O documento discute a educação aberta e sua relação com os ideais do movimento hacker. Apresenta os movimentos da educação aberta como MOOCs, REAs e PLEs. Também discute as críticas de Neil Selwyn aos discursos entusiasmados com a educação 2.0 baseada na Web 2.0, apontando evidências de baixa participação ativa dos usuários e de que os jovens nem sempre demonstram grande interesse pelas atividades online.
2. Leitura
pontos de discussão
A Web 2.0 apropriada pelos
educadores e suas esperanças
renovadas pela “aprendizagem
autêntica” e “construção ativa do
conhecimento” – modelos
construtivistas e sociointeracionistas.
Os sites da Web 2.0 e seu modo
de construção coletiva e informal,
em comunidade de autores,
inspira modelos para a educação
aberta – modelo próximo aos princípios
de trabalho hacker.
A ideia simples de que se os
jovens estão motivamos na
internet, trazer o modelo da Web
2.0 para a educação irá motiva-
los.
3. Leitura
pontos de discussão
Imperativo tecnológico: ideia de
que a educação deve,
fatalmente, acompanhar a
evolução da tecnologia e reagir
às suas alterações.
Expressões como “escolas 2.0”
e “educação 2.0” surgiram a
partir da Web 2.0. Futuros são
imaginados para a escola com
base na última tecnologia
surgida.
Argumenta-se, então, que as
escolas e universidades são
incapazes de lidar com as novas
tecnologias e sua característica
2.0.
5. Leitura
o que é a Web 1.0?
Ao longo dos anos 80, 90 e
começo dos anos 2000 tivemos
o predomínio das páginas da
Web 1.0.
Características da Web 1.0
Essas páginas eram estáticas,
os usuários que as acessavam
não tinham poder de modificar
seus conteúdos.
O próprio criador da página
devia dominar linguagem de
programação, como o HTML,
para atualizar seu conteúdo.
6. Leitura
o que é a Web 1.0?
O modelo usado era de um
emissor para uma massa de
receptores, como nos jornais
impressos e na TV.
https://qzprod.files.wordpress.com/2
015/08/netscape.jpg?quality=80&str
ip=all&w=640
Sites antigos:
http://gizmodo.com/5960831/23-
ancient-web-sites-that-are-still-alive
http://www.rdrop.com/
8. Leitura
o que é a Web 2.0?
A partir do final dos anos 90 e
começo dos anos 2000
começam a surgir as páginas
da Web 2.0.
Características da Web 2.0
A principal característica delas
é que os usuários que as
acessam podem inserir e
modificar conteúdos, elas são
dinâmicas, aceitando fotos,
vídeos e textos.
9. Leitura
o que é a Web 2.0?
O criador da página precisa
dominar códigos de
programação, mas quem a
acessa não precisa de
conhecimento técnico para
altera-las.
O modelo é participativo,
colaborativo, comunitário.
Os blogs, wikis e redes sociais
surgiram na Web 2.0.
11. Leitura
o que é a Web 2.0?
https://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0?veaction=edit
12. Vamos assistir?
o que é a Web 2.0?
Este vídeo explica algumas
características da Web 2.0.
“A máquina somos nós”
https://www.youtube.com/watc
h?v=NJsacDCsiPg (só música)
5:01
13. Leitura
consequências da Web 2.0
A consequência
imediata da Web 2.0 foi
o aumento exponencial
de postagens de vídeos,
imagens, textos e outros
tipos de documentos
em sites como YouTube,
Facebook, Flickr e
Wikipédia.
A ilustração ao lado
quantifica o número de
postagens de
internautas por minuto.
http://www.dailyinfogra
phic.com/wp-
content/uploads/2013/
12/Internet-minute.jpg
14. Leitura
Web 1.0 e Web 2.0
modelos de comunicação em rede
Um para Todos
(modelos da comunicação de massa)
Todos para Todos
(modelo da comunicação em rede)
15. Leitura
Web 1.0 e Web 2.0
modelos de educação: discursos maniqueístas
Um para Todos “Educação 1.0”
Educação transmissiva vertical
Professor pré-digital, hierárquico
Aluno receptor
Conteúdos sequenciais fechados
Todos para Todos “Educação 2.0”
Educação em rede horizontal
Professor interativo
Aluno explorador
Conteúdos livres e abertos
18. Os três movimentos
MOOCs: Cursos Abertos
Online Massivos
Os MOOCs podem ser
comparados a
Ambientes Virtuais de
Aprendizagem abertos a
milhares de estudantes.
