O documento fornece instruções sobre como construir um roteiro cinematográfico, incluindo três etapas: 1) Desenvolver uma ideia geradora e história, 2) Criar personagens e estrutura narrativa, 3) Escrever o roteiro com cenas, diálogos e transições.
4. Um roteiro se inicia com uma ideia
geradora (uma imagem mental). A
partir dela, todo processo de criação
passa a ser direcionado e começa-se a
construir uma narrativa.
A dica é sair de uma ideia/conceito
muito abstrata e pensar em situações
humanas objetivas, cotidianas, que
envolvam algum conflito ou crise e que
se chegue a uma solução ou desfecho.
5. Um cão observa algo pela janela. Ele está triste.
Esta imagem pode gerar um história sobre a relação do cão com seu
dono, um possível abandono. Esta situação de crise pede uma solução.
Daí pode começar um bom roteiro.
6. Apresentação
(mundo comum)
Clímax
Desfecho
(retorno ao mundo comum)
Ponto de virada 2Ponto de virada 1
Conflito Conflito Conflito
PRIMEIRO ATO SEGUNDO ATO TERCEIRO ATO
A ESTRUTURA TÍPICA DE UM ROTEIRO
A jornada do herói
8. O personagem Luke Skywalker é um exemplo de protagonista no
filme Guerra nas Estrelas (Star Wars)
Outro exemplo de protagonista é Harry Potter, na série de filmes
Harry Potter.
9. O personagem Yoda é um exemplo de mentor no filme Guerra nas
Estrelas (Star Wars)
Outro exemplo de mentor é Dumbledore, na série de filmes Harry
Potter.
10. O personagem Darth Vader é um exemplo de vilão no filme
Guerra nas Estrelas (Star Wars)
Outro exemplo de vilão é Voldemort, na série de filmes Harry
Potter.
11. Os personagens R2D2 e C3PO são exemplos de coadjuvantes no
filme Guerra nas Estrelas (Star Wars)
Outros exemplos de coadjuvantes são Hermione e Ronald, na
série de filmes Harry Potter.
12. Perguntas essenciais para se começar o
roteiro:
1. Quem é o protagonista? (herói ou heroína)
2. Quem, ou o quê, é o seu antagonista?
(oposição ou sombra)
3. Qual é o conflito principal do personagem?
4. Qual é o conflito principal da história?
5. Quando, como e onde acontecem as ações?
Um roteiro deve descrever personagens em ações
concretas, do enredo ao argumento.
13. Agora pense na história que o seu grupo recebeu.
Após a leitura da história, tente responder:
1. Quem é o protagonista e o antagonista?
2. Qual o conflito principal do protagonista?
3. Qual o conflito principal da história?
4. Quando, como e onde acontecem as ações?
14. É necessário distinguir quatro fases da
construção de uma história e de um
roteiro:
1. Fábula: é a história em si, contada de
maneira linear e sintética.
2. Enredo: é a maneira como vamos contar a
história e apresentar os personagens.
3. Argumento: é o detalhamento do enredo,
incluindo no texto quando, onde e como
acontecerão as ações.
4. Escaleta: é a divisão do argumento em
cenas.
15. Podemos começar a contar a história
(fábula) do ponto que quisermos e na
ordem que quisermos (enredo) para
depois incluirmos os detalhes
(argumento) e dividirmos as cenas.
Porém precisamos, antes de tudo,
conhecer muito bem a fábula/história
para evitarmos lacunas no roteiro.
16. Qual a fábula (história linear) do seu livro?
Houve mudanças na ordem cronológica, formando um enredo?
Como posso transformar o argumento em sequencia de cenas?
17. Um roteiro se escreve com os
seguintes elementos:
1. Cabeçalho: número da cena; espaço onde
ocorre a ação; tempo
2. Descrição da cena: o que ocorre
imageticamente durante a ação do personagem e
ao seu redor
3. Personagem: sempre escrito em CAIXA ALTA.
4. Diálogos: as falas de cada personagem.
18. 34 INT. QUARTO DE HOTEL DE CHARLOTTE - NOITE
De costas, Charlotte olha a grande janela.
John chega e lhe dá um beijo.
CHARLOTTE
Como foi hoje?
JOHN
Bom...Eu estou cansado.
Ele a abraça por um momento,
inclinando-se.
JOHN (CONT)
Eu tenho que encontrar Kelly para um
drinque lá embaixo. Ela quer conversar
sobre algo de foto.
CHARLOTTE
Ok. Talvez eu desça com você.
JOHN
Você quer vir?
CHARLOTTE
Claro.
JOHN
(não quer que ela vá)
Ok.
