PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky e Educação
1. Universidade Estadual de Goiás
Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura
Psicologia da Educação
A Escola de Vygotsky
Profª Ellen Muniz
Alunos: Fernanda Gonçalves,
Núbia Carla e Vinicius Costa
Anápolis, 2012
2. Introdução
A teoria histórico-cultural
• pressupõe que na presença de
condições adequadas de vida e de
educação as crianças desenvolvem
intensamente: diferentes atividades
práticas, intelectuais e artísticas
• As crianças iniciam a formação de
idéias, sentimentos e hábitos morais,
traços de personalidade.
3. Introdução
A teoria histórico-cultural
• Constitui-se como uma vertente da
psicologia desenvolvida na União
Soviética, nas décadas do século XX.
• Os autores denominaram essa corrente
de pensamento como histórico-cultural
pelo principio de que o homem é um
ser de natureza social.
4. Introdução - A teoria histórico-cultural
Diferenças entre outras correntes da
Psicologia:
• 1. Havia desprezo em relação à
consciência humana e travavam apenas de
explicar os elementos mais simples do
pensamento humano.
5. Introdução - A teoria histórico-cultural
Diferenças entre outras correntes da
Psicologia:
• 2. A consciência humana era explicada
apelando para uma dádiva divina.
6. Introdução- A teoria histórico-cultural
Insatisfação de Vygostky
• Retomada aos estudos de Karl Marx
• Apontamentos:
- Os homens não são dotados de pouca
inteligencia e muita inteligencia, solidários ou
egoístas, plenos ou vazios de aptidões devido
a uma vontade divina.
- Isto se dá devido ao lugar em que ocupam nas
relações sociais.
7. Introdução - A teoria histórico-cultural
• A teoria histórico-cultural supera a
concepção de que a criança traz , ao
nascer, o conjunto de aptidões e
capacidades que vai apresentar quando
adulta.
8. Introdução- A teoria histórico-cultural
A criança nasce com:
• uma única potencialidade, a
potencialidade para aprender
potencialidades.
• Uma única aptidão, a aptidão para
aprender aptidões.
• Uma única capacidade, a capacidade
ilimitada de aprender e desenvolver
sua inteligência.
9. Introdução- A teoria histórico-cultural
Desenvolvimento da Inteligência é mediante:
• Linguagem oral, atenção, memória,
pensamento controle da própria conduta,
linguagem escrita, desenho, o cálculo...
E o desenvolvimento da personalidade:
• A auto-estima, os valores morais, valores
éticos e a afetividade.
10. Introdução- A teoria histórico-cultural
• As habilidades, capacidades e aptidões
humanas eram distintas em cada período
histórico.
• Cada ser, em seu tempo, se apropria das
qualidade humanas disponíveis para viver em
sua época.
• Essas qualidades diferem de um grupo social
para o outro, de acordo com o acesso que
cada pessoa tem à cultura.
11.
12. Introdução- A teoria histórico-cultural
O que é a cultura?
• É tudo o que os seres humanos vieram
criando ao longo da história.
• É tanto coisas materiais:
• Como coisas não-materiais:
13. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• O homem precisa aprender as habilidades que
poderá desenvolver.
• Os animais trazem consigo ao nascer um
conjunto de habilidades que poderá
desenvolver.
• Essa condição não permite que os animais se
desenvolvam além do que lhe foi designado
biologicamente.
14. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• Ex:
- O gato sempre caça hoje
como sempre caçou ao
longo da história.
- O ser humano precisa
aprender habilidades e as
aprende sempre com a
geração com que convive e
no mundo em que vive.
15. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• O homem não parou de modificar e todos os
objetos que foi criando não pararam de ser
transmitidos de uma geração para a outra,
oque possibilitou a história humana.
• Ao construir esse conjunto de objetos o
homem também cria aptidões, habilidades e
capacidades humanas necessárias à sua
utilização.
16. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• Ao aprender utilizar os objetos da cultura que
encontra na sociedade, cada novo ser humano
reproduz habilidades e aptidões que estão
cristalizadas naqueles objetos da cultura a
que tem acesso.
• À medida que aprende a utilizar a cultura a
criança acumula experiências e cria sua
inteligencia e personalidade.
17. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• Apropriação das aptidões:
- mediante a realição da atividade adequada
para o qual o objeto foi criado.
• Ex. Só usamos a colher e aprendemos a usá-la
conforme o uso social para o qual ela foi
designada.
18. O Ser Humano Constrói sua Natureza
• Necessidade do mediador:
- ser mais experiente
- instrui verbalmente a
criança.
• Processos de mediação:
- Intencional (intenção
explícita de ensinar)
- espontâneo (aprendizado
por meio de obervação)
19. Educação e Desenvolvimento Humano
• Antes da teoria histórico-cultural:
- O ser humano carrega ao nascer um
conjunto de aptidões, habilidades e
capacidades.
- A educação deve apenas facilitar o
desenvolvimeto das qualidades que estariam
naturalmente dadas ao nascimento
- Aquilo que a criança traz consigo ao nascer
basta para o seu desenvolvimento.
