Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Curto ou longo quali 15082014 (1)
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS – PROFLETRAS
UFS/ITABAIANA
CURTO OU LONGO,
O POEMA NO ENSINO FUNDAMENTAL
COMO CORPUS SENSÍVEL E POSSÍVEL
Projeto de Dissertação de Mestrado apresentado
ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado
Profissional em Letras (PROFLETRAS), UFS/Itabaiana.
WALDEMAR VALENÇA PEREIRA
Orientadora: Prof.a. Dr.a. Christina Bielinski Ramalho
2. Resumo
Centrando-nos em composições sobre indígenas brasileiros, reunimos dez
poemas líricos e curtos, de Olga Savary (1933), em forma de haicais que, somados a
um poema épico, não tão longo, pois de 712 versos, A lágrima de um Caeté (1849), de
Nísia Floresta (1810 – 1885), possam ser utilizados como corpus na prática de ensino
de leitura literária. Entendendo o discurso literário como único e inesgotável, a
teoria da Semiotização Literária do Discurso (1984), de Anazildo Vasconcelos da
Silva, proporcionou, juntamente com uma releitura do gênero épico e lírico, o
necessário aprofundamento teórico a partir do qual pudéssemos elaborar uma
metodologia de trabalho em sala de aula com o texto lírico/épico. Buscamos,
assim, promover o debate sobre a “autonomia feminina”, o “eu do poema” e o
“heroísmo épico”, a partir de obras como Poemas épicos: estratégias de leitura, de
Christina Ramalho. Além disso, pesquisamos sobre como construir um corpus
possível ao estímulo da leitura, a partir da sensibilização estética durante leituras
de poemas. Paralelamente, abordamos algumas questões sobre ensino e
literatura a partir de nomes como Constância Lima Duarte, Umberto Eco, Roland
Barthes, Tzevtan Todorov, Marisa Lajolo, Regina Zilberman, Antônio Cândido,
Afrânio Coutinho, Massaud Moisés, Salvatore D’Onofrio, Hênio Último Tavares,
Vilson Leffa, Rildo Cosson, Carlos Magno Gomes, William R. Cereja, entre outros.
Palavras-chaves: Ensino; Haicai; Epopeia; Heroísmo.
3. Sumário
1 – SOBRE O POEMA NA SALA DE AULA - pág. 11
1. Literatura e ensino– pág. 11
2. O poema como corpus – pág. 15
2 – AS FORMAS LÍRICAS CURTAS E OS POEMAS DE OLGA SAVARY– pág. 21
2.1 O poema curto: variantes e recepção teórica – pág. 21
2.2 A poesia de Olga Savary – pág. 25
2.3 A seleção e análise de poemas curtos de Olga Savary – pág. 27
3 – ESTRATÉGIAS DE RECEPÇÃO EM “A LÁGRIMA DE UM CAETÉ” (1849) DE NÍSIA
FLORESTA - pág. 38
3.1 Nísia Floresta (1810-1885), uma escritora poliglota – pág. 38
3.2 A lágrima de um Caeté (1849) de Nísia Floresta: estratégias para uma nova leitura do
gênero épico – pág. 40
3.3 A lágrima de um Caeté (1849) e a questão do indianismo romântico indigenista – pág. 45
4 – DO CURTO AO LONGO: UMA EXPERIÊNCIA SIMBIÓTICA – pág. 54
(ANEXOS)
4. SOBRE O POEMA NA SALA DE AULA
Graças ao Romantismo, a nossa
literatura pôde se adequar ao
presente.
(CÂNDIDO, 2003, p.327)
5. AS FORMAS LÍRICAS CURTAS E OS
POEMAS DE OLGA SAVARY
(...) os hai-kais destes 36 anos de poesia (1950 – 1986)
têm uma liberdade que na origem não existe,
condicionados às tradicionais 5/7/5 sílabas em seus 3
versos. Também não tratam só dos temas habituais:
impressões da natureza e uma filosofia ligada ao fluir do
tempo. Embora alguns estejam nessa linha, outros estão
distantes disso, pois foram escritos com uma visão
ocidental, por mais oriental que eu possa me sentir.
