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EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO
DE TÍTULO DE ESPECIALISTA EM MEDICINA
DE FAMÍLIA E COMUNIDADE TEMFC 33
PROVA TEÓRICO-PRÁTICA 2023
INSTRUÇÕES:
• Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 10 (dez)
questões objetivas.
• Confira seu nome e CPF na folha de respostas.
• A prova teórico-prática será constituída de 2 (dois) vídeos, sendo o
primeiro exibido no momento do início da prova e o segundo 30 minutos
após a exibição do primeiro. Cada vídeo corresponderá a 5 (cinco)
questões, que deverão ser respondidas no caderno de respostas.
• Leia cuidadosamente as questões e escolha a resposta que você
considera correta. Responda a todas as questões.
• Transcreva para a folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta.
Em caso de rasuras sua questão será anulada.
• A duração da prova é de 1 (uma) hora.
• Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas.
• No dia 02/10/2023, no site da SBMFC, após o encerramento das provas
teórico-prática e teórica, serão divulgadas orientações para acesso aos
gabaritos e cadernos de questões.
É EXPRESSAMENTE PROIBIDO O USO DE CELULAR E OUTROS
APARELHOS ELETRÔNICOS NAS DEPENDÊNCIAS DO LOCAL DE
PROVA.
AGUARDE A ORDEM DO FISCAL PARA ABRIR ESTE CADERNO DE
QUESTÕES.
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Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023
QUESTÃO 01
VÍDEO 01
Resumo do Caso Clínico:
O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita
no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta
dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico
revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca
tratamentos apropriados.
[Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos.
[Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso
nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei
assustado na ocasião.
[Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas?
[Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas.
[Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação?
[Sr. José]: Não, doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a
dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação à medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação
todos os dias.
[Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando?
[Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas
sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um
cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado.
[Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade
de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho
está disponível para atendê-lo.
[Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e
desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo.
[Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor.
[Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso.
[Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo.

Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg,
Saturação O2
: 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco
em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos
adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e
tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé
esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo.

[Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida,
discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo.

Quando o Dr. Silva fala “irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo
senhor” pressupõe-se que o médico deve acionar uma profissional que apoia a equipe mínima da equipe de saúde
da família. Sobre esse apoio pode-se afirmar que:
A) parte de uma necessidade de saúde identificada sempre por médico, enfermeiro ou agente comunitário de saúde.
B) se articula em reuniões breves que não precisam contar com a presença de todos da equipe.
C) deve ser evitada a assistência individual, priorizando o cuidado coletivo e os grupos terapêuticos.
D) pode ser acionado qualquer profissional de apoio, independentemente do núcleo de conhecimento.
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Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023
QUESTÃO 02
VÍDEO 01
Resumo do Caso Clínico:
O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé
esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades
financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas
pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados.
[Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos.
[Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso
nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei
assustado na ocasião.
[Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas?
[Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas.
[Dr. Silva]: Certo. Além desse quadro em membros inferiores, o senhor sente alguma outra coisa? Está em uso de alguma
medicação?
[Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas
pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias.
[Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando?
[Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas
sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um
cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado.
[Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade
de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho
está disponível para atendê-lo.
[Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e
desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo.
[Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor.
[Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso.
[Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo.

Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg,
Saturação O2
: 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco
em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos
adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e
tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé
esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo.

[Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida,
discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo.

SobreaabordagemnãofarmacológicapropostapelomédicoparaotratamentodotabagismodoSr.José,écorretoafirmarque:
A) embora a abordagem breve possa ser realizada em três minutos e seja citada na literatura, há ausência de evidências
sobre seu benefício na cessação do tabagismo, sendo recomendado o encaminhamento proposto pelo Dr. Silva de
abordagem intensiva em grupo.
B) ambas as abordagens, breve e intensiva, demonstraram resultados semelhantes no aumento da probabilidade de
cessação do tabagismo. Portanto, no caso de José, que tem dificuldade de participar do grupo, o Dr. Silva deveria ter
dado preferência à abordagem breve individual.
C) apesar da abordagem do tabagismo realizada por outros profissionais, como enfermeiros e farmacêuticos, ser comum na
Atenção Primária à Saúde, não há evidências sobre o benefício da ação desses profissionais na cessação do tabagismo.
D) na abordagem em grupo, quanto maior o número de encontros e o tempo de duração do contato, maiores são as taxas de
cessação do tabagismo. Com relação ao tempo, esse benefício é verificado em até 90 minutos, não havendo evidência
para mais do que isso.
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QUESTÃO 03
VÍDEO 01
Resumo do Caso Clínico:
O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé
esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades
financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas
pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados.
[Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos.
[Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso
nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei
assustado na ocasião.
[Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas?
[Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas.
[Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação?
[Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a
dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação
todos os dias.
[Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando?
[Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas
sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um
cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado.
[Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade
de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho
está disponível para atendê-lo.
[Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e
desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo.
[Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor.
[Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso.
[Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo.

Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg,
Saturação O2
: 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco
em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos
adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e
tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé
esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo.

[Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida,
discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo.

Além de recomendar caminhada e abordar o tabagismo, assinale a alternativa correta sobre os cuidados com a doença
arterial periférica de José.
A) Pode-se compartilhar a decisão sobre o uso de cilostazol, pois há controvérsias sobre sua indicação nos casos de
claudicação e sobre o tempo de uso para avaliar seu benefício.
B) Não há indicação inicialmente para uso de estatina, exceto na presença de doença coronariana ou diabetes, que devem
ser investigadas.
C) A lesão no pé indica possível perda de sensibilidade associada com a insuficiência arterial, devendo-se encaminhá-lo para
cirurgia vascular.
D) O uso de ácido acetilsalicílico está indicado para alívio dos sintomas e prevenção de eventos cardiovasculares.
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QUESTÃO 04
VÍDEO 01
Resumo do Caso Clínico:
O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé
esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades
financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas
pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados.
[Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos.
[Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas
quandocaminhoumpoucomaislonge.Tambémtiveumepisódiodedorsúbitanopéesquerdohá15dias.Fiqueiassustadonaocasião.
[Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas?
[Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas.
[Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação?
[Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas
pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias.
[Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando?
[Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas
sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um
cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado.
[Dr. Silva: Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade
de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho
está disponível para atendê-lo.
[Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e
desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo.
[Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor.
[Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso.
[Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo.

Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg,
Saturação O2
: 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco
em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos
adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e
tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé
esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo.

[Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida,
discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo.

No retorno com Dr. Silva, José conta que apresentou quadro de dor intensa, palidez e frio no membro inferior esquerdo,
passou por internação hospitalar e está em uso de varfarina. Sobre o acompanhamento de José, escolha a alternativa
mais adequada.
A) Pode-se iniciar o tratamento com doses de 5 a 10 mg de varfarina, atingindo a RNI-alvo em 4 a 5 dias. Em pessoas com
risco aumentado de sangramento, a dose inicial de varfarina é independente da idade.
B) A curva dose-resposta individual da varfarina tende a seguir um padrão semelhante em diferentes pacientes, permitindo
um ajuste padronizado da dose total semanal (DTS) de varfarina para atingir a RNI-alvo.
C) A dose total semanal (DTS) de varfarina deve ser titulada até que o RNI-alvo (2,0-3,0) seja atingido, com ajuste de 15%
da dose semanal de varfarina, resultando em uma alteração no RNI de 1,0.
D) Hemorragias associadas ao uso de anticoagulantes orais são frequentes, mas ocorrem apenas com RNI  3 e não estão
relacionadas a traumas ou lesões subjacentes no trato gastrointestinal ou trato urinário.
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QUESTÃO 05
VÍDEO 01
Resumo do Caso Clínico:
O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé
esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades
financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas
pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados.
[Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos.
[Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas
quandocaminhoumpoucomaislonge.Tambémtiveumepisódiodedorsúbitanopéesquerdohá15dias.Fiqueiassustadonaocasião.
[Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas?
[Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas.
[Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação?
[Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas
pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias.
[Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando?
[Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas
sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um
cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado.
[Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade
de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho
está disponível para atendê-lo.
[Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e
desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo.
[Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor.
[Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso.
[Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo.

Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg,
Saturação O2
: 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco
em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos
adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e
tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé
esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo.

[Dr. Silva]: Sr. José. Vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida,
discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo.

