa - por perda ou empobrecimento nas
oligofrenias e demências; também nos ambientes
culturalmente empobrecidos.
Qualitativa - não se deve às perdas mas à cisão do
pensamento e à desconexão das idéias, como ocorre
nas esquizofrenias
24. ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
ESQUIZOFRÊNICO
Diversas formas de interrupção do curso associativo
que conduzem progressivamente à desagregação;
1. Bloqueio
2. Fusão
3.Descarrilamento ou substituição
4. Imposição
5.Interceptação e roubo do pensamento
6. Desagregação
25. DELÍRIOS
Conteúdo falso
Clareza de consciência
Ininfluenciáveis
Não são secundários a
outros fatores (ex: idéia
deliroide de ruína na
depressão)
Sistematizados ou não
Cognições, percepções
ou representações
delirantes
26. ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
ESQUIZOFRÊNICO
A.Delírios Primários - apresentam-se como
pensamentos afastados da realidade e
formados por idéias incompreensíveis,
ininfluenciáveis, impenetráveis e não
relacionados a fatores causais.
1. Sistematizados - surgem organizados em
uma estrutura coerente, associadas a idéias
pseudofilosóficas ou pseudocientíficas.
2. Não-Sistematizados - se apresentam
incoerentes, desconexos, desagregados e
confusos.
27. TIPOS DE DELÍRIOS
1.Persecutórios
2.Religiosos ou
místicos
3.De grandeza
4.Delírio de ciúme
5.Delírio de ruína
6. De auto-
referência
7. Reivindicatório ou
querelante
8. Compartilhado
(folie a deux)
9. Erotomania e
delirio sexual (idéias
de sedução,
estupro,incesto)
comuns nos
quadros maníacos e
quadros psicóticos
histéricos (folie
hysterique)
28. ALTERAÇÕES DO CONTEUDO
DO PENSAMENTO
B.Cognições Delirantes - são idéias que
surgem como a partir do nada, sem relação
com as informações perceptuais. Ex.. “o
diabo vai me pegar” “sei que o mundo vai
acabar”.
C. Percepções ou Representações Delirantes
- são atribuições de significados às
percepções delirantes às percepções ou
representações normais.
29. ALTERAÇOES DO CONTEÚDO
DO PENSAMENTO
D. Delírios Secundários:
1. Idéias Deliróides - surgem em decorrência de
situações desencadeadoras compreensíveis e
relacionadas aos fatores que as causaram
(eventos traumáticos, depressão, mania).
2. Delírios de Interpretação - surge em
conseqüência de estados alucinatórios
primários que ensejam uma interpretação
fantasiosa.
30. OUTRAS ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Idéias Sobrevalentes - a afetividade
predomina sobre o raciocínio(catatimia)
Idéias Obsessivas - o paciente reconhece
como absurdas mas não consegue afastá-
las.
Pseudologia Fantástica - corresponde à
mitomania, ao pensamento constantemente
fantasioso. Ocorre em personalidades
imaturas, histriônicas, teatrais.
31.
32. ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
Forma e curso(fluxo) do pensamento.
1. Taquipsiquismo
2. Fuga de Idéias
3. Bradipsiquismo
4. Inibição do Pensamento
5. Prolixidade
6.Perseveração
33. AFETIVIDADE
SENTIMENTOS- mais profundos e mais complexos
e menos instintivos.
INCLINAÇÕES - são disposições ou tendências
latentes, duradouras.
PAIXÕES - estados emocionais extraordinariamente
intensos.
HUMOR OU ESTADO DE ÂNIMO - a disposição
afetiva básica, dependente de condições corporais e
psíquicas.
ESTADOS AFETIVOS COMPLEXOS - problemática
da angústia.
34. PERTUBAÇÕES DA AFETIVIDADE
Quantitativas
. Hipertimias: Mania,
hipertireoidismo, inicio de
intoxicação exógena (álcool,
anfetaminas, cocaína, crack,
etc), estados passionais,
estase afetiva dos epilépticos,
personalidades hipertímicas
. Hipotimias
35. 2. Hipotimia - aumento persistente
dos sentimentos de tonalidade
sombria. Ocorre na melancolia e
demais estados depressivos.
Pode ocorrer “sentimento da falta
de sentimentos”.
A inibição transitória da
excitabilidade aos estímulos e o
estupor emocional que pode
ocorrer após acontecimento
traumático externo.
PERTUBAÇÕES DA AFETIVIDADE
36.
37. 3. Apatia - perda da capacidade de
experimentar sentimentos e emoções pode-se
se seguir ao estupor , é mais prolongado e
instala-se quase sempre insidiosamente,
acompanhando-se de abulia.
Pode ocorrer passageiramente em Psicoses
Agudas(sintomáticas) e com caráter irreversível
nos estados deficitários, oligofrênicos e
demenciais. No TEPT
Como efeito colateral de antidepressivos
PERTUBAÇÕES DA AFETIVIDADE
39. VONTADE
1. Desejo: etapa afetiva
2. Intenção (propósito): etapa afetivo-cognitivo
3. Deliberação (apreciação e opção):cognitivo-
afetiva
4. Execução: etapa psicomotora
Pragmatismo é a capacidade de exercer
plenamente o ato volitivo.
