O documento discute vários distúrbios paroxísticos não epilépticos (DPNE), incluindo perdas de fôlego, síncopes e disritmias cardíacas que podem ser causados por diminuição da oxigenação cerebral, além de fenômenos relacionados ao sono como terror noturno e apneia do sono. Menciona também distúrbios do movimento como mioclonias benignas da infância e vertigem paroxística benigna. O diagnóstico diferencial entre esses distúrbios e epilepsia é importante
2. 2
Introdução
Início abrupto
Curso estereotipado
Término espontâneo
Importância
Diagnóstico diferencial clínico das
epilepsias
Centros terciários de epilepsia
20% dos casos são DPNE
3. 3
Síncopes – 44%
Doença psiquiátrica – 20%
Perdas de fôlego – 11%
Transtornos do sono – 11%
Migrânea – 6%
Outras causas – 8%
4. 4
Distúrbios paroxísticos não
epilépticos(DPNE)
Oxigenação cerebral
diminuída
Perdas de
fôlego(tipos cianótico
e pálido)
Síncopes
Disritmias cardíacas
Migrânea
Hipoglicemia e
Hipocalcemia
Fenômenos sono-relacionados
Terror noturno
Sonambulismo
Sonilóquio
Pesadelos
Apnéias do sono
Distonia paroxística
Narcolepsia
Bruxismo
Enurese noturna
Mioclonias noturnas
benignas infantis
5. 5
Distúrbios paroxísticos não
epilépticos(DPNE)
Distúrbios do movimento
Mioclonias benignas da
infância
Vertigem paroxística
benigna
Torcicolo paroxístico
Coreoatetose
paroxística
Ataques de tremores
Reações de susto
Apraxia ocular motora
“Spasmus nutans”
Tiques
Compressão do tronco
Refluxo gastroesofágico
Fenômenos psicológico-relacionados
Pseudo-epilepsia
Epilepsia fictícia
Síncope da
hiperventilação
Síndrome do pânico
Masturbação
6. Oxigenação cerebral diminuída
6
Perdas de fôlego
Apneia e perda de consciência, geralmente
causada por choro dor ou pequenos traumas.
Choro vigoroso
Apneia na expiração
Perda da consciência
palidez
ou tremores
cianose letargia
7. 7
Perda de fôlego(PF)
Incidência
Poucos meses a 2 anos
Pico – 12 meses
Raramente após ao 4 anos
20-35% - história familiar
Traço autossômico dominante
17% - síncopes
Após desaparecimento das PF
8. 8
Perda de fôlego(PF)
Tipos
Cianótica
Mais frequente
Origem funcional ou osíquica
Respiração forçada
Pálida
Origem traumática ou dolorosa
Rigidez ou opistótono
9. 9
Perda de fôlego(PF)
Pálida
Choro intenso levando à isquemia
cerebral hipocapneica
Apneia levando à hipoxemia
Espasmo respiratório(manobra de
Valsalva) levando ao aumento da
pressão intratorácica
Rendimento cardíaco diminuído
Circulação cerebral debilitada
Lombroso e Lerman, 1967
10. 10
Perda de fôlego(PF)
Hemograma completo
Ferritina sérica
EEG
Interictal – normal
PF – lentificação do traçado
Pressão do globo ocular – aumento do intervalo
RR em 0,5 s
Tratamento
Piracetam
Atropina(10 a 240 mg/kg/dia) – tipo pálido –
98%
Anemia ferropriva
11. 11
Síncope
Perdas transitórias da consciência por
perfusão cerebral inadequada, em que há
súbita perda do tônus, colapso da postura e
diminuição da pressão arterial
Duração – 10 a 20 s
Crianças e adolescentes
Sexo – feminino
20% - infância e adolescência
6% - de todas as internações pediátricas
12. 12
Síncope
Fatores desencadeantes
Problemas emocionais
Visão de sangue
Injeções
Sensação de medo
Visão de violência ou cenas de terror
13. Síncope – subgrupos etiológicos
13
Se devida à
posição ereta
prolongada
Se desencadeada
por algum evento
Se desencadeada
por exercício
prolongado
Se for recorrente
Vasovagal
Cardíaca
Psicogênica
15. 15
Síncope
Antes da perda de
consciência
Desconforto
epigástrico
Palidez
Suores
Palidez facial
Bocejos
Síncope convulsiva
Mais prolongada
Componente tônico
ou tc
Mordedura de
língua
Incontinência
urinária
16. 16
Síncope
Diagnóstico
Anamnese e exame clínico detalhados
ECG
Tilt table test
Tratamento
Em geral, sem necessidade
Vasopressina
Psicoterapia
17. 17
Disritmias cardíacas
Síncope com
confusão
prolongada,
movimentos
clônicos dos
membros ou
postura distônica
pós-ictal
Q-Tc > 0,44 s
18. 18
Disritmias cardíacas
Síndrome do seio carotídeo
Síndrome de Jervell-Lange-Nielsen
intervalo QT longo, surdez, episódios de síncope acarretada
por fibrilação ventricular ou assistolia e morte súbita; trata-se
de doença de herança autossômica recessiva
Síndrome de Ward-Romano
síndrome semelhante, sem perda da audição, com herança
autossômica dominante e 3 vezes mais freqüente que a
associada a surdez
Síndrome de Von Bermuth
uma variante caracterizada pela presença de taquicardia com
características familiar, em que o intervalo QT e normal em
repouso mas aumenta com o esforço, sendo herança
autossômica dominante
quarta variante apresenta comportamento semelhante as
anteriores, não sendo, contudo, de natureza hereditária, o
que mostra que uma mutação espontânea pode levar a
aumento do intervalo QT.
