Aula 02

L
LAMPSI – Liga Acadêmica de Medicina Psiquiátrica do
                   Rio Grande do Norte
                 Curso de Psicopatologia




PSICOPATOLOGIA – Aula 02



         Palestrante: Rafael Heitor Nunes R. Costa
                    12 de maio de 2012
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA
• Entrevista: principal instrumento de
  conhecimento da psicopatologia.
• Importância da entrevista:
 Diagnóstico clínico;
 Dinâmica afetiva do paciente;
 Melhor intervenção e planejamento
  terapêuticos;
 Permite realizar os principais aspectos
  da avaliação:
 Anamnese e exame psíquico
AVALIAÇÃO FÍSICA
• Morbidade física mais frequente.
• Doenças físicas subdiagnosticadas.
• Clínico não examina por “não ser seu
  doente” e o psiquiatra não examina por
  ser “especialista”.
• Estigma de “louco” invalida as queixas
  somáticas.
• Exame como forma de aproximação
  afetiva.
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
• Identificar possível lesão ou disfunção do SNC
  ou SNP (nem todas alterações
  neuropsiquiátricas produzem sintomas
  localizatórios).
• Observar assimetria de forças, reflexos
  miotáticos profundos e musculocutâneos
  superficiais.
• Sinais e reflexos neurológicos primitivos (lesões
  frontais/cerebrais difusas e encefalopatias):
 Preensão: Se bilateral, indica, no adulto,
  lesão/disfunção frontal ou sofrimento cerebral
  difuso.
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
 Sucção: protrusão labial + desvio para o lado estimulado
  + sucção após a estimulação da região perioral. Ex: lesão
  frontal e encefalopatia.
 Orbicular dos lábios: percussão da área acima do lábio
  superior gera projeção para a frente dos lábios (faz um
  “bico”). Ex: Dano cerebral difuso.
 Palmomentual: estímulo cutâneo da eminênia tenar gera
  contração e elevação do músculo mentual e, eventual-
  mente, do lábio inferior ipsilaterais. Ex: idoso, lesão pira-
  midal e encefalopatia difusa.
PSICODIAGNÓSTICO
• Área desenvolvida pela psicologia
  clínica.
• Mais usados na prática: testes de
  personalidade e rastreamentos para
  organicidade.
 Testes projetivos: Rorschach.
 Testes estruturados de
  personalidade: MMPI (Minnesota
  Multiphasic Personality Inventory).
 Alterações orgânicas.
EXAMES COMPLEMENTARES
• Líquor: encefalites, doenças inflamatórias,
  neoplasias, infecções do SNC.
• EEG: diagnóstico diferencial de quadros
  confusionais agudos, classificação das
  diferentes formas de epilepsia e avaliação de
  transtornos do sono (polissonografia).
• Neuroimagem estrutural e funcional (TC,
  RNM, PET, SPECT): diagnóstico diferencial
  em psicopatologia.
ENTREVISTA COM O PACIENTE
INTRODUÇÃO
• Entrevista: um dos elementos mais importantes da prática
  psiquiátrica e da Psicopatologia.
• Particularidades da entrevista e do entrevistador:
 Profissional habilidoso é qualificado pelo capacidade de dominar a
  técnica de entrevista.
 Psiquiatra:“perito do campo das relações interpessoais”.
 Importância da entrevista: informações fornecidas e efeitos
  terapêuticos que gera.
 Habilidade de entrevista: intuitiva + patrimônio da personalidade +
  sensibilidade nas relações interpessoais.
INTRODUÇÃO
• Iniciando a entrevista:
 Apresentar-se para o paciente;
 Atitude de respeito e interesse, sem criticar;
 Iniciar com perguntas mais gerais, menos
  constrangedoras;
 Permitir que o paciente fale livremente;
 A entrevista tem finalidades diagnósticas e
  terapêuticas (mesmo as iniciais).
INTRODUÇÃO
• Variáveis da entrevista:
 Paciente: personalidade, estado
  mental/emocional e capacidades cognitivas.
 Contexto institucional: PS, enfermaria,
  ambulatório...
 Objetivos: diagnóstico clínico, estabelecimento
  de vínculo terapêutico, questão forense.
 Personalidade do entrevistador.
INTRODUÇÃO
• O sigilo
 Esclarecer ao paciente que ele está sendo visto por um
  psiquiatra, que visa ajudá-lo;
 Deve ficar claro aos pacientes que as informações
  fornecidas são sigilosas. Caso perceba dúvidas, explicitar
  isto ao paciente.
 Esclarecer quando necessário que o sigilo poderá ser
  rompido se houver risco para o paciente, seus familiares
  ou a sociedade.
INTRODUÇÃO
• Atitudes inadequadas:
 Posturas rígidas e estereotipadas.
 Atitude excessivamente neutra ou fria.
 Reações exageradamente emotivas.
 Comentários valorativos/emissão de julgamentos.
 Reações emocionais intensas de pena ou compaixão.
 Responder com hostilidade ou agressão.
 Permitir que o paciente seja demasiadamente prolixo.
 Fazer muitas anotações ao longo da entrevista.
INTRODUÇÃO
• Regras “de ouro” da entrevista:
  1a) Organizados, inteligência normal, boa e razoável es-
  colaridade e fora da psicose: entrevista de forma aberta.
  2a) Desorganizados, baixo nível intelectual, estado psi-
  cótico ou paranóide, “travados” por alto nível de ansie-
  dade: forma + estruturada, falando mais e com pergun-
  tas simples e dirigidas.
  3a) Tímidos, ansiosos e paranóides: perguntas neutras e,
  depois, mais profundas.
PRIMEIRAS ENTREVISTAS
• Importância da entrevista inicial:
 Crucial no diagnóstico e tratamento;
 Gerar confiança e esperança no alívio do sofrimento ou
  abortamento do tratamento.
• Sandifer et al. (1970): Primeiros 3 minutos da entrevista
  são significativos e decisivos para a identificação do perfil
