O documento apresenta trechos de poemas que utilizam técnicas de intertextualidade, como paródia e apropriação. Há questões sobre quais trechos não usam paródia e sobre qual poema de Mario Quintana não apresenta intertextualidade. Também há análises de poemas de Drummond e Vallias que comentam sobre o uso da paródia e referência a Gonçalves Dias.
2. QUESTÃO 01
intertextualidades
(PUC-MG) Todos os trechos, de Pau-Brasil, utilizam a paródia como recurso construtivo, EXCETO:
3. QUESTÃO 01
intertextualidades
AS MENINAS DA GARE
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
NOSSA SENHORA DOS CORDÕES
Evoé
Protetora do Carnaval em Botafogo
Mãe do rancho vitorioso
Nas pugnas de Momo
Auxiliadora dos artísticos trabalhos
Do barracão
Patrona do livro de ouro
Proteje nosso querido artista Pedrinho
Como o chamamos na intimidade
4. QUESTÃO 01
intertextualidades
NOITE NO RIO
O Pão de Açúcar
É Nossa Senhora da Aparecida
Coroada de luzes
Uma mulata passa nas Avenidas
Como uma rainha de palco
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá.
5. SOLUÇÃO COMENTADA
questão 01
O processo intertextual presente no poema “As meninas da gare” denomina-se apropriação ou
bricolagem. No poema em questão, Oswald de Andrade incorporou [copiou e colou] trechos da
Carta, de Caminha, ao seu texto. Marque-se, pois, a alternativa “a”.
6. INSTRUÇÃO
intertextualidades
(PUC-MG) O trecho que se segue é parte do poema “Europa, França e Bahia”, do livro Alguma
poesia, de Carlos Drummond de Andrade.
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
7. QUESTÃO 02
intertextualidades
Sobre o trecho acima, só NÃO é possível afirmar que:
a presença do poema “Canção do Exílio” no poema “Europa, França e Bahia” costuma ser
explicada como uma alusão ou referência.
o verso Eu tão esquecido de minha terra pode ser visto como uma chamada à ordem feita por
Drummond a si mesmo.
o verso Como era mesmo a Canção do exílio? remete o leitor à paródia, recurso muito explorado
pelos modernistas.
as palavras de Gonçalves Dias nos versos de Drummond são registros de um momento de
comunhão de sentimentos entre os dois poetas.
8. SOLUÇÃO COMENTADA
questão 02
Se o locutor afirma, ainda que por instantes, haver-se esquecido de como era a “Canção do
exílio”, de Gonçalves Dias, ele demonstra não estar tão conectado ao sentimento de saudade
que moveu o escritor romântico. Tal esquecimento funciona como uma espécie de
desligamento, de negação do ufanismo que instigou Dias a construir seu texto. Marque-se, pois,
a alternativa “d”.
9. QUESTÃO 03
intertextualidades
Marque a opção em que NÃO aparece intertextualidade nos poemas de Mario Quintana.
O PRINCÍPIO: Se antes era o Nada, como já poderia haver Alguém para tirar dele o mundo?
COEXISTÊNCIA PACÍFICA: Amai-vos uns aos outros é muito forte para nós; o mais que podemos
fazer, dentro da imperfeição humana, é suportarmo-nos uns aos outros.
ASSUNTO PARA UM CONTO: Um santo que, na sua humildade, se fez pecador, porque achava
que não merecia o céu.
LEGÍTIMA APROPRIAÇÃO: Copio e assino esta frase encontrada no velho Schopenhauer: “A soma
de barulho que uma pessoa pode suportar está na razão inversa de sua capacidade mental”.
10. SOLUÇÃO COMENTADA
questão 03
Não houve uso de procedimentos intertextuais na alternativa “c”. Em tempo, nas alternativas
“a” e “b”, houve uso de paródia. Na alternativa “d”, nota-se o uso da citação.
11. INSTRUÇÃO
intertextualidades
Leia o poema “Apropriação indébita”, de André Vallias.
Minha terra tem palmeiras, Nosso céu tem mais estrelas, Em cismar, sozinho, à noite,
Eu não sabia de nada; A gente não tinha escolha, Era pegar ou largar;
As aves que aqui gorjeiam, Nossos bosques têm mais vida, Minha terra tem palmeiras,
Eu não sabia de nada. A gente não tinha escolha. Eu não sabia de nada.
Minha terra tem primores,
A gente não tinha escolha;
Em cismar – sozinho, à noite –
Era pegar ou largar;
Minha terra tem palmeiras,
Eu não sabia de nada.
12. QUESTÃO 04
intertextualidades
Com base no poema, pode-se afirmar que a intertextualidade:
efetiva-se através de uma paráfrase da composição romântica de Gonçalves Dias.
manifesta-se como paródia da “Canção do exílio”.
preserva as mesmas rimas utilizadas no texto original.
desdenha a estrutura reiterativa presente no poema tradicional.
13. SOLUÇÃO COMENTADA
questão 04
A resposta correta está na opção “b”: o poema mescla frases coloquiais aos versos originais, que
são desfigurados, configurando o expediente da paródia da famosa composição romântica de
Gonçalves Dias, que se caracteriza por ter uma estrutura repetitiva e explorar rimas, o que não
ocorre no texto de André Vallias.