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PROGRAMAÇÃO
&
RESUMOS
Organização:
Instituto Federal do Espírito Santo – campus Vitória
PROGRAMAÇÃO & RESUMOS
VI SEMANA DE LETRAS DO IFES
LEITURA DO MUNDO,
LEITURA DA PALAVRA
Organização:
Instituto Federal do Espírito Santo – campus Vitória
Vitória
14 a 18 de maio de 2019
Instituto Federal do Espírito Santo
Reitor: Jadir José Pela
Diretoria-Geral do campus Vitória:
Diretor: Hudson Luiz Cogo
Diretoria de Ensino do campus Vitória:
Diretor: Márcio Almeida Có
Coordenadoria da Licenciatura em Letras-Português
Coordenadora: Karina Bersan Rocha
Coordenadoria de Códigos e Linguagens
Coordenadora: Maria Madalena Covre da Silva de Macedo
Comissão organizadora:
Docentes do curso de Letras
André Effgen de Aguiar
Andréia Penha Delmaschio
Camila David Dalvi
Fernanda Borges Ferreira de Araújo
Geilson Silva da Costa
Ilioni Augusta da Costa
Ivania Cover
Karina Bersan Rocha
Lucas dos Passos e Silva
Weverson Dadalto
Representante discente
Roberta Patrocínio de Amorim
Núcleo pedagógico
Camila Belizário Ribeiro
SUMÁRIO
5 Apresentação
6 Mesas-redondas e conferências
7 Sessões de comunicação
11 Minicursos & Oficinas
12 Outros momentos da programação
13 Resumos das Conferências
15 Resumos das Comunicações
36 Resumos dos Minicursos
5
APRESENTAÇÃO
"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo".
(Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido)
Nesta sexta edição da Semana de Letras do Instituto Federal do Espírito Santo, a comissão
organizadora homenageia o patrono e maior pensador brasileiro da Educação, Paulo Freire (1927-
1997). No atual contexto, desafiador para todos os envolvidos no processo pedagógico, é
necessário refletir com Freire sobre a dupla responsabilidade que cerca o nosso trabalho: por um
lado, a formação incessante; por outro, a assunção do trabalho pedagógico como tarefa política.
Para tanto, por meio de palestras, oficinas, minicursos e intervenções culturais, propõe-se um
impulsionamento do fazer crítico na escola. Num ciclo que envolve o que ensina e o que aprende,
convocamos à reflexão acerca da práxis social tanto quanto ao engajamento pela leitura de textos:
ler o mundo e ler a palavra.
Comissão Organizadora
6
MESAS-REDONDAS E CONFERÊNCIAS
Dia 14 de maio, das 19h30 às 21h, Teatro
Palestra de abertura:
Leitura do mundo, leitura da palavra: o educador que aprende com os educandos para poder
ensiná-los
Prof. Dr. Valter Martins Giovedi (Ufes)
Mundo, Muros e Palavras: a dignidade da política e a atualidade do pensamento de Paulo Freire
Prof. Me. Carlos Fabian Carvalho (PMV)
Mediadora: Prof.ª Dr.ª Karina Bersan Rocha (Ifes/campus Vitória)
Dia 17 de maio, das 19h30 às 21h, Teatro
Conferência:
Literatura Infantil Brasileira: histórico, censura e subversão
Prof.ª Ma. Mariana Passos Ramalhete (Ifes/campus Venda Nova)
Contra tudo e todos: a formação de leitores em contextos adversos, no município da Serra
Prof.ª Ma. Lucecleia Francisco da Silva (Ufes)
Mediadora: Prof.ª Dr.ª Camila David Dalvi (Ifes/campus Vitória)
Dia 18 de maio, das 9h às 10h20, Teatro
Mesa de comunicações “Em torno de Paulo Freire”
Freire e a educação emancipatória
Prof.ª Jaqueline Canedo (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Paulo Freire e a escola: a formação de alunos com consciência crítica
Prof.ª Isis Gabrielli Secato (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Mediadora: Prof.ª Dr.ª Andréia Penha Delmaschio (Ifes/campus Vitória)
Dia 18 de maio, das 10h40 às 12h, Teatro
Palestra de encerramento:
Tecendo fios, reinventando caminhos com Paulo Freire: a leitura como experiência de formação
e de transformação
Prof.ª Ma. Cristina Tauffer (Ifes/campus Vitória)
Mediador: Prof. Me. Weverson Dadalto (Ifes/campus Vitória)
7
SESSÕES DE COMUNICAÇÃO
Dia 16 de maio, das 16h às 18h, corredor F
SESSÃO I: ESTUDOS LINGUÍSTICOS & EDUCAÇÃO (SALA F1)
A INFLUÊNCIA DOS DISCURSOS GEOPOLÍTICOS DA MÍDIA BRASILEIRA NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Francisco Fernandes Ladeira
ESTRATÉGIAS PARA O TRABALHO COM AS INTERFERÊNCIAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS DA
LÍNGUA POMERANA NA ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA
Francislâine Cordeiro Holz
Edenize Ponzo Peres
RELAÇÕES ENTRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E POLÍTICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS IFS:
POR UMA EDUCAÇÃO QUE VISE O PENSAMENTO CRÍTICO E A CIDADANIA
Gabriela Freire Oliveira Piccin
Kyria Rebeca Finardi
AS TIRINHAS DE ARMANDINHO NA SALA DE AULA
Jeany Martinelli Peçanha
EDUCAÇÃO CRÍTICA NO ENSINO DE LÍNGUAS: RETALHOS DE UMA AUTOETNOGRAFIA
Karina Antonia Fadini
SESSÃO II: LITERATURA, LINGUÍSTICA E ENSINO (SALA F2)
A QUESTÃO QUEER E A SALA DE AULA: COMO CONVIVER EM HARMONIA?
Rossana Furtado
Laura Furtado Esteves
A LEITURA CRÍTICA EM HUMANIDADES: TRABALHANDO OS PRECONCEITOS POR MEIOS DE
GÊNEROS TEXTUAIS DIVERSOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Yaralice Fabri Pereira Castanhi
Antônio Carlos Gomes
DIFUSÃO, CONHECIMENTO E CONSUMO DA LITERATURA DE FICÇÃO QUE POSSUI POR TEMÁTICA
DE FUNDO A RELIGIOSIDADE OU A MITOLOGIA AFROBRASILEIRA/AFRICANA
André Felipe da Silva Souza
LITERATURA E ENSINO: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS NO ROMANCE DIVÓRCIO DE RICARDO
LÍSIAS
Estefany Medeiros Borghardt
GÊNERO CARTA: NO ESTÍMULO A LEITURA, ESCRITA E FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICO E
CULTURAL
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
Larissa de Souza Oliveira
Joyce Sthephany Fonseca Moreira
Viviane Guimarães Parente
Patrícia Seibert Lyrio
SESSÃO III: ESTUDOS LITERÁRIOS (SALA F4)
A FRIEZA DOS FERROS: DITADURA E TORTURA NA POESIA DE ALEX POLARI
Andréia Penha Delmaschio
O QUE É UMA LISTA LITERÁRIA?
Arnon Tragino
8
MACHADO DE ASSIS, POETA-TRADUTOR: PERCURSO DE UMA TESE
Diego do Nascimento Rodrigues Flores
A ESCRE(VIVÊNCIA) PRESENTE EM MARIA FIRMINA DOS REIS E CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA
ANÁLISE DOS CONTOS “A ESCRAVA” E “MARIA”
Michelly Cristina Alves Lopes
NÃO ENTRE EM PÂNICO: O LUGAR DA LITERATURA INFANTOJUVENIL
Lorrana Bernardes Bastos
Nelson Martinelli Filho
SESSÃO IV: ESTUDOS LINGUÍSTICOS (SALA F5)
A SÓCIO-HISTÓRIA DA LÍNGUA POMERANA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA
DE JETIBÁ/ES
Carolaine Rodrigues Woelffel
A SÓCIO-HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE O HUNSRÜCKISCH E O PORTUGUÊS EM RIO FUNDO,
MARECHAL FLORIANO, ESPÍRITO SANTO
Kamila Trarbach Marques
LINGUÍSTICA GEOGRÁFICA: UM DIÁLOGO ENTRE SAUSSURE E A SOCIOLINGUÍSTICA
Elaine Cristina Borges de Souza
RESTRIÇÕES SOCIAIS NA PALATALIZAÇÃO DE FRICATIVAS ALVEOPALATAIS SURDAS EM
CARAVELAS – BA
Jares Gomes Lima
MARIELLE VIVE! - O GRAFFITI COMO GÊNERO TEXTUAL COM POTENCIAL CRÍTICO PARA O
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Priscila de Souza Chisté Leite
Leonardo Bis dos Santos
SESSÃO V: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F7)
COMPETÊNCIAS LEITORAS: UMA ANÁLISE DA BNCC NA BUSCA PELA EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Camila Teixeira Gabriel
A LITERATURA DE CORDEL E O DEBATE ÉTNICO-RACIAL: HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS DE
JARID ARRAES EM SALA DE AULA.
Carolinne Quintanilha Ornellas
Isabella Santos Coutinho
AS POTENCIALIDADES DA LEITURA NO PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO EM
PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
Daniela da Cunha Madeira
NOTAS BENJAMINIANAS SOBRE O NARRADOR EM “A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER”,
DE SVETLANA ALEKSIÉVITCH
Emerson Campos Gonçalves
REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA CRIATIVA EM SALA DE AULA
Yan Patrick Brandemburg Siqueira
9
Dia 17 de maio, das 16h às 18h, corredor F
SESSÃO VI: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F1)
QUÍMICA ATRAVÉS DE CORDEL E FANZINE
Amanda Giacomin Camargo
PARÓDIA GEOGRÁFICA: ENTENDENDO A GLOBALIZAÇÃO
Rayssa de Oliveira
Rennan Ataides da Silva
LITERATURA CONTEMPORÂNEA E ENSINO: CONSIDERAÇÕES E ABORDAGEM DE O QUE OS
CEGOS ESTÃO SONHANDO, DE NOEMI JAFFE
Roberta Patrocínio de Amorim
A LITERATURA DE AUTORIA CAPIXABA EM LIVROS FALADOS E A FORMAÇÃO DO LEITOR
LITERÁRIO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS
Selma Nathalie Pessotti
Letícia Queiroz de Carvalho
LEITURA EM CENA NA ESCOLA: A ADAPTAÇÃO DE CONTOS MACHADIANOS AO TEATRO PARA
FORMAÇÃO DE LEITORES
Joyce Galon da Silva Moronari
SESSÃO VII: ESTUDOS LITERÁRIOS (Sala F2)
"11 PASSOS PARA MERCE CUNNINGHAM": O RITMO VERBIVOCOVISUAL NA POESIA DE RICARDO
ALEIXO
Alexandra Firmino Tibério
ANTES DE PORTUGAL: O QUE DIZ A "TERRA SEM MAL" DE WALDO MOTTA
Carlilio Louzada de Oliveira Junior
FORMAS DO DECASSÍLABO NA POESIA DE PAULO HENRIQUES BRITTO
Heitor da Costa Coelho
A ARTE POÉTICA DE FRANCISCA JÚLIA: DA IMPASSIBILIDADE À SENSUALIDADE DA MULHER
OITOCENTISTA
Matheus Salomão
FORMAS DO VERSO LIVRE NA POESIA DE ANGÉLICA FREITAS
Suellen Neres Pimentel
SESSÃO VIII: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F4)
RIBAMAR: O ROMANCE CONTEMPORÂNEO COMO RECURSO DIFUSOR DA LITERATURA
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
SUBMISSÃO E RESISTÊNCIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICA COMO PONTE ENTRE A OBRA
MACHADIANA E A SOCIEDADE FEMININA DO SÉCULO XXI
Larissa Alcoforado
A (RE)CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA NA ERA DA PÓS-VERDADE: NOÇÕES DE REALIDADE
EM BERNARDO KUCINSKI
Lorrana Bernardes Bastos
O CISNE E O SIGNO, À LUZ DA PSICANÁLISE, EM “PALINODIALÉTICA”, DE NELSON ASCHER
Nelson Martinelli Filho
DIÁRIO DA QUEDA: ASPECTOS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA PELA ÓTICA DA AUTOFICÇÃO
E DA INTERDISCIPLINARIDADE, COM VISTAS À SALA DE AULA.
Marcela Alvarenga Toniato
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SESSÃO IX: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F6)
ESTRATÉGIAS DE LEITURA COM LIVROS INFANTIS DO ESPÍRITO SANTO
Ivana Esteves Passos de Oliveira
TRIBUTO ÀS VÍTIMAS DE BRUMADINHO E MARIANA
Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
A RELEITURA DE TEXTO E A PARÓDIA: PRÁTICAS PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 9º ANO
Marco Antonio Vieira Barreto
AS RELAÇÕES ENTRE CARNAVALIZAÇÃO, GASTRONOMIA E LITERATURA: DIÁLOGOS NA
FORMAÇÃO DOCENTE
Murilo Góes Martins
Letícia Queiroz de Carvalho
ALGUÉM-MULHER: A OBSCENA SENHORA D À LUZ DA TEORIA LITERÁRIA FEMINISTA
Isabela S. Dantas
SESSÃO X: ESTUDOS LINGUÍSTICOS & EDUCAÇÃO (Sala F7)
O CONTATO LINGUÍSTICO EM SANTA TERESA/ES
Daillane dos Santos Avelar
COMENTA.DA.MENTE: UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Michelly de Andrade Costa Mendes
O USO DE ANGLICISMOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ERA DIGITAL: POLITICAS E PRÁTICAS
LINGUÍSTICAS
Uéliton José de Oliveira
GÊNERO TEXTUAL: MEME
Estefany Medeiros Borghardt
Mariana Siqueira Madeira
Vivianne Freire Valladão
AS IMAGENS E A SALA DE AULA: MEMES COMO PROPOSTA DE LETRAMENTO VISUAL
Rossana Martins Furtado
11
MINICURSOS & OFICINAS
16 de maio, das 13 às 16h
Oficina 1: Práticas em contação de histórias
Gabriela Krüger Arpini
Local: Auditório de Eletrotécnica
16 de maio, das 18h30 às 20h30
Oficina 2: Compreendendo a modalidade de comunicação da Língua de Sinais
Fernanda dos Santos Nogueira (Ifes/campus Vitória)
Local: Teatro do campus
16 de maio, das 18h30 às 21h30
Minicurso 1: Minorias sociais no livro didático: diálogos entre Freire e Serge Moscovici
Prof. Me. Cleidson Frisso Braz (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Local: Miniauditório 1
Minicurso 2: As matriarcas negras de Conceição Evaristo e a luta contra a invisibilidade: um
caminho de resistência
Prof.ª Ma. Nanine Renata Passos dos Santos Pereira (Ifes/campus Venda Nova)
Local: Miniauditório 2
Minicurso 3: De notícias a fake news humorísticas: a era da pós-verdade
Prof.ª Ma. Karine Silveira (Ifes/campus Venda Nova)
Local: Sala F2
Minicurso 4: O mundo munda: sujeitos entre si na grande leitura
Prof. Dr. Alexander Nassau (Ifes/campus Serra)
Local: Sala F3
Minicurso 5: Leitura e Machado de Assis
Prof. Dr. Wolmyr Aimberê Alcantara Filho (Sedu e Saberes)
Local: Auditório da Eletrotécnica
17 de maio, das 13 às 16h
Oficina 1: Práticas em contação de histórias (continuação)
Gabriela Krüger Arpini
Local: Auditório de Eletrotécnica
12
OUTROS MOMENTOS DA PROGRAMAÇÃO
14 de maio
17h às 19h – Momento Cultural: Palavra plantada
Eliza Zamagna, Jéssica Mauro, Ilana Gasparini, Rafael Teixeira, Samanta Martins e Sirléia Rocha
(Alunos de Letras do Ifes/campus Vitória)
Local: Pátio Rogério Zane
18h – Credenciamento
Local: Teatro do campus
16 e 17 de maio
10h às 19h – Revistaria Animal
Local: Pátio Rogério Zane
13
RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS & MESAS-REDONDAS
PALESTRA DE ABERTURA:
LEITURA DO MUNDO, LEITURA DA PALAVRA: O EDUCADOR QUE APRENDE COM OS EDUCANDOS
PARA PODER ENSINÁ-LOS
Prof. Dr. Valter Martins Giovedi (Ufes)
Nem sempre conseguimos retirar todas as implicações pedagógicas de algumas famosas
proposições de Paulo Freire. Isso ocorre com a afirmação de que “a leitura de mundo precede a
leitura da palavra” e também com a afirmação de que o educador deve aprender com os
educandos antes de lhes ensinar algo. Diante disso, essa conferência terá como objetivo propor
reflexões sobre a profundidade dessas duas importantes teses de Paulo Freire, demonstrando as
implicações delas para o currículo escolar e para a prática pedagógica de educadores e educadoras
que concebem o trabalho na escola muito além do que o mero treinamento. A adesão à Pedagogia
de Paulo Freire traz para o(a) professor(a) algumas exigências incomuns ao trabalho pedagógico
tradicional. No entanto, são exigências que valem a pena para que a nossa profissão ganhe
significado para nós e para os nossos educandos(as).
CONFERÊNCIA:
CONTRA TUDO E TODOS: A FORMAÇÃO DE LEITORES EM CONTEXTOS ADVERSOS, NO
MUNICÍPIO DA SERRA
Prof.ª Ma. Lucecleia Francisco da Silva (Ufes)
A presente pesquisa se insere nos diálogos do Grupo de pesquisa “Literatura e Educação”, da
Universidade Federal do Espírito Santo. Com abordagem qualitativa, realiza especificamente um
estudo de caso sobre a formação de sujeitos leitores em contextos desfavoráveis, no município da
Serra – ES. Investiga como tais sujeitos de uma escola de periferia desse município se tornaram
leitores em condições adversas, sejam culturais, sociais, familiares, educativas ou econômicas. Na
tentativa de compreender como esses sujeitos se constituíram leitores, é preciso entender como
os seus contextos histórico-sociais, econômicos, familiares, culturais se relacionam com a
literatura no meio escolar e fora dele na formação de sujeitos leitores? Há indícios de a leitura
literária se constituir para além da mediação pedagógica do professor? Há outros modos de
mediação que participem diretamente da/na formação do aluno sujeito leitor? A partir desses
questionamentos nos dirigimos ao trabalho de campo onde foi aplicado um questionário para três
turmas de oitavas séries (9º anos), num total de oitenta e quatro questionários. Em seguida foi
feita a escolha de cinco alunos para entrevistas. Com a investigação pudemos conhecer as práticas
de leituras desses sujeitos, preferências e hábitos de leitura, formas de aquisição dos livros,
frequência de leitura e os principais mediadores de leitura, dentre outros. Destacamos também a
importância do papel do mediador de leitura, pois este estabelece uma espécie de ligação entre o
leitor e o texto. A principal teórica que trata da nossa temática é a antropóloga Michèle Petit
(2009 e 2013), que irá ao encontro das especificidades da adolescência, principalmente de
periferias. Numa interlocução com Pètit, o trabalho abarca diversas formas de mediação com a
leitura e também na formação de leitores. Nesse caso usamos as obras: A arte de ler ou como
resistir à adversidade (2009), Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva (2009) e Leituras: do
espaço íntimo ao espaço público (2013).
Palavras-chave: Leitura literária. Mediação. Formação de leitores. Adolescentes.
14
LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA: HISTÓRICO, CENSURA E SUBVERSÃO
Prof.ª Dr.ª Mariana Passos Ramalhete (Ifes/campus Venda Nova)
A literatura infantil brasileira teve, segundo Coelho (1984) e Machado (2011), sua efervescência na
Ditadura Militar. Mas é nos últimos anos que se tem acompanhado com maior nitidez práticas de
censura a determinados livros, refletidas ora na retirada destes das bibliotecas escolares, ora no
compartilhamento de opiniões inconsistentes em mídias sociais. Este trabalho, portanto, traça
um histórico sobre a constituição da literatura infantil no Brasil, com especial atenção às obras que
foram alvo de censura recentemente. Pondera sobre a nocividade de visões superficiais acerca da
prática de leitura e do texto literário e, por fim, reitera o caráter intrépido e antiautoritário próprio
da literatura infantil.
MESA DE COMUNICAÇÕES “EM TORNO DE PAULO FREIRE”:
FREIRE E A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA
Prof.ª Ma. Jaqueline Canedo (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Paulo Freire traz mais que uma referência em Educação, mas uma bandeira a ser levantada por
todo educador dito progressista neste país, talvez por isso, seu nome hoje sofra uma tentativa de
apagamento pelos mantenedores do status quo, que limita os pobres “educados” a crer num
futuro “desproblematizado”, ou seja, inexorável. É a ideia do caráter transformador que trazemos
ao comentar a relação freiriana com a educação, defendida por ele como arma emancipadora dos
sujeitos.
PAULO FREIRE E A ESCOLA: A FORMAÇÃO DE ALUNOS COM CONSCIÊNCIA CRÍTICA
Prof.ª Ma. Isis Gabrielli Secato (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Quando cria o conceito de Educação bancária (1974), Paulo Freire pretende criticar a imposição do
conhecimento realizada pelo professor sobre o aluno, como se este fosse apenas um depósito de
conceitos. Na contramão da educação bancária que tanto preocupava Freire, discutiremos aqui o
papel da escola e do professor na formação de indivíduos críticos. Da mesma forma, falaremos
sobre a necessidade de se propor, no ambiente escolar, discussões políticas capazes de sugerir
que o aluno olhe para si e para o seu lugar com consciência crítica e propondo mudança.
PALESTRA DE ENCERRAMENTO:
TECENDO FIOS, REINVENTANDO CAMINHOS COM PAULO FREIRE: A LEITURA COMO
EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO E DE TRANSFORMAÇÃO
Prof.ª Dr.ª Cristina Tauffer (Ifes/campus Vitória)
Na pluralidade dos espaços formativos, as redes de saberes, fazeres e poderes tecidas pelos
sujeitos são atravessadas por valores éticos, políticos e sociais. Nessa complexidade de fluxos,
Freire destaca que a educação se dá na relação que seres humanos estabelecem entre si,
mediatizados pela natureza e pela cultura. A educação é prática de uma liberdade que transforma,
que provoca a consciência do direito de ler a palavra e o mundo. A leitura cria novas relações do
sujeito com seus desejos e conhecimentos e o impulsiona em direção à reflexão, antecipação da
ação transformadora, da emancipação, que projeta as possibilidades de mudança de si e do
mundo.
15
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES
ESTUDOS LINGUÍSTICOS:
A SÓCIO-HISTÓRIA DA LÍNGUA POMERANA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA
DE JETIBÁ/ES
Carolaine Rodrigues Woelffel
No Espírito Santo há uma rica diversidade cultural e linguística, devido à grande quantidade de
imigrantes que recebeu no século XIX. Atualmente no município de Santa Maria de Jetibá,
localizado a 80 km de Vitória, se encontra a maior concentração de descendentes de imigrantes
pomeranos do Espírito Santo, que usam a língua pomerana em diferentes situações, em seu
cotidiano. Porém, o seu uso entre os mais jovens na zona urbana tem diminuído em favor do
português, mesmo com os esforços por parte da população e órgãos públicos para a sua
valorização (BREMENKAMP, 2014). Esta pesquisa tem por objetivos: a) conhecer o que pensam os
descendentes dos imigrantes pomeranos a respeito de sua língua ancestral; e b) descrever a
história social da língua pomerana em Santa Maria de Jetibá, analisando o seu uso atualmente e
em tempos passados. Neste trabalho foram realizadas 24 entrevistas sociolinguísticas com
descendentes de imigrantes pomeranos bilíngues em pomerano e português, divididos de acordo
com a sua faixa etária (de 15 a 30, de 31 a 50 e mais de 50 anos), sexo/gênero (feminino e
masculino) e escolaridade (até 5 anos, e acima de 5 anos de escolarização), com dois informantes
em cada célula. Na pesquisa foi possível perceber, entre outros aspectos, que os descendentes de
imigrantes pomeranos sentem orgulho e afeto pela língua dos seus antepassados e pretendem
mantê-la viva. Alguns temem que ela possa deixar de ser falada pelas futuras gerações, porém,
acreditam que a população, juntamente aos órgãos públicos, deve se empenhar para preservá-la.
Palavras-chave: Santa Maria de Jetibá; Imigrantes; Pomeranos.
O CONTATO LINGUÍSTICO EM SANTA TERESA/ES
Daillane dos Santos Avelar
Esta pesquisa descreve as consequências do contato linguístico entre as variedades dialetais
faladas por imigrantes italianos e o português em Santa Teresa, Espírito Santo. Para realizar tal
estudo, foram analisadas vinte e quatro entrevistas sociolinguísticas com moradores da zona
urbana de Santa Teresa, todos descendentes de imigrantes italianos, classificados por seu
sexo/gênero (feminino e masculino), faixa etária (de 12 a 25, de 26 a 50 e acima de 50 anos) e
escolaridade (até 08 anos e acima de 08 anos de escolarização). Foi analisada a pronúncia das
consoantes oclusivas dentais, /t/ e /d/ diante de /i/ pelos informantes. Os resultados apontaram
que a tonicidade da sílaba foi selecionada apenas para o fonema /t/. A pronúncia de /t/ e /d/ com
influência da língua de imigração se faz mais presente nos informantes da faixa etária acima de 50
anos, do sexo masculino e de menor nível de escolaridade. Assim, confirmamos a mudança em
progresso com relação a essa característica da língua resultante do contato.