  dominante de sintomas do paciente e a formulação da
  hipótese diagnóstica final.
• APRESENTAÇÃO:
PRIMEIRAS ENTREVISTAS
 Sigilo e discrição.
 Colaboração mútua entre profissional e paciente.
 Colher dados sociodemográficos.
 Intervir para melhorar o prosseguimento da fala do pa-
  ciente e evitar posição passiva.
 Evitar pausas e silêncios prolongados: deixa a entrevista
  tensa e improdutiva e  o nível de ansiedade.
• Fases iniciais da entrevista: paciente usa manobras e
  mecanismos defensivos como risos, silêncio, perguntas
  inadequadas e comentários circunstanciais.
PRIMEIRAS ENTREVISTAS
• Procedimentos para facilitar a lide do silêncio do
  paciente:
 Perguntas e colocações breves, demonstrando
  atenção e tranquilidade para ouvi-lo.
 Evitar perguntas fechadas e perguntas
  complexas demais.
 Usar frases tais como: “Como foi isso?”,
  “Explique melhor!”, “Conte um pouco mais sobre
  isso!”.
 Particularizar a interação com o paciente.
PRIMEIRAS ENTREVISTAS
• Importância da fala livre:
 Melhor avaliação da personalidade e avaliação dos
  conflitos do paciente.
 Catarse e desabafo.
PRIMEIRAS ENTREVISTAS
• O sigilo
 Esclarecer ao paciente que ele está sendo visto por um
  psiquiatra, que visa ajudá-lo;
 Deve ficar claro aos pacientes que as informações
  fornecidas são sigilosas. Caso perceba dúvidas, explicitar
  isto ao paciente
 Esclarecer quando necessário que o sigilo poderá ser
  rompido se houver risco para o paciente, seus familiares
  ou a sociedade
TRANSFERÊNCIA E
     CONTRATRANSFERÊNCIA
• TRANSFERÊNCIA:
 Sua compreensão torna a entrevista mais habilidosa e
  facilita abordagem menos ingênua e mais profunda.
 Inclui sentimentos positivos e negativos.
 Freud: repetição inconsciente do passado onde o ana-
  lista ocupa o lugar do pai/mãe, levando a relações emo-
  cionais que não se baseiam na situação real.
TRANSFERÊNCIA E
     CONTRATRANSFERÊNCIA
• CONTRATRANSFERÊNCIA:
 Projeção inconsciente, no paciente,de sentimentos que o
  analista nutria/nutre por pessoas significativas de sua
  vida.
AVALIAÇÃO PSIQUÁTRICA GERAL
• Entrevista inicial com anamnese e coleta de dados socio-
  demográficos, queixa principal, antecedentes mórbidos
  somáticos e psíquicos pessoais (incluindo hábitos e uso
  de substâncias químicas), antecedentes mórbidos famili-
  ares, história de vida (desenvolvimento somático, neuro-
  lógico, psicológico e psicossocial) e avaliação das intera-
  ções familiares e sociais do paciente.
• Exame do estado mental, exame físico geral, neurológico.
• Exames complementares: testes de personalidade e
  cognição.
AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA GERAL
• EXAMES COMPLEMENTARES:
  - Laboratoriais: bioquímica, citologia, imunologia, hemo-
    grama, eletrólitos, metabólitos, hormônios.
  - Neuroimagem e neurofisiologia.
PONTOS ADICIONAIS
• Avaliar e averigüar os sintomas objetivos e a vivência
  subjetiva deles, com a cronologia dos fenômenos, dados
  pessoais e familiares.
• Alguns pacientes podem não ter nenhuma queixa ou,
  simplesmente, não terem insight sobre o que sentem.
• DADOS DE UM INFORMANTE:
  - Também há o componente subjetivo.
  - Fundamental para pacientes: demenciais, déficits cogni-
    tivos, psicose grave e mutismo.
PONTOS ADICIONAIS
• DISSIMULAÇÃO:
 Esconde ou nega voluntariamente a presença de sinal ou
  sintoma psicopatológico.
 Motivações: evitar internação, medo de ser medicado ou
  medo do rótulo de “louco”.
• SIMULAÇÃO:
 Cria sintoma/sinal inexistente de forma consciente.
 Motivações; dispensa laboral, aposentadoria, esconder-
  se de traficante.
PONTOS ADICIONAIS
• DIMENSÕES DA HISTÓRIA:
 Longitudinal: descrição de relações temporais de forma
  clara e compreensível e observação dos sentimentos e
  reações aos eventos passados.
 Transversal: história atual.
• ESCREVENDO A HISTÓRIA:
 Linguagem simples, precisa e compreensível, detalhada
  no que for essencial e concisa no que for secundário por
  razões clínicas, por razões legais (proteção de possíveis
  acusações futuras) e por razões institucionais.
PONTOS ADICIONAIS
 Evitar tecnicismo exagerado.
 O relato deve ser sempre organizado e coerente, mesmo
  quando descreve fenômenos caóticos e irracionais.
 Deve fornecer compreensão suficientemente ampla da
  personalidade do paciente, da dinâmica de sua família e
  de seu meio sócio-cultural imediato.
 Uso das próprias palavras do paciente e informante
  quando descreve sintomas mais relevantes.
FUNÇÕES PSÍQUICAS
ELEMENTARES E SUAS
    ALTERAÇÕES
ADVERTÊNCIAS
• Separação da vida e da atividade mental em diferentes
  áreas ou funções psíquicas é um procedimento
  essencial-mente artificial.
• Divisão em funções é um construto da psicologia e psi-
  copatologia para permitir uma comunicação mais fácil e
  um melhor entendimento dos fatos.
• Separação em funções é teórica e, não, real.
FUNÇÕES PSÍQUICAS
• Mais afetadas nos transtornos psicorgânicos:
 Consciência, atenção, orientação, memória, inteligência e
  linguagem.
• Mais afetadas nos transtornos afetivos, neuróticos e de
  personalidade:
 Afetividade, vontade, psicomotricidade e personalidade.
• Mais afetadas nos transtornos psicóticos:
 Sensopercepção, pensamento, vivência do tempo e es-
  paço, juízo da realidade e vivência do eu.
• OBRIGADO!!!

