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Crise febril e crise febril plus 
Marcus Petindá 
Estagiário 
Neurologia Infantil 
HBDF
Crise febril - Conceito 
• Uma crise epiléptica que ocorre após 
um mês de idade, associada à doença 
febril, não causada por uma infecção 
do SNC, sendo excluídas as crianças 
que apresentaram crises neonatais ou, 
crises não provocadas ou, que se 
encaixam nos critérios de outra crise 
sintomática aguda.
Crise febril - Conceito 
• Crise epiléptica com idade >1 mês(3 
meses a 5 anos) 
• Associada com doença febril(não do 
SNC) 
• Exclusão: crianças com crises neonatais, 
crises não provocadas ou que se 
encaixem em outras crises sintomáticas 
agudas
Crise febril – quadro clínico 
• 1ª crise – entre 18 e 22 meses 
• De uma a 24 horas após o início da 
febre 
• Crise – PICO x velocidade de ascensão 
• Temperatura > ou = a 38ºC
Crise febril – quadro clínico 
*tipos de crises* 
• Simples 
– 80% dos casos 
– Tônico-clônica generalizada 
– Duração < 15 minutos (média 5 minutos) 
– Isoladas; não recorrem no período de 24 
horas 
– Anormalidades pós-ictais ausentes
Crise febril – quadro clínico 
*tipos de crises* 
• Complexa 
– 20% 
– Crise focal e/ou, 
– Duração > 15 minutos e/ou, 
– Recorrente no período de 24 horas. 
– Anormalidades pós-ictais presentes(Paresia de 
Todd) 
Obs.: independência entre os tipos.
Etiopatogenia 
• Febre – fator desencadeante 
• Fatores predisponentes 
– Baixo limiar do córtex em desenvolvimento 
– Suscetibilidade da criança a infecções 
• Tipo de infecção 
– Propensão a ter febre alta 
– Componente genético
Etiopatogenia 
• Baixo limiar convulsígeno 
– Excitação aumentada 
– Inibição diminuída 
– Diferenças maturacionais nos circuitos 
subcorticais
Etiopatogenia 
• Genética 
– História familiar – 7,3 a 31% 
– Familiares não diretos – 16% 
– Irmãos mais jovens – chance: 10 a 20%
Etiopatogenia 
• Genética 
– 4 loci em famílias com CF 
• FEB1 – cromossomo 8q13-q21 
• FEB2- cromossomo 19p13 
• FEB3 – cromossomo 2q23-q24 
• FEB4 – cromossomo 5q14-15
Epilepsia generalizada com crises febris 
plus(EGCF+) 
• Descrita em 1997 
• Síndrome com fenótipos heterogêneos 
• Mutações 
– CF a epilepsias de variável gravidade 
• TCG, ausência, atônicas, mioclônicas e 
mioclônicas-astáticas 
• Após os 6 anos de idade
Epidemiologia 
• Incidência – 4%(único estudo na 
América do Sul – Chile) 
• Faixa etária – 6 meses e 3 anos; pico 
aos 18 meses 
• Após a 1ª crise 
– 2/3 não terão mais 
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Epidemiologia 
• Risco para a 1ª crise 
– História familiar de CF e epilepsia 
– Internação hospitalar no período neonatal 
– Atraso no DNPM 
– Idade entre 3 meses e 3 anos 
– Consumo materno de álcool e fumo 
durante a gravidez
Epidemiologia 
• Risco de recorrência 
– 30% - 2ª crise 
– 15% - 3ª crise 
– 7 a 9% - 3 ou + crises 
– Idade mais precoce 
– Grau de temperatura – 
inversamente 
proporcional 
– Duração do período 
febril – diretamente 
proporcional 
• Não considerado risco 
– Anormalidades do 
DNPM 
– CF complexa 
– Sexo ou etnia
Epidemiologia 
• Epilepsia 
– Anormalidade do 
DNPM 
– CF complexa 
– CF recorrente 
– História familiar de 
epilepsia 
– < duração do 
período febril 