Na semana seguinte, o Sr. José retorna com uma queixa de irritação no céu da boca. Ele usa prótese dentária superior e
o Dr. Silva realiza uma consulta compartilhada com a cirurgiã dentista Márcia, que confirma sua suspeita de candidíase oral,
indica tratamento com nistatina e orienta sobre cuidados com a prótese. Na sequência, o Dr. Silva aproveita para aplicar o
teste de Fagerstrôm com o Sr. José, obtendo quatro pontos.
Diante dessa nova avaliação e da consulta anterior apresentada no vídeo, a alternativa correta sobre a abordagem do
tabagismo é:
A) oDr.SilvaaindanãodeveriaterpropostoogrupoouaplicadootestedeFagerstrôm,poisJoséseencontraemestágiocontemplativo.
B) a terapia de reposição de nicotina é uma opção de tratamento de primeira linha. Ao iniciar o grupo, José pode receber a
prescrição de adesivo associado com a goma para alívio das fissuras.
C) vareniclina é o medicamento de primeira linha que demonstrou maior eficácia na cessação do tabagismo, mas deve ser
evitado no caso de José, pela presença de doença cardiovascular.
D) com a pontuação obtida no teste de Fagerstrôm de José, ele não tem indicação para iniciar terapia farmacológica,
devendo-se tentar viabilizar o grupo, como feito pelo Dr. Silva.
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QUESTÃO 06
VÍDEO 02 - Visita domiciliar
Resumo do Caso Clínico:
Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer
movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família,
dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são
observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria.

A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos.
[Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje?
[Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à
última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho
caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as
coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte,
essa sensação passa rápido.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações. Quando nos
encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação
com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado?
[Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal.
[Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele
desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso?
[Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se
importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa
mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é
muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas
fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja
com tontura no momento da queda.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar.
Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha.
[Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi
as roupas um pouco mais folgadas.
[Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar
juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa.
[Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana.

Sobre os diagnósticos diferenciais e a investigação da queixa de tontura de Maria, pode-se afirmar que:
A) o diagnóstico mais provável é de vertigem paroxística posicional benigna, que deve ser confirmado com a manobra de
Dix-Hallpike. Um teste negativo afasta este diagnóstico.
B) como se trata de uma pessoa idosa, com persistência de vertigem há três meses, é necessário realizar um exame de
neuroimagem para afastar insuficiência vertebrobasilar.
C) apesar de ela negar perda auditiva, é preciso considerar a hipótese menos provável de síndrome de Menière e realizar
uma avaliação auditiva.
D) um diagnóstico possível é a neurite vestibular, que deve ser descartado por meio do HINTS (teste do impulso da cabeça,
teste de Skew e avaliação de nistagmo).
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Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023
QUESTÃO 07
VÍDEO 02 - Visita domiciliar
Resumo do Caso Clínico:
Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer
movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família,
dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são
observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria.

A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos.
[Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje?
[Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à
última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho
caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as
coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte,
essa sensação passa rápido.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando
nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem
relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado?
[Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal.
[Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele
desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso?
[Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se
importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa
mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é
muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas
fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja
com tontura no momento da queda.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar.
Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha.
[Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi
as roupas um pouco mais folgadas.
[Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar
juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa.
[Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana.

Qual dos fatores é importante preditor de queda em idosos?
A) Apresentar uma ou mais quedas nos últimos 12 meses.
B) Não sentir medo ao deambular.
C) Sofrer queda fora do domicílio, por exemplo na rua.
D) Sofrer queda sem lesões decorrentes.
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QUESTÃO 08
VÍDEO 02 - Visita domiciliar
Resumo do Caso Clínico:
Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer
movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família,
dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são
observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria.

A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos.
[Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje?
[Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à
última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho
caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as
coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte,
essa sensação passa rápido.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando
nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem
relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado?
[Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal.
[Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele
desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso?
[Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se
importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa
mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é
muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas
fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja
com tontura no momento da queda.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar.
Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha.
[Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi
as roupas um pouco mais folgadas.
[Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar
juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa.
[Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana.

Considerando a história de negligência da Dona Maria, qual importante fator de risco é possível ser identificado
durante o vídeo?
A) Filho Ricardo é dependente financeiramente da mãe.
B) Filho Ricardo está isolado socialmente, assim como a mãe.
C) Dona Maria foi uma pessoa agressiva para o filho Ricardo por toda a vida.
D) Filho Ricardo apresenta sofrimento psiquiátrico, em tratamento na unidade.
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QUESTÃO 09
VÍDEO 02 - Visita domiciliar
Resumo do Caso Clínico:
Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer
movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família,
dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são
observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria.