rafael_heitor_nunes@yahoo.com.br
1 de 32

Recomendados

Psicopatologia é Diagnóstico por
Psicopatologia é DiagnósticoPsicopatologia é Diagnóstico
Psicopatologia é DiagnósticoMiriam Gorender
5K visualizações52 slides
I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1 por
I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1
I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1Lampsi
5K visualizações15 slides
117435947 psicopatologia-ii por
117435947 psicopatologia-ii117435947 psicopatologia-ii
117435947 psicopatologia-iiSilvana Eloisa
7K visualizações165 slides
Exame Físico em Saúde Mental por
Exame Físico em Saúde MentalExame Físico em Saúde Mental
Exame Físico em Saúde MentalAroldo Gavioli
19.2K visualizações57 slides
Psicologia aula 3 comunicação por
Psicologia aula 3 comunicaçãoPsicologia aula 3 comunicação
Psicologia aula 3 comunicaçãoCintia Colotoni
4K visualizações55 slides
Transtornos do humor por
Transtornos do humorTranstornos do humor
Transtornos do humorAroldo Gavioli
9.2K visualizações23 slides

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Transtornos ansiosos por
Transtornos ansiososTranstornos ansiosos
Transtornos ansiososAroldo Gavioli
10.4K visualizações22 slides
Anamnese e exame psíquico (Livia Castelo Branco) por
Anamnese e exame psíquico (Livia Castelo Branco)Anamnese e exame psíquico (Livia Castelo Branco)
Anamnese e exame psíquico (Livia Castelo Branco)Liga Acadêmica De Saúde Mental
30.6K visualizações31 slides
teorias da personalidade - Carl Rogers por
teorias da personalidade - Carl Rogersteorias da personalidade - Carl Rogers
teorias da personalidade - Carl RogersDaniela Ponciano Oliveira
28.9K visualizações19 slides
Aula 05 curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricas por
Aula 05   curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricasAula 05   curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricas
Aula 05 curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricasLampsi
59.6K visualizações53 slides
Introdução à psicologia da saúde por
Introdução à psicologia da saúdeIntrodução à psicologia da saúde
Introdução à psicologia da saúdeMaria Clara Teixeira
8.4K visualizações10 slides
Introdução à psicopatologia por
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologiaCaio Maximino
21K visualizações55 slides

Mais procurados(20)