Palavras-chave: Variação e mudança linguística; Contato linguístico; Oclusivas dentais.
LINGUÍSTICA GEOGRÁFICA: UM DIÁLOGO ENTRE SAUSSURE E A SOCIOLINGUÍSTICA
Elaine Cristina Borges de Souza
É comum uma interpretação standart de Saussure em que se atribui ao linguista um estudo
centrado somente na Langue e/ou no Sistema. Algumas pesquisas já se preocupam em mostrar a
amplitude do Curso de Linguística Geral (CLG) e dos Escritos de Linguística Geral e o quanto as
pesquisas em linguística contemporânea devem a Saussure. Nosso propósito é contribuir com essa
perspectiva apontando no Curso elementos que hoje são objetos de estudo da Sociolinguística.
16
Nosso propósito não é dar a Saussure o status de precursor da Sociolinguística, mas destacar que é
possível encontrar no Curso elementos que anteviam estudos hoje inseridos na Sociolinguística.
Especificamente, a análise será centrada na Quarta Parte do CLG dedicada à Linguística Geográfica
em que Saussure procura correlacionar o espaço geográfico, a diversidade da língua e o tempo.
Assim, o objetivo desse trabalho é o de contextualizar a Linguística Geográfica como parte do
escopo do que Saussure chamou de Linguística Externa e destacar como os estudos em
Sociolinguística respondem a problemas indicados no CLG, tomando como exemplo o primeiro e o
segundo tópico desenvolvidos no segundo capítulo da quarta parte do CLG, respectivamente, a
coexistência de diferentes línguas em um mesmo espaço geográfico e a falta de unidade linguística
entre o idioma natural e língua literária.
Palavras-chave: Linguística geográfica; Saussure; Sociolinguística.
RESTRIÇÕES SOCIAIS NA PALATALIZAÇÃO DE FRICATIVAS ALVEOPALATAIS SURDAS EM
CARAVELAS – BA
Jares Gomes Lima
Apresentamos uma investigação sobre a palatalização do /s/ em coda silábica seguida de /t/ com
base na Teoria da Variação e da Mudança Linguística (LABOV, 2008 [1972]; WEINREICH, LABOV &
HERZOG, 2006 [1968]). Utilizando o programa GoldVarb X, foi possível observar as realizações da
variante alveopalatal [ʃ] em contraste com a produção alveolar [s], foram consideradas
significativas as variáveis escolaridade e sexo/gênero (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Em
uma análise cruzada de escolaridade e sexo/gênero, a variável faixa etária também apresentou
significância. Os falantes com até 11 anos de escolarização foram aqueles que apresentaram maior
efeito, cujo peso relativo foi de 0,691, os de menor efeito foram os falantes com mais de 11 anos,
cujo peso foi 0,386, e falantes com 08 anos ou menos de escolarização apresentaram uma
tendência relativamente baixa para a alveopalatal, de 0,463. Quanto a sexo/gênero, mulheres
(0,596) e homens (0,359) diferem, pois eles desfavorecem a variante alveopalatal, enquanto elas
tendem a favorecê-la. Na variável faixa etária, selecionada apenas quando cruzadas as demais
variáveis sociais, os resultados apontam que falantes com mais de 49 anos (0,607) são aqueles que
apresentam maior tendência para a ocorrência da alveopalatal, enquanto os falantes de 25 a 49
anos tendem a ser mais tímidos (0,455). A partir disso, nossa análise discutiu impasses
relacionados aos resultados não esperados e em que medida nossa amostra pode contribuir para
seu aparecimento considerando as generalizações dos efeitos encontrados até o momento das
tendências de nossas variáveis sociais.
Palavras-chave: Palatalização; Fricativas; Variação; Caravelas - BA.
A SÓCIO-HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE O HUNSRÜCKISCH E O PORTUGUÊS EM RIO FUNDO,
MARECHAL FLORIANO, ESPÍRITO SANTO
Kamila Trarbach Marques
Esta pesquisa tem por objetivo contribuir com a descrição da diversidade linguística do Espírito
Santo. Especificamente, este estudo se centra em Rio Fundo, uma comunidade rural de cerca de
2.300 habitantes, pertencente ao distrito de Araguaia, município de Marechal Floriano – ES, que
foi colonizada em meados do século XIX por imigrantes alemães provenientes da Renânia. Seus
moradores ainda mantêm as tradições dos antepassados, mas, com respeito à língua, a partir do
momento em que aconteceu o contato dos seus moradores com os brasileiros, aos poucos a
língua hunsrückisch foi sendo substituída pelo português, ao ponto de haver poucos falantes,
atualmente. A partir do exposto, nossos objetivos são: a) descrever a sócio-história da língua
hunsrückisch em Rio Fundo; b) verificar se existe ali o interesse em revitalizá-la, promovendo a sua
transmissão às gerações futuras; e c) registrar o português falado pelos moradores da localidade,
para futuros estudos de descrição linguística. A fim de alcançarmos os nossos objetivos,
17
procedemos a uma pesquisa bibliográfica para conhecermos a história da colonização do Espírito
Santo e da imigração alemã no estado. Além disso, visitamos instituições públicas do município de
Marechal Floriano e fizemos entrevistas sociolinguísticas (LABOV, 2008 [1972]) com moradores da
comunidade, especialmente os mais idosos e bilíngues em hunsrückisch e português, mas também
crianças, jovens e adultos monolíngues em português, com o intuito de saber seus sentimentos
com relação à revitalização e manutenção do hunsrückisch. Por meio das entrevistas, pudemos
constatar que: a) a comunidade ainda guarda fortemente as tradições alemãs, principalmente na
comida; b) quanto à língua hunsrückisch, ela é falada somente por alguns idosos, especialmente os
luteranos, que são a minoria; c) devido à desvalorização dessa língua por parte das instituições
púbicas e pela sociedade civil, ela não foi transmitida aos mais jovens e, em alguns casos,
esquecida por aqueles que a falavam; e d) muitos, inclusive os mais jovens, gostariam que ela
fosse revitalizada na comunidade. Esses resultados apontam para a necessidade de ações urgentes
em prol da manutenção do hunsrückisch na comunidade de Rio Fundo, considerando-se o fato de
que essa língua deve deixar de existir nesse local em relativamente pouco tempo.
Palavras-chave: Contatos Linguísticos; Imigração alemã em Marechal Floriano-ES; Língua
hunsrückisch.
COMENTA.DA.MENTE: UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Michelly de Andrade Costa Mendes
As tecnologias já fazem parte do cotidiano em todos os setores da nossa sociedade. E acompanhar
essas transformações sociais que ocorrem por meio das inovações tecnológicas sem perder de
vista a construção de conhecimentos na escola tem sido um desafio dentro do campo educacional.
O presente trabalho tem como objetivo trabalhar estratégias de leitura em um objeto de
aprendizagem no Ensino Fundamental II. Para tanto, está sendo construído um produto
educacional em forma de plataforma colaborativa de funcionamento online e em rede local – haja
vista os problemas de conectividade nas escolas públicas – em que os alunos poderão, a partir dos
textos selecionados pelo professor dentro dessa ferramenta, criar e compartilhar comentários
sobre essas leituras nas salas de informática. A metodologia adotada baseia-se em pesquisas
sobre: os Objetos de Aprendizagem (OAs), o ensino de Língua Portuguesa no Brasil e as estratégias
de leitura; a criação da plataforma, elaboração e aplicação de uma sequência didática que envolva
o uso desse aplicativo, bem como a análise das implicações desse recurso para o desenvolvimento
da leitura e escrita dos alunos. Dessa forma, apoiando-se na concepção enunciativo-discursiva da
linguagem, o contato dos alunos com o texto se dará de forma dialógica, aproximando o aluno da
cultura escrita, pois a aplicação essencial da plataforma é proporcionar a compreensão e
discussão, desenvolvendo assim estratégias de leitura de forma proficiente.
Palavras-chave: Tecnologia; Ensino de língua portuguesa; Estratégias de leitura; Objetos de
aprendizagem. Plataforma.
O USO DE ANGLICISMOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ERA DIGITAL: POLITICAS E PRÁTICAS
LINGUÍSTICAS
Uéliton José de Oliveira
Na história da linguagem, os elementos verbais de uma língua e outra, ou uma língua e outras,
sempre se amalgamaram. Este fenômeno é prova de que a língua não possui uma fronteira que a
proteja da influência de outra língua. O surgimento do Estado/Nação fortaleceu a ideia de que as
fronteiras territoriais se estendem para a da linguagem, o que não é verdade. Durante o processo
que ficou conhecido como Globalização, a língua inglesa se fortaleceu muito diante de idiomas
que antes imperavam, como o francês no século XIX, por exemplo. Viemos, aqui, procurar
compreender como e por que os anglicismos (termos de língua inglesa) são assimilados por nós
com tanta fluidez, facilidade e celeridade na língua portuguesa do Brasil no mundo
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contemporâneo. O uso exagerado de anglicismos já fora tema de debates junto à política oficial, o
que levou à elaboração de projetos de lei um tanto quanto quixotescos, poderíamos assim dizer.
Buscamos na História, na Sociologia e na Filosofia da Linguagem, elucidar que o uso de anglicismos
na era digital acompanha todo um fenômeno de transformações sociais pelas quais passamos nas
últimas três décadas. Para tanto, nos apropriamos das teorias de Liquidez de Bauman, das novas
epistêmes de Moita Lopes e Souza Santos e dos textos sobre linguagem do chamado Círculo de
Bakhtin, dentre outros. Como corpus utilizamos os memes, já que são uma nova forma de
enunciação muito explorada por internautas.
Palavras-chave: Anglicismos; Memes; Era digital; Língua portuguesa; Liquidez.
ESTUDOS LINGUÍSTICOS E EDUCAÇÃO:
GÊNERO TEXTUAL: MEME
Estefany Medeiros Borghardt
Mariana Siqueira Madeira
Vivianne Freire Valladão
Neste projeto, desejamos explorar as possibilidades de trabalho com as novas formas de textos
surgidas a partir da ascensão das mídias sociais, dando foco ao gênero textual meme. Entendemos
os memes como um importante veículo de conteúdo crítico e humorístico consumidos pelo
público mais jovem, integrado ao meio digital, além de ser uma fonte interpretativa de imagens e
fazer uso claro e recorrente da intertextualidade – fator essencial na construção de sentido e
interpretação de textos diversos. Visando à abordagem em sala de aula, tendo como base os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), pretendemos dar evidência a características que façam
dos memes um ponto de partida interessante para o entendimento de alguns conceitos escolares
da área da linguística, como a construção do humor e como nos relacionamos com ele, a relação
de linguagens verbal e não verbal em um mesmo texto e, principalmente, o estudo de gêneros
textuais, evidenciando o gênero escolhido e comparando-o com outros, a fim de auxiliar na
formação de melhores leitores e escritores.
Palavras-chave: gêneros textuais, memes, linguística, ensino.
A INFLUÊNCIA DOS DISCURSOS GEOPOLÍTICOS DA MÍDIA BRASILEIRA NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Francisco Fernandes Ladeira
O presente estudo apresenta os resultados de uma reflexão teórica e pesquisa em campo que
buscou compreender como os discursos geopolíticos da grande mídia brasileira influenciam o
processo de ensino-aprendizagem em Geografia na educação básica. Para tanto, analisamos as
narrativas presentes nos noticiários internacionais sobre o mundo muçulmano e a América Latina,
abordamos os principais referenciais teóricos utilizados para estudar as relações entre meios de
comunicação de massa e geopolítica, aplicamos questionários para alunos do 3º ano do ensino
médio e professores de Geografia para aferir como eles decodificam os discursos geopolíticos da
mídia e observamos três aulas de Geografia em que docentes e discentes tiveram contato com
algum tipo de material midiático. Constatamos que a mídia ainda é o principal fator que
condiciona os imaginários geopolíticos dos discentes, isto é, as concepções que eles possuem
sobre outros povos, nações, crenças e ideologias são permeadas pelas representações midiáticas.
Por outro lado, grande parte dos educadores ainda utiliza o material midiático apenas como mais
um recurso didático e não como objeto de estudo a ser sistematizado em seu conteúdo discursivo.
Palavras-chave: Mídia; Discurso; Ensino.
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ESTRATÉGIAS PARA O TRABALHO COM AS INTERFERÊNCIAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS DA
LÍNGUA POMERANA NA ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA
Francislâine Cordeiro Holz
Edenize Ponzo Peres
Tendo em vista a necessidade de um maior conhecimento sobre as consequências do contato
entre línguas, objetivando um melhor planejamento do ensino de segunda língua, realizaremos
nesta pesquisa um estudo sobre as interferências fonético-fonológicas da estrutura da língua
pomerana na escrita em português. Para alcançar os objetivos propostos, foram avaliados 54
textos formais escritos em português, produzidos por alunos de uma escola pública localizada na
comunidade bilíngue de São Sebastião de Belém, interior do município de Santa Maria de Jetibá,
com diferentes níveis de bilinguismo. Na análise dos textos, verificaram-se traços fonético-
fonológicos da língua pomerana na escrita em língua portuguesa. Por meio dos preceitos teóricos
dos Contatos Linguísticos e da Sociolinguística Educacional, bem como as estratégias de ensino
apontadas pelo Epilinguismo, pretendemos desenvolver um conjunto de atividades interventivas e
posteriormente aplicá-las a fim de auxiliar professores em comunidades bilíngues a trabalharem
os problemas de ortografia advindos do contato linguístico e, igualmente, colaborar com a
manutenção das línguas minoritárias, no caso, o pomerano.
Palavras-chave: Contato linguístico; Sociolinguística Educacional; Produção de texto; Bilinguismo
pomerano-português.
RELAÇÕES ENTRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E POLÍTICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS IFS:
POR UMA EDUCAÇÃO QUE VISE O PENSAMENTO CRÍTICO E A CIDADANIA
Gabriela Freire Oliveira Piccin
Kyria Rebeca Finardi
Considerando que educação e internacionalização se relacionam nos objetivos dos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) (SUETH et al, 2009), e que a articulação entre
ensino, pesquisa e extensão busca promover o desenvolvimento cultural (BRASIL, 2008), e
portanto a formação cidadã, o presente trabalho discute as relações entre políticas linguísticas e
de internacionalização dos IFs no que tange à construção da cidadania e do pensamento crítico
nesse processo. Desse modo, o estudo em andamento traz as vozes de sujeitos dos IFs que
responderam a um questionário semiestruturado online, e a análise qualitativa dos dados parciais
em discussão com a literatura da área. Por fim, o trabalho denuncia o caráter neoliberal que a
internacionalização da educação tem assumido (SOUSA SANTOS, 2011; LEITE; GENRO, 2012;
PICCIN; FINARDI, 2019), e aponta outras possibilidades de cooperação acadêmica, mais humanas e
igualitárias, que busquem a formação da cidadania, conforme os apontamentos de Menezes de
Souza e Monte-Mór (2006), Andreotti (2014) e Paulo Freire (1996).
Palavras-chave: Políticas linguísticas; Políticas de internacionalização; Institutos Federais;
Pensamento crítico; Cidadania.
AS TIRINHAS DE ARMANDINHO NA SALA DE AULA
Jeany Martinelli Peçanha
O presente trabalho possui o objetivo de pesquisar como as práticas de leitura e produção de
texto a partir da análise das tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, podem ser
uma estratégia para formação do leitor crítico e,
consequentemente, estimular a capacidade de interpretação e aprimorar a
escrita, formando leitores autônomos e participativos socialmente. Sabendo das dificuldades
relacionadas ao estudo de textos, à leitura e à escrita na escola e fora dela, essa pesquisa pretende
destacar a importância de se trabalhar o gênero tirinha como um caminho para se instigar a
curiosidade dos alunos do ensino fundamental para a leitura, servindo como ponte para o diálogo
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com outros gêneros, para a formação de leitores críticos e responsivos acerca de temas sociais
diversos. Adotando a concepção de linguagem como interação social e sabendo que o processo
enunciativo se dá por meio de inúmeros gêneros textuais pelos quais são construídas e
reconstruídas ideologias diversas, pretendemos discorrer sobre como as tirinhas do personagem
Armandinho podem contribuir para o diálogo com temas vários e provocar no leitor uma atitude
responsiva ativa perante temas e situações sociais diferentes. Para esse fim, baseamo- nos nas
teorias sobre dialogismo, construção de sentido e responsividade do filósofo Mikhail Bakhtin e nos
postulados acerca da língua e dos gêneros textuais de Luiz Carlos Travaglia e Luiz Antônio
Marcuschi. Dialogamos também com os estudos sobre a questão da leitura da autora Michèle
Petit e nas conjecturas acerca da importância dos quadrinhos na educação de Waldomiro
Vergueiro, dentre outros autores.
Palavras-chave: Formação do leitor crítico; Tirinhas; Armandinho; Dialogismo; Responsividade.
EDUCAÇÃO CRÍTICA NO ENSINO DE LÍNGUAS: RETALHOS DE UMA AUTOETNOGRAFIA
Karina Antonia Fadini
Para alcançarmos e transcendermos fronteiras e concepções pré-estabelecidas em relação à
linguagem e à formação de professores, torna-se comum em nossa sociedade líquida (BAUMAN,
2001) buscar novas formas de ver o mundo. Essas novas formas pós-modernas, de ver e de ser,
também se refletem em projetos de pesquisa e suas contribuições metodológicas. Esta pesquisa
vê na Autoetnografia (ELLIS, 2004) a oportunidade de se criar um processo significativo e profundo
de análise e reflexão teórica sobre as próprias práticas educacionais. O estudo autoetnográfico é
baseado no próprio locus de enunciação do pesquisador, sob suas próprias percepções de mundo,
formando uma narrativa que constrói a subjetividade de forma transpessoal; dentro de um
relacionamento que pode ser estabelecido entre a memória pessoal e coletiva, e de formas
historicizadas e contextualizadas. De natureza qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1982), a geração de
dados se dá por meio de questionários escritos abertos, entrevistas e rodas de conversa, com
gravações em áudio, contendo opiniões e narrativas dos participantes (alunos, ex-alunos, colegas
da profissão e estudos, professores-formadores, e professores/alunos em formação), indivíduos
com visões diversas, mas que compartilham algumas mesmas histórias vividas pelo autor ao longo
de sua formação e prática como professor de línguas. O estudo ainda está em andamento, mas
seu objetivo principal é indagar quão positivamente propícia esta metodologia pode ser para um
professor-pesquisador de línguas, principalmente no que tange à sua percepção quanto à
presença (ou não) de educação crítica em meio às narrativas e epifanias geradas de suas vivências
da sala de aula.
Palavras-chave: Autoetnografia; Educação Linguística; Educação Crítica.
MARIELLE VIVE! - O GRAFFITI COMO GÊNERO TEXTUAL COM POTENCIAL CRÍTICO PARA O
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Priscila de Souza Chisté Leite
Leonardo Bis dos Santos
O artigo busca apresentar o grafitti (arte urbana) como uma possibilidade de trabalho com
gêneros textuais no ensino da língua portuguesa. Considera que cabe a escola estimular o contato
e a análise de textos que extrapolem abordagens tradicionais, muitas vezes recorrentes no
contexto escolar. Por meio dos princípios constitutivos da textualidade apontados por Robert-
Alain de Beaugrande e Wolfgang Dressler, em especial, os princípios da coesão, intencionalidade,
situacionalidade e intertextualidade, procura analisar um grafitti apresentado na Avenida Paulista,
na cidade de São Paulo. Este texto verbo-visual remete ao assassinato da vereadora Marielle
Franco e foi fotografado 12 dias após a sua morte. Por meio da análise deste grafitti constata que
tais princípios constitutivos da textualidade contribuem para a compreensão de textos diferentes
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dos escritos, e podem servir de norteadores para a realização de análises que visem compreender
o texto para além de sua forma e da mera decodificação. Considera que cabe ao ensino da língua
portuguesa, por meio de professores atentos, estimular os discentes a alçarem a condição de
leitores críticos e responsivos, capazes de realizar análises que promovam a discussão e o
entendimento da sociedade, visando o fortalecimento do pensamento coletivo, a divulgação e
potência das lutas sociais em defesa dos grupos marginalizados, e a necessidade constante de
buscarmos a transformação desse modelo de sociedade.
Palavras-chave: Marielle Franco; grafitti; gêneros textuais; ensino da língua portuguesa.
A QUESTÃO QUEER E A SALA DE AULA: COMO CONVIVER EM HARMONIA?
Rossana Furtado
Laura Furtado Esteves
Paulo Freire (1974) afirma que vivemos em uma sociedade onde prevalece a chamada educação
bancária na qual os professores estão em sala de aula somente para ensinar determinado
conteúdo sem se preocuparem com as particularidades de cada aluno. Pensando nisso, esse artigo
relaciona a dificuldade dos estudantes queer, que fogem do padrão cisgênero e heteronormativo
da sociedade, de se encaixarem nesse sistema, que ensina somente o que a elite simbólica deseja.
A opressão a qual esses estudantes sofrem é diária e imensa nas salas de aula (DINIZ, 2011) e na
sociedade em geral. A diversidade e a pluralidade das identidades de gênero e orientações sexuais
(BUTTLER, 2003) são imensas e devem ser levadas em consideração pelos educadores e
professores na hora de lidar com os seus alunos que fazem parte dessa grupo social. Com a
pesquisa, foi possível perceber que a marginalização das crianças e jovens queer no ambiente
escolar é uma realidade. Dessa forma, faz-se necessário que os professores aprendam que devem,
como diz Freire (1974), a se adaptarem aos alunos.
Palavras-chave: Teoria queer; educação freiriana; harmonia.
AS IMAGENS E A SALA DE AULA: MEMES COMO PROPOSTA DE LETRAMENTO VISUAL
Rossana Martins Furtado
Vivemos na sociedade do espetáculo (DEBORD, [1967] 1997), na qual as imagens significam e
ressignificam a subjetividade e a coletividade, tornando mais tênue a fronteira entre o privado e o
público e provocando a espetacularização do sentir, provocando um emocionalismo despertado
pelo fascínio com as imagens (SODRÉ, 2006). Coadunamos com a visão do Círculo de Bakhtin que o
discurso é a língua nas relações concretas entre os sujeitos nas interações verbais que acontecem
na vida. Os memes surgem como um fenômeno discursivo que fascina os interlocutores nas redes
sociais (FURTADO, 2017, 2018). Esse gênero passa se portar como uma ferramenta para o ensino e
aprendizagem, já que os alunos são atraídos por esse gênero por fazer parte de seu cotidiano
discursivo. Pensando conforme Mizan (2014), estamos numa era mais visual do que linguística,
assim, propomos uma problematização por meio de uma prática de letramento visual e digital a
fim de levar os alunos a refletirem as possibilidades discursivas que envolvem as atividades do
cotidiano, formando cidadãos efetivamente letrados, para além da alfabetização.
Palavras-chave: Letramento Visual; Letramento Digital; Memes.
A LEITURA CRÍTICA EM HUMANIDADES: TRABALHANDO OS PRECONCEITOS POR MEIOS DE
GÊNEROS TEXTUAIS DIVERSOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Yaralice Fabri Pereira Castanhi
Antônio Carlos Gomes
A presente pesquisa em construção na linha de Práticas Educativas, do Programa de Pós-
graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH), do Instituto Federal de Educação, Ciência e
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Tecnologia do Espírito Santo – IFES, busca a partir da indagação: como potencializar a reflexão de
alunos jovens e adultos nas aulas de Língua Portuguesa possibilitando-lhes serem leitores críticos
no meio em que vivem e, assim, se desenvolverem cada vez mais sendo sujeitos reflexivos na
sociedade?, contribuir com a formação do leitor crítico na Educação de Jovens e Adultos (EJA) por
meio de gêneros textuais diversos que têm como temática os preconceitos, uma vez que a prática
da leitura crítica é primordial para a reflexão e a transformação da realidade. Nessa pesquisa,
adota-se como metodologia a pesquisa qualitativa do tipo participante de Borba (1981), bem
como os aportes teóricos Freire (1979; 1980; 1996; 2011; 2017) com a reflexão de leitura crítica;
Marcuschi (2002) com os estudos sobre gêneros textuais; Aquino (1998), Guimarães (2004), Carth
(2012) sobre os preconceitos; Franchi (2011), Rezende (2008; 2010) e Romero (2011) com as
operações epilinguísticas da linguagem. Esse trabalho tem como pretensão, ainda, construir como
produto educacional um e-book com atividades (oficinas de leitura) planejadas, aplicadas,
avaliadas pelos participantes da pesquisa e reformuladas, com o intuito de desenvolver práticas
educativas que visam à formação de leitores críticos na EJA.