A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos.
[Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje?
[Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à
última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho
caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as
coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte,
essa sensação passa rápido.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando
nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem
relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado?
[Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal.
[Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele
desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso?
[Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se
importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa
mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é
muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas
fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja
com tontura no momento da queda.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar.
Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha.
[Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi
as roupas um pouco mais folgadas.
[Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar
juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa.
[Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana.

Maria apresenta fatores de risco para o desenvolvimento de osteoporose como etnia branca, magreza e menopausa
precoce, além da idade e do sexo feminino.
Considerando o exposto, assinale a alternativa com a melhor conduta diagnóstica e terapêutica.
A) Pode ser diagnosticada em mulheres menopausadas e homens ≥ 50 anos com escore-T ≥ (–2,5) em fêmur, coluna ou
rádio. Os bisfosfonatos, como alendronato e risedronato, podem reduzir risco de fraturas vertebrais, mas não do quadril.
B) Pode ser diagnosticada pela presença de fratura por fragilidade de vértebra e quadril, na ausência de trauma de
grande intensidade. A mesma fratura em costela e antebraço não são consideradas. Usa-se bisfosfonatos nos casos
documentados e com risco de fratura.
C) Para o diagnóstico, a densitometria óssea (DEXA) é padrão-ouro, porém sem evidência científica no rastreio de mulheres ≥ 50
anos ou menopausadas. Os bisfosfonatos são o tratamento de escolha para reduzir risco de fraturas vertebrais e do quadril.
D) Métodos alternativos, como tomografia, são recomendados para rastreamento. A escolha do tratamento deve considerar
a disponibilidade do medicamento, custo, experiências anteriores e compreensão do paciente sobre a doença.
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QUESTÃO 10
VÍDEO 02 - Visita domiciliar
Resumo do Caso Clínico:
Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos
rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do
filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana,
preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria.

A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos.
[Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje?
[Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última
consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com
facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando
ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando nos encon-
tramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a
tontura? Você sente algum outro sintoma associado?
[Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal.
[Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de
tomar os remédios… parece não estar bem, é isso?
[Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito
comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de
antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba es-
quecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei
se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda.
[Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que
você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha.
[Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas
um pouco mais folgadas.
[Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para
garantir que você tenha acesso a tudo que precisa.
[Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana.

No contexto do atendimento domiciliar, a avaliação social de paciente e família é crucial para compreender os cuidados
necessários e os fatores que podem influenciar a qualidade do cuidado.
Com base na avaliação e planejamento do cuidado domiciliar, analise as afirmações a seguir e assinale a correta.
A) A avaliação domiciliar considera variáveis como o diagnóstico, condições de cuidados, composição e renda familiar, e nível
de dependência do paciente. O assistente social, pode identificar e mobilizar recursos, observando também a legislação de
proteção social.
B) O familismo, fenômeno presente nas políticas públicas atuais, assegura que todas as famílias possuam recursos suficientes para
cuidar de um membro doente, independentemente da gravidade e da necessidade de cuidados paliativos.
C) O cuidado domiciliar nem sempre requer um planejamento cuidadoso, pois a família e pessoas próximas ao paciente geralmente
mantêm o apoio constante ao cuidador, sem diminuição da ajuda ao longo do tempo.
D) A avaliação social do paciente e da família no contexto de atendimento domiciliar tem como prioridade sua condição médica,
deixando fatores psicossociais e recursos financeiros da família em segundo lugar.