Transtornos ansiosos por Aroldo Gavioli
Transtornos ansiososTranstornos ansiosos
Transtornos ansiosos
Aroldo Gavioli10.4K visualizações
teorias da personalidade - Carl Rogers por Daniela Ponciano Oliveira
teorias da personalidade - Carl Rogersteorias da personalidade - Carl Rogers
teorias da personalidade - Carl Rogers
Daniela Ponciano Oliveira28.9K visualizações
Aula 05 curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricas por Lampsi
Aula 05   curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricasAula 05   curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricas
Aula 05 curso de psicopatologia - síndromes psiquiátricas
Lampsi59.6K visualizações
Introdução à psicologia da saúde por Maria Clara Teixeira
Introdução à psicologia da saúdeIntrodução à psicologia da saúde
Introdução à psicologia da saúde
Maria Clara Teixeira8.4K visualizações
Introdução à psicopatologia por Caio Maximino
Introdução à psicopatologiaIntrodução à psicopatologia
Introdução à psicopatologia
Caio Maximino21K visualizações
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia. por Alexandre Simoes
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Alexandre Simoes73.6K visualizações
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade por Aroldo Gavioli
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidadeSaúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Saúde mental, desenvolvimento e transtornos da personalidade
Aroldo Gavioli10.8K visualizações
Fundamentos de psicopatologia por UNICEP
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologia
UNICEP35.7K visualizações
Transtornos do pensamento: esquizofrenia por Aroldo Gavioli
Transtornos do pensamento: esquizofreniaTranstornos do pensamento: esquizofrenia
Transtornos do pensamento: esquizofrenia
Aroldo Gavioli26.7K visualizações
Psicopatologia por Elisa Brietzke
PsicopatologiaPsicopatologia
Psicopatologia
Elisa Brietzke6.1K visualizações
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos por Felipe Saraiva Nunes de Pinho
Aula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos BásicosAula 3 -  Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Aula 3 - Personalidade e Processos Psicológicos Básicos
Felipe Saraiva Nunes de Pinho43.2K visualizações
Psicopatologia – aula 01 por Rochelle Arruda
Psicopatologia – aula 01Psicopatologia – aula 01
Psicopatologia – aula 01
Rochelle Arruda1.9K visualizações
Psicodiagnóstico infantil por Jorge Bombeiro
Psicodiagnóstico infantilPsicodiagnóstico infantil
Psicodiagnóstico infantil
Jorge Bombeiro15.1K visualizações
Introdução psicopatologia por lucasvazdelima
Introdução psicopatologiaIntrodução psicopatologia
Introdução psicopatologia
lucasvazdelima2.9K visualizações
Formulação de Caso - TCC por Michele Santos
Formulação de Caso - TCCFormulação de Caso - TCC
Formulação de Caso - TCC
Michele Santos13.1K visualizações

Destaque

Alterações psiquicas - Psicopatologia por
Alterações psiquicas - PsicopatologiaAlterações psiquicas - Psicopatologia
Alterações psiquicas - PsicopatologiaSamara Amaral
60.7K visualizações57 slides
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mental por
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mentalPsicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mental
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mentalAlexandre Simoes
13.4K visualizações51 slides
O problema no Psicodiagnóstico por
O problema no PsicodiagnósticoO problema no Psicodiagnóstico
O problema no Psicodiagnósticohelogaliza
6.9K visualizações10 slides
Aula 03 - Funções psíquicas por
Aula 03 - Funções psíquicasAula 03 - Funções psíquicas
Aula 03 - Funções psíquicasLampsi
24.6K visualizações37 slides
Funções psíquicas por
Funções psíquicasFunções psíquicas
Funções psíquicasgfolive
32.5K visualizações43 slides
Slide anamnese por
Slide anamneseSlide anamnese
Slide anamneseNana Bikynhu
39.1K visualizações9 slides

Destaque(20)