Apragmatismo, alterações dos impulsos –
usado como sinonimo de ato desviante da
norma
40. ALTERAÇÕES DA VONTADE(CONAÇÃO), DOS
INSTINTOS E DOS HÁBITOS
Hipobulia- perda da capacidade para
atividades espontâneas, perda da iniciativa e
da disposição voluntária (abulia significa total
ausência da vontade).
Sugestibilidade
Apragmatismo
Automatismo
Negativismo
Dependência
Impulsividade
Importancia para determinação de risco de suicidio,
imputabilidade e periculosidade
41. Consistem em impulsos impensados, de natureza
automática, que se apresentam de forma súbita e
incoercível:
1. Impulsos agressivo-destrutivos: piromania, furor
epiléptico, furor catatônico, tentativa de suicídio ou
de homicídio.
2. Impulsos deambulatórios - “fugas” sem propósito
determinado, também chamados poriomania ou
dromomania.
3. Cleptomania.
4. Dipsomania.
IMPULSOS PATOLÓGICOS
42. TRANSTORNOS DE
CONTROLE DOS IMPULSOS
Alimentar
Sexual
Comportamentos de adição:
Jogo
Compras
Internet
Substancias
Mecanismos de recompensa e de “curto
circuito” envolvidos
43. São impulsos que se mostram atenuados na
sua realização psicomotora, sendo
inconscientemente evitados e deslocados
através de rituais simbólicos.
1. Diferentemente do impulsivo, o compulsivo
evita o ato ao deslocá-lo simbolicamente e
ritualizá-lo.
2. Ocorrem na neurose obsessivo-compulsiva
como conseqüência dos pensamentos ou
idéias obsessivas.
ATOS COMPULSIVOS
44. MEMÓRIA
A memória é uma função
cognitiva básica, servindo de
suporte para a Inteligência.
Pode haver memória sem
inteligência, nunca
inteligência sem memória
45. ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA
Hipomnésias:
1. Muitas queixas de perda de memória refletem
mais a incapacidade de concentração da atenção
que se deve à desmotivação, à apatia, e à
ansiedade que ocorrem nos quadros depressivo-
ansiosos, nas depressões reativas e neuróticas.
2. Alterações leves do estado de consciência
podem ocasionar um déficit de atenção capaz de
comprometer os registros imediatos
46. ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA
1. Amnésia Anterógradas (de fixação):
Ocorrem em lesões cerebrais agudas e
crônicas. Nas lesões dos traumatismos
crânio-encefálicos a acidentes
vasculares cerebrais pode ocorrer
perda da memória de fixação (com
eventual recuperação posterior) e
perda definitiva dos eventos
imediatamente anteriores ao momento
da lesão.
47. ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA
2. Amnésia Retroanterógradas
São aquelas que geralmente ocorrem
nos quadros demenciais. A memória
pós-imediata ou de fixação é a primeira
a ser afetada, seguida pela memória
recente, caminhando retroativamente
até o passado remoto.
3. Amnésias Seletivas - referem-se
especificamente a determinados fatos,
lugares, ocorrências, demonstrando
sua origem psicológica, com
motivações inconscientes.
48. ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA
1. Hipermnésias: Pode ser transitórias
(situações de perigo, adrenalina) ou
permanentes(casos raros, anedóticos,
idiot savants).
2. Fabulações ou confabulações: são
informações fantasiosas com que o o
paciente tenta preencher as lacunas de
memória, como na Síndrome de
Korsakoff.
49. OUTRAS ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA
3. “Palimpsestos”Alcoólicos - Bonhhoffer
denominou os “apagamentos”dos registros
mnêmicos dos pacientes alcoolistas , dos
quais so restam vestígios e que não raro
ouve entre espantado e envergonhado,
relatos sobre sua conduta “vexaminosa”da
noite anterior.
Paramnésias - falsos registros que
correspondem à alucinações da memória.
Déjá vu (já visto) reconhecimento de
lugares ou acontecimentos totalmente
desconhecidos. Jamais vu - fenômeno
oposto. Pressupõe-se motivações
psíquicas.
50. TIPOS DE MEMÓRIA
De curta duração
Longa ou de fixação
De trabalho ou de execução
Não-declarativa ou Implícita
Declarativa ou Explícita
51. INTELIGÊNCIA
W. Stern: “Inteligência é a
capacidade de adaptar-se a
novas situações mediante o
emprego dos meios ideativos”.
Pode ser decomposta em diversas
funções mais ou menos
autônomas: lógico-matemática;
lingüística; espacial;
musical;também a capacidade
de domínio corporal-cinestésica.
