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Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
DESENVOLVER PROJETO DE VIDA NA ESCOLA
É preciso cuidado para não repetir os padrões, dizer para o jovem “o que ele deve ser” ou o
que ele “deve azer para ser alguém”.
Mas há a necessidade de incentivá-lo e apoiá-lo no processo de refexão sobre “quem ele
sabe que é” e “quem gostaria de vir a ser” e ajudá-lo a planejar o caminho que precisa
construir e seguir para realizar esse encontro.
Ele deverá ter descoberto a necessidade de projetar seus sonhos e desejos em orma de
ações e terá vivenciado um pouco da experiência de saber que este é um caminho que deve
ser construído e cuidado por cada um, com o apoio dos seus educadores e da sua família.
TRANSFORMAR SONHO EM REALIDADE
No Modelo da Escola da Escolha o oco é o jovem e o seu Projeto de Vida. Isso signica
que todos reúnem os esforços para a sua realização por meio do Projeto Escolar,
que se estrutura para esse m, porque a escola provê as condições para a oerta de uma
ormação acadêmica de excelência associada a uma sólida ormação em valores unda-
mentais para apoiar os estudantes nas decisões que tomarão ao longo das suas vidas e no
desenvolvimento de competências, que os permitirão transitar e atuar diante dos imensos
desaos e possibilidades que encontrarão.
Esse conjunto deverá criar as condições e apoiar o estudante nas decisões relativas à
continuidade dos seus estudos no Ensino Médio, reconhecendo a imprescindibilidade dos
processos educativos para a construção de um projeto para a sua vida.
O ato de existir no currículo uma metodologia especíca não prescinde toda a equipe de
educadores de se envolver com a sua realização, na medida em que o Projeto de Vida do
jovem é o foco do projeto escolar. Nesse sentido, todos têm contribuições a oferecer e um
precioso trabalho a realizar. Sejam os manipuladores de alimentos no reeitório da escola
ou os Professores, todos conjugam esforços para apoiar o estudante diante do percur-
so do seu Projeto, em toda a sua complexidade e oportunidades, por meio da sua com-
petência técnica e experiências pessoais, exercendo infuência armativa em suas vidas,
orientando, apontando caminhos e sempre inspirando os estudantes na realização de suas
visões de futuro.
23
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA DAS AULAS DE
PROJETO DE VIDA NOS DOIS ANOS DO ENSINO MÉDIO
a. Autoconhecimento.
b. Reconhecer as suas potencia-
lidades e fragilidades.
c. Identicar, desenvolver e inte-
grar as competências para a vida
pessoal, social e produtiva.
d. Relacionar valores às atitudes
e decisões de sua vida.
a. As competências dos 4 Pilares
do Conhecimento e as habilidades
socioemocionais.
b. A presença e a integração das
competências na vida pessoal, social
e produtiva.
c. A importância das escolhas
e decisões fundamentadas em
critérios em um Projeto de Vida.
A criação:
• da visão.
• das premissas.
A denição:
• das metas.
• das ações.
A elaboração:
• do cronograma.
• do acompanhamento
e revisão.
Identidade:
Eu no mundo
1º ANO 2º ANO
A elaboração
do Projeto de Vida
A construção
de
competências
O futuro:
os planos e as
decisões
As aulas se estruturam da seguinte forma:
1º ano: identidade, valores e construção de competências. Esse ano dedica-se ao auto-
conhecimento e reconhecimento da importância dos valores; à existência de competências
undamentais que se relacionam, se integram e que estão presentes nas várias dimen-
sões da vida e à refexão sobre a importância das escolas e decisões orientadas por cri-
térios e o seu impacto em um Projeto de Vida. Como parte desse processo os jovens docu-
mentam suas refexões no Guia do Jovem Sonhador para a elaboração do Projeto de Vida.
No âmbito acadêmico, é no 1º ano que o estudante escolhe e decide pelo Itinerário Formativo
que deseja cursar a partir do 2º ano. Essa é apenas uma das decisões que faz parte do
conjunto de tantas outras e que compõe a trajetória de construção de um Projeto de Vida.
27
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
AVALIAÇÃO EM PROJETO DE VIDA
O ICE trata do tema Avaliação da Aprendizagem no Caderno de Formação – Inovações
em Conteúdo, Método e Gestão – Gestão do Ensino e da Aprendizagem. Nesse
caderno, esclarecemos nossa visão sobre avaliação que não se confunde como instrumento
para a atribuição de notas e/ou conceitos, mas como um recurso que auxilia na conti-
nuidade da aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidades, bem
como no domínio de conhecimentos que contribuem para o processo de ormação
integral do estudante. Essa ormação reere-se ao ideal de um jovem autônomo, solidário
e competente que na escola, encontra as condições para a construção do seu Projeto de Vida.
Em se tratando da avaliação da aprendizagem em Projeto de Vida, consideramos:
a) a centralidade do Projeto de Vida e a ormação de um protagonista
demandam a criação de um contexto de aprendizagem muito mais amplo e
abrangente no qual estejam presentes competências fundamentais para
realizar a formação de um cidadão capaz de decidir, baseado nos seus
conhecimentos e valores, que se reconheça como parte da solução de
problemas e seja competente para enrentar os desaos e oportunidades
da contemporaneidade. Aqui, os componentes curriculares da Parte de
Formação Diversicada ganham ainda mais importância se considerado
que, sem exceção, contribuem para o desenvolvimento e domínio das 10
Competências da BNCC;
b) a avaliação é processo e, numa perspectiva ormativa, os aspectos quali-
tativos desse processo prevalecem sobre os quantitativos no sentido de
criar mecanismos e recursos que assegurem, identiquem, valorizem e
ajustem, quando necessário, o percurso de aquisição da aprendizagem e
não apenas comuniquem o que numericamente ela representa;
c) na Metodologia de Êxito Projeto de Vida, a exemplo de qualquer outro
componente curricular, a avaliação deve estar presente como estratégia
importante que ajuda a redirecionar os processos de ensino e de aprendi-
zagem quando faz uso de variados instrumentos e modelos que atendam
não apenas os objetivos previstos no currículo, mas também as neces-
sidades do estudante e da turma, mantendo o foco tanto no individual
como no coletivo.