Alterações psiquicas - Psicopatologia por Samara Amaral
Alterações psiquicas - PsicopatologiaAlterações psiquicas - Psicopatologia
Alterações psiquicas - Psicopatologia
Samara Amaral60.7K visualizações
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mental por Alexandre Simoes
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mentalPsicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mental
Psicopatologia I- Aula 2: Introdução ao campo da saúde mental
Alexandre Simoes13.4K visualizações
O problema no Psicodiagnóstico por helogaliza
O problema no PsicodiagnósticoO problema no Psicodiagnóstico
O problema no Psicodiagnóstico
helogaliza6.9K visualizações
Aula 03 - Funções psíquicas por Lampsi
Aula 03 - Funções psíquicasAula 03 - Funções psíquicas
Aula 03 - Funções psíquicas
Lampsi24.6K visualizações
Funções psíquicas por gfolive
Funções psíquicasFunções psíquicas
Funções psíquicas
gfolive32.5K visualizações
Slide anamnese por Nana Bikynhu
Slide anamneseSlide anamnese
Slide anamnese
Nana Bikynhu39.1K visualizações
Anamnese por lacmuam
AnamneseAnamnese
Anamnese
lacmuam69.3K visualizações
roteiro-de-entrevista-anamnese-para-avaliacao-psicologica-l por Marcelo Borges
roteiro-de-entrevista-anamnese-para-avaliacao-psicologica-lroteiro-de-entrevista-anamnese-para-avaliacao-psicologica-l
roteiro-de-entrevista-anamnese-para-avaliacao-psicologica-l
Marcelo Borges442K visualizações
Exame do Estado mental do paciente por Liliane Tissei
Exame do Estado mental do pacienteExame do Estado mental do paciente
Exame do Estado mental do paciente
Liliane Tissei8.5K visualizações
Anamnese e entrevista psiquiátrica dra. ana maria por Leandro Batista
Anamnese e entrevista psiquiátrica   dra. ana mariaAnamnese e entrevista psiquiátrica   dra. ana maria
Anamnese e entrevista psiquiátrica dra. ana maria
Leandro Batista7.1K visualizações
Psicanálise II- Aula 3 : Transferência (parte II) por Alexandre Simoes
Psicanálise II- Aula 3 : Transferência (parte II)Psicanálise II- Aula 3 : Transferência (parte II)
Psicanálise II- Aula 3 : Transferência (parte II)
Alexandre Simoes9.2K visualizações
Psicopatologia I- Aula 7: Alterações da Percepção por Alexandre Simoes
Psicopatologia I- Aula 7: Alterações da PercepçãoPsicopatologia I- Aula 7: Alterações da Percepção
Psicopatologia I- Aula 7: Alterações da Percepção
Alexandre Simoes34.7K visualizações
Anamnese prática por pauloalambert
Anamnese práticaAnamnese prática
Anamnese prática
pauloalambert15.3K visualizações
Psicodiagnostico diferencial con el TEST PROYECTIVO HOUSE TREE PERSON HTP por AMILCAR VALLADARES
Psicodiagnostico diferencial con el TEST PROYECTIVO HOUSE TREE PERSON HTP Psicodiagnostico diferencial con el TEST PROYECTIVO HOUSE TREE PERSON HTP
Psicodiagnostico diferencial con el TEST PROYECTIVO HOUSE TREE PERSON HTP
AMILCAR VALLADARES1.6K visualizações
Aula 1 av.cena na emerg.psiquiátrica por Claudio Viegas
Aula 1 av.cena na emerg.psiquiátricaAula 1 av.cena na emerg.psiquiátrica
Aula 1 av.cena na emerg.psiquiátrica
Claudio Viegas2.5K visualizações
60439317 psicopatologia-e-psicanalise-pdf por Rosangela Pereira
60439317 psicopatologia-e-psicanalise-pdf60439317 psicopatologia-e-psicanalise-pdf
60439317 psicopatologia-e-psicanalise-pdf
Rosangela Pereira2.4K visualizações
Abordagem humanista num caso clinico por Patricia Ferreira
Abordagem humanista num caso clinicoAbordagem humanista num caso clinico
Abordagem humanista num caso clinico
Patricia Ferreira21.8K visualizações
Funções psíquicas por thaissamaia
Funções psíquicas Funções psíquicas
Funções psíquicas
thaissamaia17.6K visualizações
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio por Prof Silvio Rosa
15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio15ª aula   emergencia psiquiatrica Silvio
15ª aula emergencia psiquiatrica Silvio
Prof Silvio Rosa8.3K visualizações

Similar a Aula 02

Semiologia 19 psiquiatria - anamnese psiquiátrica por
Semiologia 19   psiquiatria - anamnese psiquiátricaSemiologia 19   psiquiatria - anamnese psiquiátrica
Semiologia 19 psiquiatria - anamnese psiquiátricaJucie Vasconcelos
8.3K visualizações9 slides
Anamnese psicopatologia diagn psiq por
Anamnese psicopatologia diagn psiq   Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq Cláudio Costa
8.4K visualizações80 slides
Semiologia psiquiátrica por
Semiologia psiquiátricaSemiologia psiquiátrica
Semiologia psiquiátricaIsadora Ribeiro
4.1K visualizações25 slides
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologia por
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologiaAula diagnóstico e entrevista em psicopatologia
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologiaCesar Hoenisch
168 visualizações29 slides
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptx por
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptxEmergencias Psiquiatricas 2022.pptx
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptxBasilio4
8 visualizações40 slides
Descricao entrevista inicial paciente com diagnostico de esquizofrenia na ana... por
Descricao entrevista inicial paciente com diagnostico de esquizofrenia na ana...Descricao entrevista inicial paciente com diagnostico de esquizofrenia na ana...
Descricao entrevista inicial paciente com diagnostico de esquizofrenia na ana...Evelyn de Cássia Pereira Costa Santiago
4K visualizações1 slide

Similar a Aula 02(20)