Palavras–chave: Formação do leitor crítico; Educação de Jovens e Adultos; Prática educativa;
Ensino. Epilinguismo.
ESTUDOS LITERÁRIOS:
"11 PASSOS PARA MERCE CUNNINGHAM": O RITMO VERBIVOCOVISUAL NA POESIA DE RICARDO
ALEIXO
Alexandra Firmino Tibério
Na contemporaneidade a poesia traz em si, entre outras coisas, a crise de representação da
subjetividade por meio da linguagem, podendo ser realizada formalmente de diferentes maneiras:
tradicional, não linear, visual, verbal, rítmica, além de frequentemente se colocar em contato
direto com outras artes. Assim, estudar e levantar a crítica a respeito da poesia realizada no século
presente pode abrir um leque de compreensão para novas produções e análises a respeito da
característica principal da arte contemporânea: em sua pluralidade, questionar e refletir acerca da
realidade que nos cerca. Por isso, este trabalho se propõe estudar o ritmo verbivocovisual na
poesia de Ricardo Aleixo, poeta mineiro no qual se encontram essas características, tendo por
objetivo geral desvendar o ritmo fundador do poema “11 passos para Merce Cunningham”, de
Modelos vivos (2010), pincelando forma e conteúdo dentro da contemporaneidade e suas
características marcantes enquanto agentes de promoção da liberdade de versificação e
poematização. Como amparo teórico-metodológico, servirão de apoio, principalmente, estudos
acerca do verbivocovisual realizados por Décio Pignatari (2004; 2005) e a fortuna crítica de Aleixo
(LIMA, 2013).
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Ricardo Aleixo - Modelos vivos; ritmo
verbivocovisual.
A FRIEZA DOS FERROS: DITADURA E TORTURA NA POESIA DE ALEX POLARI
Andréia Penha Delmaschio
Preso durante dez anos devido a sua militância contra a ditadura brasileira, o poeta paraibano Alex
Polari de Alverga lança, na cadeia, seu primeiro livro, Inventário de cicatrizes (1978). A experiência
do cárcere e o sofrimento físico - seus e de alguns companheiros - marcam os primeiros poemas
com algo que (se isso é possível) vai além da dor e da revolta: a opção por uma escrita
deliberadamente sóbria e técnica. A partir da pesquisa biobliográfica, propomos a leitura de três
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poemas em que a crueldade da prisão política e a desumanidade da tortura realçam com um estilo
sóbrio - duro e frio como os instrumentos de tortura.
Palavras-chave: Tortura, Poesia, Alex Polari.
O QUE É UMA LISTA LITERÁRIA?
Arnon Tragino
Lista e literatura podem ter proximidades quando um leitor identifica uma listagem em um texto
literário; quando uma obra literária contém uma lista; quando um autor escreve uma lista como
literatura; quando a lista for um método de organização; e também quando a lista indicar a leitura
de literatura. Antologias como as de Umberto Eco (2010), em A Vertigem da Lista, e de Shaun
Usher (2016), em Listas Extraordinárias, exemplificam essas relações e mostram que desde a
Ilíada, de Homero (Século VIII a. C.), até livros recentes como o 1001 Livros para Ler Antes de
Morrer, de Peter Boxall (2010), essa afinidade entre lista e literatura sempre aconteceu.
Possivelmente, a primeira vez que vimos o nome lista literária foi na obra de Nicholas Parsons
(1985), The Book of Literary List, em que o autor compilou curiosidades, memórias e anedotas de
autores e livros famosos. Mas certamente a primeira teorização sobre as listas literárias foi feita
por Robert Belknap (2004), em The List, quando disse que elas são inscrições do gênero lista na
literatura, seja internamente aos textos, ou externamente, para os leitores. Este trabalho então
discute a definição de lista literária e seus desdobramentos a partir da noção teórica de Belknap
(2004), analisando os exemplos dados por Eco (2010) e Usher (2016) e explicando seus usos. A
comunicação também faz parte da nossa tese de doutorado em andamento, que se insere nos
debates do grupo de pesquisa Literatura e Educação, e recebe auxílio da CAPES.
Palavras-chave: Lista literária; Leitura; Leitor; Livro.
ANTES DE PORTUGAL: O QUE DIZ A "TERRA SEM MAL" DE WALDO MOTTA
Carlilio Louzada de Oliveira Junior
Características comuns à poesia contemporânea, a pluralidade formal e a variedade temática
podem ser observadas na produção do poeta capixaba Waldo Motta. A riqueza de suas obras está
associada a sua capacidade de transpor aos versos experiências que muito herdam da poesia
antropofágica modernista e da poesia marginal, sem, no entanto, abandonar as questões político-
sociais que lhe são caras e que assumem aqui um considerável grau de pessoalidade. Este trabalho
busca compreender os procedimentos formal e temático operados por Waldo Motta para a
legitimação do seu discurso de caráter irônico e sexual na obra Terra sem mal (2015), analisando
as relações de intertextualidade que se estabelecem entre seu poema “Mar de tanto sangue e fel”
e “Mar de Portugal”, de Fernando Pessoa. Em seguida, estudar-se-á o poema “Assim disse o
Trovão” de uma perspectiva semântico-formal, numa tentativa de depreender o discurso que se
quer legitimar em seus versos heptassílabos. Para tanto, serão imprescindíveis as leituras de
Navarro (1995, 2004), Baptista (2011) e Caldeira (2008).
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Waldo Motta - Terra sem mal; verso
heptassílabo.
MACHADO DE ASSIS, POETA-TRADUTOR: PERCURSO DE UMA TESE
Diego do Nascimento Rodrigues Flores
Serão apresentados os resultados da tese “Machado de Assis, poeta-tradutor”, desenvolvida
desde 2016 no curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES). Na tese, buscamos estudar e perfilar, de maneira tão abrangente
quanto possível, o poeta-tradutor Machado de Assis a partir dos poemas por ele traduzidos em
confronto com os textos-fonte de que ele possa ter se servido. Estudamos cada uma de suas
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traduções de poesia sob um viés bermaniano de crítica de traduções, investigando nelas os traços
que poderiam nos ajudar a encontrar um projeto de tradução, um modus operandi machadiano do
traduzir. Procurou-se também demonstrar que, em alguns casos, é possível correlacioná-las a
outros momentos de sua produção poética ou ficcional, sugerindo que essas traduções se inserem
organicamente no restante de sua produção autoral. Tais escolhas nos levaram a adotar a tese de
que a prática da tradução foi central no desenvolvimento da poética de Machado de Assis, uma
poética em que as várias e recorrentes dissidências em relação aos textos e autores que traduziu
apontam para uma frequente e cada vez mais intensa independência e autonomia do poeta-
tradutor frente ao texto estrangeiro, levando-nos a concluir que as traduções poéticas de
Machado de Assis sempre foram feitas sem deferência servil ao texto ou autor estrangeiro,
carregando consigo a marca do poeta-tradutor, obrigando-nos a ler esses poemas como novos
originais que frequentemente dialogam com o restante de sua produção autoral e principalmente
com sua visão de mundo e de literatura.
Palavras-chave: Tradução; crítica; poesia; Machado de Assis
FORMAS DO DECASSÍLABO NA POESIA DE PAULO HENRIQUES BRITTO
Heitor da Costa Coelho
O ritmo poético variou intensamente ao longo da história literária – desde as notáveis versões
latinas dos ritmos gregos operadas por Horácio até os dias atuais –, entretanto, algumas
preferências rítmicas foram privilegiadas durante um certo período e reformuladas à medida que
o tempo passou, sendo, consequentemente, analisadas por críticos literários à medida que eram
utilizadas. Contudo, as versões rítmicas encontradas em poemas do século XXI carecem de uma
análise crítica aprofundada, para que se identifique, por exemplo, a concepção rítmica do verso
decassílabo na contemporaneidade, além de atestar se há uma evidente variação formal ou se se
seguem as mesmas visões anteriores sobre esse modelo de verso. Para colaborar nesse
movimento acerca do estudo do verso contemporâneo, o poema I da seção “Art poétique”,
publicado em Tarde, de Paulo Henriques Britto (2007), será colocado sob perspectiva analítica
para se examinar a estrutura ritmada do poema. Como apoio nesse percurso, virão Jakobson
(2008), Pignatari (2005), e Silva Ramos (1959).
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Paulo Henriques Britto - Tarde; verso
decassílabo.
A ARTE POÉTICA DE FRANCISCA JÚLIA: DA IMPASSIBILIDADE À SENSUALIDADE DA MULHER
OITOCENTISTA
Matheus Salomão
No século XIX, as mulheres, cujo papel social estabelecido seria dedicar-se ao espaço doméstico,
eram excluídas do meio literário. Contudo, Francisca Júlia (1871-1920) quebra esse tabu e ganha
destaque por suas poesias, o que a faz ser reconhecida, devido à obra Mármores (1895), como
musa impassível, epíteto relacionado a uma escrita fria e, até mesmo, frígida – alternativa para o
intento de reafirmar sua capacidade como igual ou superior à masculina e afastada de “temas
femininos”. Visa-se percorrer, realizando-se crítica literária em cotejo com fatos biográficos,
poemas selecionados da autora – “Pérfida”, “Mudez”, “Natureza”, “Musa Impassível” e
“Paisagem” – a fim de se demonstrar uma mudança temática e estética de sua linguagem austera
e “masculinizada” para um tom mais melancólico e sensual. Defende-se que aspectos de sua vida
– como o casamento – modificaram sua escrita. Estudiosos evocados como referencial teórico-
crítico são João Vicente, Elisa Maria Verona, Marcia Camargos e Euclides Péricles da Silva Ramos.
Palavras-chave: Francisca Júlia; Musa Impassível; Sensualidade.
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A ESCRE(VIVÊNCIA) PRESENTE EM MARIA FIRMINA DOS REIS E CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA
ANÁLISE DOS CONTOS “A ESCRAVA” E “MARIA”
Michelly Cristina Alves Lopes
A representação da personagem feminina negra na literatura brasileira possui diferentes
abordagens no decorrer da história literária, principalmente quando comparamos a forma como
os escritores homens, tanto brancos quanto negros, as apresentam com a representação das
escritoras negras, a chamada escre(vivência) por Conceição Evaristo. Dessa forma, faz-se
importante pesquisar e discutir a trajetória da mulher negra, tanto como personagem como
também escritora, pois a literatura, até certo ponto, acaba sendo uma representação da vida
social da comunidade em que está inserida. Por consequência disso, é de extrema importância
entender como as personagens eram e são representadas e quais os caminhos percorridos por
esse grupo levando em consideração os estudos pós-coloniais. O texto é dividido em duas partes:
a primeira consiste em desvelar não só a forma como a personagem feminina negra é
representada por escritores, mas também a importância da escritora negra na literatura brasileira;
a segunda pretende analisar os contos “A escrava”, de Maria Firmina dos Reis, e “Maria”, de
Conceição Evaristo, dando ênfase à maternidade e à violência sofrida pelas personagens negras.
Os resultados dessa discussão serão relevantes para futuros estudos que pretendam tratar desse
tema.
Palavras-chave: Literatura afro-brasileira; Pós-colonial; Protagonismo feminino negro; Escrita
feminina.
O CISNE E O SIGNO, À LUZ DA PSICANÁLISE, EM “PALINODIALÉTICA”, DE NELSON ASCHER
Nelson Martinelli Filho
Ao se referir à técnica do palimpsesto, que consistia na raspagem da camada superficial de texto
escrito em pergaminho ou papiro para possibilitar sua reutilização – produzindo, assim, estratos
virtuais e recuperáveis de escrita –, o poeta e tradutor Nelson Ascher, em “Palinodialética”, indica,
no nível metalinguístico, possíveis desdobramentos da leitura de seu poema. Neste trabalho,
parte-se, então, do que diz respeito à metalinguagem e ao(s) acionamento(s) intertextual(is)
percebidos na leitura do poema em pauta para chegar, de modo não oclusivo, a algumas noções
da metapsicologia, com foco na teoria psicanalítica, tais como das Unheimliche e o mito do
doppelgänger, além de elementos basilares relativos às estruturas psíquicas, como as relações
entre ego, id e superego, as pulsões (de vida e de morte), a (re)leitura lacaniana do conceito de
signo e as formas de repressão psicológica como mecanismos de defesa (especialmente o recalque
e o retorno do recalcado). Como sustentação teórica, os nomes de Sigmund Freud, Jacques Lacan,
Melanie Klein e Clemént Rosset serão fundamentais, entre outros comentadores que poderão
colaborar com a análise.
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Psicanálise; Nelson Ascher.
FORMAS DO VERSO LIVRE NA POESIA DE ANGÉLICA FREITAS
Suellen Neres Pimentel
Ao verificar a literatura brasileira contemporânea, em especial a poesia, observa-se que ela pode
carregar inúmeros aspectos que se relacionam com o seu tempo de produção. Os poetas em geral
podem fazer e fazem uso dos mais variados recursos poéticos tradicionais, mesclando-os ou até
mesmo lançando mão de novos procedimentos para alcançar o objeto de valor do poema.
Angélica Freitas se destaca no cenário da poesia brasileira atual pois, além de crítica e
ironicamente abordar – em sua obra Um útero é do tamanho de um punho (2012) – a condição
feminina, de gênero e os aspectos sociais e políticos envolvidos na questão, também faz uso dos
mecanismos poéticos já conhecidos ao lado de novos modos de reafirmar seu engajamento. Este
trabalho visa a perscrutar os meandros formais do poema-título da obra, com o intuito de
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perceber as relações que a experiência do verso livre de Freitas estabelecem com a poética da
autora. Para aporte teórico, serão cruciais textos de Moriconi (1998) acerca das construções do
verso e no verso na contemporaneidade; Pignatari (2004), a par do processo de iconização do
signo verbal, atentando para o sentimento “primeiro” diante da experiência material com o
poema e suas formas; Proença (1955), no que se refere a perceber traços formais do poema
versilibrista e, por fim, Pietrani (2013), para elementos de análise de sentido da poética de
Angélica Freitas.
Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Angélica Freitas - Um útero é do tamanho de um
punho; verso livre; feminismo.
ESTUDOS LITERÁRIOS E EDUCAÇÃO
QUÍMICA ATRAVÉS DE CORDEL E FANZINE
Amanda Giacomin Camargo
Raquel da Silva Xavier
A compreensão da Literatura como arte traduzida por palavras inspirou a investigação da riqueza
cultural expressa nos textos de Cordel e Fanzine. Assim, como uma proposta interdisciplinar,
surgiu a ideia de mesclar conceitos de Química e Literatura, num projeto denominado “Química
através de Cordel e Fanzine”, que abordou temáticas como Poluição da água, Poluição térmica,
Corais e Lixo eletrônico, com objetivo de proporcionar aos discentes o aprendizado de Química de
maneira diferente, buscando a interdisciplinaridade e envolvendo arte e cultura, aproveitando a
riqueza que existe nos versos da literatura de Cordel e a criticidade peculiar do Fanzine. Segundo
Paulo Freire, “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”, ou seja, todo tipo de
conhecimento é importante. Mesclar conceitos de química, literatura, arte, cultura, entre outros,
pareceu uma oportunidade de contextualizar conteúdos programáticos com a vida, para despertar
o interesse dos alunos pelo aprendizado em suas deferentes interfaces. Assim, os alunos
dividiram-se em grupos e escolheram os temas propostos para realização da atividade. A
confecção dos Cordéis e Fanzines aconteceram nas aulas de Química, para as quais a professora
de Língua Portuguesa foi convidada a ensinar sobre a literatura nordestina. Como proposta final,
os textos foram expostos em varais no corredor da escola e as pessoas que prestigiaram levaram
um exemplar. A avaliação foi diagnóstica e qualitativa, com intuito de valorizar os diferentes
aprendizados adquiridos e compartilhados durante o trabalho.
Palavras-chave: Cultura; Interdisciplinaridade; Química; Língua Portuguesa.
DIFUSÃO, CONHECIMENTO E CONSUMO DA LITERATURA DE FICÇÃO QUE POSSUI POR TEMÁTICA
DE FUNDO A RELIGIOSIDADE OU A MITOLOGIA AFROBRASILEIRA/AFRICANA
André Felipe da Silva Souza
A marginalização da cultura afrobrasileira – da estética negra à religiosidade de matriz africana –
decorre do longo processo histórico de escravização dos corpos e almas negras. Objetivando
reverter tal estigmatização, o estabelecimento do contato entre sujeito preconceituoso e objeto-
alvo se apresenta, conforme Allport e Pereira, como mecanismo potencialmente redutor do
preconceito. Tal estratégia encontra suporte normativo no projeto de educação formal previsto
pelas leis 10.639/03 e 11.645/08, que asseguram a obrigatoriedade do estudo da história e da
cultura afrobrasileiras, inclusive no campo da literatura. Corrobora Cândido, nesse sentido, ao
reconhecer na literatura poderoso instrumento de instrução e educação. Educação que, na
perspectiva de Freire, é mediatizada pelo mundo e pelos objetos cognoscíveis, entre os quais
figura a literatura. A representação estereotipada do negro na literatura, porém, só é superada,
sobretudo, a partir da geração de 30. E, apenas ao final do século XX, desponta com mais vigor a
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produção de ficções que contemplem a temática da religiosidade afrobrasileira. Nesse contexto,
essa pesquisa se propõe a investigar o nível de difusão, conhecimento e consumo das narrativas
de ficção que apresentem por temática de fundo a religiosidade ou a mitologia
afrobrasileira/africana. Para tanto, desenvolver-se-á pesquisa qualitativa-quantitativa de natureza
documental e exploratória que consistirá em: identificação de obras literárias que contemplem as
temáticas supracitadas; avaliação da disponibilidade de tais obras nos acervos de bibliotecas da
capital capixaba; e, aplicação de questionários aos alunos dos técnicos integrados do campus
Vitória do Ifes para constatar seu conhecimento e consumo de tais títulos.
Palavras-chave: Literatura afrobrasileira; Hipótese de contato; Mediação literária; difusão da
literatura
COMPETÊNCIAS LEITORAS: UMA ANÁLISE DA BNCC NA BUSCA PELA EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Camila Teixeira Gabriel
O presente estudo trata-se do TCC entregue ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação:
Currículo e Ensino do Ifes. O campo da educação literária compreende o processo de ensino e
aprendizagem de literatura sempre vinculado à ideia da coerência com a sociedade que queremos
construir e nossa participação ativa nessa construção, conforme sugere Cyana Leahy-Dios (2004).
Pensando nisso, o propósito deste trabalho é refletir sobre os métodos utilizados por professores
nas aulas de literatura a fim de destacar a busca pela educação literária em meio ao atual contexto
digital. Ao refletir sobre estas questões, torna-se igualmente relevante avaliar as propostas do
currículo para o ensino de literatura, uma vez que este reflete a realidade social e molda o rumo
da nossa educação. Para tanto, realizamos uma pesquisa de campo de caráter exploratório
descritivo em uma escola estadual do município de Vitória - ES, de modo a pensá-la junto aos
conceitos de habilidades e competências previstas no documento da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), encaminhado para discussão no Conselho Nacional de Educação em dezembro
de 2017 e homologado pelo MEC em dezembro de 2018. Nesse sentido, tendo em vista a
relevância em analisar um documento de caráter educacional/curricular, e apoiando-nos em
autores como Perrenoud (1999), Freire (1993) e Cosson (2006), buscamos avaliar os contrapontos
que envolvem teoria e prática e, com isso, formularmos estratégias que possam auxiliar no êxito
dessas aulas a fim de contribuírem para a formação de alunos leitores mais ativos e competentes.
Palavras-chave: BNCC; Educação Literária; Ensino Médio.
A LITERATURA DE CORDEL E O DEBATE ÉTNICO-RACIAL: HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS DE
JARID ARRAES EM SALA DE AULA.
Carolinne Quintanilha Ornellas
Isabella Santos Coutinho
Apesar de desde 2003 haver uma legislação que verse sobre o ensino de história e cultura afro-
brasileiras nas escolas de educação básica no Brasil, ainda é latente a necessidade de se praticar
essa temática não somente no período que antecede o dia da Consciência Negra. O debate
permanente sobre questões étnico-raciais pode ser pensado a partir da (re)construção de uma
memória e uma história nacionais que respeitem e considerem a existência e resistência do povo
negro no Brasil. Nesse sentido, este trabalho objetiva relatar uma experiência, em sala de aula, de
leitura do livro de literatura de cordel intitulado Heroínas Negras Brasileiras, da escritora Jarid
Arraes, com alunos de 1º ano do ensino médio da rede pública estadual do Espírito Santo. O
aporte teórico utilizado para subsidiar o relato de experiência está calcado nas discussões sobre
literatura em sala de aula apontadas por Regina Zilberman, além de também contar com estudos
sobre memória trazidos por Jeanne Marie Gagnebin e Walter Benjamin. No que tange à área de
educação, nos basearemos em conceitos apresentados por Paulo Freire e Bell Hooks.
Palavras-chave: Literatura de cordel; Mulheres negras; Literatura e educação.
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AS POTENCIALIDADES DA LEITURA NO PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO EM
PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
Daniela da Cunha Madeira
A presente pesquisa, inserida na linha de Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Ensino de Humanidades do Instituto Federal do Espírito Santo, possui como
questão norteadora as possíveis contribuições da leitura no processo de reintegração social da
população carcerária capixaba. Para a consecução deste objetivo utilizaremos como eixo
metodológico as concepções de Paulo Freire no tocante à educação popular, autônoma e
libertadora. A pesquisa contará com a abordagem qualitativa do tipo pesquisa-intervenção. Como
aporte teórico traremos autores que dialogam com os métodos freireanos, como Carlos Rodrigues
Brandão, Eni Pulcinelli Orlandi e João Wanderley Geraldi. Para aprofundar conceitos que julgamos
indispensáveis à pesquisa, utilizaremos os ensinamentos de Roger Chartier, no tocante às práticas
de leitura, além das explanações de Michelle Petit, sobre a leitura como forma de resistência a
adversidade. A relevância da pesquisa consiste na análise da leitura como um elemento
indispensável no processo de transformação e reintegração social do sujeito em privação de
liberdade, pois, à medida que o sujeito a exercita e a interpreta, ele dá sentido à escrita, por meio
de suas experiências de vida e sua “leitura de mundo” e, ao mesmo tempo, é modificado em sua
essência enquanto ser humano através da aquisição de novos saberes. Propomos como possível
produto educacional desta pesquisa a construção de um livreto contendo sugestões de práticas
pedagógicas interdisciplinares para a potencialização da leitura nos estabelecimentos prisionais.
Palavras-chave: Leitura; Sistema Prisional; Reintegração Social.
NOTAS BENJAMINIANAS SOBRE O NARRADOR EM “A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER”,
DE SVETLANA ALEKSIÉVITCH
Emerson Campos Gonçalves
Observar o tracejado que divide jornalismo e literatura pode significar a avaliação de uma linha
tênue ou a comparação entre galáxias distantes. Tal paradoxo é nutrido pelo deslocamento
constante de fronteiras, sobretudo nos formatos híbridos, sendo impossível estabelecer
definitivamente os limites éticos e estéticos que encerrem cada narrativa. Partindo dessa
imprecisão, este estudo recorre à categoria de Erfahrung (experiência), presente nos estudos de
Walter Benjamin, para investigar os tensionamentos do narrador em “A guerra não tem rosto de
mulher”, de Svetlana Aleksiévitch. O objetivo é discutir a importância do Jornalismo Literário como
proposta contra-hegemônica efetiva aos mass media. Como resultado, observa-se a transição
constante entre a narradora-jornalista e as dezenas de narradoras-personagens que ganham voz
com a obra, compondo uma teia de relatos que reconstituem a partir das “pequenas” narrativas o
discurso feminino silenciado e/ou distorcido no pós-Segunda Guerra. Retoma-se, assim, a
narrativa do artesão, tão valorizada no pensamento benjaminiano sobre Educação.
Palavras-chave: Svetlana Aleksiévitch; Erfahrung; Narrador.
LITERATURA E ENSINO: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS NO ROMANCE DIVÓRCIO DE RICARDO
LÍSIAS
Estefany Medeiros Borghardt
O presente trabalho tem o objetivo de analisar as tendências contemporâneas no romance
Divórcio, de Ricardo Lísias, publicado em 2013. Mostraremos como o uso da linguagem é um forte
instrumento de poder que permite e explora o trânsito contínuo entre a ficção x autoria.
Analisaremos, também, a estrutura híbrida da narrativa, que rompe com os padrões tradicionais e
problematiza a ideia de gênero literário, alimentando ainda mais o caráter ficcional do texto. Para
além disso, contribuiremos com reflexões críticas e teóricas acerca da produção de romances
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contemporâneos e do seu ensino, ampliando as possibilidades de forma de trabalho com este
gênero em sala de aula, propondo novos olhares ao ensino de literatura no ensino médio.