Alterações: oligofrenias,
demências
52. ALTERAÇÕES DA
INTELIGÊNCIA
As deficiências cognitivas (do latim
cognoscere: conhecer, aprender)
podem ocorrer:
1. Por falta (desenvolvimento
psicopatológico) - Oligofrenias
2. Perda da capacidade anteriormente
existente (processo patológico) -
Demências.
Notas do Editor
O psiquismo é em geral dividido em funções diferenciadas, para fins didáticos e de estudo, mas na verdade funciona como um todo, e suas funções são interdependentes.
Para avaliar o nível de consciência, deve-se observar não apenas a aparência geral, mas também funções como a atenção e curso do pensamento.
Para verificar a orientação alopsíquica: perguntar se sabe o ano, o mês, a data (ou dia da semana), a hora do dia; perguntar se sabe onde se encontra (cidade, bairro, rua: perguntas com grau crescente de especificidade se houver algum grau de comprometimento) Para a orientação autopsíquica: perguntar pelo nome do paciente, e por sua idade, e outros dados que possam ser relevantes para o estabelecimento de uma identidade (ex: ocupação)
Verificar se o paciente se mantém atento à entrevista, se se deixa distrair facilmente, ou se não presta atenção. A tenacidade e a vigilância costumam ser inversamente proporcionais.
Sensação: processo fisiológico, corporal, de recepção de dados pelos órgãos dos sentidos. Percepção: a recepção dos dados pelo cérebro, havendo ainda a etapa da apercepção, que seria um dar-se conta da informação sensorial Representação: memória. Só pode existir depois que uma sensopercepção fica registrada no cérebro.
Perguntar visando estabelecer a clareza da percepção. Exemplo: em alucinações auditivas, as vozes são masculinas ou femininas? Nos casos, comuns, de neuróticos que dizem ouvir “vozes”, por exemplo, quando inquiridos sobre estas, dizem: “é como se ouvisse chamar... É como se ouvisse bater na porta...”. Nestes casos, predomina o “como se”, não há a certeza absoluta da alucinação verdadeira. Nos casos de alucinose orgânica, há uma percepção falsa, clara, mas há também a consciência de que é falsa. A causa é sempre uma lesão orgânica.
Verificar a compreensão de provérbios populares. Exemplo: água mole em pedra dura tanto bate até que fura, quando um não quer dois não brigam, etc. Na esquizofrenia as interpretações frequentemente são bizarras
Cognições delirantes: de repente, surge do nada a certeza delirante. Percepções: uma percepção aparentemente ao acaso deflagra o delírio. Exemplo: “vi uma mancha de vinho no chão, e me dei conta de que aquilo era o prenúncio de uma trama para a terceira guerra mundial”. Representações: o delírio se apoia em uma memória verdadeira, à qual é atribuído um outro significado.
Em geral, o que vai importar para um exame psíquico será a verificação do humor basal do paciente, pois em geral é este que se encontra alterado nas patologias psíquicas, à exceção da ansiedade, que está envolvida em grande parte dos distúrbios psiquiátricos.
As alterações quantitativas são os transtornos do afeto propriamente ditos (depressão e mania), apesar de poderem ocorrer em outros quadros, a exemplo de intoxicações por substâncias psicoativas (como a cocaína). As alterações qualitativas são mais comumente encontradas nos quadros orgânicos (como demências e epilepsias) e psicóticos (como as neotimias e ambitimias e paratimias). Verificar: apresentação geral, velocidade do discurso, mudanças bruscas do afeto, se este é ou não influenciável por fatores externos.
Lucian Freud Retrato de John Minton 1952 Minton era colega pintor que sofria de crises depressivas graves e cometeu suicidio 5 anos após a realização deste retrato.
Alterações dos impulsos: transtornos alimentares, da sexualidade, comportamentos patológicos como roubo, jogo ou compras patológicos. Diferem dos comportamentos compulsivos: o obsessivo luta contra a compulsão e não deriva prazer da mesma. Nas psicoses: as vozes imperativas e os delírios influenciam a vontade. O psicótico luta pelo seu delírio, ao contrário do obsessivo. A diferenciação das etapas pode ser muito importante por exemplo na avaliação do risco de suicidio. Ter ideias ou desejar estar morto não implica num risco tão grande como ter planos já elaborados.
Testes de memória: lembrar, por exemplo, de 7 números ou palavras (no mini-mental são três palavras), verificando quantas são repetidas, e se na ordem devida. Para memória de fatos passados: verificar se lembra corretamente de eventos de vida importantes.
Verificar: o paciente utiliza conceitos abstratos? Compreende perguntas com facilidade? Seu vocabulário é o esperado para seu nível de educação e faixa etária? Consegue realizar operações matemáticas? Quais, e com que grau de complexidade? (por exemplo, subtração é mais complexa que adição, e multiplicação e divisão são crescentemente complexas). Consegue executar só atividades da vida diária como banhar-se e alimentar-se? Sabe lidar com dinheiro, receber troco corretamente? Qual a escolaridade do paciente? Repetiu de ano? Quantas vezes? Porque?