19. 19
Disritmias cardíacas
Diagnóstico
Investigação cardiológica
Holter
Teste de esforço
Tratamento
Cardiológico
Específico
Orientação de possibilidade de morte
súbita
20. 20
Migrânea
Forma mais comum de
DPNE
Quadro clínico
Forma paroxística
Parestesias
Escotomas
Mente embotada
Breve perda de
consciência
Vertigem
Náuseas
Afasia
Vômitos cíclicos
Crianças pequenas e
lactentes
Mais sintomas
digestivos
Diagnóstico diferencial
Epilepsia benigna com
paroxismos occipitais
(Panayotopoulos)
Diagnóstico
História familiar
Cefaléia
Início mais lento dos
sintomas
EEG não paroxístico
21. Hipoglicemia e Hipocalcemia
21
Hipoglicemia
Episódios mais
prolongados
Confusão mental
Coma
Fome
Perspiração
Taquicardia
Tremores
Palidez
Vertigens
Raramente, crises
convulsivas
Hipocalcemia
Convulsões mais
frequentes(hipoparatiroi
dismo)
Dores
Câimbras
Adormecimentos
Rigidez
Formigamento de mãos
e pés
Erupção dentária
atrasada
Prolongamento do
intervalo Q-T
Catarata
22. Fenômenos sono-relacionados
22
Terror noturno
1ª hora do sono profundo não-REM
EEG sem atividade epileptogênica
Difícil consolar e despertar
Desperta confusa
Duração – 5 min. a 30-60 min.
Sem lembrança ao despertar
Forma rara – pavor noturno epiléptico
Tratamento – clonazepam; por até 2 semanas
23. Fenômenos sono-relacionados
23
Sonambulismo
5- 12 anos -
15%
Pico – 4 e 6
anos
Ação protetora –
prevenção de
acidentes
24. Fenômenos sono-relacionados
24
Apneia do sono
3 – 8 anos
Forma obstrutiva –
mais comum
Hiperatividade
Sonolência diurna
excessiva
Alterações no
comportamento
Cefaléia matinal
Dificuldade no
aprendizado
Pierre-Robin; Down;
Mal de Ondina;
hipotireoidismo;
Arnold-Chiari;
distrofia miotônica;
obesidade mórbida
EEG sem paroxismos
Polissonografia
Avaliação
Cardiológica
ORL
25. Fenômenos sono-relacionados
Mioclonias noturnas benignas
25
Início do sono ou despertar
Lactentes
Imitam espasmos infantis
Exame neurológico normal
EEG normal
26. Fenômenos sono-relacionados
26
Narcolepsia
Ruptura severa do padrão noturno do
sono, com despertar e atividade por
cerca de uma hora; com sono irresistível
diurno
EEG sem paroxismos
Polissonografia-TLMS
Tratamento
Metilfenidato
Melatonina
27. Fenômenos sono-relacionados
27
Distonia paroxística
Sono não REM
Duração – 15 a 40 s
Distonia ou movimentos coreoatetóides
EEG normal
Tratamento - carbamazepina
Bruxismo
Avaliação ortodôntica
28. Distúrbios do movimento
Mioclonias benignas da infância
3 a 8 meses
Movimentos tônicos ou clônicos axiais ou
28
apendiculares, em salvas
Exame neurológico normal
EEG normal
Desaparecimento espontâneo aos 2 – 3
anos
Tratamento medicamentoso – não
indicado
29. Distúrbios do movimento
29
Vertigem paroxística benigna
Início – entre 1 e 3 anos
Desaparecem em torno dos 5 anos
Ataques súbitos de desequilíbrio
Breves e esporádicos
Náuseas e vômitos
Sem perda da consciência
Nistagmo
Exame neurológico normal
EEG normal
Resposta anormal à prova calórica nos ouvidos
30. Distúrbios do movimento
30
Coreoatetose paroxística
Citogenética
Mais comum
Mais semelhante a
epilepsia
Início – 5anos
Autossômica dominante
Movimentos
Após repouso
Súbitos
Tipo distônico ou
coreoatetóico
Duração – 15 a 30 s
Frequência – 1 a 100/dia
Sem perda de
consciência
Fala arrastada
EEG ictal e interictal
normais
DAE em baixas doses
Não citogenética
Autossômica recessiva
Ataques mais raros
Duração – minutos a