Semiologia 19 psiquiatria - anamnese psiquiátrica por Jucie Vasconcelos
Semiologia 19   psiquiatria - anamnese psiquiátricaSemiologia 19   psiquiatria - anamnese psiquiátrica
Semiologia 19 psiquiatria - anamnese psiquiátrica
Jucie Vasconcelos8.3K visualizações
Anamnese psicopatologia diagn psiq por Cláudio Costa
Anamnese psicopatologia diagn psiq   Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq
Cláudio Costa8.4K visualizações
Semiologia psiquiátrica por Isadora Ribeiro
Semiologia psiquiátricaSemiologia psiquiátrica
Semiologia psiquiátrica
Isadora Ribeiro4.1K visualizações
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologia por Cesar Hoenisch
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologiaAula diagnóstico e entrevista em psicopatologia
Aula diagnóstico e entrevista em psicopatologia
Cesar Hoenisch168 visualizações
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptx por Basilio4
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptxEmergencias Psiquiatricas 2022.pptx
Emergencias Psiquiatricas 2022.pptx
Basilio48 visualizações
apresentação anamnese.pptx por RafaelReisSenes
apresentação anamnese.pptxapresentação anamnese.pptx
apresentação anamnese.pptx
RafaelReisSenes4 visualizações
Entrevis por LuanaLago4
EntrevisEntrevis
Entrevis
LuanaLago427 visualizações
Transtornos mentais por Gustavo Henrique
 Transtornos mentais Transtornos mentais
Transtornos mentais
Gustavo Henrique247 visualizações
Esquizofrenia e bipolaridade por cleytonlopes
Esquizofrenia e bipolaridadeEsquizofrenia e bipolaridade
Esquizofrenia e bipolaridade
cleytonlopes1.4K visualizações
Um Caso sobre Esquizofrenia por Camila Ferreira
Um Caso sobre EsquizofreniaUm Caso sobre Esquizofrenia
Um Caso sobre Esquizofrenia
Camila Ferreira21.2K visualizações
Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016 por Marcelo da Rocha Carvalho
Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016
Palestra na Residência em Psicologia UNIFESP 2016
Marcelo da Rocha Carvalho1.8K visualizações
Semiologia por Nelio Dinis
SemiologiaSemiologia
Semiologia
Nelio Dinis3.9K visualizações
Avaliação do estado mental por Elaine Bedin
Avaliação  do estado mentalAvaliação  do estado mental
Avaliação do estado mental
Elaine Bedin3.1K visualizações
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf por Gabriela Benigno
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
Gabriela Benigno641 visualizações
Acompanhamento Terapêutico, Transtornos Alimentares e Terapia Cognitiva por Marcelo da Rocha Carvalho
Acompanhamento Terapêutico, Transtornos Alimentares e Terapia CognitivaAcompanhamento Terapêutico, Transtornos Alimentares e Terapia Cognitiva
Acompanhamento Terapêutico, Transtornos Alimentares e Terapia Cognitiva
Marcelo da Rocha Carvalho2.4K visualizações
Aula 1 anamese por Fernanda Francalin
Aula 1 anameseAula 1 anamese
Aula 1 anamese
Fernanda Francalin6.9K visualizações
ENFERMAGEM por CHRISLAYNESILVA2
ENFERMAGEM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM
CHRISLAYNESILVA213 visualizações
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo X por Antonio Luis Sanfim
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo XCóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo X
CóPia De Curso De Esquizofrenia MóDulo X
Antonio Luis Sanfim1.1K visualizações

