4. Asma: Epidemiologia
Doença crônica mais comum na infância
A taxa de mortalidade causada por asma entre
crianças de 5 a 14 anos dobrou entre 1980 e 1995:
Crianças em ambientes mais carentes ou ambientes
urbanos, tem taxas mais altas de hospitalização e
mortalidade
5. Asma: Epidemiologia
Prevalência em constante crescimento desde os
anos 70:
Prevalência crescente em todas as faixas etárias:
Mais pronunciada em crianças < 5 anos de idade
(160% de crescimento)
Nos EUA afeta 17 milhões de pessoas sendo que 5
milhões tem menos de 18 anos.
6. Aumento da prevalência de asma
• Oslo:
– 1981: 1772 cças
– 1993: 4521 cças
• Escócia e Inglaterra:
– Nº de crises de asma 3 vezes maior
em 1992 que em 1982.
• U.S.A.:
– 1981
– 1988
Aumento 100%
Aumento 39%
7. Asma: prevalência
Prevalência no Brasil: ao redor de 25%
- ISAAC - International Survey of Asthma and Allergy in
Childhood (Recife, Salvador, Itabira, Uberlândia, São
Paulo, Curitiba e Porto Alegre).
- Crianças de 6 a 7 anos (4,7% a 20,7%)
- Crianças de 13 a 14 anos (4,8% a 21,9%)
- Prevalência Média = 13,3%
II Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, 1998.
8. A tragédia Brasileira...
350.000 hospitalizações pelo SUS/96
4% das causas de hospitalização
terceiro > custo (2,8% dos gastos) = $77 milhões
70% dos óbitos ocorrem no hospital e 22% destes
chegaram agônicos
só 0,8% morrem em UTI
os BD são as medicações mais prescritas enquanto os
antiinflamatórios são as menos prescritas
Campos, HS Pulmão RJ 2000; 9 (1): 14-43
9. 160 -
140 -
120 -
100 -
80 -
60 -
40 -
20 -
0 -
Never
wheezers
Transient
wheezers
Late
wheezers
Persistent
wheezers
- 1400
- 1300
- 1200
- 1100
- 1000
- 900
- 800
* * *
p<0.05
*
Martinez FD et al . N Eng J Med 1995;332:133-138
Função pulmonar ao nascimento e aos
6 anos de idade
13. Causas de Limitação do Fluxo Aéreo
Broncoconstrição aguda
Edema da
Parede
Formação
de
Muco
Remodelamento da via aérea
14. Ponto de vista atual da asma
Tampão mucoso
Extravasamento
de plasma
Antígenos e outros estímulos
Mastócito
Macrófago
Linfócito-T Neutrófilo
Eosinófilo
Nervo sensitivo
Nervo eferente
Broncoconstrição
Edema
Ruptura epitelial
Fibrose subepitelial
15. Remodelamento da Via Aérea
Modificações na estrutura da via aérea que causam
limitação irreversível do fluxo aéreo:
hipertrofia do músculo liso
fibrose da membrana basal
interrupção do processo de apoptose
Contribui para limitações na resposta terapêutica
16. Destruição do epitélio bronquial
Deposição de colágeno sob a membrana basal
Edema
Ativação de mastócitos
Infiltrado de células inflamatórias
Neutrófilos (especialmente na asma fatal)
Eosinófilos
Linfócitos (células TH-2)
Asma: patogenia
17. Identificar os sintomas
sugestivos de asma
Apoiar a suspeita de asma
Avaliar a gravidade
Identificar os fatores
precipitantes
Asma: diagnóstico
18. Presença de sibilancias na ausculta
História de:
Tosse, que piora à noite
Episódios recorrentes de dispnéia, sibilancias ou opressão
torácica
Limitação ao fluxo aéreo reversível medida por PEF
Os sintomas pioram com:
Exercício
Infeções virais
Contato com animais
Ácaros de poeira
Fungos
Fumo/Fumaça
Pólen
Mudanças de temperatura
Riso, choro
Durante a noite
Asma: clínica
19. Clín. SUGESTIVA Clín. DUVIDOSA
Medidas freqüentes
de PEF se possível.
Resposta BD
ASMA PROVÁVEL
Valorizar etiologia e
gravidade
Tto. de Prova
Considerar:
Rx tórax e seios da face
Função pulmonar
Provocação bronquial
Mantoux. Ionotest
Função imunológica
Estudo de Cílios
Estudo RGE
Negativo
Outro Diagn.