20. Educação e Desenvolvimento Humano
• Tais teorias, que têm Piaget como principal
representante, trouxeram certo imobilismo
para a atuação do educador.
• As qualidades não tragas pelo sujeito de nada
adiantaria a tentativa de desenvolvê-las. Uma
vez que a educação apenas facilitaria o
desenvolvimento.
21.
22. Educação e Desenvolvimento Humano
• Com a teoria histórico-cultural:
- O papel da educação é garantir a criação de
aptidões que são inicialmente externas ao
indivíduo.
- Essas possibilidades estão dadas como
possibilidade nos objetos materiais e
intelectuais da cultura.
-Há a necessidade de condições de vida que
possibilite o acesso dos indivíduos das novas
gerações às culturas acumuladas.
23. Educação e Desenvolvimento Humano
• Papel do educador é essencial
• As crianças não tem condições de decifrar
sozinhas as conquistas da cultura humana.
• Os objetos da cultura só fazem sentido
quando aprendemos o seu uso social.
OBS: só pode ensinar o uso social das coisas
quem já sabe usá-las!
• Necessidades: uso crítico das tecnologias e
melhor formação de professores frente à
inovação.
24. Educação e Desenvolvimento Humano
• Conforme Vygostky, as funções psíquicas
(como a linguagem oral, o pensamento, a
memória, o controle da própria conduta, a
linguagem escrita, o cálculo) antes de se
tornarem internas ao indivíduo, precisam ser
vivenciadas nas relações entre as pessoas.
• A ação do educador é de suma importância
para dirigir intencionalmente o processo
educativo.
25. Educação e Desenvolvimento Humano
• Com a teoria histórico-cultural:
- a tarefa do educador é garantir a reprodução
do saber que possibilita a criação de novas
invenções.
• É preciso que os educadores:
- identifiquem aqueles elementos culturais que
precisam ser assimilados pela criança, para
que ela desenvolva ao máximo as aptidões,
capacidades e habilidades.
- Descubram a forma mais adequada para
garantir esse objetivo.
26. Aprendizagem e Desenvolvimento
Nova compreensão da relação Aprendizado e
Desenvolvimento
Piaget
O desenvolvimento antecede a
aprendizagem e é a condição para que
a aprendizagem aconteça.
Para esta concepção as relações do indivíduo com a
cultura são importantes, mas não essenciais, uma vez que
sem elas haveria um nível de desenvolvimento garantido
pela carga biológica com que a criança nasce.
27. Aprendizagem e
Desenvolvimento
Ruptura de pensamento
o Para Vygotsky, o desenvolvimento da
inteligência e da personalidade é
resultado da aprendizagem. As
características inatas do indivíduo são
essenciais, porém,não são suficientes.
28. A relação entre Aprendizagem e
Desenvolvimento ganha uma nova
perspectiva
Não é o desenvolvimento
que antecede e
possibilita a
aprendizagem, mas, ao
contrário, é a
aprendizagem que
antecede, possibilita e
impulsiona o
desenvolvimento
29. Alguns elementos para
compreender a aprendizagem
Se a aprendizagem é tão importante, uma vez
que move o desenvolvimento das qualidades
humanas:
Quando acontece a aprendizagem?
Qualquer ensino pode levar a aprendizagem?
Em que condições a aprendizagem acontece?
30. As zonas de desenvolvimento e o
papel do educador
Zona de desenvolvimento real: expressa o
nível de desenvolvimento psíquico já
alcançado pela criança.
Para avaliar esse desenvolvimento,
Vygotsky utilizava apenas aquilo que a
criança era capaz de fazer de forma
independente.
31. As zonas de desenvolvimento e o papel do
educador
Zona de desenvolvimento próximo: se
manifesta por aquilo que a criança ainda não
é capaz de fazer sozinha, mais já é capaz de
fazer com a colaboração de um parceiro
mais experiente.
Se ensinarmos para a criança aquilo que ela já
sabe, não haverá nem aprendizagem nem
desenvolvimento. O mesmo acontecerá se
ensinarmos algo esta muito além de sua
capacidade de aprendizagem
32. As zonas de desenvolvimento e o papel
do educador
Para Vygostky, o bom ensino é aquele que
garante a aprendizagem e impulsiona o
desenvolvimento.
Processo colaborativo entre educador e a
criança.
O trabalho educativo deve impulsionar novos
conhecimentos e novas conquistas, a partir
do nível real de desenvolvimento da criança
33. As zonas de desenvolvimento e o
papel do educador
Importância da interferência intencional
do adulto – planejamento competente –
e também a importância de atividades
com grupos de crianças de diferentes
idades.
O educador deve intervir, provocando
avanços que de forma espontânea não
ocorreriam.
34. Em que circunstâncias a criança
aprende?
O processo de aprendizagem é sempre
colaborativo, ou seja, resulta da ação
conjunta entre educador e aquele que
aprende.
É sempre ativo do ponto de vista do
sujeito que aprende: para se apropriar
de um objeto, é necessário que o
aprendiz reproduza o uso social para o
qual ele foi criado.
35. Em que circunstâncias a criança
aprende?