Por isso, em Projeto de Vida, os estudantes devem ser avaliados por meio de mecanismos
que atendam as especicidades e características da Metodologia. Reiteramos que ao
tratarmos de avaliação da aprendizagem não nos referimos meramente à atribuição de
notas, conceitos e/ou menções e, sim, à estratégia que ornece elementos para análise do
processo de ensino e de aprendizagem e tomada de decisão para a continuidade do desen-
volvimento dos estudantes nas suas variadas competências e habilidades.
28 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
ENTÃO, COMO AVALIAR?
Projeto de Vida é a Metodologia de Êxito responsável por estimular o estudante a construir
uma visão de si próprio no uturo e como transormar essa visão em um plano a ser exe-
cutado, aprendendo a denir os seus objetivos, metas, estratégias e ações para realizá-lo.
Para isso, são oerecidas aulas que criam condições para intenso processo autorrefexivo
e o desenvolvimento de um amplo conjunto de competências e habilidades socioemocio-
nais imprescindíveis para a construção do seu Projeto de Vida – centralidade do Modelo da
Escola da Escolha.
As aulas também são um meio potentíssimo que junto a outros processos desenvolvidos
no Projeto Escolar, contribuem para a formação de um estudante capaz de tomar decisões
baseado nas suas crenças e conhecimentos e se colocar no mundo de maneira protago-
nista e competente.
Nesse componente, o ICE considera como imprescindível o acompanhamento do
desempenho do estudante quanto à aquisição e desenvolvimento dessas compe-
tências e habilidades e é enático em não indicar a atribuição de notas ou conceitos.
A avaliação de competências e habilidades socioemocionais requer um processo especia-
lizado, renado e proundo, diametralmente diferente daquele em que se aplica uma
prova na qual as questões revelam se o estudante domina ou não os conteúdos pre-
vistos em determinado componente curricular.
Uma literatura muito ampla em Psicologia Social e Cognitiva nos dizem que as habilidades
socioemocionais têm sido compreendidas como um construto multidimensional, composto
por variáveis emocionais, sociais, cognitivas e comportamentais que podem ser desenvolvi-
das e aprendidas. Aqui, o objeto avaliado é de natureza muito distinta de uma Área de
Conhecimento, como acontece nas Eletivas e nas Práticas Experimentais, razão pela qual o
ICE considera que deva ser acompanhado o seu desenvolvimento, e não avaliado para
eeito de atribuição de nota como representação do desempenho do estudante.
Um conjunto extenso de habilidades são desenvolvidas nas aulas de Projeto de Vida,
a exemplo do autoconhecimento, autonomia, autorregulação, determinação, perseverança,
iniciativa, resolutividade, responsabilidade pessoal e social, entre outras. Para efeito do seu
acompanhamento, recursos como autorrelatos dos estudantes e registros dos professores
podem ser aplicados, a exemplo do instrumento que aqui apresentamos como referência.
29
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
Os instrumentos de acompanhamento
(reerência: Antonio Carlos Gomes da Costa)
1 - Avaliação e 2 - Autoavaliação
Objetivo
Avaliar se as habilidades oram totalmente, parcialmente, minimamente ou não desenvol-
vidas pelo estudante pela descrição minuciosa dos comportamentos observáveis que
correspondem ao domínio ou não domínio das capacidades esperadas.
Metodologia
O nível de domínio de um estudante em relação a uma determinada capacidade aplicando
uma escala de apreciação (Wilson Radan) onde os comportamentos observáveis são
hierarquizados numa sequência do menor grau de domínio para aquele mais elevado.
Instrumentos
1 – Instrumento de autoavaliação: respondido pelo próprio estudante no início e no nal do
ano letivo.
2 – Instrumento de avaliação: respondida pelo proessor de Projeto de Vida ao longo do ano.
Aqui, apresentamos um modelo de instrumento de avaliação do estudante pelo Proessor
de Projeto de Vida nas competências Pessoal, Social, Produtiva e Cognitiva.
30 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
1 - Instrumento de Avaliação - Competência Pessoal
HABILIDADES INDICADORES
Exercício da... A Capacidade de...
Autotelia
Expressar-se sobre a sua vida como algo dotado de
sentido e direção, não permitindo que outros tomem essa
decisão em seu lugar.
Autodeterminação
Responsabilizar-se pela condução de sua própria vida,
considerando as orientações recebidas, mas chamando
para si a decisão nal.
Autonomia
Tomar decisões undamentadas em seus próprios
conhecimentos, crenças, valores e interesses.
Autorresistência
Emprenhar-se em não se deixar destruir pelas adversidades
e procurar aprender a crescer com elas.
Autorrealização
Passar a sensação de que a sua vida está no caminho
certo e que avança.
Autoplenicação
Identicar momentos da sua vida em que não cabe em si
de tanto contentamento e realização.
Autocompreensão
autoaceitação
Enumerar os seus pontos fracos e fortes, potencialidades
e limites.
Autoestima
Demonstrar, em dierentes circunstâncias, sentimentos
positivos em relação a si próprio.
Autoconceito Enumerar o que considera mais positivo em seu jeito de ser.
Autoconança
Contar, inicialmente com suas próprias orças e apoiar-se
nelas, sabendo quando necessário, pedir ajuda.
Autovisualização
Imaginar o que espera que aconteça com a sua vida alguns
anos à frente.
Autoproposição
Mostrar-se ciente da distância entre o seu ser e o seu
querer ser, e do caminho a ser percorrido entre ambos.
Apenas
um
exemplo
31
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
1 - Instrumento de Avaliação - Competência Social
HABILIDADES INDICADORES
Exercício do... A Capacidade de...
Autocuidado
Zelar pelo seu próprio corpo (saúde ísica), pela sua mente (saúde
mental), empenhar-se em desenvolver o seu potencial por meio da
educação, da cultura e do trabalho.
Altercuidado
Revelar, por suas atitudes, zelo, preocupação, respeito, dedicação
e interesse pelo bem de outras pessoas, na família, na escola, na
comunidade etc.
Ecocuidado
Assumir uma atitude de não indierença e de valorização positiva em
relação ao ambiente natural, social, político e cultural no qual a sua
vida está imersa.
Transcuidado
Valorizar a dimensão transcendente da vida humana, expressa nas
crenças, valores, signicados e sentidos que permeiam a sua existência.
1 - Instrumento de Avaliação - Competência Produtiva
HABILIDADES INDICADORES
Habilidades metacognitivas
Exercício do... A Capacidade de...