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  • 1. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE TEMFC 33 PROVA TEÓRICO-PRÁTICA 2023 INSTRUÇÕES: • Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 10 (dez) questões objetivas. • Confira seu nome e CPF na folha de respostas. • A prova teórico-prática será constituída de 2 (dois) vídeos, sendo o primeiro exibido no momento do início da prova e o segundo 30 minutos após a exibição do primeiro. Cada vídeo corresponderá a 5 (cinco) questões, que deverão ser respondidas no caderno de respostas. • Leia cuidadosamente as questões e escolha a resposta que você considera correta. Responda a todas as questões. • Transcreva para a folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta. Em caso de rasuras sua questão será anulada. • A duração da prova é de 1 (uma) hora. • Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas. • No dia 02/10/2023, no site da SBMFC, após o encerramento das provas teórico-prática e teórica, serão divulgadas orientações para acesso aos gabaritos e cadernos de questões. É EXPRESSAMENTE PROIBIDO O USO DE CELULAR E OUTROS APARELHOS ELETRÔNICOS NAS DEPENDÊNCIAS DO LOCAL DE PROVA. AGUARDE A ORDEM DO FISCAL PARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUESTÕES.
  • 3. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 3 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 01 VÍDEO 01 Resumo do Caso Clínico: O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados. [Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos. [Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei assustado na ocasião. [Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas? [Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas. [Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação? [Sr. José]: Não, doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação à medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias. [Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando? [Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado. [Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho está disponível para atendê-lo. [Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo. [Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor. [Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso. [Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo. Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg, Saturação O2 : 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo. [Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida, discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo. Quando o Dr. Silva fala “irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor” pressupõe-se que o médico deve acionar uma profissional que apoia a equipe mínima da equipe de saúde da família. Sobre esse apoio pode-se afirmar que: A) parte de uma necessidade de saúde identificada sempre por médico, enfermeiro ou agente comunitário de saúde. B) se articula em reuniões breves que não precisam contar com a presença de todos da equipe. C) deve ser evitada a assistência individual, priorizando o cuidado coletivo e os grupos terapêuticos. D) pode ser acionado qualquer profissional de apoio, independentemente do núcleo de conhecimento.
  • 4. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 4 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 02 VÍDEO 01 Resumo do Caso Clínico: O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados. [Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos. [Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei assustado na ocasião. [Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas? [Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas. [Dr. Silva]: Certo. Além desse quadro em membros inferiores, o senhor sente alguma outra coisa? Está em uso de alguma medicação? [Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias. [Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando? [Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado. [Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho está disponível para atendê-lo. [Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo. [Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor. [Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso. [Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo. Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg, Saturação O2 : 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo. [Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida, discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo. SobreaabordagemnãofarmacológicapropostapelomédicoparaotratamentodotabagismodoSr.José,écorretoafirmarque: A) embora a abordagem breve possa ser realizada em três minutos e seja citada na literatura, há ausência de evidências sobre seu benefício na cessação do tabagismo, sendo recomendado o encaminhamento proposto pelo Dr. Silva de abordagem intensiva em grupo. B) ambas as abordagens, breve e intensiva, demonstraram resultados semelhantes no aumento da probabilidade de cessação do tabagismo. Portanto, no caso de José, que tem dificuldade de participar do grupo, o Dr. Silva deveria ter dado preferência à abordagem breve individual. C) apesar da abordagem do tabagismo realizada por outros profissionais, como enfermeiros e farmacêuticos, ser comum na Atenção Primária à Saúde, não há evidências sobre o benefício da ação desses profissionais na cessação do tabagismo. D) na abordagem em grupo, quanto maior o número de encontros e o tempo de duração do contato, maiores são as taxas de cessação do tabagismo. Com relação ao tempo, esse benefício é verificado em até 90 minutos, não havendo evidência para mais do que isso.