horas
Movimentos
Coreoatetóicos
Distônicos
< 5 anos
Mais difícil controle
31. Distúrbios do movimento
31
Ataques de estremecimento
4 meses a 4anos de idade
Desaparecimento após os 5 anos
Tremores ou estremecimento com flexão da
cabeça e membros e adução de joelhos e
cotovelos
Centenas de vezes ao dia
Sem perda de consciência
EEG sem alterações
Sem necessidade de tratamento medicamentoso
32. Distúrbios do movimento
Reações de susto hipereplexia(startle
32
reactions)
Doença do susto
Desde o nascimento
Esporádica
Herança autossômica dominante
Susto
Rigidez muscular
Perda do controle postural(queda)
Incapaz de realizar movimentos de proteção
Movimento em “sacudidas”
Exame clínico e neurológico normais
EEG normal
33. Distúrbios do movimento
Reações de susto hipereplexia(startle
33
reactions)
Saltos
Bruscos
Movimentos aos saltos
Ecolalia
Obediência automática
Gestos agressivos dirigidos aos espectadores
Herança autossômica dominante
EEG normal
Relação com a síndrome de Tourette(?)
34. Distúrbios do movimento
Reações de susto
hipereplexia(startle reactions)
Epilepsia-susto(startle epilepsy)
Crianças com outras alterações do SNC
Ataques
34
Tipo tônico-clônico
EEG - diagnóstico
35. Distúrbios do movimento
35
Apraxia oculomotora
Apraxia ocular de Cogan
Inabilidade em movimentar os olhos de
um lado para o outro de modo normal,
desvio cefálico para o lado que está
olhando
EEG normal
36. Distúrbios do movimento
36
Spasmus nutans
Episódios intermitentes
Tríade
Inclinações de cabeça ou acenos
Nistagmo
Posição anômala da cabeça
Início - 4 e 12 meses
Diagnóstico diferencial: Síndrome de
Sandifer
37. Distúrbios do movimento
37
Tiques
Predominantemente motores
Pioram com o estresse
Simples ou complexos
EEG normal
Tratamento
Medicamentoso
Clonidina
Haloperidol
Risperidona
Psicoterapia
38. Compressão do tronco cerebral
Processos progressivos da fossa
posterior e hipertensão intracraniana
Trauma craniano
Rigidez e extensão tônica das
extremidades ou flexão dos braços
38
39. 39
Refluxo gastroesofágico
Síndrome de Sandifer
Súbita extensão da
cabeça e pescoço ou
movimento contínuo da
cabeça de um lado para
o outro
Inclinação aguda da
parte superior do tronco
ou movimentos de
torção
Vômitos
Déficit de crescimento
Anemia
EEG normal
Diagnóstico
pHmetria
Esofagoscopia
40. 40
Fenômenos psicológico-relacionados
Pseudoepilepsia(crise histérica ou psicogênica)
Adolescentes – sexo feminino
Imitação de crise TCG, com gestos bizarros:
agarrando, chutando , beliscando,
autoinjúria, micção ou passividade, paciente
deitado, sem resposta a estímulos; sempre
sob observação
Tratamento
Psicoterapia
41. 41
Fenômenos psicológico-relacionados
Epilepsia fictícia
Síndrome de Munchausen por procuração
Vídeo-EEG
Monitorização com câmeras
Tratamento
Psicoterapia
42. 42
Fenômenos psicológico-relacionados
Síndrome da hiperventilação
Adolescentes – sexo feminino
Quadro clínico
Tonturas, sensação de cabeça vazia, vertigens,
parestesias generalizadas ou assimétricas,
perda da consciência
Dificuldades respiratórias, sensação de falta de
ar, de pânico
EEG normal
Tratamento
Psicoterapia
43. 43
Fenômenos psicológico-relacionados
Ataque de pânico
EEG normal
Tratamento
Ansiolíticos
Psicoterapia
Masturbação
Meninas
Quadro clínico
Membros
inferiores
fortemente
aduzidos e
cruzados
Olhar esgazeado
EEG – normal
Tratamento – sem
necessidade