1 - Aprender a aprender
Praticar o autodidatismo, acessando conhecimentos,
adquirindo habilidades, desenvolvendo capacidades e
ortalecendo destrezas por meio da prática de hábitos
metódicos de estudo e de autotreinamento.
2 - Ensinar o ensinar
Dominar um conteúdo e transmiti-lo de orma metódica,
clara e acessível a outras pessoas, respeitando sua
capacidade de assimilação (didatismo).
3 - Conhecer o conhecer
Percorrer o caminho da produção de conhecimentos por
meio da análise, da síntese e da interpretação de dados,
textos, atos e situações (construtivismo).
Apenas
um
exemplo
Apenas
um
exemplo
32 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
1 - Instrumento de Avaliação - Competência Cognitiva
HABILIDADES INDICADORES
Exercício de... A Capacidade de...
1 - HABILIDADES BÁSICAS
Comunicação e expressão Dominar a leitura e a escrita.
Raciocínio Fazer cálculos e resolver problemas.
Compreensão Analisar, sintetizar e interpretar dados, atos e situações.
Inserção Compreender e operar o seu entorno social.
Criticidade Receber criticamente os meios de comunicação.
Cognição Acessar conhecimentos.
Cooperação Trabalhar em grupo.
2 - HABILIDADES ESPECÍFICAS
Adquirir um conjunto de conhecimentos, destrezas,
capacidades, habilidades e competências que lhe permitam
exercer uma atividade, ocupação, serviço ou prossão no
mundo do trabalho.
3 - HABILIDADES DE GESTÃO
Autogestão Conduzir a si mesmo em diversas situações.
Cogestão Trabalhar em grupo.
Heterogestão
Fazer acontecer, trabalhando sobre o trabalho de outras
pessoas, coordenando e liderando os demais.
Apenas
um
exemplo
33
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
Aqui, um modelo de instrumento de autoavaliação do estudante nas competências
Pessoal e Social:
2 - Instrumento de Autoavalição - Competência Pessoal
Você é capaz de compreender-se e aceitar-se?
a) Conheço meus pontos ortes e racos; sou capaz de pensar e alar sobre eles; procuro
apoiar-me em minhas orças para vencer as diculdades que se apresentam em minha vida.
b) Conheço meus pontos ortes e racos; mas tenho diculdade para pensar ou alar sobre eles.
c) Não reconheço com clareza minhas orças e raquezas, mas estou me esorçando para
desenvolver essa capacidade.
d) Desconheço minhas orças e raquezas. Ainda não parei para pensar sobre isso.
2 - Instrumento de Autoavalição - Competência Social
Você cuida de você mesmo, isto é, procura preservar a saúde do seu corpo
e da sua mente e desenvolver suas orças?
a) Sim. Tenho hábitos saudáveis, evito situações de risco (álcool, drogas, violência, doenças
sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada etc.) e procuro aproveitar as oportunida-
des de me preparar para dar continuidade aos meus estudos e futuramente ingressar na
vida prossional.
b) Procuro cuidar bem da minha saúde ísica e mental e aproveitar as oportunidades educa-
tivas que me são oerecidas na amília, na escola e na comunidade. Quanto aos riscos devo
admitir que às vezes me exponho sem muito exagero a algumas situações, principalmente
nos ns de semana.
c) Procuro cuidar bem da minha aparência, vou mais ou menos bem nos estudos. Quanto
às situações de risco, envolvo-me com algumas delas mais de uma vez por semana, sempre
que tenho oportunidade de fazer isso.
d) Entendo que cuidar da saúde ísica e mental é ter boa aparência e aproveitar a vida. Te-
nho diculdade nos estudos e tenho vontade de abandonar a escola. Quanto às situações de
risco, elas estão por quase toda a parte e é difícil escapar de todas elas nos dias de hoje.
Apenas
um
exemplo
Apenas
um
exemplo
Proessor de Projeto de Vida
Não existe um “perl pereito” para proessores das aulas
de Projeto de Vida. No entanto, esses docentes devem possuir
a capacidade de inspirar o jovem, de “azer corpo” por
meio da Pedagogia da Presença, sendo armativos em suas
vidas. Também devem estar dispostos a mergulhar num
processo transormador que envolverá muita subjetividade e
objetividade, pois, ao mesmo tempo em que deverão provocar
nos jovens o despertar sobre os seus sonhos, suas ambições,
aquilo que desejam para as suas vidas, onde almejam chegar
e que pessoas pretendem ser, deverão levá-los a refetir sobre
a ação, sobre as etapas que deverão atravessar e sobre os
mecanismos necessários para chegar lá. O oco é o estudante,
independente de suas circunstâncias.
Proessores de Projeto de Vida sabem que essa é uma
experiência única, que certamente também os transormará,
porque signica se encontrar com dimensões do jovem que
oi e acolher o jovem que está diante dele, cheio de sonhos, de
desejos, de planos, de vida e de suas múltiplas possibilidades.
Proessores de Projeto de Vida são parceiros de uma construção
única, de uma tarea a realizar junto ao jovem que deve ser
encarado como a nossa rara “chance de uturo”.
35
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
• Apoio para a construção da identidade
do adolescente como ponto de partida
para a elaboração do seu Projeto de Vida;
• Estímulo àqueles que nem ousam sonhar;
• Aquisição, ampliação e consolidação
de valores e princípios necessários à
vida pessoal, social e produtiva dos es-
tudantes;
• Oferta de condições para que o estu-
dante crie expectativas em relação ao
uturo e construa uma visão de si próprio;
• Fomento à responsabilidade pessoal de
cada estudante para que desenvolva
suas potencialidades e tome a decisão
de ser o principal condutor do seu Pro-
jeto de Vida.
O QUE É
• Realização de testes vocacionais e psi-
cológicos;
• Julgamento pessoal do seu conjunto de
princípios e valores e das suas escolhas
e/ou reerências pessoais;
• Preparação para o mundo do trabalho;
• Elaboração de um projeto coletivo.
O QUE NÃO É
36 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
Sou ex-aluna da primeira Escola da Es-
colha, o Ginásio Pernambucano (2004-
2006).NasciemNazarédaMata,pequeno
município da zona da Mata de Pernambu-
co. Aos dois anos, ui com a minha amília
morar em Recie pois naquele momento
buscávamos melhores condições de vida.