(SAVARY, 1986, p. 7)
6. ESTRATÉGIAS DE RECEPÇÃO EM A LÁGRIMA DE
UM CAETÉ (1849) DE NÍSIA FLORESTA
O discurso épico caracteriza-se por sua natureza híbrida, isto
é, por apresentar uma dupla instância de enunciação, a narrativa
e a lírica, mesclando por isso mesmo, em suas manifestações, os
gêneros narrativo e lírico. (…) Com a conversão da proposta
aristotélica em teoria do discurso épico, impõe-se o
reconhecimento da epopéia apenas por sua instância narrativa,
predominante na elaboração discursiva da épica clássica, fazendo
com que a crítica, inadvertidamente, arrolasse a epopéia ao
gênero narrativo, figurando-a ao lado de uma narrativa de ficção
(…)
(SILVA e RAMALHO, 2007, p.49)
7. DO CURTO AO LONGO: UMA EXPERIÊNCIA
SIMBIÓTICA
A ideia de trabalhar as duas extremidades da produção
poética, o poema curto e o longo, com foco na temática indígena,
envolvendo autoria feminina, uma do século XIX, outra viva e em
plena capacidade de criação, nasceu tanto do desejo de tratar de
tema importante no âmbito das questões educacionais da
atualidade quanto de expandir o contato dos estudantes com a
poesia, proporcionando-lhe duas experiências estéticas bem
distintas, a leitura crítica de poemas curtos e a de um poema
longo, o que, a nosso ver, amplia e potencializa a capacidade de
leitura literária dos estudantes.
8. Indígenas do Brasil, o que sois vós?
Selvagens? os seus bens já não gozais…
Civilizados? não… vossos tiranos
Cuidosos vos conservam bem distantes
Dessas armas com que ferido tem-vos
De sua ilustração, pobre Caboclos!
9. Umbueçaua
De coisas plenas melhor
não fazer alarde. Amor
que mais é senão gorjeta?
(SAVARY, 1986, p. 94)
UMBUEÇAUA , em Tupi, significa AULA.
10. Quanto à sequência proposta, esclarecemos que o
trabalho com os haicais de Savary se insere na metodologia
como uma “antecipação” à obra nisiana, já que faz os
estudantes mergulharem no universo léxico indígena e, ao
mesmo tempo, iniciar as reflexões sobre os valores culturais
dessa natureza étnico-temática. Todavia, a própria leitura
crítica desses poemas envolve “decifração” e “interpretação”,
logo, a sequência com os poemas de Savary é,
simultaneamente, uma etapa de preparação para o trabalho
com o poema nisiano, e uma sequência completa em si
mesmo, já que dela resultarão trabalhos ilustrativos que
demostrarão o envolvimento dos estudantes com as questões
nascidas das leituras analíticas em momentos de aula.
11. Haicais de Savary
Sequência 1
Antecipação: leitura-estímulo do poema
Sequência 2
Decifração: leitura crítica dos outros 9 haicais
Sequência 3
Interpretação: registro interpretativo, sob forma de ilustrações dos poemas lidos e
analisados
Epopeia de Nísia floresta
Sequência 1
Antecipação: todo o processo anterior com os poemas de Savary, despertando os
alunos para as questões indígenas + reflexões básicas sobre o poema longo, em
linguagem simples, mas esclarecedora em relação às ideias contidas no “épico”.
Sequência 2
Decifração: leitura analítica do poema
Sequência 3
Registro interpretativo, sob forma de ilustrações de trechos do poema que se
relacionem mais diretamente às questões indígenas.
No final do processo, esperamos ter reunido material para
possível edição de publicação com os poemas ilustrados.
12. BIBLIOGRAFIA:
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MEC,1996.
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19. CRONOGRAMA DE PESQUISA
2 MESES para serem dedicados à análise crítica dos haicais de Savary;
3 MESES para serem envoltos em uma complementação da poesia, discriminando,
em detalhes, todas as etapas das sequências didáticas propostas;
MESES FINAIS para servirem de aplicação da metodologia em uma turma de 9o
ano do Ensino Fundamental, de modo a termos, no trabalho final, registrado como
a proposta se realizou na prática.