Palavras-chave: Romance Contemporâneo; Ensino de Literatura; Autoficção.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA COM LIVROS INFANTIS DO ESPÍRITO SANTO
Ivana Esteves Passos de Oliveira
A comunicação versa sobre a pesquisa “Autores capixabas e estratégias de leitura: literatura
infantil e compreensão leitora”, desenvolvida em estágio de pós-doutoramento através do ao
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, PROCRAD/CAPES, na Linha de Pesquisa: Formação dos Profissionais da Educação, Políticas
Educativas e Escola Pública. Pretende-se evidenciar o entrelace realizado das estratégias com as
obras Mistérios de lá e de Cá e O rabinho de porco (de Francisco Aurélio Ribeiro), João, O Botão
(de Elizabeth Martins), Uma Casinha Lá no Alto (de Ilvan Filho) da literatura infantil produzida no
Espírito Santo. Em relação ao desenvolvimento da pesquisa, optou-se por aplicar as estratégias de
leitura das teóricas norte-americanas Harvey e Goudvis (2008), com entrelace das reflexões de
Souza e Giroto e Solé.
Palavras-chave: Autonomia leitora; Estratégias de leitura; Literatura infantil.
TRIBUTO ÀS VÍTIMAS DE BRUMADINHO E MARIANA
Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
O projeto “Tributo às vítimas de Brumadinho e Mariana: O mito do progresso” foi realizado na
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Maria de Lourdes Santos Silva, em
Cariacica, com os alunos dos 8º e 9º anos, durante os meses de março e abril de 2019, com o
objetivo principal de refletir sobre as tragédias atuais, causadas por ganância e negligência, a
partir da leitura da obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Sant-Exupéry, através de uma ação
colaborativa das disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia e Arte. Durante o seu
processo de execução, os alunos se inscreveram em um concurso de produção de texto com o
objetivo de tecerem relações entre as tragédias estudadas e a obra de Exupéry, bem como de
identificar as figuras de linguagens que dão literariedade ao texto. Dessa forma, os educandos
puderam – para além de conhecer e usar ferramentas e arranjos poéticos não só em prosa, mas
também em versos – resgatar valores humanos e ambientais. A culminância do projeto aconteceu
no evento Dia da família na escola, no dia 12 de abril, com apresentações de leituras dramatizadas
de alguns capítulos da obra estudada, premiações das produções de textos dos alunos, exposições
de tirinhas, maquetes, cartazes, poemas, além de músicas cantadas pelos alunos e uma
coreografia da música “Cacimba de Mágoa” (Gabriel O Pensador). Como resultado, observou-se
um envolvimento significativo dos alunos em um curto período de tempo tanto para produzir
textos, quanto para refleti-los, inserindo-os em seu contexto de vida.
Palavras-chave: Tributo; Literariedade; Humanização.
LEITURA EM CENA NA ESCOLA: A ADAPTAÇÃO DE CONTOS MACHADIANOS AO TEATRO PARA
FORMAÇÃO DE LEITORES
Joyce Galon da Silva Moronari
Uma das causas para os estudantes não gostarem de ler é a forma burocrática,
descontextualizada, como os textos são trabalhados na escola; por isso, há a necessidade de se
elaborarem novas práticas que incentivem os alunos que não foram ainda “despertados” para o
prazer da leitura, e o teatro pode ser um instrumento estratégico da aprendizagem e do exercício
da leitura – embora o gênero dramático não venha ocupando um espaço central nas escolas.
Propõe-se, nesta pesquisa, que os alunos leiam e analisem contos de Machadianos para recriá-los,
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adaptando-os à linguagem dramatúrgica, de modo a inseri-los no contexto de aprendizagem e
vivenciá-los de outra forma, ampliando seus horizontes de leitura. As atividades propostas serão
desenvolvidas na EEEFM Catharina Chequer, em Vila Velha (ES), e terão, como produto
educacional, as atividades sequenciadas, seguidas dos textos resultantes das adaptações; como
culminância, os alunos apresentarão as peças, que serão também gravadas para assistirem
posteriormente e se verem em tela. Este percurso tem como base discussões sobre leitura e
ensino, fundamentada nas reflexões de Paulo Freire (1988), João Wanderely Geraldi (1999), José
Juvêncio Barbosa (1990) e Suzana Vargas (2009); sobre o teatro e o ensino, Fabiano Tadeu Grazioli
(2007), Juliana Cavassin (2008), Viola Spolin (2007), Cristiane Schneider, Angélica Vier Munhoz,
Cristiano Bedin da Costa (2015); e, para tratar do gênero dramático e peculiaridades, estudos de
David Ball (2014), Ingrid Dormien Koudela (1996), Barbara Heliodora (2008), Jean Pierre Ryngaert
(1996), Décio de Almeida Prado (1993), Sábato Magaldi (2008), João das Neves (1987) e Fernando
Peixoto (1980).
Palavras-chave: Leitura; Ensino; Contos; Adaptação; Teatro.
SUBMISSÃO E RESISTÊNCIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICA COMO PONTE ENTRE A OBRA
MACHADIANA E A SOCIEDADE FEMININA DO SÉCULO XXI
Larissa Alcoforado
Este artigo tem por objetivo apresentar uma proposta didática que leve o aluno a analisar como a
figura feminina é vista pelas sociedades em determinado recorte histórico e se houve evolução na
construção do que é ser mulher utilizando a literatura como retrato de traços sociais. Utilizando
Helena e Capitu, personagens machadianas, suas posturas e enfrentamentos frente às sociedades
do Romantismo e do Realismo e a condição da mulher do século XXI, levaremos à sala de aula o
debate sobre o que é ser mulher numa sociedade patriarcal e até que ponto a atualidade mantém
reflexos dos séculos passados. Trataremos das relações de submissão e resistência, debatendo o
papel da mulher no século XXI, em que há constante batalha machismo x feminismo e a falsa
impressão de igualdade de gênero, considerando os costumes e valores dos períodos e o corpo
social da época, estabelecido na ordem patriarcal. Esse trabalho analisará as personagens dos
livros Helena e Dom Casmurro e a participação ativa dessas mulheres que cumpriram papéis
importantes e determinantes para a sequência da história a que pertenciam, a fim de reafirmar
que a leitura das obras chamadas canônicas vai além do simples entendimento das palavras.
Valores, condutas e comportamentos serão considerados e comparados, entre as próprias
personagens e a mulher atual, a fim de constatarmos as diferentes possibilidades de ações e
reações de cada uma delas e a possibilidade que o gênero feminino possui, ou devia possuir, na
sociedade do século XXI. Embasados nas teorias de Almeida (2007), Beauvoir (1967) e Xavier
(1986), entre outros, analisaremos as personagens femininas escolhidas e, assim, trabalharemos
tanto personagens subordinadas e idealizadas, como ambíguas e resistentes às imposições sociais.
Por fim, abordaremos possíveis caminhos para a postura de homens e mulheres nos dias atuais e
proporemos aos discentes a produção de um documentário, após debates sobre o tema e
pesquisa.
Palavras-chave: Mulher; Resistência; Submissão; Sociedade; Feminismo
A (RE)CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA NA ERA DA PÓS-VERDADE: NOÇÕES DE REALIDADE
EM BERNARDO KUCINSKI
Lorrana Bernardes Bastos
Em 2016, o termo Pós-Verdade fora escolhida pelo Dicionário Oxford como a palavra que melhor
descreveria esse ano, porém não somente, uma vez que é notória a repercussão desse termo nos
anos que se seguiram. Pensando nisso, este trabalho tem por objetivo analisar as obras K. Relato
de uma Busca (2012) e Os Vistantes (2016) de Bernardo Kucinski buscando apreender o conceito
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de Memória Coletiva, aqui relacionada à rememoração do trauma histórico que representou a
Ditadura Militar (1964-1985), de modo a contrapor ao recente discurso de Pós-Verdade, abrindo
questões sobre as noções de realidade, de literatura e de ensino. A obra K. (2012) trata de narrar
as experiências de cunho biográfico do personagem homônimo à obra na procura de sua filha,
uma desaparecida política, enquanto a obra Os Visitantes (2016) ficciona o autor da obra anterior
bem como outras representações “reais” dos personagens e de que forma ocorre o embate entre
o real e o ficcional. Serão basilares os estudos de Seligmann-Silva (2003), Schollhammer (2009),
Kucinski (1991), Dalcastagnè (2018) e Dunker at al(2017).
Palavras-chave: Memória Coletiva; Pós-verdade; Literatura; Ensino; Bernardo Kucinski.
NÃO ENTRE EM PÂNICO: O LUGAR DA LITERATURA INFANTOJUVENIL
Lorrana Bernardes Bastos
Nelson Martinelli Filho
No que tange ao ensino de literatura nota-se como o teor propedêutico da literatura
infantojuvenil é essencial no que diz respeito tanto ao estudo estético quanto à formação humana
do indivíduo, uma vez que confere ao contato inicial com a literatura o status de basilar. Este
trabalho tem por premissa analisar a obra O guia do mochileiro das galáxias, de Douglas Adams
(1979), que narra com estilo e humor a história de Arthur Dent e seu amigo Ford Prefect durante a
destruição do planeta seguida de uma viagem pelo espaço possuindo como elemento norteador o
livro de caráter enciclopédico homônimo ao título da obra, a partir da perspectiva da formação do
leitor e da educação científica, na contribuição para uma visão crítica de mundo, considerando
que comparecem na narrativa numerosos elementos da biologia e da física ao tratar de temas
como outras formas de vida e mecanismos de funcionamento do cosmos. Serão basilares para
esse propósito os estudos de Santos (2011), Zilberman (2003) e Coelho (2000).
Palavras-chave: Ensino de literatura; Literatura infanto-juvenil; Educação científica.
DIÁRIO DA QUEDA: ASPECTOS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA PELA ÓTICA DA AUTOFICÇÃO
E DA INTERDISCIPLINARIDADE, COM VISTAS À SALA DE AULA.
Marcela Alvarenga Toniato
A Literatura Contemporânea Autoficcional indica um campo fértil para se trabalhar a
interdisciplinaridade na sala de aula, como propõem os Parâmetros Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (PCNEM). Esta pesquisa busca discutir a nova tendência literária com o intuito de
contribuir no processo de ensino e aprendizagem, por dialogar diretamente com a linguagem de
parte da juventude atual, imersa no mundo midiatizado do “eu” inflacionado. Como núcleo de
desenvolvimento do estudo, a obra Diário da Queda, de Michel Laub, conflui com o propósito de
intercalar a autoficção com uma abordagem interdisciplinar por alinhar Literatura e História na
trama. É característica da autoficção romper com a linearidade do romance, ao imprimir uma linha
tênue entre a ficção e a realidade, por meio da fusão entre autor-narrador-personagem – nova
tendência que desarticula com os conceitos pré-estabelecidos de romance e de literatura. Para o
sucesso dessa prática interdisciplinar é importante ter um olhar sobre a formação continuada dos
professores de Letras e a abertura da equipe pedagógica para a realização da atividade, cabendo a
escolas e professores a adequação de suas práticas de acordo com suas realidades. Dessa forma,
possibilita a literatura cumprir seu papel sócio-humanístico, proporcionando autonomia
intelectual e senso crítico ao aluno.
Palavras-chave: Literatura contemporânea; Autoficção; Interdisciplinaridade; Educação.
A RELEITURA DE TEXTO E A PARÓDIA: PRÁTICAS PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 9º ANO
Marco Antonio Vieira Barreto
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O tema do nosso estudo é voltado para a investigação de atividades e ações que possam motivar a
produção textual de alunos de uma turma de 9º ano de uma escola municipal de Vitória (ES),
baseando-se na releitura de textos de três gêneros distintos. Releitura aqui entendida como a
criação de um novo texto a partir da livre interpretação de outro anterior. Com o objetivo de
averiguar como a produção textual dos alunos pode ser motivada utilizando-se da releitura de
textos dos gêneros narrativo, poema e canção, nosso estudo tem como foco as práticas criativas
de releituras e paródias. Considerando que diversos fatores influenciam diretamente na
performance escolar dos indivíduos, pretendemos investigar como é possível, durante as aulas de
Língua Portuguesa, motivar a produção textual dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental,
baseando-se na releitura de textos dos gêneros narrativo, poema e canção. Para isso, serão
realizadas aulas/oficinas de produção textual na tentativa de melhor compreendermos como
melhorar a produção textual dos elementos constituintes da turma objeto de nossa pesquisa.
Palavras-chave: Paródia; Produção de texto; Releitura.
AS RELAÇÕES ENTRE CARNAVALIZAÇÃO, GASTRONOMIA E LITERATURA: DIÁLOGOS NA
FORMAÇÃO DOCENTE
Murilo Góes Martins
Letícia Queiroz de Carvalho
O presente trabalho busca um diálogo entre a categoria conceitual bakhtiniana da carnavalização
e a gastronomia, a partir das relações entre tais campos do conhecimento e a formação de
professores da área de Literatura. Teoricamente, pretendemos cotejar textos representativos da
literatura e ensino com os postulados de Bakhtin e o Círculo, sob a ótica da formação docente.
Além de tais postulados teóricos, pretendemos também realizar uma interlocução com as
concepções freirianas de docência e educação para sustentar a nossa hipótese investigativa.
Metodologicamente, optamos pela abordagem qualitativa da pesquisa, por meio da observação
participante com algumas particularidades da pesquisa narrativa bakhtiniana na educação, de
modo a produzir um material educativo sistematizado a partir de um projeto de formação docente
sistematizado em formato de e-book. Esperamos com tal diálogo, compreender o potencial da
literatura como produção artística desveladora de uma realidade cultural; bem como a
alimentação – e suas alegorias – de modo a potencializar debates e diálogos no processo de
formação docente, estimulando a leitura como prática nos encontros formativos da área de
Letras.
Palavras-chave: Carnavalização e leitura crítica; Gastronomia e literatura; Formação docente.
GÊNERO CARTA: NO ESTÍMULO A LEITURA, ESCRITA E FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICO E
CULTURAL
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
Larissa de Souza Oliveira
Joyce Sthephany Fonseca Moreira
Viviane Guimarães Parente
Patrícia Seibert Lyrio
O trabalho foi realizado na Escola Municipal do Ensino Fundamental São Vicente de Paulo e faz
parte de um projeto maior denominado “A arte de ser gentil: ressignificando o ensino do
português para além da sala de aula em prol de uma formação crítica-cidadã”. Contudo, teve por
objetivo apresentar aos alunos da turma do 9º ano o Gênero Textual “Carta”, tanto como
conteúdo programático (gramática) quanto como ferramenta de aproximação, do resgate de
memórias, de registros antigos e a variação linguística do português brasileiro. Iniciamos com a
explicação gramatical dos diversos tipos de gêneros textuais, suas características e estruturas. O
intuito foi estimular a Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, através de uma aula
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dinâmica em que apresentamos a campanha “Junho Violeta”, que se refere à data de 15 de Junho,
estabelecida pela ONU, como o dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa
Idosa. Foi feito um debate abordando as questões relacionadas a temática e propomos duas
atividades avaliativas: a produção de uma carta pessoal para si mesmo, uma espécie de
planejamento de vida para daqui a 10 anos, e uma carta pessoal que foi entregue na visita feita ao
Lar dos Idosos, localizado na cidade de Vitória/ES, no qual os alunos cantaram, leram um poema e
organizaram um café da manhã para os idosos, o que permitiu trabalhar a humanização e o
desenvolvimento sociocultural. Houve também uma visita ao Arquivo Público do Estado do
Espírito Santo, que possibilitou mostrar de perto o processo sócio-histórico de variação do
português brasileiro.
Palavras-chave: Gênero Carta; Leitura; Formação Educacional; Sociocultural; Sócio-histórico.
RIBAMAR: O ROMANCE CONTEMPORÂNEO COMO RECURSO DIFUSOR DA LITERATURA
Pâmela das Graças de Freitas Golarte
Desde o princípio dos Tempos Modernos o romance vem acompanhando o homem, buscando
expressar aspectos intrínsecos e extrínsecos de sua existência, permitindo uma maior
aproximação da obra com seu leitor. Atualmente, com os romances contemporâneos,
principalmente os autobiográficos, podemos ver claramente essa aproximação, quando ele rompe
com o pacto da verdade e traz o leitor para dentro do texto, através de narrativas psicológicas e
não lineares. O objetivo deste trabalho foi analisar algumas das novas tendências de subjetividade
no e do romance contemporâneo, com o intuito de superar as formas tradicionais (romance-
romântico), buscando desenvolver nos alunos de ensino médio o apreço pela leitura e pelas obras
contemporâneas, facilitando a introdução e o entendimento dos clássicos, bem como ampliando a
criticidade de seus pensamentos. Para isso, foram realizadas leituras de textos críticos e teóricos
de apoio, encontros com o grupo de pesquisa para a discussão dos conteúdos e a análise do
romance contemporâneo autobiográfico Ribamar, de José Castello, o qual possui uma narrativa
construída de forma singular, cheia de sentimentos e situações comuns à maioria da sociedade, o
que permite a autoidentificação por parte do aluno, aspecto que contribui no seu processo de
formação. Portanto, é preciso uma maior inserção de obras com vistas a esse segmento
autobiográfico, que leve o leitor à consciência da construção tanto ficcional quanto real,
proporcionando no meio escolar a interdisciplinaridade, a contextualização, a identidade e a
autonomia, competências estas recomendadas pelo PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio) e defendidas neste trabalho.
Palavras-chave: Autobiografia; Ensino de literatura; Interdisciplinaridade; Ficção-realidade.
PARÓDIA GEOGRÁFICA: ENTENDENDO A GLOBALIZAÇÃO.
Rayssa de Oliveira
Rennan Ataides da Silva
O projeto intitulado “Paródia Geográfica: entendendo a globalização” foi desenvolvido em uma
turma do 8º ano da EEEFM Experimental de Vitória (UFES), no primeiro trimestre do ano de 2019,
envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa e Geografia. Ele teve como temática: globalização
e produção textual. O trabalho foi planejado para dois momentos: um, inicial, com exposição
teórica para os alunos por meio de aulas expositivas e aplicação de exercícios para fixação, visando
à familiarização dos discentes com o assunto apresentado. O segundo momento foi para
elaboração de paródias pelos alunos sobre o tema do projeto. A partir dessa experiência com
abordagem multidisciplinar, tornou-se possível estimular a criticidade e a escrita criativa dos
alunos, propiciando uma nova forma de aprendizagem, lúdica e atrativa, que facilitou o processo
de construção de conhecimentos. Usamos como aporte teórico Marcuschi (2008), Fazenda (1999),
Harvey (2012) e Santos (2014). O projeto de paródia foi uma experiência bem-sucedida que
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aguçou a criatividade, a socialização, a expressividade e, especialmente, oportunizou uma
compreensão significativa do tema globalização. Com o projeto, os alunos debateram,
trabalharam e dedicaram-se bastante na interpretação e produção de textos. Por essas razões, é
de suma importância que os alunos sejam envolvidos em projetos como esse, para que
compreendam o funcionamento do seu idioma, relacionando-o com o cotidiano e entendendo a
língua como prática social.
Palavras-chave: Globalização; Paródia; Produção textual; Abordagem multidisciplinar.
LITERATURA CONTEMPORÂNEA E ENSINO: CONSIDERAÇÕES E ABORDAGEM DE O QUE OS
CEGOS ESTÃO SONHANDO, DE NOEMI JAFFE
Roberta Patrocínio de Amorim
O presente estudo, ao refletir sobre o esvaziamento do sentido da literatura no Ensino Básico pela
valoração de aspectos que desconsideram o desenvolvimento da consciência dos processos de
construção do texto ficcional e a potência da literatura para a formação de leitores críticos, traz
como proposta o uso da literatura contemporânea, mas com o recorte dos textos inseridos na
categoria testemunho. Tal escolha se deu por entender suas estreitas relações com a
historiografia, o que confere um sentido particular aos diálogos evocados pela literatura, visto
que, além de construir o mundo à medida que o ressignifica, acionar a fantasia e provocar a
reflexão, socializa experiências que atuam diretamente sobre o âmbito de uma alteridade
particularizada, pois há o compartilhamento de traumas particulares e coletivos que compõem a
história humana. O livro selecionado para o estabelecimento do diálogo proposto é O que os cegos
estão sonhando?, de Noemi Jaffe, com o objetivo de desenvolver no contexto de alunos do Ensino
Médio a temática do holocausto nazista a partir da leitura do texto literário e de estimular a
ponderação sobre a construção ficcional da linguagem, seja ela literária ou não, e o modo como
ela permite a introdução de novos significados à percepção do mundo empírico. Para tanto, será
usada também a obra Ensinando sobre o holocausto na escola, de Pereira e Gitz.
Palavras-chave: Literatura contemporânea; Formação do leitor; Ensino de literatura.
A LITERATURA DE AUTORIA CAPIXABA EM LIVROS FALADOS E A FORMAÇÃO DO LEITOR
LITERÁRIO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS
Selma Nathalie Pessotti
Letícia Queiroz de Carvalho
Esta comunicação apresentará um recorte de pesquisa em andamento, do Mestrado Profissional
em Letras – Profletras, do Ifes Vitória, por meio da qual se propõe um trabalho de leitura,
oralidade e protagonismo juvenil, mediante a obras de autores capixabas, destacando a leitura
como possibilidade de ampliar a visão de mundo das pessoas com deficiência visual,
proporcionando sua inclusão social. A partir do projeto “A literatura de autoria capixaba em livros
falados e a formação do leitor literário: diálogos possíveis” cujo objetivo é entender de que
maneira a leitura e gravação dessas obras, em formato de livros falados poderá potencializar
novas práticas literárias no universo dos leitores privados de visão, pretendemos contribuir com a
inclusão de pessoas com deficiência visual; resgatando e promovendo, dessa forma, a
responsividade do leitor literário em formação, em diálogo com as questões culturais do universo
desses leitores. A metodologia a ser utilizada se apoiará em uma pesquisa qualitativa, na
perspectiva narrativa bakhtiniana, visando a garantir às pessoas com deficiência visual, bem como
aos alunos envolvidos, o acesso às obras de escritores capixabas e a formação do leitor.
Palavras-chave: Leitura; Inclusão; Protagonismo juvenil; Livros falados.
REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA CRIATIVA EM SALA DE AULA
Yan Patrick Brandemburg Siqueira
35
A área de estudo denominada Escrita Criativa objetiva não só o ensino e a prática de técnicas de
distintos gêneros literários, mas também o desenvolvimento da criatividade. Para isso, elabora
planos, roteiros e exercícios que submetam o oficinando à atividade constante da escrita. Como
consequência, dada pela ininterrupta laboração do texto, questiona valores como “talento
literário” e situa a criatividade e a competência escrita como elementos a serem mais bem
desenvolvidos em contextos ambientais estimuladores dessas ações. Pretende-se, desse modo,
com esta comunicação, elucidar sobre os conceitos de “Oficina literária” e de “Escrita Criativa”
para, em seguida, e apoiada em pesquisas acerca da criatividade de Todd Lubart, em Psicologia da
criatividade (2007), discutir de que maneira as práticas de “Oficinas Literárias de Escrita Criativa”
podem colaborar no processo de ensino-aprendizagem das aulas de Língua Portuguesa. Com esse
propósito, após brevemente discutir sobre esses conceitos iniciais, e a partir de estudos de Luiz
Antonio de Assis Brasil e de Raimundo Carrero, importantes e renomados professores de escrita,
pretende-se apresentar diferentes metodologias e atividades de Oficinas Literárias e de que
maneira elas podem ser utilizadas em sala de aula.
Palavras-chave: Oficina Literária; Escrita Criativa; Criatividade; Exercícios de escrita.
36
RESUMOS DOS MINICURSOS
MINICURSO 1:
Minorias sociais no livro didático: diálogos entre Freire e Serge Moscovici
Prof. Me. Cleidson Frisso Braz (Profletras, Ifes/campus Vitória)
Serge Moscovici (2011), psicólogo social romeno, radicado na França, nos apresenta um
importante estudo sobre as minorias sociais e indica como superar a condição de marginalização,
imposta pela teia hegemônica, e adotar uma atitude ativa na sociedade. Nesse sentido, é possível
notar um diálogo profundo entre as considerações moscovicianas e aquelas propostas por Freire
(1987), sobre a relação entre opressor e oprimido, professor e aluno. Neste minicurso da Semana
de Letras, do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, nos propomos a refletir sobre os
pontos de convergência entre Freire (1987) e Moscovici (2011), tendo como objeto de análise
duas coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa, do Ensino Fundamental, e as
representações que estes livros produzem (ou não) sobre as minorias sociais. No intuito de criar
um espaço possível de discussão sobre as relações que medeiam o livro didático, as minorias
sociais nas abordagens teóricas adotadas, bem como a formação do sujeito crítico, o presente
trabalho se dispõe a debater questões que afetam muitos professores e professoras em sala de
aula sobre a temática da diversidade.
MINICURSO 2:
As matriarcas negras de Conceição Evaristo e a luta contra a invisibilidade: um caminho de
resistência
Prof.ª Ma. Nanine Renata Passos dos Santos Pereira (Ifes/campus Venda Nova)
Este trabalho se propõe a pensar a obra de Conceição Evaristo sob a ótica da resistência a qual
tem gerado novas discussões sobre como combater o preconceito e o machismo, arraigados na
formação do povo brasileiro e em sua cultura. Os dados são estarrecedores. O quantitativo de
mulheres negras no Brasil, vítimas de violência, é bem maior do que o de mulheres brancas.