  • 5. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 5 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 03 VÍDEO 01 Resumo do Caso Clínico: O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados. [Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos. [Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas quando caminho um pouco mais longe. Também tive um episódio de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Fiquei assustado na ocasião. [Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas? [Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas. [Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação? [Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias. [Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando? [Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado. [Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho está disponível para atendê-lo. [Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo. [Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor. [Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso. [Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo. Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg, Saturação O2 : 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo. [Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida, discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo. Além de recomendar caminhada e abordar o tabagismo, assinale a alternativa correta sobre os cuidados com a doença arterial periférica de José. A) Pode-se compartilhar a decisão sobre o uso de cilostazol, pois há controvérsias sobre sua indicação nos casos de claudicação e sobre o tempo de uso para avaliar seu benefício. B) Não há indicação inicialmente para uso de estatina, exceto na presença de doença coronariana ou diabetes, que devem ser investigadas. C) A lesão no pé indica possível perda de sensibilidade associada com a insuficiência arterial, devendo-se encaminhá-lo para cirurgia vascular. D) O uso de ácido acetilsalicílico está indicado para alívio dos sintomas e prevenção de eventos cardiovasculares.
  • 6. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 6 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 04 VÍDEO 01 Resumo do Caso Clínico: O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados. [Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos. [Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas quandocaminhoumpoucomaislonge.Tambémtiveumepisódiodedorsúbitanopéesquerdohá15dias.Fiqueiassustadonaocasião. [Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas? [Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas. [Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação? [Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias. [Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando? [Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado. [Dr. Silva: Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho está disponível para atendê-lo. [Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo. [Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor. [Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso. [Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo. Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg, Saturação O2 : 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo. [Dr. Silva]: Sr. José, vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida, discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo. No retorno com Dr. Silva, José conta que apresentou quadro de dor intensa, palidez e frio no membro inferior esquerdo, passou por internação hospitalar e está em uso de varfarina. Sobre o acompanhamento de José, escolha a alternativa mais adequada. A) Pode-se iniciar o tratamento com doses de 5 a 10 mg de varfarina, atingindo a RNI-alvo em 4 a 5 dias. Em pessoas com risco aumentado de sangramento, a dose inicial de varfarina é independente da idade. B) A curva dose-resposta individual da varfarina tende a seguir um padrão semelhante em diferentes pacientes, permitindo um ajuste padronizado da dose total semanal (DTS) de varfarina para atingir a RNI-alvo. C) A dose total semanal (DTS) de varfarina deve ser titulada até que o RNI-alvo (2,0-3,0) seja atingido, com ajuste de 15% da dose semanal de varfarina, resultando em uma alteração no RNI de 1,0. D) Hemorragias associadas ao uso de anticoagulantes orais são frequentes, mas ocorrem apenas com RNI 3 e não estão relacionadas a traumas ou lesões subjacentes no trato gastrointestinal ou trato urinário.
  • 7. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 7 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 05 VÍDEO 01 Resumo do Caso Clínico: O Sr. José, paciente masculino, 64 anos, apresenta dor e peso nas pernas ao caminhar, além de histórico de dor súbita no pé esquerdo há 15 dias. Tabagista há 50 anos, busca substituir o cigarro convencional por cigarro eletrônico. Enfrenta dificuldades financeiras e desemprego, impedindo a participação em grupo de apoio para parar de fumar. Exame físico revela varizes nas pernas e diminuição de pulsos pediosos. O Dr. Silva solicita exames para diagnóstico preciso e busca tratamentos apropriados. [Dr. Silva]: Bom dia, Sr. José! Como o senhor está se sentindo hoje? Vejo aqui que é seu aniversário de 64 anos. [Sr. José]: Bom dia, doutor! Estou bem, mas com algumas preocupações. Tenho sentido dor e uma sensação de peso nas pernas quandocaminhoumpoucomaislonge.Tambémtiveumepisódiodedorsúbitanopéesquerdohá15dias.Fiqueiassustadonaocasião. [Dr. Silva]: Compreendo, Sr. José. Há quanto tempo o senhor iniciou com esses sintomas? [Sr. José]: Há cerca de seis meses, doutor. Desde então, tenho evitado caminhadas longas para controlar os