Filha de mãe solteira, empregada domés-
tica e analfabeta, desde muito cedo eu ou-
via minha mãe dizer “estude para não ter
o mesmo uturo que eu”. Essa oi a rase
que mais me motivou a querer ter um futu-
ro diferente, pois algo deveria estar errado
na vida da minha mãe, que trabalhava de
domingo a domingo e ainda assim, nos
altava o básico para viver (casa, alimenta-
ção, vestimenta, lazer...).
Com extrema diculdade, cursei todo o
Ensino Fundamental em escolas públicas
da perieria da cidade do Recie e apenas
aos 12 anos fui alfabetizada, fruto, obvia-
mente, das inúmeras vezes em que me
faltaram as aulas das disciplinas Portu-
guês, Matemática, Ciências etc. Quando
estava na 8ª série (atual 9º ano), ouvi no
noticiário que iria abrir no centro da ci-
dade uma escola em que os estudantes
passariam o dia inteiro. Prontamente eu
quis me integrar, embora não soubesse
ao certo qual era a proposta da escola,
mas sabia que teriam três refeições e
isso me ajudaria muito, pois eu seria um
custo a menos na minha casa, além do
fato de estudar no centro da cidade que
já é, por si, uma mudança de status para
quem mora na periferia.
Me inscrevi sem muita esperança e in-
gressei na escola pelo mérito das minhas
notas do histórico escolar dos anos an-
teriores, o que parecia uma contradição,
pois elas não correspondiam, em nada,
ao conhecimento que eu dominava.
Ao entrar no Ginásio Pernambucano,
o porte de sua estrutura ísica já me di-
zia que eu não pertencia àquele mundo.
No alto dos meus quase 18 anos, me
encontrava com autoestima zerada e
baixa perspectiva de uturo. Quando co-
meçaram as aulas pensei em desistir na
primeira semana, pois não entendia ne-
nhum conteúdo ministrado nas aulas.
Mas algo de dierente acontece já no
primeiro dia, pois fui acolhida por uma
equipe sorridente, que falava em sonhos
o tempo inteiro, que me diziam que eu
seria aquilo que eu quisesse ser!
Romilda Santana – 28 anos
37
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
De início achei que todos estavam loucos
e que era tudo combinado só para atrair
os novos estudantes, dada a minha in-
credulidade em relação à escola.
Com o apoio e incentivo dos educadores
daquela escola, após um longo e doloro-
so processo de mudança, decidi ser al-
guém e z a escolha de permanecer, não
saindo para trabalhar naquele momento.
Não fui uma estudante brilhante, tipo
nota 10. Não contribuí positivamente com
as metas acadêmicas da escola, nem fui
aprovada nos vestibulares das universida-
des públicas. No entanto, durante os três
anos em que quei na escola, me tornei
competente em outras áreas, pois partici-
pei de vários projetos por meio dos quais
desenvolvi meu espírito de trabalho em
equipe e minhas características de lide-
rança. Por meio disso, recuperei a minha
autoestima e projetei a minha vida.
IngresseiemumaaculdadeprivadadoRe-
cie e me graduei em Pedagogia, prossão
da qual me orgulho. Em 2011, z um Mes-
trado em Comunicação com Fins Sociais
na Universidade de Valladolid, na Espanha,
e exerço a minha prossão, por meio da
qual me mantenho satisfatoriamente.
Hoje eu acredito no poder de transfor-
mação que a educação tem na vida dos
estudantes. Não bastou eu querer ter
um futuro diferente, isso muitos também
querem. O que mudou o jogo foi a escola
estar preparada, não apenas do ponto de
vista da estrutura física, mas para atuar
de maneira efetiva, garantindo a minha
formação integral.
Me orgulho muito da minha história e sou
eternamente grata a todos que me incen-
tivaram a acreditar que eu poderia ter um
Projeto de Vida bem sucedido.
38 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
As Eletivas
As Eletivas azem parte das Metodologias de Êxito da Escola da Escolha localizadas na
Parte de Formação Diversicada. No Novo Ensino Médio, a BNCC enatiza os jovens e o
protagonismo, bem como as escolas como sendo um campo aberto para a investiga-
ção e intervenção, convocando os jovens a atuar de maneira responsável, valorizando o
passado e dispostos a abrirem-se para construir algo novo. Dessa orma, as Eletivas são
componentes curriculares considerados érteis para o desenvolvimento de uma prática
avorável a essa perspectiva.
São componentes curriculares temáticos que possibilitam ao estudante a construção
de parte do seu próprio currículo, atendendo a natureza da fexibilização presente no
Novo Ensino Médio. No currículo da Escola da Escolha, elas se apresentam com naturezas
distintas e são denominadas:
a) Eletivas da Base Nacional Comum Curricular (Eletivas da Base);
b) Eletivas Pré-Itinerário Formativo (Eletivas Pré-IF);
c) Eletivas de Itinerário Formativo (Eletivas IF).
As Eletivas cumprem objetivos dierentes e são oerecidas de ormas distintas aos estu-
dantes conorme o ano em curso. Todas objetivam enriquecer o repertório dos estudan-
tes, mas em virtude da natureza da sua relação com os Itinerários Formativos e a Base
Nacional Comum Curricular, elas incorporam outros objetivos e características próprias
como apresentado na sessão especíca para cada uma.
39
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio
ENRIQUECER APROFUNDAR DIVERSIFICAR AMPLIAR
Eletiva
da BNCC
Eletivas acrescentam
conhecimentos da
BNCC para aumen-
tar o repertório exis-
tente nos estudantes
e assegurar a sua
formação geral.
_ _ _
Eletivas
Pré-IF
As Eletivas acres-
centam conheci-
mentos da BNCC
para aumentar o
repertório existente
nos estudantes e
assegurar a sua
formação geral.
_
DIVERSIFICAR:
As Eletivas variam
o conhecimento da
BNCC apresentado
ao estudante de
modo que expres-
sem e demons-
trem distinções e
diferenças em cada
um dos Itinerários
Formativos.
AMPLIAR:
As Eletivas aumen-
tam ou intensi-
cam o conhecimento
prévio do estudante
relativo à BNCC.
Eletivas
IF
As Eletivas acres-
centam conheci-
mentos da BNCC
para aumentar o
repertório existente
nos estudantes e
assegurar a sua
formação geral.