Estudos comprovam que ainda há muito a ser feito para que a sociedade seja capaz de
reconhecer-se preconceituosa e machista e avançar no sentido de banir a violência e a injustiça
contra a mulher. Para tanto, a literatura como uma arte que pode provocar a reflexão e a crítica é
produzida socialmente, trazendo esse tema para o debate. Conceição Evaristo, nesse panorama,
desponta como uma escritora que prioriza o texto contado, das histórias que ouviu na sua infância
ou das histórias que diz ter ouvido na infância, mas que são, incontestavelmente, fruto de um
trabalho incansável que é o de dar voz às mulheres negras do Brasil. Muito mais do que
anonimato, a invisibilidade a que foram sujeitas as matriarcas negras marcou e marca
profundamente diferentes gerações. Mesmo assim essas mulheres resistiram corajosamente e
permaneceram vivas na memória de muitos que as ouviram contar. Conceição, por assim dizer, se
faz porta-voz desse bravo ato de resistir, de não deixar morrer o conto, a fala, o texto da mulher
negra no Brasil.
Vi Semana de Letras do Ifes (caderno de resumos)

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  • 2. PROGRAMAÇÃO & RESUMOS VI SEMANA DE LETRAS DO IFES LEITURA DO MUNDO, LEITURA DA PALAVRA Organização: Instituto Federal do Espírito Santo – campus Vitória Vitória 14 a 18 de maio de 2019
  • 3. Instituto Federal do Espírito Santo Reitor: Jadir José Pela Diretoria-Geral do campus Vitória: Diretor: Hudson Luiz Cogo Diretoria de Ensino do campus Vitória: Diretor: Márcio Almeida Có Coordenadoria da Licenciatura em Letras-Português Coordenadora: Karina Bersan Rocha Coordenadoria de Códigos e Linguagens Coordenadora: Maria Madalena Covre da Silva de Macedo Comissão organizadora: Docentes do curso de Letras André Effgen de Aguiar Andréia Penha Delmaschio Camila David Dalvi Fernanda Borges Ferreira de Araújo Geilson Silva da Costa Ilioni Augusta da Costa Ivania Cover Karina Bersan Rocha Lucas dos Passos e Silva Weverson Dadalto Representante discente Roberta Patrocínio de Amorim Núcleo pedagógico Camila Belizário Ribeiro
  • 4. SUMÁRIO 5 Apresentação 6 Mesas-redondas e conferências 7 Sessões de comunicação 11 Minicursos & Oficinas 12 Outros momentos da programação 13 Resumos das Conferências 15 Resumos das Comunicações 36 Resumos dos Minicursos
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo". (Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido) Nesta sexta edição da Semana de Letras do Instituto Federal do Espírito Santo, a comissão organizadora homenageia o patrono e maior pensador brasileiro da Educação, Paulo Freire (1927- 1997). No atual contexto, desafiador para todos os envolvidos no processo pedagógico, é necessário refletir com Freire sobre a dupla responsabilidade que cerca o nosso trabalho: por um lado, a formação incessante; por outro, a assunção do trabalho pedagógico como tarefa política. Para tanto, por meio de palestras, oficinas, minicursos e intervenções culturais, propõe-se um impulsionamento do fazer crítico na escola. Num ciclo que envolve o que ensina e o que aprende, convocamos à reflexão acerca da práxis social tanto quanto ao engajamento pela leitura de textos: ler o mundo e ler a palavra. Comissão Organizadora
  • 6. 6 MESAS-REDONDAS E CONFERÊNCIAS Dia 14 de maio, das 19h30 às 21h, Teatro Palestra de abertura: Leitura do mundo, leitura da palavra: o educador que aprende com os educandos para poder ensiná-los Prof. Dr. Valter Martins Giovedi (Ufes) Mundo, Muros e Palavras: a dignidade da política e a atualidade do pensamento de Paulo Freire Prof. Me. Carlos Fabian Carvalho (PMV) Mediadora: Prof.ª Dr.ª Karina Bersan Rocha (Ifes/campus Vitória) Dia 17 de maio, das 19h30 às 21h, Teatro Conferência: Literatura Infantil Brasileira: histórico, censura e subversão Prof.ª Ma. Mariana Passos Ramalhete (Ifes/campus Venda Nova) Contra tudo e todos: a formação de leitores em contextos adversos, no município da Serra Prof.ª Ma. Lucecleia Francisco da Silva (Ufes) Mediadora: Prof.ª Dr.ª Camila David Dalvi (Ifes/campus Vitória) Dia 18 de maio, das 9h às 10h20, Teatro Mesa de comunicações “Em torno de Paulo Freire” Freire e a educação emancipatória Prof.ª Jaqueline Canedo (Profletras, Ifes/campus Vitória) Paulo Freire e a escola: a formação de alunos com consciência crítica Prof.ª Isis Gabrielli Secato (Profletras, Ifes/campus Vitória) Mediadora: Prof.ª Dr.ª Andréia Penha Delmaschio (Ifes/campus Vitória) Dia 18 de maio, das 10h40 às 12h, Teatro Palestra de encerramento: Tecendo fios, reinventando caminhos com Paulo Freire: a leitura como experiência de formação e de transformação Prof.ª Ma. Cristina Tauffer (Ifes/campus Vitória) Mediador: Prof. Me. Weverson Dadalto (Ifes/campus Vitória)
  • 7. 7 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO Dia 16 de maio, das 16h às 18h, corredor F SESSÃO I: ESTUDOS LINGUÍSTICOS & EDUCAÇÃO (SALA F1) A INFLUÊNCIA DOS DISCURSOS GEOPOLÍTICOS DA MÍDIA BRASILEIRA NO ENSINO DE GEOGRAFIA Francisco Fernandes Ladeira ESTRATÉGIAS PARA O TRABALHO COM AS INTERFERÊNCIAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS DA LÍNGUA POMERANA NA ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA Francislâine Cordeiro Holz Edenize Ponzo Peres RELAÇÕES ENTRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E POLÍTICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS IFS: POR UMA EDUCAÇÃO QUE VISE O PENSAMENTO CRÍTICO E A CIDADANIA Gabriela Freire Oliveira Piccin Kyria Rebeca Finardi AS TIRINHAS DE ARMANDINHO NA SALA DE AULA Jeany Martinelli Peçanha EDUCAÇÃO CRÍTICA NO ENSINO DE LÍNGUAS: RETALHOS DE UMA AUTOETNOGRAFIA Karina Antonia Fadini SESSÃO II: LITERATURA, LINGUÍSTICA E ENSINO (SALA F2) A QUESTÃO QUEER E A SALA DE AULA: COMO CONVIVER EM HARMONIA? Rossana Furtado Laura Furtado Esteves A LEITURA CRÍTICA EM HUMANIDADES: TRABALHANDO OS PRECONCEITOS POR MEIOS DE GÊNEROS TEXTUAIS DIVERSOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Yaralice Fabri Pereira Castanhi Antônio Carlos Gomes DIFUSÃO, CONHECIMENTO E CONSUMO DA LITERATURA DE FICÇÃO QUE POSSUI POR TEMÁTICA DE FUNDO A RELIGIOSIDADE OU A MITOLOGIA AFROBRASILEIRA/AFRICANA André Felipe da Silva Souza LITERATURA E ENSINO: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS NO ROMANCE DIVÓRCIO DE RICARDO LÍSIAS Estefany Medeiros Borghardt GÊNERO CARTA: NO ESTÍMULO A LEITURA, ESCRITA E FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICO E CULTURAL Pâmela das Graças de Freitas Golarte Larissa de Souza Oliveira Joyce Sthephany Fonseca Moreira Viviane Guimarães Parente Patrícia Seibert Lyrio SESSÃO III: ESTUDOS LITERÁRIOS (SALA F4) A FRIEZA DOS FERROS: DITADURA E TORTURA NA POESIA DE ALEX POLARI Andréia Penha Delmaschio O QUE É UMA LISTA LITERÁRIA? Arnon Tragino
  • 8. 8 MACHADO DE ASSIS, POETA-TRADUTOR: PERCURSO DE UMA TESE Diego do Nascimento Rodrigues Flores A ESCRE(VIVÊNCIA) PRESENTE EM MARIA FIRMINA DOS REIS E CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA ANÁLISE DOS CONTOS “A ESCRAVA” E “MARIA” Michelly Cristina Alves Lopes NÃO ENTRE EM PÂNICO: O LUGAR DA LITERATURA INFANTOJUVENIL Lorrana Bernardes Bastos Nelson Martinelli Filho SESSÃO IV: ESTUDOS LINGUÍSTICOS (SALA F5) A SÓCIO-HISTÓRIA DA LÍNGUA POMERANA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ/ES Carolaine Rodrigues Woelffel A SÓCIO-HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE O HUNSRÜCKISCH E O PORTUGUÊS EM RIO FUNDO, MARECHAL FLORIANO, ESPÍRITO SANTO Kamila Trarbach Marques LINGUÍSTICA GEOGRÁFICA: UM DIÁLOGO ENTRE SAUSSURE E A SOCIOLINGUÍSTICA Elaine Cristina Borges de Souza RESTRIÇÕES SOCIAIS NA PALATALIZAÇÃO DE FRICATIVAS ALVEOPALATAIS SURDAS EM CARAVELAS – BA Jares Gomes Lima MARIELLE VIVE! - O GRAFFITI COMO GÊNERO TEXTUAL COM POTENCIAL CRÍTICO PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA Priscila de Souza Chisté Leite Leonardo Bis dos Santos SESSÃO V: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F7) COMPETÊNCIAS LEITORAS: UMA ANÁLISE DA BNCC NA BUSCA PELA EDUCAÇÃO LITERÁRIA Camila Teixeira Gabriel A LITERATURA DE CORDEL E O DEBATE ÉTNICO-RACIAL: HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS DE JARID ARRAES EM SALA DE AULA. Carolinne Quintanilha Ornellas Isabella Santos Coutinho AS POTENCIALIDADES DA LEITURA NO PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE Daniela da Cunha Madeira NOTAS BENJAMINIANAS SOBRE O NARRADOR EM “A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER”, DE SVETLANA ALEKSIÉVITCH Emerson Campos Gonçalves REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA CRIATIVA EM SALA DE AULA Yan Patrick Brandemburg Siqueira
  • 9. 9 Dia 17 de maio, das 16h às 18h, corredor F SESSÃO VI: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F1) QUÍMICA ATRAVÉS DE CORDEL E FANZINE Amanda Giacomin Camargo PARÓDIA GEOGRÁFICA: ENTENDENDO A GLOBALIZAÇÃO Rayssa de Oliveira Rennan Ataides da Silva LITERATURA CONTEMPORÂNEA E ENSINO: CONSIDERAÇÕES E ABORDAGEM DE O QUE OS CEGOS ESTÃO SONHANDO, DE NOEMI JAFFE Roberta Patrocínio de Amorim A LITERATURA DE AUTORIA CAPIXABA EM LIVROS FALADOS E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS Selma Nathalie Pessotti Letícia Queiroz de Carvalho LEITURA EM CENA NA ESCOLA: A ADAPTAÇÃO DE CONTOS MACHADIANOS AO TEATRO PARA FORMAÇÃO DE LEITORES Joyce Galon da Silva Moronari SESSÃO VII: ESTUDOS LITERÁRIOS (Sala F2) "11 PASSOS PARA MERCE CUNNINGHAM": O RITMO VERBIVOCOVISUAL NA POESIA DE RICARDO ALEIXO Alexandra Firmino Tibério ANTES DE PORTUGAL: O QUE DIZ A "TERRA SEM MAL" DE WALDO MOTTA Carlilio Louzada de Oliveira Junior FORMAS DO DECASSÍLABO NA POESIA DE PAULO HENRIQUES BRITTO Heitor da Costa Coelho A ARTE POÉTICA DE FRANCISCA JÚLIA: DA IMPASSIBILIDADE À SENSUALIDADE DA MULHER OITOCENTISTA Matheus Salomão FORMAS DO VERSO LIVRE NA POESIA DE ANGÉLICA FREITAS Suellen Neres Pimentel SESSÃO VIII: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F4) RIBAMAR: O ROMANCE CONTEMPORÂNEO COMO RECURSO DIFUSOR DA LITERATURA Pâmela das Graças de Freitas Golarte SUBMISSÃO E RESISTÊNCIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICA COMO PONTE ENTRE A OBRA MACHADIANA E A SOCIEDADE FEMININA DO SÉCULO XXI Larissa Alcoforado A (RE)CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA NA ERA DA PÓS-VERDADE: NOÇÕES DE REALIDADE EM BERNARDO KUCINSKI Lorrana Bernardes Bastos O CISNE E O SIGNO, À LUZ DA PSICANÁLISE, EM “PALINODIALÉTICA”, DE NELSON ASCHER Nelson Martinelli Filho DIÁRIO DA QUEDA: ASPECTOS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA PELA ÓTICA DA AUTOFICÇÃO E DA INTERDISCIPLINARIDADE, COM VISTAS À SALA DE AULA. Marcela Alvarenga Toniato
  • 10. 10 SESSÃO IX: ESTUDOS LITERÁRIOS & EDUCAÇÃO (Sala F6) ESTRATÉGIAS DE LEITURA COM LIVROS INFANTIS DO ESPÍRITO SANTO Ivana Esteves Passos de Oliveira TRIBUTO ÀS VÍTIMAS DE BRUMADINHO E MARIANA Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo Pâmela das Graças de Freitas Golarte A RELEITURA DE TEXTO E A PARÓDIA: PRÁTICAS PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 9º ANO Marco Antonio Vieira Barreto AS RELAÇÕES ENTRE CARNAVALIZAÇÃO, GASTRONOMIA E LITERATURA: DIÁLOGOS NA FORMAÇÃO DOCENTE Murilo Góes Martins Letícia Queiroz de Carvalho ALGUÉM-MULHER: A OBSCENA SENHORA D À LUZ DA TEORIA LITERÁRIA FEMINISTA Isabela S. Dantas SESSÃO X: ESTUDOS LINGUÍSTICOS & EDUCAÇÃO (Sala F7) O CONTATO LINGUÍSTICO EM SANTA TERESA/ES Daillane dos Santos Avelar COMENTA.DA.MENTE: UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA Michelly de Andrade Costa Mendes O USO DE ANGLICISMOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ERA DIGITAL: POLITICAS E PRÁTICAS LINGUÍSTICAS Uéliton José de Oliveira GÊNERO TEXTUAL: MEME Estefany Medeiros Borghardt Mariana Siqueira Madeira Vivianne Freire Valladão AS IMAGENS E A SALA DE AULA: MEMES COMO PROPOSTA DE LETRAMENTO VISUAL Rossana Martins Furtado
  • 11. 11 MINICURSOS & OFICINAS 16 de maio, das 13 às 16h Oficina 1: Práticas em contação de histórias Gabriela Krüger Arpini Local: Auditório de Eletrotécnica 16 de maio, das 18h30 às 20h30 Oficina 2: Compreendendo a modalidade de comunicação da Língua de Sinais Fernanda dos Santos Nogueira (Ifes/campus Vitória) Local: Teatro do campus 16 de maio, das 18h30 às 21h30 Minicurso 1: Minorias sociais no livro didático: diálogos entre Freire e Serge Moscovici Prof. Me. Cleidson Frisso Braz (Profletras, Ifes/campus Vitória) Local: Miniauditório 1 Minicurso 2: As matriarcas negras de Conceição Evaristo e a luta contra a invisibilidade: um caminho de resistência Prof.ª Ma. Nanine Renata Passos dos Santos Pereira (Ifes/campus Venda Nova) Local: Miniauditório 2 Minicurso 3: De notícias a fake news humorísticas: a era da pós-verdade Prof.ª Ma. Karine Silveira (Ifes/campus Venda Nova) Local: Sala F2 Minicurso 4: O mundo munda: sujeitos entre si na grande leitura Prof. Dr. Alexander Nassau (Ifes/campus Serra) Local: Sala F3 Minicurso 5: Leitura e Machado de Assis Prof. Dr. Wolmyr Aimberê Alcantara Filho (Sedu e Saberes) Local: Auditório da Eletrotécnica 17 de maio, das 13 às 16h Oficina 1: Práticas em contação de histórias (continuação) Gabriela Krüger Arpini Local: Auditório de Eletrotécnica
  • 12. 12 OUTROS MOMENTOS DA PROGRAMAÇÃO 14 de maio 17h às 19h – Momento Cultural: Palavra plantada Eliza Zamagna, Jéssica Mauro, Ilana Gasparini, Rafael Teixeira, Samanta Martins e Sirléia Rocha (Alunos de Letras do Ifes/campus Vitória) Local: Pátio Rogério Zane 18h – Credenciamento Local: Teatro do campus 16 e 17 de maio 10h às 19h – Revistaria Animal Local: Pátio Rogério Zane
  • 13. 13 RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS & MESAS-REDONDAS PALESTRA DE ABERTURA: LEITURA DO MUNDO, LEITURA DA PALAVRA: O EDUCADOR QUE APRENDE COM OS EDUCANDOS PARA PODER ENSINÁ-LOS Prof. Dr. Valter Martins Giovedi (Ufes) Nem sempre conseguimos retirar todas as implicações pedagógicas de algumas famosas proposições de Paulo Freire. Isso ocorre com a afirmação de que “a leitura de mundo precede a leitura da palavra” e também com a afirmação de que o educador deve aprender com os educandos antes de lhes ensinar algo. Diante disso, essa conferência terá como objetivo propor reflexões sobre a profundidade dessas duas importantes teses de Paulo Freire, demonstrando as implicações delas para o currículo escolar e para a prática pedagógica de educadores e educadoras que concebem o trabalho na escola muito além do que o mero treinamento. A adesão à Pedagogia de Paulo Freire traz para o(a) professor(a) algumas exigências incomuns ao trabalho pedagógico tradicional. No entanto, são exigências que valem a pena para que a nossa profissão ganhe significado para nós e para os nossos educandos(as). CONFERÊNCIA: CONTRA TUDO E TODOS: A FORMAÇÃO DE LEITORES EM CONTEXTOS ADVERSOS, NO MUNICÍPIO DA SERRA Prof.ª Ma. Lucecleia Francisco da Silva (Ufes) A presente pesquisa se insere nos diálogos do Grupo de pesquisa “Literatura e Educação”, da Universidade Federal do Espírito Santo. Com abordagem qualitativa, realiza especificamente um estudo de caso sobre a formação de sujeitos leitores em contextos desfavoráveis, no município da Serra – ES. Investiga como tais sujeitos de uma escola de periferia desse município se tornaram leitores em condições adversas, sejam culturais, sociais, familiares, educativas ou econômicas. Na tentativa de compreender como esses sujeitos se constituíram leitores, é preciso entender como os seus contextos histórico-sociais, econômicos, familiares, culturais se relacionam com a literatura no meio escolar e fora dele na formação de sujeitos leitores? Há indícios de a leitura literária se constituir para além da mediação pedagógica do professor? Há outros modos de mediação que participem diretamente da/na formação do aluno sujeito leitor? A partir desses questionamentos nos dirigimos ao trabalho de campo onde foi aplicado um questionário para três turmas de oitavas séries (9º anos), num total de oitenta e quatro questionários. Em seguida foi feita a escolha de cinco alunos para entrevistas. Com a investigação pudemos conhecer as práticas de leituras desses sujeitos, preferências e hábitos de leitura, formas de aquisição dos livros, frequência de leitura e os principais mediadores de leitura, dentre outros. Destacamos também a importância do papel do mediador de leitura, pois este estabelece uma espécie de ligação entre o leitor e o texto. A principal teórica que trata da nossa temática é a antropóloga Michèle Petit (2009 e 2013), que irá ao encontro das especificidades da adolescência, principalmente de periferias. Numa interlocução com Pètit, o trabalho abarca diversas formas de mediação com a leitura e também na formação de leitores. Nesse caso usamos as obras: A arte de ler ou como resistir à adversidade (2009), Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva (2009) e Leituras: do espaço íntimo ao espaço público (2013). Palavras-chave: Leitura literária. Mediação. Formação de leitores. Adolescentes.
  • 14. 14 LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA: HISTÓRICO, CENSURA E SUBVERSÃO Prof.ª Dr.ª Mariana Passos Ramalhete (Ifes/campus Venda Nova) A literatura infantil brasileira teve, segundo Coelho (1984) e Machado (2011), sua efervescência na Ditadura Militar. Mas é nos últimos anos que se tem acompanhado com maior nitidez práticas de censura a determinados livros, refletidas ora na retirada destes das bibliotecas escolares, ora no compartilhamento de opiniões inconsistentes em mídias sociais. Este trabalho, portanto, traça um histórico sobre a constituição da literatura infantil no Brasil, com especial atenção às obras que foram alvo de censura recentemente. Pondera sobre a nocividade de visões superficiais acerca da prática de leitura e do texto literário e, por fim, reitera o caráter intrépido e antiautoritário próprio da literatura infantil. MESA DE COMUNICAÇÕES “EM TORNO DE PAULO FREIRE”: FREIRE E A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA Prof.ª Ma. Jaqueline Canedo (Profletras, Ifes/campus Vitória) Paulo Freire traz mais que uma referência em Educação, mas uma bandeira a ser levantada por todo educador dito progressista neste país, talvez por isso, seu nome hoje sofra uma tentativa de apagamento pelos mantenedores do status quo, que limita os pobres “educados” a crer num futuro “desproblematizado”, ou seja, inexorável. É a ideia do caráter transformador que trazemos ao comentar a relação freiriana com a educação, defendida por ele como arma emancipadora dos sujeitos. PAULO FREIRE E A ESCOLA: A FORMAÇÃO DE ALUNOS COM CONSCIÊNCIA CRÍTICA Prof.ª Ma. Isis Gabrielli Secato (Profletras, Ifes/campus Vitória) Quando cria o conceito de Educação bancária (1974), Paulo Freire pretende criticar a imposição do conhecimento realizada pelo professor sobre o aluno, como se este fosse apenas um depósito de conceitos. Na contramão da educação bancária que tanto preocupava Freire, discutiremos aqui o papel da escola e do professor na formação de indivíduos críticos. Da mesma forma, falaremos sobre a necessidade de se propor, no ambiente escolar, discussões políticas capazes de sugerir que o aluno olhe para si e para o seu lugar com consciência crítica e propondo mudança. PALESTRA DE ENCERRAMENTO: TECENDO FIOS, REINVENTANDO CAMINHOS COM PAULO FREIRE: A LEITURA COMO EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO E DE TRANSFORMAÇÃO Prof.ª Dr.ª Cristina Tauffer (Ifes/campus Vitória) Na pluralidade dos espaços formativos, as redes de saberes, fazeres e poderes tecidas pelos sujeitos são atravessadas por valores éticos, políticos e sociais. Nessa complexidade de fluxos, Freire destaca que a educação se dá na relação que seres humanos estabelecem entre si, mediatizados pela natureza e pela cultura. A educação é prática de uma liberdade que transforma, que provoca a consciência do direito de ler a palavra e o mundo. A leitura cria novas relações do sujeito com seus desejos e conhecimentos e o impulsiona em direção à reflexão, antecipação da ação transformadora, da emancipação, que projeta as possibilidades de mudança de si e do mundo.