Para esta concepção, a aprendizagem
não resulta de um processo de criação,
mas de um processo de reprodução do
uso que a sociedade faz dos objetos,
das técnicas e mesmo das relações
sociais, dos costumes, dos hábitos, da
língua.
36. O conceito de atividade principal
Ao observarmos as crianças pequenas,
percebemos que cada idade se
distingue por uma sensibilidade
seletiva frente a diferentes tipos de
ensino ou de influência dos adultos.
Qualidades que estão em processo de
formação.
37. O conceito de atividade principal
Primeiros meses de vida comunicação
com os adultos que cuidam deles.
Adultos falarem com a criança antes
delas entenderem cria novas
necessidades: comunicação e
manipulação de objetos
38. O conceito de atividade principal
Inicialmente o desenvolvimento do
pensamento acontece segundo as
imagens daquilo que a criança esta
fazendo no momento.
Depois, ela pensa com as imagens que
vão ficando na memória e, só mais
tarde, com a aquisição da linguagem
oral, o pensamento se torna verbal.
39. O conceito de atividade principal
Próximo aos três anos, passa a imitar os
adultos em suas relações sociais e com
o mundo da cultura.
Com seis anos de idade, o faz de conta
será a principal atividade da criança.
40. O conceito de atividade principal
A partir da entrada na escola fundamental, o
estudo passa a ser a atividade principal.
Em cada etapa de
desenvolvimento, a criança
adota um tipo de atividade que
permite, dentro das
particularidades desse
desenvolvimento, a ampliação
de suas qualidades humanas.
41. O conceito de atividade principal
Para Leontiev e Vygotsky atividade não é qualquer
coisa que a pessoa faça, mas apenas aquilo que
faz sentido para ela. Toda a atividade que a
pessoa faz tem sempre um objetivo e um
motivo.
O objetivo é aquilo que deve ser alcançado no
final da tarefa
O motivo é a necessidade que leva a pessoa a
agir.
Portanto, o sentido é dado pela relação
entre resultado-previsto
o motivo e o objetivo – o para a tarefa.
42. O conceito de atividade principal
A atividade que faz sentido para criança é
a chave pela qual ela entra em contato
com o mundo, aprende a usar a cultura
e se apropria das aptidões,
capacidades e habilidades humanas.
43. O conceito de atividade principal
Essa compreensão do processo de
aprendizagem coloca sob suspeita
processos artificiais de ensino em muitas
escolas.
As atividades artificiais criadas para ensinar a
criança a ler e a escrever, e que não as
utilizam para o fim verdadeiro para a qual
foram criadas, não geram necessidades de
leitura e escrita nas criança, nem buscam
sua iniciativa.
44. A aprendizagem como
processo compartilhado
Se o bom ensino é aquele que a criança ainda
não sabe, como garantir que a criança
realize, ela própria, a atividade?
O fazer compartilhado entre o educador e a
criança;
A participação da criança não desqualifica o
trabalho do educador.
45. A aprendizagem como
processo compartilhado
Não pode perder de vista é a atividade principal
específica que caracteriza as diferentes
etapas do desenvolvimento;
Ex.: entre 3 e 6 anos faz-de-conta;
A atividade deve responder aos desejos,
interesses e motivos da criança.
46. A criação de novos motivos,
interesses e necessidades
Gramsci o papel da escola é formar
cada criança para ser um dirigente, um
cidadão preparado para ser o
presidente da república.
47. A criação de novos motivos,
interesses e necessidades
Devemos criar nas crianças o máximo
daquelas habilidades, capacidades e
aptidões;
Os motivos e interesses humanos são
históricos e sociais;
São aprendidos a partir das condições
concretas de vida e educação.
48. A criação de novos motivos,
interesses e necessidades
Primeira ideia se os motivos, interesses e necessidades
são aprendidos, então velhos motivos podem ser
modificados e novos podem ser ensinados ou criados;
Segunda ideia se os motivos que as crianças ou alunos
trazem para a escola são aprendidos nas diferentes
situações que vivem, então o papel da instituição escolar
não é o de responder às necessidades.
49. A criação de novos motivos,
interesses e necessidades
Condições concretas para criação de novos
motivos:
1º é preciso propor experiências que
possam a vir a se tornar atividades
significativas;
2º a criança deve se envolver inteiramente
na realização e o objetivo da atividade se
torne o motivo que a move.
50. A criação de novos motivos,
interesses e necessidades
Para escolher bem o proposto para a criança
deve conhecer a prática social;
O educador deve conhecer os níveis de
desenvolvimento real das crianças;
Assim propicia a criança a experiência sob
forma de atividade.
51. A criança competente
Subestimamos a sua capacidade de aprendizado;
Teoria histórico-cultural o lugar ocupado pela
criança nas relações sociais de que participa é
força motivadora de seu desenvolvimento;
Determinado pela concepção que os adultos têm
acerca a criança e seu desenvolvimento.
52. Conclusão
As condições ótimas para a realização das
máximas possibilidades da criança e seu
desenvolvimento harmônico não se criam
pelo ensino forçado e antecipado;
Desenvolvimento máximo das formas
especificamente infantis de atividade;
Inteligência e personalidade.