APROFUNDAR:
As Eletivas aproun-
dam os conhecimen-
tos da BNCC enfatica-
mente presentes no
Itinerário Formativo e
que não foram asse-
gurados nas 1.800h
previstas. Penetra em
nível mais extenso e
minucioso e explora
novos aspectos ain-
da não conhecidos
em cada Itinerário.
_
AMPLIAR:
As Eletivas aumen-
tam ou intensi-
cam o conhecimento
prévio do estudante
relativo à BNCC.

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  • 1.
  • 2.
  • 3. 21 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio DESENVOLVER PROJETO DE VIDA NA ESCOLA É preciso cuidado para não repetir os padrões, dizer para o jovem “o que ele deve ser” ou o que ele “deve azer para ser alguém”. Mas há a necessidade de incentivá-lo e apoiá-lo no processo de refexão sobre “quem ele sabe que é” e “quem gostaria de vir a ser” e ajudá-lo a planejar o caminho que precisa construir e seguir para realizar esse encontro. Ele deverá ter descoberto a necessidade de projetar seus sonhos e desejos em orma de ações e terá vivenciado um pouco da experiência de saber que este é um caminho que deve ser construído e cuidado por cada um, com o apoio dos seus educadores e da sua família. TRANSFORMAR SONHO EM REALIDADE No Modelo da Escola da Escolha o oco é o jovem e o seu Projeto de Vida. Isso signica que todos reúnem os esforços para a sua realização por meio do Projeto Escolar, que se estrutura para esse m, porque a escola provê as condições para a oerta de uma ormação acadêmica de excelência associada a uma sólida ormação em valores unda- mentais para apoiar os estudantes nas decisões que tomarão ao longo das suas vidas e no desenvolvimento de competências, que os permitirão transitar e atuar diante dos imensos desaos e possibilidades que encontrarão. Esse conjunto deverá criar as condições e apoiar o estudante nas decisões relativas à continuidade dos seus estudos no Ensino Médio, reconhecendo a imprescindibilidade dos processos educativos para a construção de um projeto para a sua vida. O ato de existir no currículo uma metodologia especíca não prescinde toda a equipe de educadores de se envolver com a sua realização, na medida em que o Projeto de Vida do jovem é o foco do projeto escolar. Nesse sentido, todos têm contribuições a oferecer e um precioso trabalho a realizar. Sejam os manipuladores de alimentos no reeitório da escola ou os Professores, todos conjugam esforços para apoiar o estudante diante do percur- so do seu Projeto, em toda a sua complexidade e oportunidades, por meio da sua com- petência técnica e experiências pessoais, exercendo infuência armativa em suas vidas, orientando, apontando caminhos e sempre inspirando os estudantes na realização de suas visões de futuro.
  • 4.
  • 5. 23 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA NOS DOIS ANOS DO ENSINO MÉDIO a. Autoconhecimento. b. Reconhecer as suas potencia- lidades e fragilidades. c. Identicar, desenvolver e inte- grar as competências para a vida pessoal, social e produtiva. d. Relacionar valores às atitudes e decisões de sua vida. a. As competências dos 4 Pilares do Conhecimento e as habilidades socioemocionais. b. A presença e a integração das competências na vida pessoal, social e produtiva. c. A importância das escolhas e decisões fundamentadas em critérios em um Projeto de Vida. A criação: • da visão. • das premissas. A denição: • das metas. • das ações. A elaboração: • do cronograma. • do acompanhamento e revisão. Identidade: Eu no mundo 1º ANO 2º ANO A elaboração do Projeto de Vida A construção de competências O futuro: os planos e as decisões As aulas se estruturam da seguinte forma: 1º ano: identidade, valores e construção de competências. Esse ano dedica-se ao auto- conhecimento e reconhecimento da importância dos valores; à existência de competências undamentais que se relacionam, se integram e que estão presentes nas várias dimen- sões da vida e à refexão sobre a importância das escolas e decisões orientadas por cri- térios e o seu impacto em um Projeto de Vida. Como parte desse processo os jovens docu- mentam suas refexões no Guia do Jovem Sonhador para a elaboração do Projeto de Vida. No âmbito acadêmico, é no 1º ano que o estudante escolhe e decide pelo Itinerário Formativo que deseja cursar a partir do 2º ano. Essa é apenas uma das decisões que faz parte do conjunto de tantas outras e que compõe a trajetória de construção de um Projeto de Vida.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9. 27 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio AVALIAÇÃO EM PROJETO DE VIDA O ICE trata do tema Avaliação da Aprendizagem no Caderno de Formação – Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Gestão do Ensino e da Aprendizagem. Nesse caderno, esclarecemos nossa visão sobre avaliação que não se confunde como instrumento para a atribuição de notas e/ou conceitos, mas como um recurso que auxilia na conti- nuidade da aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidades, bem como no domínio de conhecimentos que contribuem para o processo de ormação integral do estudante. Essa ormação reere-se ao ideal de um jovem autônomo, solidário e competente que na escola, encontra as condições para a construção do seu Projeto de Vida. Em se tratando da avaliação da aprendizagem em Projeto de Vida, consideramos: a) a centralidade do Projeto de Vida e a ormação de um protagonista demandam a criação de um contexto de aprendizagem muito mais amplo e abrangente no qual estejam presentes competências fundamentais para realizar a formação de um cidadão capaz de decidir, baseado nos seus conhecimentos e valores, que se reconheça como parte da solução de problemas e seja competente para enrentar os desaos e oportunidades da contemporaneidade. Aqui, os componentes curriculares da Parte de Formação Diversicada ganham ainda mais importância se considerado que, sem exceção, contribuem para o desenvolvimento e domínio das 10 Competências da BNCC; b) a avaliação é processo e, numa perspectiva ormativa, os aspectos quali- tativos desse processo prevalecem sobre os quantitativos no sentido de criar mecanismos e recursos que assegurem, identiquem, valorizem e ajustem, quando necessário, o percurso de aquisição da aprendizagem e não apenas comuniquem o que numericamente ela representa; c) na Metodologia de Êxito Projeto de Vida, a exemplo de qualquer outro componente curricular, a avaliação deve estar presente como estratégia importante que ajuda a redirecionar os processos de ensino e de aprendi- zagem quando faz uso de variados instrumentos e modelos que atendam não apenas os objetivos previstos no currículo, mas também as neces- sidades do estudante e da turma, mantendo o foco tanto no individual como no coletivo. Por isso, em Projeto de Vida, os estudantes devem ser avaliados por meio de mecanismos que atendam as especicidades e características da Metodologia. Reiteramos que ao tratarmos de avaliação da aprendizagem não nos referimos meramente à atribuição de notas, conceitos e/ou menções e, sim, à estratégia que ornece elementos para análise do processo de ensino e de aprendizagem e tomada de decisão para a continuidade do desen- volvimento dos estudantes nas suas variadas competências e habilidades.