  • 15. 15 RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ESTUDOS LINGUÍSTICOS: A SÓCIO-HISTÓRIA DA LÍNGUA POMERANA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBÁ/ES Carolaine Rodrigues Woelffel No Espírito Santo há uma rica diversidade cultural e linguística, devido à grande quantidade de imigrantes que recebeu no século XIX. Atualmente no município de Santa Maria de Jetibá, localizado a 80 km de Vitória, se encontra a maior concentração de descendentes de imigrantes pomeranos do Espírito Santo, que usam a língua pomerana em diferentes situações, em seu cotidiano. Porém, o seu uso entre os mais jovens na zona urbana tem diminuído em favor do português, mesmo com os esforços por parte da população e órgãos públicos para a sua valorização (BREMENKAMP, 2014). Esta pesquisa tem por objetivos: a) conhecer o que pensam os descendentes dos imigrantes pomeranos a respeito de sua língua ancestral; e b) descrever a história social da língua pomerana em Santa Maria de Jetibá, analisando o seu uso atualmente e em tempos passados. Neste trabalho foram realizadas 24 entrevistas sociolinguísticas com descendentes de imigrantes pomeranos bilíngues em pomerano e português, divididos de acordo com a sua faixa etária (de 15 a 30, de 31 a 50 e mais de 50 anos), sexo/gênero (feminino e masculino) e escolaridade (até 5 anos, e acima de 5 anos de escolarização), com dois informantes em cada célula. Na pesquisa foi possível perceber, entre outros aspectos, que os descendentes de imigrantes pomeranos sentem orgulho e afeto pela língua dos seus antepassados e pretendem mantê-la viva. Alguns temem que ela possa deixar de ser falada pelas futuras gerações, porém, acreditam que a população, juntamente aos órgãos públicos, deve se empenhar para preservá-la. Palavras-chave: Santa Maria de Jetibá; Imigrantes; Pomeranos. O CONTATO LINGUÍSTICO EM SANTA TERESA/ES Daillane dos Santos Avelar Esta pesquisa descreve as consequências do contato linguístico entre as variedades dialetais faladas por imigrantes italianos e o português em Santa Teresa, Espírito Santo. Para realizar tal estudo, foram analisadas vinte e quatro entrevistas sociolinguísticas com moradores da zona urbana de Santa Teresa, todos descendentes de imigrantes italianos, classificados por seu sexo/gênero (feminino e masculino), faixa etária (de 12 a 25, de 26 a 50 e acima de 50 anos) e escolaridade (até 08 anos e acima de 08 anos de escolarização). Foi analisada a pronúncia das consoantes oclusivas dentais, /t/ e /d/ diante de /i/ pelos informantes. Os resultados apontaram que a tonicidade da sílaba foi selecionada apenas para o fonema /t/. A pronúncia de /t/ e /d/ com influência da língua de imigração se faz mais presente nos informantes da faixa etária acima de 50 anos, do sexo masculino e de menor nível de escolaridade. Assim, confirmamos a mudança em progresso com relação a essa característica da língua resultante do contato. Palavras-chave: Variação e mudança linguística; Contato linguístico; Oclusivas dentais. LINGUÍSTICA GEOGRÁFICA: UM DIÁLOGO ENTRE SAUSSURE E A SOCIOLINGUÍSTICA Elaine Cristina Borges de Souza É comum uma interpretação standart de Saussure em que se atribui ao linguista um estudo centrado somente na Langue e/ou no Sistema. Algumas pesquisas já se preocupam em mostrar a amplitude do Curso de Linguística Geral (CLG) e dos Escritos de Linguística Geral e o quanto as pesquisas em linguística contemporânea devem a Saussure. Nosso propósito é contribuir com essa perspectiva apontando no Curso elementos que hoje são objetos de estudo da Sociolinguística.
  • 16. 16 Nosso propósito não é dar a Saussure o status de precursor da Sociolinguística, mas destacar que é possível encontrar no Curso elementos que anteviam estudos hoje inseridos na Sociolinguística. Especificamente, a análise será centrada na Quarta Parte do CLG dedicada à Linguística Geográfica em que Saussure procura correlacionar o espaço geográfico, a diversidade da língua e o tempo. Assim, o objetivo desse trabalho é o de contextualizar a Linguística Geográfica como parte do escopo do que Saussure chamou de Linguística Externa e destacar como os estudos em Sociolinguística respondem a problemas indicados no CLG, tomando como exemplo o primeiro e o segundo tópico desenvolvidos no segundo capítulo da quarta parte do CLG, respectivamente, a coexistência de diferentes línguas em um mesmo espaço geográfico e a falta de unidade linguística entre o idioma natural e língua literária. Palavras-chave: Linguística geográfica; Saussure; Sociolinguística. RESTRIÇÕES SOCIAIS NA PALATALIZAÇÃO DE FRICATIVAS ALVEOPALATAIS SURDAS EM CARAVELAS – BA Jares Gomes Lima Apresentamos uma investigação sobre a palatalização do /s/ em coda silábica seguida de /t/ com base na Teoria da Variação e da Mudança Linguística (LABOV, 2008 [1972]; WEINREICH, LABOV & HERZOG, 2006 [1968]). Utilizando o programa GoldVarb X, foi possível observar as realizações da variante alveopalatal [ʃ] em contraste com a produção alveolar [s], foram consideradas significativas as variáveis escolaridade e sexo/gênero (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Em uma análise cruzada de escolaridade e sexo/gênero, a variável faixa etária também apresentou significância. Os falantes com até 11 anos de escolarização foram aqueles que apresentaram maior efeito, cujo peso relativo foi de 0,691, os de menor efeito foram os falantes com mais de 11 anos, cujo peso foi 0,386, e falantes com 08 anos ou menos de escolarização apresentaram uma tendência relativamente baixa para a alveopalatal, de 0,463. Quanto a sexo/gênero, mulheres (0,596) e homens (0,359) diferem, pois eles desfavorecem a variante alveopalatal, enquanto elas tendem a favorecê-la. Na variável faixa etária, selecionada apenas quando cruzadas as demais variáveis sociais, os resultados apontam que falantes com mais de 49 anos (0,607) são aqueles que apresentam maior tendência para a ocorrência da alveopalatal, enquanto os falantes de 25 a 49 anos tendem a ser mais tímidos (0,455). A partir disso, nossa análise discutiu impasses relacionados aos resultados não esperados e em que medida nossa amostra pode contribuir para seu aparecimento considerando as generalizações dos efeitos encontrados até o momento das tendências de nossas variáveis sociais. Palavras-chave: Palatalização; Fricativas; Variação; Caravelas - BA. A SÓCIO-HISTÓRIA DO CONTATO ENTRE O HUNSRÜCKISCH E O PORTUGUÊS EM RIO FUNDO, MARECHAL FLORIANO, ESPÍRITO SANTO Kamila Trarbach Marques Esta pesquisa tem por objetivo contribuir com a descrição da diversidade linguística do Espírito Santo. Especificamente, este estudo se centra em Rio Fundo, uma comunidade rural de cerca de 2.300 habitantes, pertencente ao distrito de Araguaia, município de Marechal Floriano – ES, que foi colonizada em meados do século XIX por imigrantes alemães provenientes da Renânia. Seus moradores ainda mantêm as tradições dos antepassados, mas, com respeito à língua, a partir do momento em que aconteceu o contato dos seus moradores com os brasileiros, aos poucos a língua hunsrückisch foi sendo substituída pelo português, ao ponto de haver poucos falantes, atualmente. A partir do exposto, nossos objetivos são: a) descrever a sócio-história da língua hunsrückisch em Rio Fundo; b) verificar se existe ali o interesse em revitalizá-la, promovendo a sua transmissão às gerações futuras; e c) registrar o português falado pelos moradores da localidade, para futuros estudos de descrição linguística. A fim de alcançarmos os nossos objetivos,
  • 17. 17 procedemos a uma pesquisa bibliográfica para conhecermos a história da colonização do Espírito Santo e da imigração alemã no estado. Além disso, visitamos instituições públicas do município de Marechal Floriano e fizemos entrevistas sociolinguísticas (LABOV, 2008 [1972]) com moradores da comunidade, especialmente os mais idosos e bilíngues em hunsrückisch e português, mas também crianças, jovens e adultos monolíngues em português, com o intuito de saber seus sentimentos com relação à revitalização e manutenção do hunsrückisch. Por meio das entrevistas, pudemos constatar que: a) a comunidade ainda guarda fortemente as tradições alemãs, principalmente na comida; b) quanto à língua hunsrückisch, ela é falada somente por alguns idosos, especialmente os luteranos, que são a minoria; c) devido à desvalorização dessa língua por parte das instituições púbicas e pela sociedade civil, ela não foi transmitida aos mais jovens e, em alguns casos, esquecida por aqueles que a falavam; e d) muitos, inclusive os mais jovens, gostariam que ela fosse revitalizada na comunidade. Esses resultados apontam para a necessidade de ações urgentes em prol da manutenção do hunsrückisch na comunidade de Rio Fundo, considerando-se o fato de que essa língua deve deixar de existir nesse local em relativamente pouco tempo. Palavras-chave: Contatos Linguísticos; Imigração alemã em Marechal Floriano-ES; Língua hunsrückisch. COMENTA.DA.MENTE: UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA Michelly de Andrade Costa Mendes As tecnologias já fazem parte do cotidiano em todos os setores da nossa sociedade. E acompanhar essas transformações sociais que ocorrem por meio das inovações tecnológicas sem perder de vista a construção de conhecimentos na escola tem sido um desafio dentro do campo educacional. O presente trabalho tem como objetivo trabalhar estratégias de leitura em um objeto de aprendizagem no Ensino Fundamental II. Para tanto, está sendo construído um produto educacional em forma de plataforma colaborativa de funcionamento online e em rede local – haja vista os problemas de conectividade nas escolas públicas – em que os alunos poderão, a partir dos textos selecionados pelo professor dentro dessa ferramenta, criar e compartilhar comentários sobre essas leituras nas salas de informática. A metodologia adotada baseia-se em pesquisas sobre: os Objetos de Aprendizagem (OAs), o ensino de Língua Portuguesa no Brasil e as estratégias de leitura; a criação da plataforma, elaboração e aplicação de uma sequência didática que envolva o uso desse aplicativo, bem como a análise das implicações desse recurso para o desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos. Dessa forma, apoiando-se na concepção enunciativo-discursiva da linguagem, o contato dos alunos com o texto se dará de forma dialógica, aproximando o aluno da cultura escrita, pois a aplicação essencial da plataforma é proporcionar a compreensão e discussão, desenvolvendo assim estratégias de leitura de forma proficiente. Palavras-chave: Tecnologia; Ensino de língua portuguesa; Estratégias de leitura; Objetos de aprendizagem. Plataforma. O USO DE ANGLICISMOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ERA DIGITAL: POLITICAS E PRÁTICAS LINGUÍSTICAS Uéliton José de Oliveira Na história da linguagem, os elementos verbais de uma língua e outra, ou uma língua e outras, sempre se amalgamaram. Este fenômeno é prova de que a língua não possui uma fronteira que a proteja da influência de outra língua. O surgimento do Estado/Nação fortaleceu a ideia de que as fronteiras territoriais se estendem para a da linguagem, o que não é verdade. Durante o processo que ficou conhecido como Globalização, a língua inglesa se fortaleceu muito diante de idiomas que antes imperavam, como o francês no século XIX, por exemplo. Viemos, aqui, procurar compreender como e por que os anglicismos (termos de língua inglesa) são assimilados por nós com tanta fluidez, facilidade e celeridade na língua portuguesa do Brasil no mundo
  • 18. 18 contemporâneo. O uso exagerado de anglicismos já fora tema de debates junto à política oficial, o que levou à elaboração de projetos de lei um tanto quanto quixotescos, poderíamos assim dizer. Buscamos na História, na Sociologia e na Filosofia da Linguagem, elucidar que o uso de anglicismos na era digital acompanha todo um fenômeno de transformações sociais pelas quais passamos nas últimas três décadas. Para tanto, nos apropriamos das teorias de Liquidez de Bauman, das novas epistêmes de Moita Lopes e Souza Santos e dos textos sobre linguagem do chamado Círculo de Bakhtin, dentre outros. Como corpus utilizamos os memes, já que são uma nova forma de enunciação muito explorada por internautas. Palavras-chave: Anglicismos; Memes; Era digital; Língua portuguesa; Liquidez. ESTUDOS LINGUÍSTICOS E EDUCAÇÃO: GÊNERO TEXTUAL: MEME Estefany Medeiros Borghardt Mariana Siqueira Madeira Vivianne Freire Valladão Neste projeto, desejamos explorar as possibilidades de trabalho com as novas formas de textos surgidas a partir da ascensão das mídias sociais, dando foco ao gênero textual meme. Entendemos os memes como um importante veículo de conteúdo crítico e humorístico consumidos pelo público mais jovem, integrado ao meio digital, além de ser uma fonte interpretativa de imagens e fazer uso claro e recorrente da intertextualidade – fator essencial na construção de sentido e interpretação de textos diversos. Visando à abordagem em sala de aula, tendo como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), pretendemos dar evidência a características que façam dos memes um ponto de partida interessante para o entendimento de alguns conceitos escolares da área da linguística, como a construção do humor e como nos relacionamos com ele, a relação de linguagens verbal e não verbal em um mesmo texto e, principalmente, o estudo de gêneros textuais, evidenciando o gênero escolhido e comparando-o com outros, a fim de auxiliar na formação de melhores leitores e escritores. Palavras-chave: gêneros textuais, memes, linguística, ensino. A INFLUÊNCIA DOS DISCURSOS GEOPOLÍTICOS DA MÍDIA BRASILEIRA NO ENSINO DE GEOGRAFIA Francisco Fernandes Ladeira O presente estudo apresenta os resultados de uma reflexão teórica e pesquisa em campo que buscou compreender como os discursos geopolíticos da grande mídia brasileira influenciam o processo de ensino-aprendizagem em Geografia na educação básica. Para tanto, analisamos as narrativas presentes nos noticiários internacionais sobre o mundo muçulmano e a América Latina, abordamos os principais referenciais teóricos utilizados para estudar as relações entre meios de comunicação de massa e geopolítica, aplicamos questionários para alunos do 3º ano do ensino médio e professores de Geografia para aferir como eles decodificam os discursos geopolíticos da mídia e observamos três aulas de Geografia em que docentes e discentes tiveram contato com algum tipo de material midiático. Constatamos que a mídia ainda é o principal fator que condiciona os imaginários geopolíticos dos discentes, isto é, as concepções que eles possuem sobre outros povos, nações, crenças e ideologias são permeadas pelas representações midiáticas. Por outro lado, grande parte dos educadores ainda utiliza o material midiático apenas como mais um recurso didático e não como objeto de estudo a ser sistematizado em seu conteúdo discursivo. Palavras-chave: Mídia; Discurso; Ensino.
  • 19. 19 ESTRATÉGIAS PARA O TRABALHO COM AS INTERFERÊNCIAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS DA LÍNGUA POMERANA NA ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA Francislâine Cordeiro Holz Edenize Ponzo Peres Tendo em vista a necessidade de um maior conhecimento sobre as consequências do contato entre línguas, objetivando um melhor planejamento do ensino de segunda língua, realizaremos nesta pesquisa um estudo sobre as interferências fonético-fonológicas da estrutura da língua pomerana na escrita em português. Para alcançar os objetivos propostos, foram avaliados 54 textos formais escritos em português, produzidos por alunos de uma escola pública localizada na comunidade bilíngue de São Sebastião de Belém, interior do município de Santa Maria de Jetibá, com diferentes níveis de bilinguismo. Na análise dos textos, verificaram-se traços fonético- fonológicos da língua pomerana na escrita em língua portuguesa. Por meio dos preceitos teóricos dos Contatos Linguísticos e da Sociolinguística Educacional, bem como as estratégias de ensino apontadas pelo Epilinguismo, pretendemos desenvolver um conjunto de atividades interventivas e posteriormente aplicá-las a fim de auxiliar professores em comunidades bilíngues a trabalharem os problemas de ortografia advindos do contato linguístico e, igualmente, colaborar com a manutenção das línguas minoritárias, no caso, o pomerano. Palavras-chave: Contato linguístico; Sociolinguística Educacional; Produção de texto; Bilinguismo pomerano-português. RELAÇÕES ENTRE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E POLÍTICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS IFS: POR UMA EDUCAÇÃO QUE VISE O PENSAMENTO CRÍTICO E A CIDADANIA Gabriela Freire Oliveira Piccin Kyria Rebeca Finardi Considerando que educação e internacionalização se relacionam nos objetivos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) (SUETH et al, 2009), e que a articulação entre ensino, pesquisa e extensão busca promover o desenvolvimento cultural (BRASIL, 2008), e portanto a formação cidadã, o presente trabalho discute as relações entre políticas linguísticas e de internacionalização dos IFs no que tange à construção da cidadania e do pensamento crítico nesse processo. Desse modo, o estudo em andamento traz as vozes de sujeitos dos IFs que responderam a um questionário semiestruturado online, e a análise qualitativa dos dados parciais em discussão com a literatura da área. Por fim, o trabalho denuncia o caráter neoliberal que a internacionalização da educação tem assumido (SOUSA SANTOS, 2011; LEITE; GENRO, 2012; PICCIN; FINARDI, 2019), e aponta outras possibilidades de cooperação acadêmica, mais humanas e igualitárias, que busquem a formação da cidadania, conforme os apontamentos de Menezes de Souza e Monte-Mór (2006), Andreotti (2014) e Paulo Freire (1996). Palavras-chave: Políticas linguísticas; Políticas de internacionalização; Institutos Federais; Pensamento crítico; Cidadania. AS TIRINHAS DE ARMANDINHO NA SALA DE AULA Jeany Martinelli Peçanha O presente trabalho possui o objetivo de pesquisar como as práticas de leitura e produção de texto a partir da análise das tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, podem ser uma estratégia para formação do leitor crítico e, consequentemente, estimular a capacidade de interpretação e aprimorar a escrita, formando leitores autônomos e participativos socialmente. Sabendo das dificuldades relacionadas ao estudo de textos, à leitura e à escrita na escola e fora dela, essa pesquisa pretende destacar a importância de se trabalhar o gênero tirinha como um caminho para se instigar a curiosidade dos alunos do ensino fundamental para a leitura, servindo como ponte para o diálogo
  • 20. 20 com outros gêneros, para a formação de leitores críticos e responsivos acerca de temas sociais diversos. Adotando a concepção de linguagem como interação social e sabendo que o processo enunciativo se dá por meio de inúmeros gêneros textuais pelos quais são construídas e reconstruídas ideologias diversas, pretendemos discorrer sobre como as tirinhas do personagem Armandinho podem contribuir para o diálogo com temas vários e provocar no leitor uma atitude responsiva ativa perante temas e situações sociais diferentes. Para esse fim, baseamo- nos nas teorias sobre dialogismo, construção de sentido e responsividade do filósofo Mikhail Bakhtin e nos postulados acerca da língua e dos gêneros textuais de Luiz Carlos Travaglia e Luiz Antônio Marcuschi. Dialogamos também com os estudos sobre a questão da leitura da autora Michèle Petit e nas conjecturas acerca da importância dos quadrinhos na educação de Waldomiro Vergueiro, dentre outros autores. Palavras-chave: Formação do leitor crítico; Tirinhas; Armandinho; Dialogismo; Responsividade. EDUCAÇÃO CRÍTICA NO ENSINO DE LÍNGUAS: RETALHOS DE UMA AUTOETNOGRAFIA Karina Antonia Fadini Para alcançarmos e transcendermos fronteiras e concepções pré-estabelecidas em relação à linguagem e à formação de professores, torna-se comum em nossa sociedade líquida (BAUMAN, 2001) buscar novas formas de ver o mundo. Essas novas formas pós-modernas, de ver e de ser, também se refletem em projetos de pesquisa e suas contribuições metodológicas. Esta pesquisa vê na Autoetnografia (ELLIS, 2004) a oportunidade de se criar um processo significativo e profundo de análise e reflexão teórica sobre as próprias práticas educacionais. O estudo autoetnográfico é baseado no próprio locus de enunciação do pesquisador, sob suas próprias percepções de mundo, formando uma narrativa que constrói a subjetividade de forma transpessoal; dentro de um relacionamento que pode ser estabelecido entre a memória pessoal e coletiva, e de formas historicizadas e contextualizadas. De natureza qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1982), a geração de dados se dá por meio de questionários escritos abertos, entrevistas e rodas de conversa, com gravações em áudio, contendo opiniões e narrativas dos participantes (alunos, ex-alunos, colegas da profissão e estudos, professores-formadores, e professores/alunos em formação), indivíduos com visões diversas, mas que compartilham algumas mesmas histórias vividas pelo autor ao longo de sua formação e prática como professor de línguas. O estudo ainda está em andamento, mas seu objetivo principal é indagar quão positivamente propícia esta metodologia pode ser para um professor-pesquisador de línguas, principalmente no que tange à sua percepção quanto à presença (ou não) de educação crítica em meio às narrativas e epifanias geradas de suas vivências da sala de aula. Palavras-chave: Autoetnografia; Educação Linguística; Educação Crítica. MARIELLE VIVE! - O GRAFFITI COMO GÊNERO TEXTUAL COM POTENCIAL CRÍTICO PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA Priscila de Souza Chisté Leite Leonardo Bis dos Santos O artigo busca apresentar o grafitti (arte urbana) como uma possibilidade de trabalho com gêneros textuais no ensino da língua portuguesa. Considera que cabe a escola estimular o contato e a análise de textos que extrapolem abordagens tradicionais, muitas vezes recorrentes no contexto escolar. Por meio dos princípios constitutivos da textualidade apontados por Robert- Alain de Beaugrande e Wolfgang Dressler, em especial, os princípios da coesão, intencionalidade, situacionalidade e intertextualidade, procura analisar um grafitti apresentado na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Este texto verbo-visual remete ao assassinato da vereadora Marielle Franco e foi fotografado 12 dias após a sua morte. Por meio da análise deste grafitti constata que tais princípios constitutivos da textualidade contribuem para a compreensão de textos diferentes