CUT TO:
CABEÇALHO
DESCRIÇÃO
PERSONAGEM
DIÁLOGO
SUGESTÃO
ou PENSAMENTO
TRANSIÇÃO
21. ELEMENTO DO ROTEIRO EXPRESSÕES COMUNS
CABEÇALHO Tipo de localidade
INT. Interior
EXT. Exterior
A localidade
QUARTO DE HOTEL
CASA DE PRAIA - COZINHA
CALÇADA DA RUA
O tempo
DIA
NOITE
MANHÃ
TARDE
AMANHACER
ENTARDECER
22. ELEMENTO DO ROTEIRO EXPRESSÕES COMUNS
TRANSIÇÕES FADE IN. Transição de início, a imagem
começa escura e a cena vai se revelando até
ficar totalmente clara.
FADE OUT. Transição em que a imagem clara
se esvai até a tela ficar escura.
CUT TO (CORTA PARA). Transição “cortar
para” que indica um corte para outra cena.
THE END. Indica que a história acabou.
23. Para dar vida ao seu roteiro, após escrevê-lo e revisa-lo, você pode
criar um Storyboard. No storyboard desenha-se uma sequência de
quadros que dão a ideia geral de como o filme será gravado.
Os desenhos são rascunhos que servirão de guia para a filmagem.
24. Um Storyboard pode ser também acompanhado de um texto ao
lado de cada imagem. Estes textos são extraídos do roteiro e
complementam os desenhos com sentimentos e falas dos
personagens.
26. O Storyboard serve, entre outras coisas,
para indicar visualmente:
1. Ângulo da câmera: de cima, de baixo, de
longe, de perto, geral, com detalhes.
2. Posição dos atores em cena.
3. Iluminação da cena.
4. Objetos principais que compõe a cena.
Os detalhes de um Storyboard devem ser
o suficiente para localizar a cena e seus
elementos.
27. Imagem inicial
geradora
(ideia)
Esboço de
ações
humanas
concretas
Criação dos
personagens
e suas
trajetórias
Junção de
“imagens” em
uma fábula
Elaboração do
enredo com
sequencia não
linear
Escrita do
argumento
detalhando ações
e personagens
Escaleta divide o
argumento em
cenas, sem os
diálogos.
Composição do
roteiro com
cenas, atuações,
efeitos, diálogos.
Se usamos uma história já existente, fazemos
uma adaptação para um roteiro.
29. Enquadrar é decidir o que irá fazer
parte do filme em cada momento de
sua realização. O enquadramento
definirá o modo como o espectador
perceberá o mundo criado pelo filme.
São três elementos básicos do
enquadramento: o plano, o ângulo
e o lado do ângulo.
31. a) O Plano Aberto (“Long shot”)
A câmera está distante do objeto, de modo que ele ocupa pequena
parte do cenário. Usado para ambientação.
32. b) O Plano Médio (“Medium shot”)
A câmera está a uma distância média do objeto, mas ainda tem espaço
a sua volta. Usado para posicionamento e movimentação.
33. c) O Plano Fechado (“Closed-up”)
A câmera está bem próxima do objeto, de modo que ele ocupa quase
todo cenário, sem deixar espaços a volta. Usado para intimidade e
expressão.
34. a) O Plano Geral (PG)
A câmera revela o cenário à frente, com a figura humana reduzida na
tela. Cenas exteriores e interiores de grande proporções.
35. b) O Plano de Conjunto (PC)
A câmera com ângulo visual aberto, mas as pessoas ocupam um
espaço maior na tela, permitindo reconhecer rostos.
36. c) O Plano Médio (PM)
A figura humana é enquadrada por inteiro, havendo um pouco de “ar”
sobre a cabeça e “chão” sob os pés.
37. d) O Plano Americano (PA)
A figura humana é enquadrada do joelho para cima.
38. e) O Meio Primeiro Plano
A figura humana é enquadrada da cintura para cima.
39. f) O Primeiro Plano
A figura humana é enquadrada do peito para cima. É chamado de
Close-up ou Close.
40. g) O Primeiríssimo Plano
A figura humana é enquadrada dos ombros para cima, chamado
também de Big Close-up ou Big Close.
41. h) O Plano Detalhe
A câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo. Usado também
para objetos pequenos que precisam ser enquadrados durante uma
cena.
59. Depois de criarmos ou adaptarmos
uma história, escrevermos um roteiro
e gravarmos nossas cenas, chegamos
em nossa última fase de criação de um
vídeo digital.
A montagem e a finalização
compõe a fase da pós-produção. É
o momento em que aquilo que foi
imaginado deve ser concretizado.
61. A edição de vídeo (PÓS-PRODUÇÃO) pode ser comparada a uma
tesoura que corta e cola pedaços de papel.
Montamos pequenos trechos de vídeo em sequências, realizando
cortes e colagens sucessivas para contar nossas histórias.
62. Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3...
Começo
do Trecho
Final
do Trecho
A LINHA DO TEMPO (TIMELINE)
63. Editar é, basicamente, retirar
pequenos trechos para que o público
assista somente o necessário,
aprimorando ritmo e dramaticidade.
A montagem pode contar a história
de maneira linear ou em sequências
paralelas (múltiplas narrativas
simultâneas).
66. Edição não linear é aquela
realizada em computadores
(workstations) usando um editor de
vídeos (programa de computador) que
permite ordenar os trechos na ordem
desejada pelo editor.
Os vídeos são armazenados no HD e o
editor não altera os vídeos originais,
somente indica onde serão cortados e
que efeitos serão aplicados na geração
do vídeo final (renderização).
67. Exemplo de Editor de Vídeo
Adobe Premiere (software pago)
Exemplo de Editor de Vídeo
Shotcut (software gratuito)
68. Previsão do resultado final
Biblioteca de vídeos,
imagens e efeitos
Linha do tempo com
os trechos (timeline)
Pré-visualização dos trechos
e controle dos efeitos
PARTES DE UM EDITOR DE VÍDEO
69. Camadas de vídeo (V1, V2, V3, V4...)
Tempo (HH:MM:SS:QQ)
Camadas de áudio (A1, A2, A3, A4...)
Trecho de vídeo
TIMELINE EM PROFUNDIDADE
70. As camadas de uma timeline (linha do tempo) são como folhas que se
sobrepõe. Quando elas possuem transparências, permitem que a
camada abaixo seja vista.
72. Primeiro corte é a sequência de
trechos editados (cortados), mas que
ainda não apresentam inserções de
efeitos visuais e sonoros (pós-produção
final).
O primeiro corte serve para ver se a
sequência narrativa corresponde ao
que foi imaginado no roteiro e
também para se ajustar, refinar, retirar
excessos antes da etapa final de edição
(o segundo corte).
73. Inserir vídeos e imagens na biblioteca
Arraste com o mouse o arquivo de vídeo para o seu PROJETO dentro
do Adobe Premiere.
74. Inserir vídeos e imagens na linha do tempo (timeline)
Arraste, agora, o vídeo que está em seu PROJETO para a LINHA DO
TEMPO no Adobe Premiere.
75. Realizar cortes secos no vídeo
Clique no trecho inserido na linha do tempo. Aperte a tecla “Espaço”
para iniciar a reprodução. Pause com “Espaço” o lugar de início e
aperte “Q”. Continue apertando “Espaço” e, quando chegar ao fim do
trecho, aperte “W”.
Espaço
76. Inserir efeitos nos vídeos
Vá em EFEITOS e selecione o ULTRA KEY. Arraste para o trecho de vídeo na
LINHA DO TEMPO do Adobe Premiere. Depois, configure no painel de efeitos.
1
2
78. Inserir os créditos
Não se esqueça de anotar os nomes de todos os integrantes da equipe de
produção! Após isso, insira um TÍTULO com o texto dos créditos ao final do
vídeo, podendo regular sua posição no começo e no fim para efeito de rolagem.
21
3
80. Há dois formatos básicos de PROPORÇÃO de vídeo.
As TVs clássicas usavam o formato 4:3 mais quadrado (fullscreen).
As TVs, monitores de computador e telas de cinema usam, atualmente,
o formato 16:9 mais retangular (widescreen).
81. Na hora de exportar o vídeo, é preciso definir a RESOLUÇÃO
(usamos aqui o padrão 16:9).
A resolução é medida em pontos. Um vídeo 1080p quer dizer que ele tem 1080
linhas de altura (1920 x 1080). Quanto mais linhas, maior o tamanho final do
arquivo de vídeo e mais “nítido” ele será.
Full HD
HD
82. As televisões vendidas atualmente, em sua maioria, suportam vídeos
até a resolução FULL HD – Full High Definition (1080p). Para internet, o
formato HD – High Definition (720p) é o mais comum atualmente.
83. Exportar arquivo de vídeo
Vá em ARQUIVO, depois em EXPORTAR e, por fim, em MÍDIA. Uma janela
solicitando os ajustes de tamanho e formato de arquivo aparecerá.
AVI, MPEG4 e Windows Media são os formatos mais comuns.
1
2
84. Passo a passo
da edição de vídeo:
1. Selecionar os trechos de vídeo a serem utilizados
na edição.
2. Editar cada trecho, fazendo os cortes de começo
(“Q” In) e fim (“W” Out).
3. Montar os trechos na sequência definida
previamente no roteiro (“contar a história”).
4. Aplicar os efeitos e transições nos trechos
(Chroma Key, Imagens, Fades).
5. Renderizar o vídeo em sua versão final para
exibição/publicação.