sintomas. [Dr.Silva]:Certo.Alémdessequadroemmembrosinferiores,osenhorsentealgumaoutracoisa?Estáemusodealgumamedicação? [Sr. José]: Não doutor. Eu durmo bem, não tenho nenhum outro tipo de dor, não tenho falta de ar. Sinto disposição, mas a dor nas pernas é que tem me limitado. Com relação a medicação, tomo dipirona às vezes, mas não uso nenhuma medicação todos os dias. [Dr. Silva]: Entendo. E quanto ao tabagismo, o senhor continua fumando? [Sr. José]: Infelizmente, sim. Fumo um maço por dia há muito tempo, cerca de 50 anos. Tentei parar algumas vezes, mas sempre recaio. Sei que é prejudicial à minha saúde, por isso estou pensando em substituir o cigarro convencional por um cigarro eletrônico, esse “pen drive” que os jovens têm usado. [Dr. Silva:] Sei que parar de fumar pode ser muito desafiador, precisamos falar disso com mais calma. Na nossa unidade de saúde, não temos mais o grupo de apoio para quem deseja parar de fumar. Porém, a unidade de saúde do bairro vizinho está disponível para atendê-lo. [Sr. José]: Que pena, eu deveria ter participado do grupo a primeira vez que me ofereceram. Agora, com essa dor e desempregado não terei dinheiro para a passagem e não vou conseguir frequentar o grupo. [Dr. Silva]: Não vamos desanimar, irei solicitar o apoio da nossa assistente social para ver o que é possível ser feito pelo senhor. [Sr. José]: Agradeço pela atenção, doutor. Tenho ficado um pouco ansioso com tudo isso. [Dr. Silva]: Entendo suas preocupações, Sr. José. Vamos ali na maca para que eu possa examiná-lo. Exame físico: Bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico e afebril. FC: 90 bpm, PA: 120x80 mmHg, Saturação O2 : 98%. Peso: 80 kg, Altura: 1,82 m, Índice de massa corporal: 24,15 kg/m². Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros audíveis. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e sem ruídos adventícios. Abdome: sem alteração. MMII: varizes de médio calibre em ambas as pernas, diminuição dos pulsos pediosos e tibiais posteriores bilaterais. Os pulsos femorais estão preservados. O paciente apresenta escoriações no terço distal do pé esquerdo, com cicatrização em andamento. Índice tornozelo braquial (ITB) 0,8 no membro inferior direito e 0,6 no esquerdo. [Dr. Silva]: Sr. José. Vamos realizar os exames necessários para obter um diagnóstico mais preciso e, em seguida, discutiremos as melhores opções de tratamento. Estou aqui para apoiá-lo em cada etapa desse processo. Na semana seguinte, o Sr. José retorna com uma queixa de irritação no céu da boca. Ele usa prótese dentária superior e o Dr. Silva realiza uma consulta compartilhada com a cirurgiã dentista Márcia, que confirma sua suspeita de candidíase oral, indica tratamento com nistatina e orienta sobre cuidados com a prótese. Na sequência, o Dr. Silva aproveita para aplicar o teste de Fagerstrôm com o Sr. José, obtendo quatro pontos. Diante dessa nova avaliação e da consulta anterior apresentada no vídeo, a alternativa correta sobre a abordagem do tabagismo é: A) oDr.SilvaaindanãodeveriaterpropostoogrupoouaplicadootestedeFagerstrôm,poisJoséseencontraemestágiocontemplativo. B) a terapia de reposição de nicotina é uma opção de tratamento de primeira linha. Ao iniciar o grupo, José pode receber a prescrição de adesivo associado com a goma para alívio das fissuras. C) vareniclina é o medicamento de primeira linha que demonstrou maior eficácia na cessação do tabagismo, mas deve ser evitado no caso de José, pela presença de doença cardiovascular. D) com a pontuação obtida no teste de Fagerstrôm de José, ele não tem indicação para iniciar terapia farmacológica, devendo-se tentar viabilizar o grupo, como feito pelo Dr. Silva.
  • 8. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 8 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 06 VÍDEO 02 - Visita domiciliar Resumo do Caso Clínico: Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria. A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos. [Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje? [Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações. Quando nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado? [Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal. [Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso? [Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha. [Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas um pouco mais folgadas. [Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa. [Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana. Sobre os diagnósticos diferenciais e a investigação da queixa de tontura de Maria, pode-se afirmar que: A) o diagnóstico mais provável é de vertigem paroxística posicional benigna, que deve ser confirmado com a manobra de Dix-Hallpike. Um teste negativo afasta este diagnóstico. B) como se trata de uma pessoa idosa, com persistência de vertigem há três meses, é necessário realizar um exame de neuroimagem para afastar insuficiência vertebrobasilar. C) apesar de ela negar perda auditiva, é preciso considerar a hipótese menos provável de síndrome de Menière e realizar uma avaliação auditiva. D) um diagnóstico possível é a neurite vestibular, que deve ser descartado por meio do HINTS (teste do impulso da cabeça, teste de Skew e avaliação de nistagmo).
  • 9. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 9 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 07 VÍDEO 02 - Visita domiciliar Resumo do Caso Clínico: Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria. A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos. [Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje? [Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado? [Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal. [Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso? [Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha. [Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas um pouco mais folgadas. [Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa. [Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana. Qual dos fatores é importante preditor de queda em idosos? A) Apresentar uma ou mais quedas nos últimos 12 meses. B) Não sentir medo ao deambular. C) Sofrer queda fora do domicílio, por exemplo na rua. D) Sofrer queda sem lesões decorrentes.