  • 21. 21 dos escritos, e podem servir de norteadores para a realização de análises que visem compreender o texto para além de sua forma e da mera decodificação. Considera que cabe ao ensino da língua portuguesa, por meio de professores atentos, estimular os discentes a alçarem a condição de leitores críticos e responsivos, capazes de realizar análises que promovam a discussão e o entendimento da sociedade, visando o fortalecimento do pensamento coletivo, a divulgação e potência das lutas sociais em defesa dos grupos marginalizados, e a necessidade constante de buscarmos a transformação desse modelo de sociedade. Palavras-chave: Marielle Franco; grafitti; gêneros textuais; ensino da língua portuguesa. A QUESTÃO QUEER E A SALA DE AULA: COMO CONVIVER EM HARMONIA? Rossana Furtado Laura Furtado Esteves Paulo Freire (1974) afirma que vivemos em uma sociedade onde prevalece a chamada educação bancária na qual os professores estão em sala de aula somente para ensinar determinado conteúdo sem se preocuparem com as particularidades de cada aluno. Pensando nisso, esse artigo relaciona a dificuldade dos estudantes queer, que fogem do padrão cisgênero e heteronormativo da sociedade, de se encaixarem nesse sistema, que ensina somente o que a elite simbólica deseja. A opressão a qual esses estudantes sofrem é diária e imensa nas salas de aula (DINIZ, 2011) e na sociedade em geral. A diversidade e a pluralidade das identidades de gênero e orientações sexuais (BUTTLER, 2003) são imensas e devem ser levadas em consideração pelos educadores e professores na hora de lidar com os seus alunos que fazem parte dessa grupo social. Com a pesquisa, foi possível perceber que a marginalização das crianças e jovens queer no ambiente escolar é uma realidade. Dessa forma, faz-se necessário que os professores aprendam que devem, como diz Freire (1974), a se adaptarem aos alunos. Palavras-chave: Teoria queer; educação freiriana; harmonia. AS IMAGENS E A SALA DE AULA: MEMES COMO PROPOSTA DE LETRAMENTO VISUAL Rossana Martins Furtado Vivemos na sociedade do espetáculo (DEBORD, [1967] 1997), na qual as imagens significam e ressignificam a subjetividade e a coletividade, tornando mais tênue a fronteira entre o privado e o público e provocando a espetacularização do sentir, provocando um emocionalismo despertado pelo fascínio com as imagens (SODRÉ, 2006). Coadunamos com a visão do Círculo de Bakhtin que o discurso é a língua nas relações concretas entre os sujeitos nas interações verbais que acontecem na vida. Os memes surgem como um fenômeno discursivo que fascina os interlocutores nas redes sociais (FURTADO, 2017, 2018). Esse gênero passa se portar como uma ferramenta para o ensino e aprendizagem, já que os alunos são atraídos por esse gênero por fazer parte de seu cotidiano discursivo. Pensando conforme Mizan (2014), estamos numa era mais visual do que linguística, assim, propomos uma problematização por meio de uma prática de letramento visual e digital a fim de levar os alunos a refletirem as possibilidades discursivas que envolvem as atividades do cotidiano, formando cidadãos efetivamente letrados, para além da alfabetização. Palavras-chave: Letramento Visual; Letramento Digital; Memes. A LEITURA CRÍTICA EM HUMANIDADES: TRABALHANDO OS PRECONCEITOS POR MEIOS DE GÊNEROS TEXTUAIS DIVERSOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Yaralice Fabri Pereira Castanhi Antônio Carlos Gomes A presente pesquisa em construção na linha de Práticas Educativas, do Programa de Pós- graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH), do Instituto Federal de Educação, Ciência e
  • 22. 22 Tecnologia do Espírito Santo – IFES, busca a partir da indagação: como potencializar a reflexão de alunos jovens e adultos nas aulas de Língua Portuguesa possibilitando-lhes serem leitores críticos no meio em que vivem e, assim, se desenvolverem cada vez mais sendo sujeitos reflexivos na sociedade?, contribuir com a formação do leitor crítico na Educação de Jovens e Adultos (EJA) por meio de gêneros textuais diversos que têm como temática os preconceitos, uma vez que a prática da leitura crítica é primordial para a reflexão e a transformação da realidade. Nessa pesquisa, adota-se como metodologia a pesquisa qualitativa do tipo participante de Borba (1981), bem como os aportes teóricos Freire (1979; 1980; 1996; 2011; 2017) com a reflexão de leitura crítica; Marcuschi (2002) com os estudos sobre gêneros textuais; Aquino (1998), Guimarães (2004), Carth (2012) sobre os preconceitos; Franchi (2011), Rezende (2008; 2010) e Romero (2011) com as operações epilinguísticas da linguagem. Esse trabalho tem como pretensão, ainda, construir como produto educacional um e-book com atividades (oficinas de leitura) planejadas, aplicadas, avaliadas pelos participantes da pesquisa e reformuladas, com o intuito de desenvolver práticas educativas que visam à formação de leitores críticos na EJA. Palavras–chave: Formação do leitor crítico; Educação de Jovens e Adultos; Prática educativa; Ensino. Epilinguismo. ESTUDOS LITERÁRIOS: "11 PASSOS PARA MERCE CUNNINGHAM": O RITMO VERBIVOCOVISUAL NA POESIA DE RICARDO ALEIXO Alexandra Firmino Tibério Na contemporaneidade a poesia traz em si, entre outras coisas, a crise de representação da subjetividade por meio da linguagem, podendo ser realizada formalmente de diferentes maneiras: tradicional, não linear, visual, verbal, rítmica, além de frequentemente se colocar em contato direto com outras artes. Assim, estudar e levantar a crítica a respeito da poesia realizada no século presente pode abrir um leque de compreensão para novas produções e análises a respeito da característica principal da arte contemporânea: em sua pluralidade, questionar e refletir acerca da realidade que nos cerca. Por isso, este trabalho se propõe estudar o ritmo verbivocovisual na poesia de Ricardo Aleixo, poeta mineiro no qual se encontram essas características, tendo por objetivo geral desvendar o ritmo fundador do poema “11 passos para Merce Cunningham”, de Modelos vivos (2010), pincelando forma e conteúdo dentro da contemporaneidade e suas características marcantes enquanto agentes de promoção da liberdade de versificação e poematização. Como amparo teórico-metodológico, servirão de apoio, principalmente, estudos acerca do verbivocovisual realizados por Décio Pignatari (2004; 2005) e a fortuna crítica de Aleixo (LIMA, 2013). Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Ricardo Aleixo - Modelos vivos; ritmo verbivocovisual. A FRIEZA DOS FERROS: DITADURA E TORTURA NA POESIA DE ALEX POLARI Andréia Penha Delmaschio Preso durante dez anos devido a sua militância contra a ditadura brasileira, o poeta paraibano Alex Polari de Alverga lança, na cadeia, seu primeiro livro, Inventário de cicatrizes (1978). A experiência do cárcere e o sofrimento físico - seus e de alguns companheiros - marcam os primeiros poemas com algo que (se isso é possível) vai além da dor e da revolta: a opção por uma escrita deliberadamente sóbria e técnica. A partir da pesquisa biobliográfica, propomos a leitura de três
  • 23. 23 poemas em que a crueldade da prisão política e a desumanidade da tortura realçam com um estilo sóbrio - duro e frio como os instrumentos de tortura. Palavras-chave: Tortura, Poesia, Alex Polari. O QUE É UMA LISTA LITERÁRIA? Arnon Tragino Lista e literatura podem ter proximidades quando um leitor identifica uma listagem em um texto literário; quando uma obra literária contém uma lista; quando um autor escreve uma lista como literatura; quando a lista for um método de organização; e também quando a lista indicar a leitura de literatura. Antologias como as de Umberto Eco (2010), em A Vertigem da Lista, e de Shaun Usher (2016), em Listas Extraordinárias, exemplificam essas relações e mostram que desde a Ilíada, de Homero (Século VIII a. C.), até livros recentes como o 1001 Livros para Ler Antes de Morrer, de Peter Boxall (2010), essa afinidade entre lista e literatura sempre aconteceu. Possivelmente, a primeira vez que vimos o nome lista literária foi na obra de Nicholas Parsons (1985), The Book of Literary List, em que o autor compilou curiosidades, memórias e anedotas de autores e livros famosos. Mas certamente a primeira teorização sobre as listas literárias foi feita por Robert Belknap (2004), em The List, quando disse que elas são inscrições do gênero lista na literatura, seja internamente aos textos, ou externamente, para os leitores. Este trabalho então discute a definição de lista literária e seus desdobramentos a partir da noção teórica de Belknap (2004), analisando os exemplos dados por Eco (2010) e Usher (2016) e explicando seus usos. A comunicação também faz parte da nossa tese de doutorado em andamento, que se insere nos debates do grupo de pesquisa Literatura e Educação, e recebe auxílio da CAPES. Palavras-chave: Lista literária; Leitura; Leitor; Livro. ANTES DE PORTUGAL: O QUE DIZ A "TERRA SEM MAL" DE WALDO MOTTA Carlilio Louzada de Oliveira Junior Características comuns à poesia contemporânea, a pluralidade formal e a variedade temática podem ser observadas na produção do poeta capixaba Waldo Motta. A riqueza de suas obras está associada a sua capacidade de transpor aos versos experiências que muito herdam da poesia antropofágica modernista e da poesia marginal, sem, no entanto, abandonar as questões político- sociais que lhe são caras e que assumem aqui um considerável grau de pessoalidade. Este trabalho busca compreender os procedimentos formal e temático operados por Waldo Motta para a legitimação do seu discurso de caráter irônico e sexual na obra Terra sem mal (2015), analisando as relações de intertextualidade que se estabelecem entre seu poema “Mar de tanto sangue e fel” e “Mar de Portugal”, de Fernando Pessoa. Em seguida, estudar-se-á o poema “Assim disse o Trovão” de uma perspectiva semântico-formal, numa tentativa de depreender o discurso que se quer legitimar em seus versos heptassílabos. Para tanto, serão imprescindíveis as leituras de Navarro (1995, 2004), Baptista (2011) e Caldeira (2008). Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Waldo Motta - Terra sem mal; verso heptassílabo. MACHADO DE ASSIS, POETA-TRADUTOR: PERCURSO DE UMA TESE Diego do Nascimento Rodrigues Flores Serão apresentados os resultados da tese “Machado de Assis, poeta-tradutor”, desenvolvida desde 2016 no curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Na tese, buscamos estudar e perfilar, de maneira tão abrangente quanto possível, o poeta-tradutor Machado de Assis a partir dos poemas por ele traduzidos em confronto com os textos-fonte de que ele possa ter se servido. Estudamos cada uma de suas
  • 24. 24 traduções de poesia sob um viés bermaniano de crítica de traduções, investigando nelas os traços que poderiam nos ajudar a encontrar um projeto de tradução, um modus operandi machadiano do traduzir. Procurou-se também demonstrar que, em alguns casos, é possível correlacioná-las a outros momentos de sua produção poética ou ficcional, sugerindo que essas traduções se inserem organicamente no restante de sua produção autoral. Tais escolhas nos levaram a adotar a tese de que a prática da tradução foi central no desenvolvimento da poética de Machado de Assis, uma poética em que as várias e recorrentes dissidências em relação aos textos e autores que traduziu apontam para uma frequente e cada vez mais intensa independência e autonomia do poeta- tradutor frente ao texto estrangeiro, levando-nos a concluir que as traduções poéticas de Machado de Assis sempre foram feitas sem deferência servil ao texto ou autor estrangeiro, carregando consigo a marca do poeta-tradutor, obrigando-nos a ler esses poemas como novos originais que frequentemente dialogam com o restante de sua produção autoral e principalmente com sua visão de mundo e de literatura. Palavras-chave: Tradução; crítica; poesia; Machado de Assis FORMAS DO DECASSÍLABO NA POESIA DE PAULO HENRIQUES BRITTO Heitor da Costa Coelho O ritmo poético variou intensamente ao longo da história literária – desde as notáveis versões latinas dos ritmos gregos operadas por Horácio até os dias atuais –, entretanto, algumas preferências rítmicas foram privilegiadas durante um certo período e reformuladas à medida que o tempo passou, sendo, consequentemente, analisadas por críticos literários à medida que eram utilizadas. Contudo, as versões rítmicas encontradas em poemas do século XXI carecem de uma análise crítica aprofundada, para que se identifique, por exemplo, a concepção rítmica do verso decassílabo na contemporaneidade, além de atestar se há uma evidente variação formal ou se se seguem as mesmas visões anteriores sobre esse modelo de verso. Para colaborar nesse movimento acerca do estudo do verso contemporâneo, o poema I da seção “Art poétique”, publicado em Tarde, de Paulo Henriques Britto (2007), será colocado sob perspectiva analítica para se examinar a estrutura ritmada do poema. Como apoio nesse percurso, virão Jakobson (2008), Pignatari (2005), e Silva Ramos (1959). Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Paulo Henriques Britto - Tarde; verso decassílabo. A ARTE POÉTICA DE FRANCISCA JÚLIA: DA IMPASSIBILIDADE À SENSUALIDADE DA MULHER OITOCENTISTA Matheus Salomão No século XIX, as mulheres, cujo papel social estabelecido seria dedicar-se ao espaço doméstico, eram excluídas do meio literário. Contudo, Francisca Júlia (1871-1920) quebra esse tabu e ganha destaque por suas poesias, o que a faz ser reconhecida, devido à obra Mármores (1895), como musa impassível, epíteto relacionado a uma escrita fria e, até mesmo, frígida – alternativa para o intento de reafirmar sua capacidade como igual ou superior à masculina e afastada de “temas femininos”. Visa-se percorrer, realizando-se crítica literária em cotejo com fatos biográficos, poemas selecionados da autora – “Pérfida”, “Mudez”, “Natureza”, “Musa Impassível” e “Paisagem” – a fim de se demonstrar uma mudança temática e estética de sua linguagem austera e “masculinizada” para um tom mais melancólico e sensual. Defende-se que aspectos de sua vida – como o casamento – modificaram sua escrita. Estudiosos evocados como referencial teórico- crítico são João Vicente, Elisa Maria Verona, Marcia Camargos e Euclides Péricles da Silva Ramos. Palavras-chave: Francisca Júlia; Musa Impassível; Sensualidade.
  • 25. 25 A ESCRE(VIVÊNCIA) PRESENTE EM MARIA FIRMINA DOS REIS E CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA ANÁLISE DOS CONTOS “A ESCRAVA” E “MARIA” Michelly Cristina Alves Lopes A representação da personagem feminina negra na literatura brasileira possui diferentes abordagens no decorrer da história literária, principalmente quando comparamos a forma como os escritores homens, tanto brancos quanto negros, as apresentam com a representação das escritoras negras, a chamada escre(vivência) por Conceição Evaristo. Dessa forma, faz-se importante pesquisar e discutir a trajetória da mulher negra, tanto como personagem como também escritora, pois a literatura, até certo ponto, acaba sendo uma representação da vida social da comunidade em que está inserida. Por consequência disso, é de extrema importância entender como as personagens eram e são representadas e quais os caminhos percorridos por esse grupo levando em consideração os estudos pós-coloniais. O texto é dividido em duas partes: a primeira consiste em desvelar não só a forma como a personagem feminina negra é representada por escritores, mas também a importância da escritora negra na literatura brasileira; a segunda pretende analisar os contos “A escrava”, de Maria Firmina dos Reis, e “Maria”, de Conceição Evaristo, dando ênfase à maternidade e à violência sofrida pelas personagens negras. Os resultados dessa discussão serão relevantes para futuros estudos que pretendam tratar desse tema. Palavras-chave: Literatura afro-brasileira; Pós-colonial; Protagonismo feminino negro; Escrita feminina. O CISNE E O SIGNO, À LUZ DA PSICANÁLISE, EM “PALINODIALÉTICA”, DE NELSON ASCHER Nelson Martinelli Filho Ao se referir à técnica do palimpsesto, que consistia na raspagem da camada superficial de texto escrito em pergaminho ou papiro para possibilitar sua reutilização – produzindo, assim, estratos virtuais e recuperáveis de escrita –, o poeta e tradutor Nelson Ascher, em “Palinodialética”, indica, no nível metalinguístico, possíveis desdobramentos da leitura de seu poema. Neste trabalho, parte-se, então, do que diz respeito à metalinguagem e ao(s) acionamento(s) intertextual(is) percebidos na leitura do poema em pauta para chegar, de modo não oclusivo, a algumas noções da metapsicologia, com foco na teoria psicanalítica, tais como das Unheimliche e o mito do doppelgänger, além de elementos basilares relativos às estruturas psíquicas, como as relações entre ego, id e superego, as pulsões (de vida e de morte), a (re)leitura lacaniana do conceito de signo e as formas de repressão psicológica como mecanismos de defesa (especialmente o recalque e o retorno do recalcado). Como sustentação teórica, os nomes de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Melanie Klein e Clemént Rosset serão fundamentais, entre outros comentadores que poderão colaborar com a análise. Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Psicanálise; Nelson Ascher. FORMAS DO VERSO LIVRE NA POESIA DE ANGÉLICA FREITAS Suellen Neres Pimentel Ao verificar a literatura brasileira contemporânea, em especial a poesia, observa-se que ela pode carregar inúmeros aspectos que se relacionam com o seu tempo de produção. Os poetas em geral podem fazer e fazem uso dos mais variados recursos poéticos tradicionais, mesclando-os ou até mesmo lançando mão de novos procedimentos para alcançar o objeto de valor do poema. Angélica Freitas se destaca no cenário da poesia brasileira atual pois, além de crítica e ironicamente abordar – em sua obra Um útero é do tamanho de um punho (2012) – a condição feminina, de gênero e os aspectos sociais e políticos envolvidos na questão, também faz uso dos mecanismos poéticos já conhecidos ao lado de novos modos de reafirmar seu engajamento. Este trabalho visa a perscrutar os meandros formais do poema-título da obra, com o intuito de
  • 26. 26 perceber as relações que a experiência do verso livre de Freitas estabelecem com a poética da autora. Para aporte teórico, serão cruciais textos de Moriconi (1998) acerca das construções do verso e no verso na contemporaneidade; Pignatari (2004), a par do processo de iconização do signo verbal, atentando para o sentimento “primeiro” diante da experiência material com o poema e suas formas; Proença (1955), no que se refere a perceber traços formais do poema versilibrista e, por fim, Pietrani (2013), para elementos de análise de sentido da poética de Angélica Freitas. Palavras-chave: Poesia brasileira contemporânea; Angélica Freitas - Um útero é do tamanho de um punho; verso livre; feminismo. ESTUDOS LITERÁRIOS E EDUCAÇÃO QUÍMICA ATRAVÉS DE CORDEL E FANZINE Amanda Giacomin Camargo Raquel da Silva Xavier A compreensão da Literatura como arte traduzida por palavras inspirou a investigação da riqueza cultural expressa nos textos de Cordel e Fanzine. Assim, como uma proposta interdisciplinar, surgiu a ideia de mesclar conceitos de Química e Literatura, num projeto denominado “Química através de Cordel e Fanzine”, que abordou temáticas como Poluição da água, Poluição térmica, Corais e Lixo eletrônico, com objetivo de proporcionar aos discentes o aprendizado de Química de maneira diferente, buscando a interdisciplinaridade e envolvendo arte e cultura, aproveitando a riqueza que existe nos versos da literatura de Cordel e a criticidade peculiar do Fanzine. Segundo Paulo Freire, “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”, ou seja, todo tipo de conhecimento é importante. Mesclar conceitos de química, literatura, arte, cultura, entre outros, pareceu uma oportunidade de contextualizar conteúdos programáticos com a vida, para despertar o interesse dos alunos pelo aprendizado em suas deferentes interfaces. Assim, os alunos dividiram-se em grupos e escolheram os temas propostos para realização da atividade. A confecção dos Cordéis e Fanzines aconteceram nas aulas de Química, para as quais a professora de Língua Portuguesa foi convidada a ensinar sobre a literatura nordestina. Como proposta final, os textos foram expostos em varais no corredor da escola e as pessoas que prestigiaram levaram um exemplar. A avaliação foi diagnóstica e qualitativa, com intuito de valorizar os diferentes aprendizados adquiridos e compartilhados durante o trabalho. Palavras-chave: Cultura; Interdisciplinaridade; Química; Língua Portuguesa. DIFUSÃO, CONHECIMENTO E CONSUMO DA LITERATURA DE FICÇÃO QUE POSSUI POR TEMÁTICA DE FUNDO A RELIGIOSIDADE OU A MITOLOGIA AFROBRASILEIRA/AFRICANA André Felipe da Silva Souza A marginalização da cultura afrobrasileira – da estética negra à religiosidade de matriz africana – decorre do longo processo histórico de escravização dos corpos e almas negras. Objetivando reverter tal estigmatização, o estabelecimento do contato entre sujeito preconceituoso e objeto- alvo se apresenta, conforme Allport e Pereira, como mecanismo potencialmente redutor do preconceito. Tal estratégia encontra suporte normativo no projeto de educação formal previsto pelas leis 10.639/03 e 11.645/08, que asseguram a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura afrobrasileiras, inclusive no campo da literatura. Corrobora Cândido, nesse sentido, ao reconhecer na literatura poderoso instrumento de instrução e educação. Educação que, na perspectiva de Freire, é mediatizada pelo mundo e pelos objetos cognoscíveis, entre os quais figura a literatura. A representação estereotipada do negro na literatura, porém, só é superada, sobretudo, a partir da geração de 30. E, apenas ao final do século XX, desponta com mais vigor a
  • 27. 27 produção de ficções que contemplem a temática da religiosidade afrobrasileira. Nesse contexto, essa pesquisa se propõe a investigar o nível de difusão, conhecimento e consumo das narrativas de ficção que apresentem por temática de fundo a religiosidade ou a mitologia afrobrasileira/africana. Para tanto, desenvolver-se-á pesquisa qualitativa-quantitativa de natureza documental e exploratória que consistirá em: identificação de obras literárias que contemplem as temáticas supracitadas; avaliação da disponibilidade de tais obras nos acervos de bibliotecas da capital capixaba; e, aplicação de questionários aos alunos dos técnicos integrados do campus Vitória do Ifes para constatar seu conhecimento e consumo de tais títulos. Palavras-chave: Literatura afrobrasileira; Hipótese de contato; Mediação literária; difusão da literatura COMPETÊNCIAS LEITORAS: UMA ANÁLISE DA BNCC NA BUSCA PELA EDUCAÇÃO LITERÁRIA Camila Teixeira Gabriel O presente estudo trata-se do TCC entregue ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação: Currículo e Ensino do Ifes. O campo da educação literária compreende o processo de ensino e aprendizagem de literatura sempre vinculado à ideia da coerência com a sociedade que queremos construir e nossa participação ativa nessa construção, conforme sugere Cyana Leahy-Dios (2004). Pensando nisso, o propósito deste trabalho é refletir sobre os métodos utilizados por professores nas aulas de literatura a fim de destacar a busca pela educação literária em meio ao atual contexto digital. Ao refletir sobre estas questões, torna-se igualmente relevante avaliar as propostas do currículo para o ensino de literatura, uma vez que este reflete a realidade social e molda o rumo da nossa educação. Para tanto, realizamos uma pesquisa de campo de caráter exploratório descritivo em uma escola estadual do município de Vitória - ES, de modo a pensá-la junto aos conceitos de habilidades e competências previstas no documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), encaminhado para discussão no Conselho Nacional de Educação em dezembro de 2017 e homologado pelo MEC em dezembro de 2018. Nesse sentido, tendo em vista a relevância em analisar um documento de caráter educacional/curricular, e apoiando-nos em autores como Perrenoud (1999), Freire (1993) e Cosson (2006), buscamos avaliar os contrapontos que envolvem teoria e prática e, com isso, formularmos estratégias que possam auxiliar no êxito dessas aulas a fim de contribuírem para a formação de alunos leitores mais ativos e competentes. Palavras-chave: BNCC; Educação Literária; Ensino Médio. A LITERATURA DE CORDEL E O DEBATE ÉTNICO-RACIAL: HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS DE JARID ARRAES EM SALA DE AULA. Carolinne Quintanilha Ornellas Isabella Santos Coutinho Apesar de desde 2003 haver uma legislação que verse sobre o ensino de história e cultura afro- brasileiras nas escolas de educação básica no Brasil, ainda é latente a necessidade de se praticar essa temática não somente no período que antecede o dia da Consciência Negra. O debate permanente sobre questões étnico-raciais pode ser pensado a partir da (re)construção de uma memória e uma história nacionais que respeitem e considerem a existência e resistência do povo negro no Brasil. Nesse sentido, este trabalho objetiva relatar uma experiência, em sala de aula, de leitura do livro de literatura de cordel intitulado Heroínas Negras Brasileiras, da escritora Jarid Arraes, com alunos de 1º ano do ensino médio da rede pública estadual do Espírito Santo. O aporte teórico utilizado para subsidiar o relato de experiência está calcado nas discussões sobre literatura em sala de aula apontadas por Regina Zilberman, além de também contar com estudos sobre memória trazidos por Jeanne Marie Gagnebin e Walter Benjamin. No que tange à área de educação, nos basearemos em conceitos apresentados por Paulo Freire e Bell Hooks. Palavras-chave: Literatura de cordel; Mulheres negras; Literatura e educação.