• Não considerado 
risco 
– História familiar de 
CF 
– Grau de elevação da 
temperatura 
– Idade da 1ª CF 
– Sexo ou etnia
Esclerose mesial temporal e CF 
• 3 possibilidades 
– Pacientes nascem com cérebros normais e 
as CFs causam esclerose hipocampal 
– Pacientes nascem com EMT e por isso 
mais suscetíveis a crises 
– Pacientes nascem com anormalidades 
hipocampais que são agravadas pelas CF 
prolongadas
Diagnóstico 
• Clínico 
– Investigar 
• Trauma 
• Intoxicação 
• História familiar de convulsões 
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Diagnóstico diferencial 
• Perda de fôlego 
• Crise reflexa 
• Síncope 
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• Desidratação hipernatrêmica 
• Infecção bacteriana ou viral 
• Afecções do SNC 
– Meningoencefalite bacteriana ou viral 
– Empiema sub ou epidural 
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conforme quadro clínico e não somente 
pela CF 
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• Alterações em 88% nas primeiras 24h - ondas 
lentas nas regiões posteriores bilaterais 
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até 5mg 
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• Recorrência 
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– Observar a crise 
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Profilaxia Indicação Dose Duração Efeitos colaterais 
Uso internitente 
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0,5 a 1 
Até 24 h após o 
Diazepam 
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último pico febril 
VO cp (5 e 10 mg) 
recorrentes 
12/12 h 
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mamnipulação 
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VO cp (10 e 20 mg) 
5 a 20 mg/dia Vômitos, 
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0,2 
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Crises Febris: Diagnóstico e Tratamento

  • 1. Crise febril e crise febril plus Marcus Petindá Estagiário Neurologia Infantil HBDF
  • 2. Crise febril - Conceito • Uma crise epiléptica que ocorre após um mês de idade, associada à doença febril, não causada por uma infecção do SNC, sendo excluídas as crianças que apresentaram crises neonatais ou, crises não provocadas ou, que se encaixam nos critérios de outra crise sintomática aguda.
  • 3. Crise febril - Conceito • Crise epiléptica com idade >1 mês(3 meses a 5 anos) • Associada com doença febril(não do SNC) • Exclusão: crianças com crises neonatais, crises não provocadas ou que se encaixem em outras crises sintomáticas agudas
  • 4. Crise febril – quadro clínico • 1ª crise – entre 18 e 22 meses • De uma a 24 horas após o início da febre • Crise – PICO x velocidade de ascensão • Temperatura > ou = a 38ºC
  • 5. Crise febril – quadro clínico *tipos de crises* • Simples – 80% dos casos – Tônico-clônica generalizada – Duração < 15 minutos (média 5 minutos) – Isoladas; não recorrem no período de 24 horas – Anormalidades pós-ictais ausentes
  • 6. Crise febril – quadro clínico *tipos de crises* • Complexa – 20% – Crise focal e/ou, – Duração > 15 minutos e/ou, – Recorrente no período de 24 horas. – Anormalidades pós-ictais presentes(Paresia de Todd) Obs.: independência entre os tipos.