Positivo
Pouca
Resposta
A follow up statement from an international paediatric asthma consensus group
Arch Dis Child, 1992; 67:240-248
Asma: diagnóstico
20. Deve ser realizada espirometria pré e pós
broncodilatador em todos os pacientes com clínica
sugestiva de asma. Posteriormente realizar no
mínimo uma espirometria anualmente.
Monitorizar a variação diurna de PEF durante 2
semanas em pacientes com clínica sugestiva porém
com espirometria normal.
Provocação bronquial com metacolina ou exercício
quando se suspeita de asma mas a função pulmonar
é normal.
Asma: função pulmonar
25. Drogas para controle a longo prazo:
Corticosteróides
Cromonas: CGDS e Nedocromil
ß2-agonistas de ação prolongada
Metilxantinas
Antileucotrienos
Drogas para alívio rápido dos sintomas:
ß2-agonistas de curta ação
Anticolinérgicos
Corticosteróides sistêmicos
Asma: farmacoterapia
26. Tratamento mais eficaz da crise asmática
e dos sintomas intermitentes da asma em
todas as idades.
Utilizar doses suficiente e com intervalo
breve (em crises graves nebulização
contínua).
Evidentemente, via inalada melhor que
oral, e.v. etc...
2 de curta ação
27. Aceleram a resolução da obstrução.
Reduzem a freqüência de recaídas.
Efeito a partir de 4 horas.
Via oral tem similar eficácia que a e.v.
Corticóides sistêmicos
28. NÃO deve ser utilizado para tratamento de
exacerbações.
Utilizados sempre juntamente com fármacos
antiinflamatórios para lograr um controle
prolongado dos sintomas: asma noturna,
broncoespasmo induzido por exercício.
2 de ação prolongada
29. CGDS e Nedocromil: similar atividade antiinflamatória:
Bloqueio dos canais de cloro
Modulação da degranulação dos mastócitos
Modulação do recrutamento de eosinófilos
Igualmente eficazes na asma alérgica, Nedocromil algo
mais eficaz na asma não alérgica
Nedocromil pode ser utilizado 2 vezes ao dia (melhor 3)
A resposta clínica é menos previsível que com
corticóides inalados
Poucos efeitos colaterais com ambos os fármacos
Cromonas
30. Melhoram a função pulmonar
Diminuem os sintomas e as necessidades de ß2.
Seu papel no tratamento da asma não está bem
estabelecido:
Primeira linha em asma leve-moderado em vez de
corticóides inalados a baixas doses.
Diminui as doses de corticóides inalados.
Pacientes com falha no cumprimento de medicação
inalada.
Pacientes com asma e rinite alérgica.
Antileucotrienos
31. Broncodilatadores de potência leve.
Mecanismo de ação desconhecido, estudos atuais
sugerem que a doses baixas tem certo efeito
antiinflamatório.
Teofilina de liberação lenta poderia ser uma alternativa
(NÃO preferida) para o tratamento de manutenção.
Monitorização de níveis sangüíneos é essencial.
Metilxantinas
32. Brometo de Ipratrópio inalado.
Pode ter algum efeito aditivo aos ß2 na crise
asmática grave.
Sua eficácia no tratamento a longo prazo não
está demonstrada.
Anticolinérgicos
33. O melhor tratamento para o estado de mal
asmático é o realizado 3 dias antes de seu
início!
T. Petty, 1989
34. Patologias de vias aéreas superiores:
Rinites e sinusites
Obstrução de grande via aérea:
Corpo estranho
Disfunção de cordas vocais
Anéis vasculares, membrana laríngea
Laringotraqueomalácia, estenose traqueal ou
bronquial
Compressão por adenopatias ou tumores
Asma: diagnóstico diferencial
35. Obstrução de pequenas vias aéreas:
Bronquiolite viral, bronquiolite obliterante
Fibrose Cística
Displasia broncopulmonar
Cardiopatias
Outras causas:
Tosse recorrente não asmática
Aspiração por defeito na deglutição ou por refluxo
gastroesofágico.
Asma: diagnóstico diferencial
36. 2185 crianças entre 12 e 24 meses de idade (Toronto)
• Aleitamento materno por mais de 9 m protege do
desenvolvimento de asma e broncoespasmo
• Com base em evidências disponíveis, em termos
populacionais, sugere-se que o efeito se torne
significativo em crianças amamentadas pelo menos
por 6 meses.
Asma e aleitamento materno
Dell S, To T. Arch Pediatr Adolesc Med 2001;155:1261-5