  • 28. 28 AS POTENCIALIDADES DA LEITURA NO PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL DO SUJEITO EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE Daniela da Cunha Madeira A presente pesquisa, inserida na linha de Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Humanidades do Instituto Federal do Espírito Santo, possui como questão norteadora as possíveis contribuições da leitura no processo de reintegração social da população carcerária capixaba. Para a consecução deste objetivo utilizaremos como eixo metodológico as concepções de Paulo Freire no tocante à educação popular, autônoma e libertadora. A pesquisa contará com a abordagem qualitativa do tipo pesquisa-intervenção. Como aporte teórico traremos autores que dialogam com os métodos freireanos, como Carlos Rodrigues Brandão, Eni Pulcinelli Orlandi e João Wanderley Geraldi. Para aprofundar conceitos que julgamos indispensáveis à pesquisa, utilizaremos os ensinamentos de Roger Chartier, no tocante às práticas de leitura, além das explanações de Michelle Petit, sobre a leitura como forma de resistência a adversidade. A relevância da pesquisa consiste na análise da leitura como um elemento indispensável no processo de transformação e reintegração social do sujeito em privação de liberdade, pois, à medida que o sujeito a exercita e a interpreta, ele dá sentido à escrita, por meio de suas experiências de vida e sua “leitura de mundo” e, ao mesmo tempo, é modificado em sua essência enquanto ser humano através da aquisição de novos saberes. Propomos como possível produto educacional desta pesquisa a construção de um livreto contendo sugestões de práticas pedagógicas interdisciplinares para a potencialização da leitura nos estabelecimentos prisionais. Palavras-chave: Leitura; Sistema Prisional; Reintegração Social. NOTAS BENJAMINIANAS SOBRE O NARRADOR EM “A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER”, DE SVETLANA ALEKSIÉVITCH Emerson Campos Gonçalves Observar o tracejado que divide jornalismo e literatura pode significar a avaliação de uma linha tênue ou a comparação entre galáxias distantes. Tal paradoxo é nutrido pelo deslocamento constante de fronteiras, sobretudo nos formatos híbridos, sendo impossível estabelecer definitivamente os limites éticos e estéticos que encerrem cada narrativa. Partindo dessa imprecisão, este estudo recorre à categoria de Erfahrung (experiência), presente nos estudos de Walter Benjamin, para investigar os tensionamentos do narrador em “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Aleksiévitch. O objetivo é discutir a importância do Jornalismo Literário como proposta contra-hegemônica efetiva aos mass media. Como resultado, observa-se a transição constante entre a narradora-jornalista e as dezenas de narradoras-personagens que ganham voz com a obra, compondo uma teia de relatos que reconstituem a partir das “pequenas” narrativas o discurso feminino silenciado e/ou distorcido no pós-Segunda Guerra. Retoma-se, assim, a narrativa do artesão, tão valorizada no pensamento benjaminiano sobre Educação. Palavras-chave: Svetlana Aleksiévitch; Erfahrung; Narrador. LITERATURA E ENSINO: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS NO ROMANCE DIVÓRCIO DE RICARDO LÍSIAS Estefany Medeiros Borghardt O presente trabalho tem o objetivo de analisar as tendências contemporâneas no romance Divórcio, de Ricardo Lísias, publicado em 2013. Mostraremos como o uso da linguagem é um forte instrumento de poder que permite e explora o trânsito contínuo entre a ficção x autoria. Analisaremos, também, a estrutura híbrida da narrativa, que rompe com os padrões tradicionais e problematiza a ideia de gênero literário, alimentando ainda mais o caráter ficcional do texto. Para além disso, contribuiremos com reflexões críticas e teóricas acerca da produção de romances
  • 29. 29 contemporâneos e do seu ensino, ampliando as possibilidades de forma de trabalho com este gênero em sala de aula, propondo novos olhares ao ensino de literatura no ensino médio. Palavras-chave: Romance Contemporâneo; Ensino de Literatura; Autoficção. ESTRATÉGIAS DE LEITURA COM LIVROS INFANTIS DO ESPÍRITO SANTO Ivana Esteves Passos de Oliveira A comunicação versa sobre a pesquisa “Autores capixabas e estratégias de leitura: literatura infantil e compreensão leitora”, desenvolvida em estágio de pós-doutoramento através do ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, PROCRAD/CAPES, na Linha de Pesquisa: Formação dos Profissionais da Educação, Políticas Educativas e Escola Pública. Pretende-se evidenciar o entrelace realizado das estratégias com as obras Mistérios de lá e de Cá e O rabinho de porco (de Francisco Aurélio Ribeiro), João, O Botão (de Elizabeth Martins), Uma Casinha Lá no Alto (de Ilvan Filho) da literatura infantil produzida no Espírito Santo. Em relação ao desenvolvimento da pesquisa, optou-se por aplicar as estratégias de leitura das teóricas norte-americanas Harvey e Goudvis (2008), com entrelace das reflexões de Souza e Giroto e Solé. Palavras-chave: Autonomia leitora; Estratégias de leitura; Literatura infantil. TRIBUTO ÀS VÍTIMAS DE BRUMADINHO E MARIANA Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo Pâmela das Graças de Freitas Golarte O projeto “Tributo às vítimas de Brumadinho e Mariana: O mito do progresso” foi realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Maria de Lourdes Santos Silva, em Cariacica, com os alunos dos 8º e 9º anos, durante os meses de março e abril de 2019, com o objetivo principal de refletir sobre as tragédias atuais, causadas por ganância e negligência, a partir da leitura da obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Sant-Exupéry, através de uma ação colaborativa das disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia e Arte. Durante o seu processo de execução, os alunos se inscreveram em um concurso de produção de texto com o objetivo de tecerem relações entre as tragédias estudadas e a obra de Exupéry, bem como de identificar as figuras de linguagens que dão literariedade ao texto. Dessa forma, os educandos puderam – para além de conhecer e usar ferramentas e arranjos poéticos não só em prosa, mas também em versos – resgatar valores humanos e ambientais. A culminância do projeto aconteceu no evento Dia da família na escola, no dia 12 de abril, com apresentações de leituras dramatizadas de alguns capítulos da obra estudada, premiações das produções de textos dos alunos, exposições de tirinhas, maquetes, cartazes, poemas, além de músicas cantadas pelos alunos e uma coreografia da música “Cacimba de Mágoa” (Gabriel O Pensador). Como resultado, observou-se um envolvimento significativo dos alunos em um curto período de tempo tanto para produzir textos, quanto para refleti-los, inserindo-os em seu contexto de vida. Palavras-chave: Tributo; Literariedade; Humanização. LEITURA EM CENA NA ESCOLA: A ADAPTAÇÃO DE CONTOS MACHADIANOS AO TEATRO PARA FORMAÇÃO DE LEITORES Joyce Galon da Silva Moronari Uma das causas para os estudantes não gostarem de ler é a forma burocrática, descontextualizada, como os textos são trabalhados na escola; por isso, há a necessidade de se elaborarem novas práticas que incentivem os alunos que não foram ainda “despertados” para o prazer da leitura, e o teatro pode ser um instrumento estratégico da aprendizagem e do exercício da leitura – embora o gênero dramático não venha ocupando um espaço central nas escolas. Propõe-se, nesta pesquisa, que os alunos leiam e analisem contos de Machadianos para recriá-los,
  • 30. 30 adaptando-os à linguagem dramatúrgica, de modo a inseri-los no contexto de aprendizagem e vivenciá-los de outra forma, ampliando seus horizontes de leitura. As atividades propostas serão desenvolvidas na EEEFM Catharina Chequer, em Vila Velha (ES), e terão, como produto educacional, as atividades sequenciadas, seguidas dos textos resultantes das adaptações; como culminância, os alunos apresentarão as peças, que serão também gravadas para assistirem posteriormente e se verem em tela. Este percurso tem como base discussões sobre leitura e ensino, fundamentada nas reflexões de Paulo Freire (1988), João Wanderely Geraldi (1999), José Juvêncio Barbosa (1990) e Suzana Vargas (2009); sobre o teatro e o ensino, Fabiano Tadeu Grazioli (2007), Juliana Cavassin (2008), Viola Spolin (2007), Cristiane Schneider, Angélica Vier Munhoz, Cristiano Bedin da Costa (2015); e, para tratar do gênero dramático e peculiaridades, estudos de David Ball (2014), Ingrid Dormien Koudela (1996), Barbara Heliodora (2008), Jean Pierre Ryngaert (1996), Décio de Almeida Prado (1993), Sábato Magaldi (2008), João das Neves (1987) e Fernando Peixoto (1980). Palavras-chave: Leitura; Ensino; Contos; Adaptação; Teatro. SUBMISSÃO E RESISTÊNCIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICA COMO PONTE ENTRE A OBRA MACHADIANA E A SOCIEDADE FEMININA DO SÉCULO XXI Larissa Alcoforado Este artigo tem por objetivo apresentar uma proposta didática que leve o aluno a analisar como a figura feminina é vista pelas sociedades em determinado recorte histórico e se houve evolução na construção do que é ser mulher utilizando a literatura como retrato de traços sociais. Utilizando Helena e Capitu, personagens machadianas, suas posturas e enfrentamentos frente às sociedades do Romantismo e do Realismo e a condição da mulher do século XXI, levaremos à sala de aula o debate sobre o que é ser mulher numa sociedade patriarcal e até que ponto a atualidade mantém reflexos dos séculos passados. Trataremos das relações de submissão e resistência, debatendo o papel da mulher no século XXI, em que há constante batalha machismo x feminismo e a falsa impressão de igualdade de gênero, considerando os costumes e valores dos períodos e o corpo social da época, estabelecido na ordem patriarcal. Esse trabalho analisará as personagens dos livros Helena e Dom Casmurro e a participação ativa dessas mulheres que cumpriram papéis importantes e determinantes para a sequência da história a que pertenciam, a fim de reafirmar que a leitura das obras chamadas canônicas vai além do simples entendimento das palavras. Valores, condutas e comportamentos serão considerados e comparados, entre as próprias personagens e a mulher atual, a fim de constatarmos as diferentes possibilidades de ações e reações de cada uma delas e a possibilidade que o gênero feminino possui, ou devia possuir, na sociedade do século XXI. Embasados nas teorias de Almeida (2007), Beauvoir (1967) e Xavier (1986), entre outros, analisaremos as personagens femininas escolhidas e, assim, trabalharemos tanto personagens subordinadas e idealizadas, como ambíguas e resistentes às imposições sociais. Por fim, abordaremos possíveis caminhos para a postura de homens e mulheres nos dias atuais e proporemos aos discentes a produção de um documentário, após debates sobre o tema e pesquisa. Palavras-chave: Mulher; Resistência; Submissão; Sociedade; Feminismo A (RE)CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA NA ERA DA PÓS-VERDADE: NOÇÕES DE REALIDADE EM BERNARDO KUCINSKI Lorrana Bernardes Bastos Em 2016, o termo Pós-Verdade fora escolhida pelo Dicionário Oxford como a palavra que melhor descreveria esse ano, porém não somente, uma vez que é notória a repercussão desse termo nos anos que se seguiram. Pensando nisso, este trabalho tem por objetivo analisar as obras K. Relato de uma Busca (2012) e Os Vistantes (2016) de Bernardo Kucinski buscando apreender o conceito
  • 31. 31 de Memória Coletiva, aqui relacionada à rememoração do trauma histórico que representou a Ditadura Militar (1964-1985), de modo a contrapor ao recente discurso de Pós-Verdade, abrindo questões sobre as noções de realidade, de literatura e de ensino. A obra K. (2012) trata de narrar as experiências de cunho biográfico do personagem homônimo à obra na procura de sua filha, uma desaparecida política, enquanto a obra Os Visitantes (2016) ficciona o autor da obra anterior bem como outras representações “reais” dos personagens e de que forma ocorre o embate entre o real e o ficcional. Serão basilares os estudos de Seligmann-Silva (2003), Schollhammer (2009), Kucinski (1991), Dalcastagnè (2018) e Dunker at al(2017). Palavras-chave: Memória Coletiva; Pós-verdade; Literatura; Ensino; Bernardo Kucinski. NÃO ENTRE EM PÂNICO: O LUGAR DA LITERATURA INFANTOJUVENIL Lorrana Bernardes Bastos Nelson Martinelli Filho No que tange ao ensino de literatura nota-se como o teor propedêutico da literatura infantojuvenil é essencial no que diz respeito tanto ao estudo estético quanto à formação humana do indivíduo, uma vez que confere ao contato inicial com a literatura o status de basilar. Este trabalho tem por premissa analisar a obra O guia do mochileiro das galáxias, de Douglas Adams (1979), que narra com estilo e humor a história de Arthur Dent e seu amigo Ford Prefect durante a destruição do planeta seguida de uma viagem pelo espaço possuindo como elemento norteador o livro de caráter enciclopédico homônimo ao título da obra, a partir da perspectiva da formação do leitor e da educação científica, na contribuição para uma visão crítica de mundo, considerando que comparecem na narrativa numerosos elementos da biologia e da física ao tratar de temas como outras formas de vida e mecanismos de funcionamento do cosmos. Serão basilares para esse propósito os estudos de Santos (2011), Zilberman (2003) e Coelho (2000). Palavras-chave: Ensino de literatura; Literatura infanto-juvenil; Educação científica. DIÁRIO DA QUEDA: ASPECTOS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA PELA ÓTICA DA AUTOFICÇÃO E DA INTERDISCIPLINARIDADE, COM VISTAS À SALA DE AULA. Marcela Alvarenga Toniato A Literatura Contemporânea Autoficcional indica um campo fértil para se trabalhar a interdisciplinaridade na sala de aula, como propõem os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM). Esta pesquisa busca discutir a nova tendência literária com o intuito de contribuir no processo de ensino e aprendizagem, por dialogar diretamente com a linguagem de parte da juventude atual, imersa no mundo midiatizado do “eu” inflacionado. Como núcleo de desenvolvimento do estudo, a obra Diário da Queda, de Michel Laub, conflui com o propósito de intercalar a autoficção com uma abordagem interdisciplinar por alinhar Literatura e História na trama. É característica da autoficção romper com a linearidade do romance, ao imprimir uma linha tênue entre a ficção e a realidade, por meio da fusão entre autor-narrador-personagem – nova tendência que desarticula com os conceitos pré-estabelecidos de romance e de literatura. Para o sucesso dessa prática interdisciplinar é importante ter um olhar sobre a formação continuada dos professores de Letras e a abertura da equipe pedagógica para a realização da atividade, cabendo a escolas e professores a adequação de suas práticas de acordo com suas realidades. Dessa forma, possibilita a literatura cumprir seu papel sócio-humanístico, proporcionando autonomia intelectual e senso crítico ao aluno. Palavras-chave: Literatura contemporânea; Autoficção; Interdisciplinaridade; Educação. A RELEITURA DE TEXTO E A PARÓDIA: PRÁTICAS PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 9º ANO Marco Antonio Vieira Barreto
  • 32. 32 O tema do nosso estudo é voltado para a investigação de atividades e ações que possam motivar a produção textual de alunos de uma turma de 9º ano de uma escola municipal de Vitória (ES), baseando-se na releitura de textos de três gêneros distintos. Releitura aqui entendida como a criação de um novo texto a partir da livre interpretação de outro anterior. Com o objetivo de averiguar como a produção textual dos alunos pode ser motivada utilizando-se da releitura de textos dos gêneros narrativo, poema e canção, nosso estudo tem como foco as práticas criativas de releituras e paródias. Considerando que diversos fatores influenciam diretamente na performance escolar dos indivíduos, pretendemos investigar como é possível, durante as aulas de Língua Portuguesa, motivar a produção textual dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, baseando-se na releitura de textos dos gêneros narrativo, poema e canção. Para isso, serão realizadas aulas/oficinas de produção textual na tentativa de melhor compreendermos como melhorar a produção textual dos elementos constituintes da turma objeto de nossa pesquisa. Palavras-chave: Paródia; Produção de texto; Releitura. AS RELAÇÕES ENTRE CARNAVALIZAÇÃO, GASTRONOMIA E LITERATURA: DIÁLOGOS NA FORMAÇÃO DOCENTE Murilo Góes Martins Letícia Queiroz de Carvalho O presente trabalho busca um diálogo entre a categoria conceitual bakhtiniana da carnavalização e a gastronomia, a partir das relações entre tais campos do conhecimento e a formação de professores da área de Literatura. Teoricamente, pretendemos cotejar textos representativos da literatura e ensino com os postulados de Bakhtin e o Círculo, sob a ótica da formação docente. Além de tais postulados teóricos, pretendemos também realizar uma interlocução com as concepções freirianas de docência e educação para sustentar a nossa hipótese investigativa. Metodologicamente, optamos pela abordagem qualitativa da pesquisa, por meio da observação participante com algumas particularidades da pesquisa narrativa bakhtiniana na educação, de modo a produzir um material educativo sistematizado a partir de um projeto de formação docente sistematizado em formato de e-book. Esperamos com tal diálogo, compreender o potencial da literatura como produção artística desveladora de uma realidade cultural; bem como a alimentação – e suas alegorias – de modo a potencializar debates e diálogos no processo de formação docente, estimulando a leitura como prática nos encontros formativos da área de Letras. Palavras-chave: Carnavalização e leitura crítica; Gastronomia e literatura; Formação docente. GÊNERO CARTA: NO ESTÍMULO A LEITURA, ESCRITA E FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICO E CULTURAL Pâmela das Graças de Freitas Golarte Larissa de Souza Oliveira Joyce Sthephany Fonseca Moreira Viviane Guimarães Parente Patrícia Seibert Lyrio O trabalho foi realizado na Escola Municipal do Ensino Fundamental São Vicente de Paulo e faz parte de um projeto maior denominado “A arte de ser gentil: ressignificando o ensino do português para além da sala de aula em prol de uma formação crítica-cidadã”. Contudo, teve por objetivo apresentar aos alunos da turma do 9º ano o Gênero Textual “Carta”, tanto como conteúdo programático (gramática) quanto como ferramenta de aproximação, do resgate de memórias, de registros antigos e a variação linguística do português brasileiro. Iniciamos com a explicação gramatical dos diversos tipos de gêneros textuais, suas características e estruturas. O intuito foi estimular a Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, através de uma aula
  • 33. 33 dinâmica em que apresentamos a campanha “Junho Violeta”, que se refere à data de 15 de Junho, estabelecida pela ONU, como o dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Foi feito um debate abordando as questões relacionadas a temática e propomos duas atividades avaliativas: a produção de uma carta pessoal para si mesmo, uma espécie de planejamento de vida para daqui a 10 anos, e uma carta pessoal que foi entregue na visita feita ao Lar dos Idosos, localizado na cidade de Vitória/ES, no qual os alunos cantaram, leram um poema e organizaram um café da manhã para os idosos, o que permitiu trabalhar a humanização e o desenvolvimento sociocultural. Houve também uma visita ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, que possibilitou mostrar de perto o processo sócio-histórico de variação do português brasileiro. Palavras-chave: Gênero Carta; Leitura; Formação Educacional; Sociocultural; Sócio-histórico. RIBAMAR: O ROMANCE CONTEMPORÂNEO COMO RECURSO DIFUSOR DA LITERATURA Pâmela das Graças de Freitas Golarte Desde o princípio dos Tempos Modernos o romance vem acompanhando o homem, buscando expressar aspectos intrínsecos e extrínsecos de sua existência, permitindo uma maior aproximação da obra com seu leitor. Atualmente, com os romances contemporâneos, principalmente os autobiográficos, podemos ver claramente essa aproximação, quando ele rompe com o pacto da verdade e traz o leitor para dentro do texto, através de narrativas psicológicas e não lineares. O objetivo deste trabalho foi analisar algumas das novas tendências de subjetividade no e do romance contemporâneo, com o intuito de superar as formas tradicionais (romance- romântico), buscando desenvolver nos alunos de ensino médio o apreço pela leitura e pelas obras contemporâneas, facilitando a introdução e o entendimento dos clássicos, bem como ampliando a criticidade de seus pensamentos. Para isso, foram realizadas leituras de textos críticos e teóricos de apoio, encontros com o grupo de pesquisa para a discussão dos conteúdos e a análise do romance contemporâneo autobiográfico Ribamar, de José Castello, o qual possui uma narrativa construída de forma singular, cheia de sentimentos e situações comuns à maioria da sociedade, o que permite a autoidentificação por parte do aluno, aspecto que contribui no seu processo de formação. Portanto, é preciso uma maior inserção de obras com vistas a esse segmento autobiográfico, que leve o leitor à consciência da construção tanto ficcional quanto real, proporcionando no meio escolar a interdisciplinaridade, a contextualização, a identidade e a autonomia, competências estas recomendadas pelo PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio) e defendidas neste trabalho. Palavras-chave: Autobiografia; Ensino de literatura; Interdisciplinaridade; Ficção-realidade. PARÓDIA GEOGRÁFICA: ENTENDENDO A GLOBALIZAÇÃO. Rayssa de Oliveira Rennan Ataides da Silva O projeto intitulado “Paródia Geográfica: entendendo a globalização” foi desenvolvido em uma turma do 8º ano da EEEFM Experimental de Vitória (UFES), no primeiro trimestre do ano de 2019, envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa e Geografia. Ele teve como temática: globalização e produção textual. O trabalho foi planejado para dois momentos: um, inicial, com exposição teórica para os alunos por meio de aulas expositivas e aplicação de exercícios para fixação, visando à familiarização dos discentes com o assunto apresentado. O segundo momento foi para elaboração de paródias pelos alunos sobre o tema do projeto. A partir dessa experiência com abordagem multidisciplinar, tornou-se possível estimular a criticidade e a escrita criativa dos alunos, propiciando uma nova forma de aprendizagem, lúdica e atrativa, que facilitou o processo de construção de conhecimentos. Usamos como aporte teórico Marcuschi (2008), Fazenda (1999), Harvey (2012) e Santos (2014). O projeto de paródia foi uma experiência bem-sucedida que
  • 34. 34 aguçou a criatividade, a socialização, a expressividade e, especialmente, oportunizou uma compreensão significativa do tema globalização. Com o projeto, os alunos debateram, trabalharam e dedicaram-se bastante na interpretação e produção de textos. Por essas razões, é de suma importância que os alunos sejam envolvidos em projetos como esse, para que compreendam o funcionamento do seu idioma, relacionando-o com o cotidiano e entendendo a língua como prática social. Palavras-chave: Globalização; Paródia; Produção textual; Abordagem multidisciplinar. LITERATURA CONTEMPORÂNEA E ENSINO: CONSIDERAÇÕES E ABORDAGEM DE O QUE OS CEGOS ESTÃO SONHANDO, DE NOEMI JAFFE Roberta Patrocínio de Amorim O presente estudo, ao refletir sobre o esvaziamento do sentido da literatura no Ensino Básico pela valoração de aspectos que desconsideram o desenvolvimento da consciência dos processos de construção do texto ficcional e a potência da literatura para a formação de leitores críticos, traz como proposta o uso da literatura contemporânea, mas com o recorte dos textos inseridos na categoria testemunho. Tal escolha se deu por entender suas estreitas relações com a historiografia, o que confere um sentido particular aos diálogos evocados pela literatura, visto que, além de construir o mundo à medida que o ressignifica, acionar a fantasia e provocar a reflexão, socializa experiências que atuam diretamente sobre o âmbito de uma alteridade particularizada, pois há o compartilhamento de traumas particulares e coletivos que compõem a história humana. O livro selecionado para o estabelecimento do diálogo proposto é O que os cegos estão sonhando?, de Noemi Jaffe, com o objetivo de desenvolver no contexto de alunos do Ensino Médio a temática do holocausto nazista a partir da leitura do texto literário e de estimular a ponderação sobre a construção ficcional da linguagem, seja ela literária ou não, e o modo como ela permite a introdução de novos significados à percepção do mundo empírico. Para tanto, será usada também a obra Ensinando sobre o holocausto na escola, de Pereira e Gitz. Palavras-chave: Literatura contemporânea; Formação do leitor; Ensino de literatura. A LITERATURA DE AUTORIA CAPIXABA EM LIVROS FALADOS E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO: DIÁLOGOS POSSÍVEIS Selma Nathalie Pessotti Letícia Queiroz de Carvalho Esta comunicação apresentará um recorte de pesquisa em andamento, do Mestrado Profissional em Letras – Profletras, do Ifes Vitória, por meio da qual se propõe um trabalho de leitura, oralidade e protagonismo juvenil, mediante a obras de autores capixabas, destacando a leitura como possibilidade de ampliar a visão de mundo das pessoas com deficiência visual, proporcionando sua inclusão social. A partir do projeto “A literatura de autoria capixaba em livros falados e a formação do leitor literário: diálogos possíveis” cujo objetivo é entender de que maneira a leitura e gravação dessas obras, em formato de livros falados poderá potencializar novas práticas literárias no universo dos leitores privados de visão, pretendemos contribuir com a inclusão de pessoas com deficiência visual; resgatando e promovendo, dessa forma, a responsividade do leitor literário em formação, em diálogo com as questões culturais do universo desses leitores. A metodologia a ser utilizada se apoiará em uma pesquisa qualitativa, na perspectiva narrativa bakhtiniana, visando a garantir às pessoas com deficiência visual, bem como aos alunos envolvidos, o acesso às obras de escritores capixabas e a formação do leitor. Palavras-chave: Leitura; Inclusão; Protagonismo juvenil; Livros falados. REFLEXÕES SOBRE A ESCRITA CRIATIVA EM SALA DE AULA Yan Patrick Brandemburg Siqueira
  • 35. 35 A área de estudo denominada Escrita Criativa objetiva não só o ensino e a prática de técnicas de distintos gêneros literários, mas também o desenvolvimento da criatividade. Para isso, elabora planos, roteiros e exercícios que submetam o oficinando à atividade constante da escrita. Como consequência, dada pela ininterrupta laboração do texto, questiona valores como “talento literário” e situa a criatividade e a competência escrita como elementos a serem mais bem desenvolvidos em contextos ambientais estimuladores dessas ações. Pretende-se, desse modo, com esta comunicação, elucidar sobre os conceitos de “Oficina literária” e de “Escrita Criativa” para, em seguida, e apoiada em pesquisas acerca da criatividade de Todd Lubart, em Psicologia da criatividade (2007), discutir de que maneira as práticas de “Oficinas Literárias de Escrita Criativa” podem colaborar no processo de ensino-aprendizagem das aulas de Língua Portuguesa. Com esse propósito, após brevemente discutir sobre esses conceitos iniciais, e a partir de estudos de Luiz Antonio de Assis Brasil e de Raimundo Carrero, importantes e renomados professores de escrita, pretende-se apresentar diferentes metodologias e atividades de Oficinas Literárias e de que maneira elas podem ser utilizadas em sala de aula. Palavras-chave: Oficina Literária; Escrita Criativa; Criatividade; Exercícios de escrita.
  • 36. 36 RESUMOS DOS MINICURSOS MINICURSO 1: Minorias sociais no livro didático: diálogos entre Freire e Serge Moscovici Prof. Me. Cleidson Frisso Braz (Profletras, Ifes/campus Vitória) Serge Moscovici (2011), psicólogo social romeno, radicado na França, nos apresenta um importante estudo sobre as minorias sociais e indica como superar a condição de marginalização, imposta pela teia hegemônica, e adotar uma atitude ativa na sociedade. Nesse sentido, é possível notar um diálogo profundo entre as considerações moscovicianas e aquelas propostas por Freire (1987), sobre a relação entre opressor e oprimido, professor e aluno. Neste minicurso da Semana de Letras, do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, nos propomos a refletir sobre os pontos de convergência entre Freire (1987) e Moscovici (2011), tendo como objeto de análise duas coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa, do Ensino Fundamental, e as representações que estes livros produzem (ou não) sobre as minorias sociais. No intuito de criar um espaço possível de discussão sobre as relações que medeiam o livro didático, as minorias sociais nas abordagens teóricas adotadas, bem como a formação do sujeito crítico, o presente trabalho se dispõe a debater questões que afetam muitos professores e professoras em sala de aula sobre a temática da diversidade. MINICURSO 2: As matriarcas negras de Conceição Evaristo e a luta contra a invisibilidade: um caminho de resistência Prof.ª Ma. Nanine Renata Passos dos Santos Pereira (Ifes/campus Venda Nova) Este trabalho se propõe a pensar a obra de Conceição Evaristo sob a ótica da resistência a qual tem gerado novas discussões sobre como combater o preconceito e o machismo, arraigados na formação do povo brasileiro e em sua cultura. Os dados são estarrecedores. O quantitativo de mulheres negras no Brasil, vítimas de violência, é bem maior do que o de mulheres brancas. Estudos comprovam que ainda há muito a ser feito para que a sociedade seja capaz de reconhecer-se preconceituosa e machista e avançar no sentido de banir a violência e a injustiça contra a mulher. Para tanto, a literatura como uma arte que pode provocar a reflexão e a crítica é produzida socialmente, trazendo esse tema para o debate. Conceição Evaristo, nesse panorama, desponta como uma escritora que prioriza o texto contado, das histórias que ouviu na sua infância ou das histórias que diz ter ouvido na infância, mas que são, incontestavelmente, fruto de um trabalho incansável que é o de dar voz às mulheres negras do Brasil. Muito mais do que anonimato, a invisibilidade a que foram sujeitas as matriarcas negras marcou e marca profundamente diferentes gerações. Mesmo assim essas mulheres resistiram corajosamente e permaneceram vivas na memória de muitos que as ouviram contar. Conceição, por assim dizer, se faz porta-voz desse bravo ato de resistir, de não deixar morrer o conto, a fala, o texto da mulher negra no Brasil.