  • 10. 28 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio ENTÃO, COMO AVALIAR? Projeto de Vida é a Metodologia de Êxito responsável por estimular o estudante a construir uma visão de si próprio no uturo e como transormar essa visão em um plano a ser exe- cutado, aprendendo a denir os seus objetivos, metas, estratégias e ações para realizá-lo. Para isso, são oerecidas aulas que criam condições para intenso processo autorrefexivo e o desenvolvimento de um amplo conjunto de competências e habilidades socioemocio- nais imprescindíveis para a construção do seu Projeto de Vida – centralidade do Modelo da Escola da Escolha. As aulas também são um meio potentíssimo que junto a outros processos desenvolvidos no Projeto Escolar, contribuem para a formação de um estudante capaz de tomar decisões baseado nas suas crenças e conhecimentos e se colocar no mundo de maneira protago- nista e competente. Nesse componente, o ICE considera como imprescindível o acompanhamento do desempenho do estudante quanto à aquisição e desenvolvimento dessas compe- tências e habilidades e é enático em não indicar a atribuição de notas ou conceitos. A avaliação de competências e habilidades socioemocionais requer um processo especia- lizado, renado e proundo, diametralmente diferente daquele em que se aplica uma prova na qual as questões revelam se o estudante domina ou não os conteúdos pre- vistos em determinado componente curricular. Uma literatura muito ampla em Psicologia Social e Cognitiva nos dizem que as habilidades socioemocionais têm sido compreendidas como um construto multidimensional, composto por variáveis emocionais, sociais, cognitivas e comportamentais que podem ser desenvolvi- das e aprendidas. Aqui, o objeto avaliado é de natureza muito distinta de uma Área de Conhecimento, como acontece nas Eletivas e nas Práticas Experimentais, razão pela qual o ICE considera que deva ser acompanhado o seu desenvolvimento, e não avaliado para eeito de atribuição de nota como representação do desempenho do estudante. Um conjunto extenso de habilidades são desenvolvidas nas aulas de Projeto de Vida, a exemplo do autoconhecimento, autonomia, autorregulação, determinação, perseverança, iniciativa, resolutividade, responsabilidade pessoal e social, entre outras. Para efeito do seu acompanhamento, recursos como autorrelatos dos estudantes e registros dos professores podem ser aplicados, a exemplo do instrumento que aqui apresentamos como referência.
  • 11. 29 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio Os instrumentos de acompanhamento (reerência: Antonio Carlos Gomes da Costa) 1 - Avaliação e 2 - Autoavaliação Objetivo Avaliar se as habilidades oram totalmente, parcialmente, minimamente ou não desenvol- vidas pelo estudante pela descrição minuciosa dos comportamentos observáveis que correspondem ao domínio ou não domínio das capacidades esperadas. Metodologia O nível de domínio de um estudante em relação a uma determinada capacidade aplicando uma escala de apreciação (Wilson Radan) onde os comportamentos observáveis são hierarquizados numa sequência do menor grau de domínio para aquele mais elevado. Instrumentos 1 – Instrumento de autoavaliação: respondido pelo próprio estudante no início e no nal do ano letivo. 2 – Instrumento de avaliação: respondida pelo proessor de Projeto de Vida ao longo do ano. Aqui, apresentamos um modelo de instrumento de avaliação do estudante pelo Proessor de Projeto de Vida nas competências Pessoal, Social, Produtiva e Cognitiva.
  • 12. 30 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio 1 - Instrumento de Avaliação - Competência Pessoal HABILIDADES INDICADORES Exercício da... A Capacidade de... Autotelia Expressar-se sobre a sua vida como algo dotado de sentido e direção, não permitindo que outros tomem essa decisão em seu lugar. Autodeterminação Responsabilizar-se pela condução de sua própria vida, considerando as orientações recebidas, mas chamando para si a decisão nal. Autonomia Tomar decisões undamentadas em seus próprios conhecimentos, crenças, valores e interesses. Autorresistência Emprenhar-se em não se deixar destruir pelas adversidades e procurar aprender a crescer com elas. Autorrealização Passar a sensação de que a sua vida está no caminho certo e que avança. Autoplenicação Identicar momentos da sua vida em que não cabe em si de tanto contentamento e realização. Autocompreensão autoaceitação Enumerar os seus pontos fracos e fortes, potencialidades e limites. Autoestima Demonstrar, em dierentes circunstâncias, sentimentos positivos em relação a si próprio. Autoconceito Enumerar o que considera mais positivo em seu jeito de ser. Autoconança Contar, inicialmente com suas próprias orças e apoiar-se nelas, sabendo quando necessário, pedir ajuda. Autovisualização Imaginar o que espera que aconteça com a sua vida alguns anos à frente. Autoproposição Mostrar-se ciente da distância entre o seu ser e o seu querer ser, e do caminho a ser percorrido entre ambos. Apenas um exemplo
