O documento discute vários tipos de epilepsia benigna da infância generalizada, incluindo suas características clínicas, epidemiologia e tratamento. Aborda condições como convulsões neonatais familiares benignas, epilepsia mioclônica benigna da infância, epilepsia ausência da infância e epilepsias com crises ao despertar. O tratamento envolve aconselhamento, evitar fatores desencadeantes e medicamentos como valproato de sódio, etossuximida e lamotrigina.
1. Epilepsia benigna da
infância
generalizada
Marcus Petindá
Estagiário
Neurologia Infantil
HBDF
2. Conceito
São as síndromes epilépticas que cursam
com crises generalizadas, isto é, crises em
que as primeiras mudanças clínicas
indicam envolvimento inicial dos 2
hemisférios cerebrais e o padrão
eletrográfico ictal é bilateral
3. Epidemiologia
Incidência é maior nos países em
desenvolvimento e menor nos países
desenvolvidos
Brasil
Incidência – 100/100000
Prevalência – 1 a 1,5%
4. Convulsões neonatais familiares
benignas
Raras
Herança dominante
2º e 3º dias de vida
Crises clônicas e de apnéia e sem padrão
de EEG típico
14% dos pacientes desenvolvem epilepsia
5. Convulsões neonatais benignas
Sexo masculino
5º dia de vida
Clônicas ou de apnéia
Sem etiologia definida
EEG interictal – ondas agudas lentas
Sem recorrência
DNPM adequado
Epilepsia – 0,5%
6. Epilepsia mioclônica benigna da
infância
Surtos breves de mioclonias generalizadas
1º ou 2º ano de vida
História familiar de epilepsia
EEG
Complexos espícula-onda generalizados, em
surtos breves, nos estágios precoces do sono
Na adolescência podem ocorrer crises TCG
7. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Pico aos 6 a 7 anos
Predisposição genética acentuada
Sexo feminino
Crises de ausência, muito frequentes, de
curta duração, (10 s), sem confusão pós-ictal
Na adolescência, podem surgir crises TCG
Ausência pose persistir até a vida adulta
8. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
7 subformas de crise de ausência típica
Com distúrbio de consciência
Com comprometimento clônico discreto
Com componente atônico
Com componente tônico
Com automatismos
Com sintomas autonômicos
Formas mistas
9. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Com distúrbio de consciência
Cessa as atividades abruptamente
Permanece com olhar fixo, que podem se
desviar para cima
Término súbito
Paciente geralmente não percebe
Retorno às atividades
10. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Com comprometimento clônico discreto
Clonias discretas das pálpebras, da comissura
labial, e, às vezes dos MMSS
Frequência de 3s
Sutis
11. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Com componente atônico
Hipotonia súbita da cabeça ou mãos
Com componente tônico
Hipertonia discreta e breve
Com ou sem aumento do tônus simétrico dos m.
extensores e flexores
12. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Com automatismos
Crises prolongadas
Movimentos estereotipados: elevação palpebral,
movimentos de lamber, deglutir, coçar, etc.
Mimetizam as crise parciais complexas
13. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
Com sintomas autonômicos
Hiperemia perioral, dilatação pupilar, taquicardia,
piloereção, salivação, incontinência urinária
Formas mistas
Várias combinações das formas descritas
anteriormente
14. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
EEG
Ictal – CEO a 3/s, bilaterais, síncronos e
simétricos, início súbito
Descargas assimétricas, com alternância dos
lados ou unilaterais
Precipitadas por
Hiperpnéia em cerca de 100% (não tratados)
Fotoestimulação em 15%(não tratados)
Atividades que exijam a atenção suprimem as
crises
15. Epilepsia ausência da
infância(picnolepsia)
EEG
Interictal – CEO a 3/s, sem sinais clínicos
Atividade de base normal
Eventualmente, atividade beta posterior rítmica
intermitente
Sono leve e profundo – aumento da frequência e
irregularidade(multispículas)
16. Epilepsia ausência juvenil
Semelhante à picnolepsia
Movimentos retropulsivos são menos comuns
Adolescência
Menor frequencia de crises que na forma infantil
Associação com:
Crises TCG(ao despertar)
Crises mioclônicas
Sexo – distribuição igual
17. Epilepsia mioclônica juvenil (pequeno
mal impulsivo)
Próximo à puberdade
Crises com abalos mioclônicos irregulares,
predominando nos braços, de forma bilateral, única ou
repetida, arrítmica
abalos = quedas
Sem distúrbio de consciência
Caráter hereditário(possível)
Distribuição igual nos sexos
Associação com crises TCG e ausência
Ocorrem ao despertar
Precipitadas pela privação de sono
18. Epilepsias com crises TCG ao
despertar
2ª década de vida
Ao despertar (>90%), em qualquer hora do
dia
Ausências e crises mioclônicas
(possibilidade)
Fator desencadeante – privação de sono
Predisposição genética
Fotossensibilidade
19. Outras epilepsias generalizadas
idiopáticas não definidas anteriormente
Crises precipitadas por estímulos
específicos de ativação
Fatores ambientais
Fatores internos
20. Tratamento
Aconselhamento
Evitar fatores desencadeantes
Ex.: privação se sono
Tratamento medicamentoso de longo prazo
80% dos pacientes controlam as crises
21. Tratamento medicamentoso
Valproato de sódio
Divalproato de sódio
10 a 60 mg/kg/dia
Níveis séricos – 50 a
100 μg/ml
Efeitos adversos
Ganho de peso
Queda de cabelos
Tremores dose
dependente
Encefalopatia
Falência hepática (< 2
anos)
Efeito teratogênico em
mulheres em idade fértil