Ao se inscreverem, os
alunos podem
acompanhar suas
atividades, coordenadas
por um professor
regente e sua equipe.
A diferença destes
cursos é na quantidade
de estudantes e na
comunicação que
ocorre entre eles, mais
horizontal.
http://www.diygenius.c
om/wp-
content/uploads/2013/
08/ultimate-mooc-
guide.jpg
19. Os três movimentos
MOOCs: Cursos Abertos
Online Massivos
O maior site MOOC é o
Coursera
(https://www.coursera.or
g/), fundado em 2012
por professores da
Universidade de Stanford.
São mais de 80
universidades parceiras e
cerca de 400 cursos
oferecidos.
Os cursos são divididos
em semanas, contendo
vídeos, textos, fóruns,
testes (múltipla escolha),
atividades de criação e
algumas atividades “ao
vivo” (síncronas).
Ao lado o curso “Internet
History, Technology, and
Security” da Universidade
de Michigan.
20. Os três movimentos
MOOCs: Cursos Abertos
Online Massivos
No Brasil, o site Veduca
copia o modelo do
Coursera, mas com
cursos em língua
portuguesa.
O acesso pode ser feito
em:
http://www.veduca.com
.br/
A seção MOOCs ao ser
acessada exibe os
cursos disponíveis para
inscrição no momento.
A UNISINOS, por
exemplo, oferece um
curso introdutório sobre
Libras!
21. Os três movimentos
REAs: Recursos
Educacionais Abertos
O movimento REA é
proposto com esse
nome pela UNESCO em
2002.
Um recursos REA é
disponibilizado em
formato aberto, de
domínio público, para
que outros possam
modificar, rearrumar e
remixar.
São necessárias
licenças de uso abertas,
como a Creative
Commons e a GPL
(General Public
License).
Ao lado, o fato do
arquivo poder ser
editado, permitiu seu
reuso e tradução!
22. Vamos assistir?
o que é a Web 2.0?
“Conheça a licença
Creative Commons”
https://www.youtube.com/watch
?v=izSOrOmxRgE (legenda e
áudio em português) 6:43
Um das consequências da cultura hacker
foi a criação de modos de licenciamento
livres, como a GPL - General Public
License, criada em 1989 por Richard
Stallman e fartamente usada em
softwares livres, como o Linux.
https://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_Genera
l_Public_License
A Creative Commons, por sua vez, procura
ser uma alternativa às licenças copyright,
garantindo que o criador de um conteúdo
decida quais direitos ele liberará para as
outras pessoas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Co
mmons
23. Os três movimentos
REAs: Recursos
Educacionais Abertos
O Banco Internacional
de Objetos
Educacionais, iniciativa
do MEC, reúne objetos
digitais de acesso
público para todos os
níveis de ensino, para
que professores os
baixem e usem sem
suas atividades
educacionais.
Há cerca de 20000
objetos publicados até o
ano de 2015.
http://objetoseducacion
ais2.mec.gov.br/
24. Os três movimentos
PLEs: Ambientes Pessoais
de Aprendizagem
Os PLEs ou Ambientes
Pessoais de
Aprendizagem, é um
conceito proposto no
começo dos anos 2000,
relacionado ao
autogerenciamento de
aprendizagem do aluno.
A ideia é que o estudante
use as diferentes
ferramentas/aplicações
da Web 2.0, interligando
seus conteúdos em um
espaço próprio e pessoal,
com suas regras de
organização.
O PLE ajuda a agregar e
documentar os percursos
de aprendizagem.
https://cacoo.com/diagrams
/GWYc6a9pg8sPnvNt-
5ADA5.png
26. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
(1) Criação
ativa de
conhecimento
(2)
Abundância
de atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios
da
aprendizagem
informal
27. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
(1) Criação ativa
de conhecimento
(2)
Abundância
de atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios
da
aprendizagem
informal
Pouca evidência de que a
maioria das pessoas são
usuárias ativas (participativas)
em sites da web 2.0
Maioria consome conteúdos
passivamente, os usuários
criadores são 0,5% a 1%.
Exemplo: comunidade restrita
de autores ativos na Wikipédia
(v. Rosado, 2008).
O que se produz, em boa medida,
são de interesse do círculo pessoal
de amizades, corriqueiros (fotos
com amigos, atividades cotidianas).
28. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
O grupo dos 10000
usuários mais ativos na
Wikipédia em Inglês são
responsáveis por 33%
de todas as edições do
site. O grupos dos 1000
usuários mais ativos
são responsáveis por
14% das edições.
São 26,3 milhões de
usuários totais
registrados no site!
https://en.wikipedia.org
/wiki/Wikipedia:List_of
_Wikipedians_by_numb
er_of_edits
29. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
(1) Criação
ativa de
conhecimento
(2) Abundância de
atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios
da
aprendizagem
informal
A baixa atividade participativa
leva à refutação de que em
espaços online da Web 2.0 os
intercâmbios socioculturais são
fortes.
Por sua vez, os jovens se
envolvem em níveis diferentes
com a Web 2.0, dos mais
criativos e participativos
(poucos) aos consumidores
passivos de conteúdos (muitos).
(v. Rosado e Tomé, 2015)
O nível “avançado” de uso, ou
seja, criando produtos novos e
colaborando, é baixo entre os
jovens.
30. Leitura
consultas opcionais
O perfil de jovens portugueses e
brasileiros e seus usos do
computador e da internet, em
especial as redes sociais, foi
analisado nesse artigo.
Algumas ideias sobre alta
criação de conteúdos por jovens
foi refutada pelos dados
analisados.
ROSADO, Luiz A. S.; TOMÉ, Vitor
M. N.
As redes sociais na internet e
suas apropriações por jovens
brasileiros e portugueses em
idade escolar.
RBEP, Brasília, v. 96, n. 242, p.
11-25, jan./abr. 2015.
31. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
(1) Criação
ativa de
conhecimento
(2)
Abundância
de atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios
da
aprendizagem
informal
Nem todos os jovens tem
interesse e sintonia com as
atividades da Web 2.0.
Muitos relatam preferir
interações pessoais do que se
inscrever em redes sociais
online.
Os “nativos digitais” nem
sempre optam por aderir de
modo irrestrito às novas
aplicações da Web 2.0.
Há indícios de que os jovens
veem as aplicações informais
da internet como espaço que
não precisa ser invadido pela
escola formal.
32. Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
(1) Criação
ativa de
conhecimento
(2)
Abundância
de atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios da
aprendizagem
informal
Há um entusiasmo com os
modelos da educação informal,
com a autonomia dos
indivíduos nos sites da web 2.0.
Retorna-se a uma contestação
dos modelos formais e das
instituições e organizações de
educação.
Retorna-se ao discurso de Ivan
Illich sobre a desescolarização
da sociedade.
33. (1) Criação
ativa de
conhecimento
(2)
Abundância
de atividades
comunitárias
(3) Interesse e
procura pelos
alunos
(4) Benefícios da
aprendizagem
informal
Reflexão final
as 4 contestações de Neil Selwyn
(contra-debate)
Apesar desses discursos, a
educação continua atuando
com o consumo instrumental e
massivo de informações através
de seus currículos e a
aprendizagem informal não é
efetivamente dominante nos
ambientes educacionais.
34. Ivan Illich nos anos 60
publica seu polêmico
livro “Sociedade sem
escolas” argumentando
que o sistema
educacional aprisiona o
aluno em uma
transmissão
burocrática de
conhecimentos
centralizada no
professor, sem permitir
a troca entre os alunos.
O vídeo a seguir explica
resumidamente sua
visão.
https://www.youtube.co
m/watch?v=lU2mVkxQI
h4 (português oral, sem
legendas, precisa de
interpretação) 2:44
https://we.riseup.net/asse
ts/71202/illich-sociedade-
sem-escolas_large.jpg
Vamos assistir?
Ivan Illich e a
Sociedade sem escolas
35. Reflexão final
A mídia-educação
Selwyn nos aponta que seria
mais interessante repensar os
espaços e as práticas da
escolarização formal para a
utilização educativa da Web
2.0.
Esta acepção, de
conscientização dentro da
própria escola sobre as novas
mídias, sem excluir o papel da
educação formal e curricular,
nos leva para o próximo Bloco
de aulas, que pensará a
Alfabetização Midiática e a
Mídia-educação.
36. Reflexão final
A mídia-educação
Basicamente busca-se unir,
junto a alunos e professores, a
formação técnica com a
formação crítica sobre as
mídias.
https://bakoheat.files.wordpress.co
m/2015/05/teacher-2.jpg