  • 13. 31 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio 1 - Instrumento de Avaliação - Competência Social HABILIDADES INDICADORES Exercício do... A Capacidade de... Autocuidado Zelar pelo seu próprio corpo (saúde ísica), pela sua mente (saúde mental), empenhar-se em desenvolver o seu potencial por meio da educação, da cultura e do trabalho. Altercuidado Revelar, por suas atitudes, zelo, preocupação, respeito, dedicação e interesse pelo bem de outras pessoas, na família, na escola, na comunidade etc. Ecocuidado Assumir uma atitude de não indierença e de valorização positiva em relação ao ambiente natural, social, político e cultural no qual a sua vida está imersa. Transcuidado Valorizar a dimensão transcendente da vida humana, expressa nas crenças, valores, signicados e sentidos que permeiam a sua existência. 1 - Instrumento de Avaliação - Competência Produtiva HABILIDADES INDICADORES Habilidades metacognitivas Exercício do... A Capacidade de... 1 - Aprender a aprender Praticar o autodidatismo, acessando conhecimentos, adquirindo habilidades, desenvolvendo capacidades e ortalecendo destrezas por meio da prática de hábitos metódicos de estudo e de autotreinamento. 2 - Ensinar o ensinar Dominar um conteúdo e transmiti-lo de orma metódica, clara e acessível a outras pessoas, respeitando sua capacidade de assimilação (didatismo). 3 - Conhecer o conhecer Percorrer o caminho da produção de conhecimentos por meio da análise, da síntese e da interpretação de dados, textos, atos e situações (construtivismo). Apenas um exemplo Apenas um exemplo
  • 14. 32 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio 1 - Instrumento de Avaliação - Competência Cognitiva HABILIDADES INDICADORES Exercício de... A Capacidade de... 1 - HABILIDADES BÁSICAS Comunicação e expressão Dominar a leitura e a escrita. Raciocínio Fazer cálculos e resolver problemas. Compreensão Analisar, sintetizar e interpretar dados, atos e situações. Inserção Compreender e operar o seu entorno social. Criticidade Receber criticamente os meios de comunicação. Cognição Acessar conhecimentos. Cooperação Trabalhar em grupo. 2 - HABILIDADES ESPECÍFICAS Adquirir um conjunto de conhecimentos, destrezas, capacidades, habilidades e competências que lhe permitam exercer uma atividade, ocupação, serviço ou prossão no mundo do trabalho. 3 - HABILIDADES DE GESTÃO Autogestão Conduzir a si mesmo em diversas situações. Cogestão Trabalhar em grupo. Heterogestão Fazer acontecer, trabalhando sobre o trabalho de outras pessoas, coordenando e liderando os demais. Apenas um exemplo
  • 15. 33 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio Aqui, um modelo de instrumento de autoavaliação do estudante nas competências Pessoal e Social: 2 - Instrumento de Autoavalição - Competência Pessoal Você é capaz de compreender-se e aceitar-se? a) Conheço meus pontos ortes e racos; sou capaz de pensar e alar sobre eles; procuro apoiar-me em minhas orças para vencer as diculdades que se apresentam em minha vida. b) Conheço meus pontos ortes e racos; mas tenho diculdade para pensar ou alar sobre eles. c) Não reconheço com clareza minhas orças e raquezas, mas estou me esorçando para desenvolver essa capacidade. d) Desconheço minhas orças e raquezas. Ainda não parei para pensar sobre isso. 2 - Instrumento de Autoavalição - Competência Social Você cuida de você mesmo, isto é, procura preservar a saúde do seu corpo e da sua mente e desenvolver suas orças? a) Sim. Tenho hábitos saudáveis, evito situações de risco (álcool, drogas, violência, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada etc.) e procuro aproveitar as oportunida- des de me preparar para dar continuidade aos meus estudos e futuramente ingressar na vida prossional. b) Procuro cuidar bem da minha saúde ísica e mental e aproveitar as oportunidades educa- tivas que me são oerecidas na amília, na escola e na comunidade. Quanto aos riscos devo admitir que às vezes me exponho sem muito exagero a algumas situações, principalmente nos ns de semana. c) Procuro cuidar bem da minha aparência, vou mais ou menos bem nos estudos. Quanto às situações de risco, envolvo-me com algumas delas mais de uma vez por semana, sempre que tenho oportunidade de fazer isso. d) Entendo que cuidar da saúde ísica e mental é ter boa aparência e aproveitar a vida. Te- nho diculdade nos estudos e tenho vontade de abandonar a escola. Quanto às situações de risco, elas estão por quase toda a parte e é difícil escapar de todas elas nos dias de hoje. Apenas um exemplo Apenas um exemplo
  • 16. Proessor de Projeto de Vida Não existe um “perl pereito” para proessores das aulas de Projeto de Vida. No entanto, esses docentes devem possuir a capacidade de inspirar o jovem, de “azer corpo” por meio da Pedagogia da Presença, sendo armativos em suas vidas. Também devem estar dispostos a mergulhar num processo transormador que envolverá muita subjetividade e objetividade, pois, ao mesmo tempo em que deverão provocar nos jovens o despertar sobre os seus sonhos, suas ambições, aquilo que desejam para as suas vidas, onde almejam chegar e que pessoas pretendem ser, deverão levá-los a refetir sobre a ação, sobre as etapas que deverão atravessar e sobre os mecanismos necessários para chegar lá. O oco é o estudante, independente de suas circunstâncias. Proessores de Projeto de Vida sabem que essa é uma experiência única, que certamente também os transormará, porque signica se encontrar com dimensões do jovem que oi e acolher o jovem que está diante dele, cheio de sonhos, de desejos, de planos, de vida e de suas múltiplas possibilidades. Proessores de Projeto de Vida são parceiros de uma construção única, de uma tarea a realizar junto ao jovem que deve ser encarado como a nossa rara “chance de uturo”.