  • 7. Etiopatogenia • Febre – fator desencadeante • Fatores predisponentes – Baixo limiar do córtex em desenvolvimento – Suscetibilidade da criança a infecções • Tipo de infecção – Propensão a ter febre alta – Componente genético
  • 8. Etiopatogenia • Baixo limiar convulsígeno – Excitação aumentada – Inibição diminuída – Diferenças maturacionais nos circuitos subcorticais
  • 9. Etiopatogenia • Genética – História familiar – 7,3 a 31% – Familiares não diretos – 16% – Irmãos mais jovens – chance: 10 a 20%
  • 10. Etiopatogenia • Genética – 4 loci em famílias com CF • FEB1 – cromossomo 8q13-q21 • FEB2- cromossomo 19p13 • FEB3 – cromossomo 2q23-q24 • FEB4 – cromossomo 5q14-15
  • 11. Epilepsia generalizada com crises febris plus(EGCF+) • Descrita em 1997 • Síndrome com fenótipos heterogêneos • Mutações – CF a epilepsias de variável gravidade • TCG, ausência, atônicas, mioclônicas e mioclônicas-astáticas • Após os 6 anos de idade
  • 12. Epidemiologia • Incidência – 4%(único estudo na América do Sul – Chile) • Faixa etária – 6 meses e 3 anos; pico aos 18 meses • Após a 1ª crise – 2/3 não terão mais – 13% - > 2 episódios até 7 anos
  • 13. Epidemiologia • Risco para a 1ª crise – História familiar de CF e epilepsia – Internação hospitalar no período neonatal – Atraso no DNPM – Idade entre 3 meses e 3 anos – Consumo materno de álcool e fumo durante a gravidez
  • 14. Epidemiologia • Risco de recorrência – 30% - 2ª crise – 15% - 3ª crise – 7 a 9% - 3 ou + crises – Idade mais precoce – Grau de temperatura – inversamente proporcional – Duração do período febril – diretamente proporcional • Não considerado risco – Anormalidades do DNPM – CF complexa – Sexo ou etnia
  • 15. Epidemiologia • Epilepsia – Anormalidade do DNPM – CF complexa – CF recorrente – História familiar de epilepsia – < duração do período febril • Não considerado risco – História familiar de CF – Grau de elevação da temperatura – Idade da 1ª CF – Sexo ou etnia
  • 16. Esclerose mesial temporal e CF • 3 possibilidades – Pacientes nascem com cérebros normais e as CFs causam esclerose hipocampal – Pacientes nascem com EMT e por isso mais suscetíveis a crises – Pacientes nascem com anormalidades hipocampais que são agravadas pelas CF prolongadas
  • 17. Diagnóstico • Clínico – Investigar • Trauma • Intoxicação • História familiar de convulsões • Focos infecciosos
  • 18. Diagnóstico diferencial • Perda de fôlego • Crise reflexa • Síncope • Crise anóxica • Desidratação hipernatrêmica • Infecção bacteriana ou viral • Afecções do SNC – Meningoencefalite bacteriana ou viral – Empiema sub ou epidural – Embolização séptica – Tromboflebite cortical
  • 19. Diagnóstico • Exames deverão ser solicitados conforme quadro clínico e não somente pela CF – PL – suspeita de meningite • < 6 meses sempre puncionar – Neuroimagem – suspeita de trauma – EEG – não têm valor prognóstico • Alterações em 88% nas primeiras 24h - ondas lentas nas regiões posteriores bilaterais • Persistem por até 1 semana
  • 20. Tratamento – fase aguda • Vias aéreas livres • Oxigenação • Acesso venoso • Anticonvulsivante – Diazepam 0,2 a 0,3 mg/kg IV, pode ser repetido até 5mg – Diazepam 0,5 mg/kg via retal – Midazolam 0,2 a 0,7 mg/kg IV ou IM ou retal • Antitérmico
  • 21. Orientação familiar • Recorrência – Calma – Criança colocada em decúbito lateral – Não colocar anda entre os dentes – Observar a crise – Levar ao pronto socorro
  • 22. Profilaxia Indicação Dose Duração Efeitos colaterais Uso internitente Convulsões 0,5 a 1 Até 24 h após o Diazepam febris mg/kg/dia último pico febril VO cp (5 e 10 mg) recorrentes 12/12 h Supositório retal infantil (5 e 10 mg) mamnipulação Agitação, sonolência, ataxia Clobazam VO cp (10 e 20 mg) 5 a 20 mg/dia Vômitos, sonolência, hiperatividade Midazolam cp (7,5 e 15 mg) VO 0,2 mg/kg/dose Uso contínuo Fenobarbital VO 1 gota/1mg 3 a 5 mg/kg/dia 24/24 h 12 meses Hiperatividade, irritabilidade, agressividade, distúrbio do sono, Eritema cutâneo, alteração cognitiva Valproato de sódio Depakene VO(5ml/250 mg) Valpakine (1 ml/200 mg) 20 mg/kg/dia 12/12 h 12 meses Sintomas GI, sedação, ataxia, eritema cutâneo, hepatite fulminante