O documento discute a orientação sexual na educação, incluindo quem está habilitado a fornecer orientação sexual, a idade ideal para começar e como abordar o tema de forma livre de preconceitos. Também aborda o namoro precoce em crianças e a influência da mídia nisso.
3. Nossas perguntas...
Qual a idade ideal para a Orientação
Sexual?
Quem está habilitado a dar
Orientação Sexual?
4.
5. Educadores tem importância nisto!
Os trabalhadores em educação são fundamentais na
formação da cidadã e do cidadão do amanhã, pelo
convívio diário com a comunidade escolar e pela troca
de experiências e ensinamentos com os alunos. Por
isso, é importante que o professor seja qualificado e
esclarecido sobre questões relativas a sexualidade para
que possa tratar do tema livre de preconceitos,
auxiliando aos alunos e alunas a entender a
homossexualidade, lesbianidade, bissexualidade,
transexualismo.
6. O preconceito
Segundo pesquisa realizada pela
UNESCO em maio de 2004, com 5.000
docentes da rede pública e privada de
todo o país, a homossexualidade é um
comportamento considerado inadmissível
por quase 60% dos entrevistados.
7.
8. A concepção do trabalho de Orientação Sexual,
como instrumento preventivo da AIDS, da gravidez
precoce, do aborto e das DSTs vem passando por
inúmeras transformações. Seu espaço está sendo
discutido intensamente - seja na família, seja na
escola, seja na comunidade. A própria expressão
"Educação Sexual" já caiu em desuso, e os
especialistas se perguntam: é possível educar
alguém sexualmente? Atualmente, o termo mais
aceito no meio de Helena Lima, bióloga, psicóloga
e mestre em psicologia, é o de Orientação Sexual,
campo, aliás, que tem crescido entre os
profissionais de saúde e educação.
9. De acordo com o Guia de Orientação Sexual, publicação
traduzida e adaptada por três ONGs (Organizações Não-
Governamentais) a orientação sexual, "quando utilizada na
área de educação, deriva do conceito pedagógico de
Orientação Educacional, definindo-se como o processo de
intervenção sistemática na área de sexualidade, realizado
principalmente em escolas". Pressupõe o fornecimento de
informações sobre sexualidade e a organização de um
espaço de reflexões e questionamentos sobre postura,
tabus, crenças e valores a respeito de relacionamentos e
comportamentos sexuais. "A Orientação Sexual abrange o
desenvolvimento sexual compreendido como: saúde
reprodutiva, relações interpessoais, afetividade, imagem
corporal, auto-estima e relações de gênero. Enfoca as
dimensões fisiológicas, sociológicas, psicológicas e
espirituais da sexualidade através do desenvolvimento das
áreas cognitiva, afetiva e comportamental, incluindo as
habilidades para a comunicação eficaz e a tomada
responsável de decisões", explica o Guia.
10. Perguntas simples – respostas simples!
O menino pergunta:
– Pai, por que o seu pênis é maior que o meu? O
pai responde: – Porque o papai é maior, assim
como o braço é maior, o pênis é maior
também.
11.
12. Cegonha...repolho...não!
De acordo com a especialista, o
desconhecimento, o não dito, também gera
fantasias e angústia. "Então, nada de ficar
colocando cegonhas e estrelas na pauta, nem
ficar forçando a ampliação de temas. O
importante é o orientador abrir espaço para
dúvidas e responder àquilo que é solicitado.
Simples assim", ensina.
14. A sexualidade é um tema que a cada dia
aumenta sua exposição na mídia. Desde o
namoro inocente ao ato sexual, o assunto
é abordado em insinuações verbais, cenas
com conteúdo explícito e até mesmo em
programas e conversas informais,
sobretudo no que se refere às relações
entre homem e mulher. Nesse contexto,
surge uma discussão que tem chocado
muitos papais e mamães: o namoro na
infância. Como agir se meu filho começar
a namorar tão cedo? Dando continuidade
ao tema Crianças: pode ou não pode?,
15.
16. Segundo Luciana Rizo, psicóloga clínica e mestre
em psicologia cognitiva pela UFRJ, existe sim,
aquela fase em que a criança assume um
“namoradinho”. Geralmente é aquele amigo das
brincadeiras infantis, por quem ela nutre apenas
um carinho especial. Nesse caso, a especialista
alerta que, primeiramente, é necessário
conversar com a criança, para saber o que ela
entende por namorar. “Os pais precisam mostrar,
após essa averiguação, que entendem que ela
gosta do amiguinho e não polemizar o assunto. É
recomendável agir naturalmente, estabelecendo
com a criança os limites considerados saudáveis.
Incentivar esse tipo de brincadeira pode antecipar
um comportamento que não é próprio da
infância”, alerta a psicóloga.
17. Esse comportamento precoce, porém, tem sido
fortemente influenciado pela mídia. Como mencionado
anteriormente, programas televisivos, inclusive aqueles
que se dizem infantis, têm apresentado um maior teor
sexual, através de atitudes, roupas, produtos e conduta
que não condizem com a faixa etária à qual se destinam.
“Os programas de televisão (principalmente na TV aberta)
são cada vez mais juvenis do que infantis. Com isso, as
crianças acabam incorporando comportamentos
adolescentes. Por exemplo, nos últimos tempos, as
sandálias para meninas têm saltos altos, indumentária
típica de adolescentes e não de crianças”, analisa a
psicóloga.
Para Luciana Rizo, a maior conseqüência em relação a
essa atitude dos filhos, que deve ser alvo de preocupação
dos pais, é que a criança antecipe uma etapa do seu
desenvolvimento, ‘amadurecendo’ repentinamente e
deixando de viver plenamente a sua meninice. “A infância
é o momento de brincar, imaginar e não de assumir
compromissos, como um namoro”, conclui a especialista.
18. Idade ideal para a Orientação
Sexual
Não existe idade ideal para iniciar o trabalho de
orientação sexual. Ela leva em consideração, inclusive,
o contexto religioso e o espaço em que esta orientação
será dada. Se o espaço for à escola, a orientação deve
acontecer desde sempre. "Socialização, classe,
professora, coleguinha, recreio, educação física, tudo
isso é espaço de intervenção", prega ela. "Em casa,
também desde sempre, desde que SOLICITADOS.
Nada de parar o dia e dizer: 'vamos falar de sexo'. Ruína
na certa, constrangimento, excessos. Em resumo, a
idade ideal é aquela que tem demanda. E quanto mais
contextualizado, menos holofote no 'sexo', tanto melhor.
O sexo não é uma dimensão à parte da existência, é
mais uma, com suas importâncias e dificuldades....
19. "a abordagem da sexualidade não
deve limitar-se ao tratamento de
questões biológicas e reprodutoras,
muito ao contrário, deve incluir um
questionamento mais amplo sobre o
sexo, seus valores, seus aspectos
preventivos, para o indivíduo como
forma de exercício da cidadania".