  • 17. 35 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio • Apoio para a construção da identidade do adolescente como ponto de partida para a elaboração do seu Projeto de Vida; • Estímulo àqueles que nem ousam sonhar; • Aquisição, ampliação e consolidação de valores e princípios necessários à vida pessoal, social e produtiva dos es- tudantes; • Oferta de condições para que o estu- dante crie expectativas em relação ao uturo e construa uma visão de si próprio; • Fomento à responsabilidade pessoal de cada estudante para que desenvolva suas potencialidades e tome a decisão de ser o principal condutor do seu Pro- jeto de Vida. O QUE É • Realização de testes vocacionais e psi- cológicos; • Julgamento pessoal do seu conjunto de princípios e valores e das suas escolhas e/ou reerências pessoais; • Preparação para o mundo do trabalho; • Elaboração de um projeto coletivo. O QUE NÃO É
  • 18. 36 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio Sou ex-aluna da primeira Escola da Es- colha, o Ginásio Pernambucano (2004- 2006).NasciemNazarédaMata,pequeno município da zona da Mata de Pernambu- co. Aos dois anos, ui com a minha amília morar em Recie pois naquele momento buscávamos melhores condições de vida. Filha de mãe solteira, empregada domés- tica e analfabeta, desde muito cedo eu ou- via minha mãe dizer “estude para não ter o mesmo uturo que eu”. Essa oi a rase que mais me motivou a querer ter um futu- ro diferente, pois algo deveria estar errado na vida da minha mãe, que trabalhava de domingo a domingo e ainda assim, nos altava o básico para viver (casa, alimenta- ção, vestimenta, lazer...). Com extrema diculdade, cursei todo o Ensino Fundamental em escolas públicas da perieria da cidade do Recie e apenas aos 12 anos fui alfabetizada, fruto, obvia- mente, das inúmeras vezes em que me faltaram as aulas das disciplinas Portu- guês, Matemática, Ciências etc. Quando estava na 8ª série (atual 9º ano), ouvi no noticiário que iria abrir no centro da ci- dade uma escola em que os estudantes passariam o dia inteiro. Prontamente eu quis me integrar, embora não soubesse ao certo qual era a proposta da escola, mas sabia que teriam três refeições e isso me ajudaria muito, pois eu seria um custo a menos na minha casa, além do fato de estudar no centro da cidade que já é, por si, uma mudança de status para quem mora na periferia. Me inscrevi sem muita esperança e in- gressei na escola pelo mérito das minhas notas do histórico escolar dos anos an- teriores, o que parecia uma contradição, pois elas não correspondiam, em nada, ao conhecimento que eu dominava. Ao entrar no Ginásio Pernambucano, o porte de sua estrutura ísica já me di- zia que eu não pertencia àquele mundo. No alto dos meus quase 18 anos, me encontrava com autoestima zerada e baixa perspectiva de uturo. Quando co- meçaram as aulas pensei em desistir na primeira semana, pois não entendia ne- nhum conteúdo ministrado nas aulas. Mas algo de dierente acontece já no primeiro dia, pois fui acolhida por uma equipe sorridente, que falava em sonhos o tempo inteiro, que me diziam que eu seria aquilo que eu quisesse ser! Romilda Santana – 28 anos
  • 19. 37 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio De início achei que todos estavam loucos e que era tudo combinado só para atrair os novos estudantes, dada a minha in- credulidade em relação à escola. Com o apoio e incentivo dos educadores daquela escola, após um longo e doloro- so processo de mudança, decidi ser al- guém e z a escolha de permanecer, não saindo para trabalhar naquele momento. Não fui uma estudante brilhante, tipo nota 10. Não contribuí positivamente com as metas acadêmicas da escola, nem fui aprovada nos vestibulares das universida- des públicas. No entanto, durante os três anos em que quei na escola, me tornei competente em outras áreas, pois partici- pei de vários projetos por meio dos quais desenvolvi meu espírito de trabalho em equipe e minhas características de lide- rança. Por meio disso, recuperei a minha autoestima e projetei a minha vida. IngresseiemumaaculdadeprivadadoRe- cie e me graduei em Pedagogia, prossão da qual me orgulho. Em 2011, z um Mes- trado em Comunicação com Fins Sociais na Universidade de Valladolid, na Espanha, e exerço a minha prossão, por meio da qual me mantenho satisfatoriamente. Hoje eu acredito no poder de transfor- mação que a educação tem na vida dos estudantes. Não bastou eu querer ter um futuro diferente, isso muitos também querem. O que mudou o jogo foi a escola estar preparada, não apenas do ponto de vista da estrutura física, mas para atuar de maneira efetiva, garantindo a minha formação integral. Me orgulho muito da minha história e sou eternamente grata a todos que me incen- tivaram a acreditar que eu poderia ter um Projeto de Vida bem sucedido.
  • 20. 38 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio As Eletivas As Eletivas azem parte das Metodologias de Êxito da Escola da Escolha localizadas na Parte de Formação Diversicada. No Novo Ensino Médio, a BNCC enatiza os jovens e o protagonismo, bem como as escolas como sendo um campo aberto para a investiga- ção e intervenção, convocando os jovens a atuar de maneira responsável, valorizando o passado e dispostos a abrirem-se para construir algo novo. Dessa orma, as Eletivas são componentes curriculares considerados érteis para o desenvolvimento de uma prática avorável a essa perspectiva. São componentes curriculares temáticos que possibilitam ao estudante a construção de parte do seu próprio currículo, atendendo a natureza da fexibilização presente no Novo Ensino Médio. No currículo da Escola da Escolha, elas se apresentam com naturezas distintas e são denominadas: a) Eletivas da Base Nacional Comum Curricular (Eletivas da Base); b) Eletivas Pré-Itinerário Formativo (Eletivas Pré-IF); c) Eletivas de Itinerário Formativo (Eletivas IF). As Eletivas cumprem objetivos dierentes e são oerecidas de ormas distintas aos estu- dantes conorme o ano em curso. Todas objetivam enriquecer o repertório dos estudan- tes, mas em virtude da natureza da sua relação com os Itinerários Formativos e a Base Nacional Comum Curricular, elas incorporam outros objetivos e características próprias como apresentado na sessão especíca para cada uma.
  • 21. 39 Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio ENRIQUECER APROFUNDAR DIVERSIFICAR AMPLIAR Eletiva da BNCC Eletivas acrescentam conhecimentos da BNCC para aumen- tar o repertório exis- tente nos estudantes e assegurar a sua formação geral. _ _ _ Eletivas Pré-IF As Eletivas acres- centam conheci- mentos da BNCC para aumentar o repertório existente nos estudantes e assegurar a sua formação geral. _ DIVERSIFICAR: As Eletivas variam o conhecimento da BNCC apresentado ao estudante de modo que expres- sem e demons- trem distinções e diferenças em cada um dos Itinerários Formativos. AMPLIAR: As Eletivas aumen- tam ou intensi- cam o conhecimento prévio do estudante relativo à BNCC. Eletivas IF As Eletivas acres- centam conheci- mentos da BNCC para aumentar o repertório existente nos estudantes e assegurar a sua formação geral. APROFUNDAR: As Eletivas aproun- dam os conhecimen- tos da BNCC enfatica- mente presentes no Itinerário Formativo e que não foram asse- gurados nas 1.800h previstas. Penetra em nível mais extenso e minucioso e explora novos aspectos ain- da não conhecidos em cada Itinerário. _ AMPLIAR: As Eletivas aumen- tam ou intensi- cam o conhecimento prévio do estudante relativo à BNCC.