Aula 02

  • 1. LAMPSI – Liga Acadêmica de Medicina Psiquiátrica do Rio Grande do Norte Curso de Psicopatologia PSICOPATOLOGIA – Aula 02 Palestrante: Rafael Heitor Nunes R. Costa 12 de maio de 2012
  • 3. AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA • Entrevista: principal instrumento de conhecimento da psicopatologia. • Importância da entrevista:  Diagnóstico clínico;  Dinâmica afetiva do paciente;  Melhor intervenção e planejamento terapêuticos;  Permite realizar os principais aspectos da avaliação:  Anamnese e exame psíquico
  • 4. AVALIAÇÃO FÍSICA • Morbidade física mais frequente. • Doenças físicas subdiagnosticadas. • Clínico não examina por “não ser seu doente” e o psiquiatra não examina por ser “especialista”. • Estigma de “louco” invalida as queixas somáticas. • Exame como forma de aproximação afetiva.
  • 5. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA • Identificar possível lesão ou disfunção do SNC ou SNP (nem todas alterações neuropsiquiátricas produzem sintomas localizatórios). • Observar assimetria de forças, reflexos miotáticos profundos e musculocutâneos superficiais. • Sinais e reflexos neurológicos primitivos (lesões frontais/cerebrais difusas e encefalopatias):  Preensão: Se bilateral, indica, no adulto, lesão/disfunção frontal ou sofrimento cerebral difuso.
  • 6. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA  Sucção: protrusão labial + desvio para o lado estimulado + sucção após a estimulação da região perioral. Ex: lesão frontal e encefalopatia.  Orbicular dos lábios: percussão da área acima do lábio superior gera projeção para a frente dos lábios (faz um “bico”). Ex: Dano cerebral difuso.  Palmomentual: estímulo cutâneo da eminênia tenar gera contração e elevação do músculo mentual e, eventual- mente, do lábio inferior ipsilaterais. Ex: idoso, lesão pira- midal e encefalopatia difusa.
  • 7. PSICODIAGNÓSTICO • Área desenvolvida pela psicologia clínica. • Mais usados na prática: testes de personalidade e rastreamentos para organicidade.  Testes projetivos: Rorschach.  Testes estruturados de personalidade: MMPI (Minnesota Multiphasic Personality Inventory).  Alterações orgânicas.
  • 8. EXAMES COMPLEMENTARES • Líquor: encefalites, doenças inflamatórias, neoplasias, infecções do SNC. • EEG: diagnóstico diferencial de quadros confusionais agudos, classificação das diferentes formas de epilepsia e avaliação de transtornos do sono (polissonografia). • Neuroimagem estrutural e funcional (TC, RNM, PET, SPECT): diagnóstico diferencial em psicopatologia.
  • 9. ENTREVISTA COM O PACIENTE
  • 10. INTRODUÇÃO • Entrevista: um dos elementos mais importantes da prática psiquiátrica e da Psicopatologia. • Particularidades da entrevista e do entrevistador:  Profissional habilidoso é qualificado pelo capacidade de dominar a técnica de entrevista.  Psiquiatra:“perito do campo das relações interpessoais”.  Importância da entrevista: informações fornecidas e efeitos terapêuticos que gera.  Habilidade de entrevista: intuitiva + patrimônio da personalidade + sensibilidade nas relações interpessoais.
  • 11. INTRODUÇÃO • Iniciando a entrevista:  Apresentar-se para o paciente;  Atitude de respeito e interesse, sem criticar;  Iniciar com perguntas mais gerais, menos constrangedoras;  Permitir que o paciente fale livremente;  A entrevista tem finalidades diagnósticas e terapêuticas (mesmo as iniciais).
  • 12. INTRODUÇÃO • Variáveis da entrevista:  Paciente: personalidade, estado mental/emocional e capacidades cognitivas.  Contexto institucional: PS, enfermaria, ambulatório...  Objetivos: diagnóstico clínico, estabelecimento de vínculo terapêutico, questão forense.  Personalidade do entrevistador.
  • 13. INTRODUÇÃO • O sigilo  Esclarecer ao paciente que ele está sendo visto por um psiquiatra, que visa ajudá-lo;  Deve ficar claro aos pacientes que as informações fornecidas são sigilosas. Caso perceba dúvidas, explicitar isto ao paciente.  Esclarecer quando necessário que o sigilo poderá ser rompido se houver risco para o paciente, seus familiares ou a sociedade.
  • 14. INTRODUÇÃO • Atitudes inadequadas:  Posturas rígidas e estereotipadas.  Atitude excessivamente neutra ou fria.  Reações exageradamente emotivas.  Comentários valorativos/emissão de julgamentos.  Reações emocionais intensas de pena ou compaixão.  Responder com hostilidade ou agressão.  Permitir que o paciente seja demasiadamente prolixo.  Fazer muitas anotações ao longo da entrevista.
  • 15. INTRODUÇÃO • Regras “de ouro” da entrevista: 1a) Organizados, inteligência normal, boa e razoável es- colaridade e fora da psicose: entrevista de forma aberta. 2a) Desorganizados, baixo nível intelectual, estado psi- cótico ou paranóide, “travados” por alto nível de ansie- dade: forma + estruturada, falando mais e com pergun- tas simples e dirigidas. 3a) Tímidos, ansiosos e paranóides: perguntas neutras e, depois, mais profundas.
  • 16. PRIMEIRAS ENTREVISTAS • Importância da entrevista inicial:  Crucial no diagnóstico e tratamento;  Gerar confiança e esperança no alívio do sofrimento ou abortamento do tratamento. • Sandifer et al. (1970): Primeiros 3 minutos da entrevista são significativos e decisivos para a identificação do perfil dominante de sintomas do paciente e a formulação da hipótese diagnóstica final. • APRESENTAÇÃO:
  • 17. PRIMEIRAS ENTREVISTAS  Sigilo e discrição.  Colaboração mútua entre profissional e paciente.  Colher dados sociodemográficos.  Intervir para melhorar o prosseguimento da fala do pa- ciente e evitar posição passiva.  Evitar pausas e silêncios prolongados: deixa a entrevista tensa e improdutiva e  o nível de ansiedade. • Fases iniciais da entrevista: paciente usa manobras e mecanismos defensivos como risos, silêncio, perguntas inadequadas e comentários circunstanciais.
  • 18. PRIMEIRAS ENTREVISTAS • Procedimentos para facilitar a lide do silêncio do paciente:  Perguntas e colocações breves, demonstrando atenção e tranquilidade para ouvi-lo.  Evitar perguntas fechadas e perguntas complexas demais.  Usar frases tais como: “Como foi isso?”, “Explique melhor!”, “Conte um pouco mais sobre isso!”.  Particularizar a interação com o paciente.
  • 19. PRIMEIRAS ENTREVISTAS • Importância da fala livre:  Melhor avaliação da personalidade e avaliação dos conflitos do paciente.  Catarse e desabafo.
  • 20. PRIMEIRAS ENTREVISTAS • O sigilo  Esclarecer ao paciente que ele está sendo visto por um psiquiatra, que visa ajudá-lo;  Deve ficar claro aos pacientes que as informações fornecidas são sigilosas. Caso perceba dúvidas, explicitar isto ao paciente  Esclarecer quando necessário que o sigilo poderá ser rompido se houver risco para o paciente, seus familiares ou a sociedade
  • 21. TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA • TRANSFERÊNCIA:  Sua compreensão torna a entrevista mais habilidosa e facilita abordagem menos ingênua e mais profunda.  Inclui sentimentos positivos e negativos.  Freud: repetição inconsciente do passado onde o ana- lista ocupa o lugar do pai/mãe, levando a relações emo- cionais que não se baseiam na situação real.
  • 22. TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA • CONTRATRANSFERÊNCIA:  Projeção inconsciente, no paciente,de sentimentos que o analista nutria/nutre por pessoas significativas de sua vida.
  • 23. AVALIAÇÃO PSIQUÁTRICA GERAL • Entrevista inicial com anamnese e coleta de dados socio- demográficos, queixa principal, antecedentes mórbidos somáticos e psíquicos pessoais (incluindo hábitos e uso de substâncias químicas), antecedentes mórbidos famili- ares, história de vida (desenvolvimento somático, neuro- lógico, psicológico e psicossocial) e avaliação das intera- ções familiares e sociais do paciente. • Exame do estado mental, exame físico geral, neurológico. • Exames complementares: testes de personalidade e cognição.
  • 24. AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA GERAL • EXAMES COMPLEMENTARES: - Laboratoriais: bioquímica, citologia, imunologia, hemo- grama, eletrólitos, metabólitos, hormônios. - Neuroimagem e neurofisiologia.
  • 25. PONTOS ADICIONAIS • Avaliar e averigüar os sintomas objetivos e a vivência subjetiva deles, com a cronologia dos fenômenos, dados pessoais e familiares. • Alguns pacientes podem não ter nenhuma queixa ou, simplesmente, não terem insight sobre o que sentem. • DADOS DE UM INFORMANTE: - Também há o componente subjetivo. - Fundamental para pacientes: demenciais, déficits cogni- tivos, psicose grave e mutismo.
  • 26. PONTOS ADICIONAIS • DISSIMULAÇÃO:  Esconde ou nega voluntariamente a presença de sinal ou sintoma psicopatológico.  Motivações: evitar internação, medo de ser medicado ou medo do rótulo de “louco”. • SIMULAÇÃO:  Cria sintoma/sinal inexistente de forma consciente.  Motivações; dispensa laboral, aposentadoria, esconder- se de traficante.
  • 27. PONTOS ADICIONAIS • DIMENSÕES DA HISTÓRIA:  Longitudinal: descrição de relações temporais de forma clara e compreensível e observação dos sentimentos e reações aos eventos passados.  Transversal: história atual. • ESCREVENDO A HISTÓRIA:  Linguagem simples, precisa e compreensível, detalhada no que for essencial e concisa no que for secundário por razões clínicas, por razões legais (proteção de possíveis acusações futuras) e por razões institucionais.
  • 28. PONTOS ADICIONAIS  Evitar tecnicismo exagerado.  O relato deve ser sempre organizado e coerente, mesmo quando descreve fenômenos caóticos e irracionais.  Deve fornecer compreensão suficientemente ampla da personalidade do paciente, da dinâmica de sua família e de seu meio sócio-cultural imediato.  Uso das próprias palavras do paciente e informante quando descreve sintomas mais relevantes.
  • 30. ADVERTÊNCIAS • Separação da vida e da atividade mental em diferentes áreas ou funções psíquicas é um procedimento essencial-mente artificial. • Divisão em funções é um construto da psicologia e psi- copatologia para permitir uma comunicação mais fácil e um melhor entendimento dos fatos. • Separação em funções é teórica e, não, real.
  • 31. FUNÇÕES PSÍQUICAS • Mais afetadas nos transtornos psicorgânicos:  Consciência, atenção, orientação, memória, inteligência e linguagem. • Mais afetadas nos transtornos afetivos, neuróticos e de personalidade:  Afetividade, vontade, psicomotricidade e personalidade. • Mais afetadas nos transtornos psicóticos:  Sensopercepção, pensamento, vivência do tempo e es- paço, juízo da realidade e vivência do eu.