  • 10. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 10 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 08 VÍDEO 02 - Visita domiciliar Resumo do Caso Clínico: Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria. A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos. [Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje? [Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado? [Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal. [Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso? [Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha. [Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas um pouco mais folgadas. [Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa. [Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana. Considerando a história de negligência da Dona Maria, qual importante fator de risco é possível ser identificado durante o vídeo? A) Filho Ricardo é dependente financeiramente da mãe. B) Filho Ricardo está isolado socialmente, assim como a mãe. C) Dona Maria foi uma pessoa agressiva para o filho Ricardo por toda a vida. D) Filho Ricardo apresenta sofrimento psiquiátrico, em tratamento na unidade.
  • 11. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 11 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 09 VÍDEO 02 - Visita domiciliar Resumo do Caso Clínico: Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria. A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos. [Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje? [Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando nos encontramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado? [Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal. [Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso? [Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba esquecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha. [Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas um pouco mais folgadas. [Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa. [Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana. Maria apresenta fatores de risco para o desenvolvimento de osteoporose como etnia branca, magreza e menopausa precoce, além da idade e do sexo feminino. Considerando o exposto, assinale a alternativa com a melhor conduta diagnóstica e terapêutica. A) Pode ser diagnosticada em mulheres menopausadas e homens ≥ 50 anos com escore-T ≥ (–2,5) em fêmur, coluna ou rádio. Os bisfosfonatos, como alendronato e risedronato, podem reduzir risco de fraturas vertebrais, mas não do quadril. B) Pode ser diagnosticada pela presença de fratura por fragilidade de vértebra e quadril, na ausência de trauma de grande intensidade. A mesma fratura em costela e antebraço não são consideradas. Usa-se bisfosfonatos nos casos documentados e com risco de fratura. C) Para o diagnóstico, a densitometria óssea (DEXA) é padrão-ouro, porém sem evidência científica no rastreio de mulheres ≥ 50 anos ou menopausadas. Os bisfosfonatos são o tratamento de escolha para reduzir risco de fraturas vertebrais e do quadril. D) Métodos alternativos, como tomografia, são recomendados para rastreamento. A escolha do tratamento deve considerar a disponibilidade do medicamento, custo, experiências anteriores e compreensão do paciente sobre a doença.
  • 12. M A T E R I A L J Á P U B L I C A D O 12 Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade – SBMFC – TEMFC – 2023 QUESTÃO 10 VÍDEO 02 - Visita domiciliar Resumo do Caso Clínico: Maria, 72 anos, paciente feminina, branca, apresenta tontura há três meses, especialmente ao levantar-se ou fazer movimentos rápidos. Relata queda ocasional, fraqueza nas pernas e zumbido no ouvido. Sente-se desamparada pela família, dependendo do filho Ricardo para cuidados básicos. Perda de peso recente e dificuldades na alimentação também são observadas. A Dra. Suzana, preocupada com a situação, se compromete a fornecer os cuidados necessários para Maria. A médica Suzana chega no portão da casa de Maria, mulher branca de 72 anos. [Dra. Suzana] Bom dia, Maria. Que bom que hoje você está com a chave do portão para nos receber. Como você está hoje? [Maria] Bom dia, doutora Suzana. Está tudo na mesma. Quero, antes de mais nada, lhe pedir desculpas por ter faltado à última consulta. Meu filho Ricardo esqueceu e me deixou aqui esperando, sem dinheiro para o transporte e, como eu tenho caído com facilidade, fiquei com medo de ir caminhando. Tenho me sentido tonta há cerca de três meses. Parece que as coisas estão girando ou se movendo. Geralmente, isso acontece quando me levanto ou faço movimentos rápidos. Por sorte, essa sensação passa rápido. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. Imprevistos acontecem! Agradeço por compartilhar essas informações, Maria. Quando nos encon- tramos da última vez, a senhora nunca havia caído. Você iniciou com as quedas há quanto tempo? Acha que tem relação com a tontura? Você sente algum outro sintoma associado? [Maria] Sim, doutora. Às vezes, sinto náuseas leves e um zumbido no ouvido. Minha audição parece estar normal. [Dra. Suzana] Ontem encontrei com o Ricardo no centro de saúde. Ele estava saindo da consulta com o psiquiatra. Ele desistiu de tomar os remédios… parece não estar bem, é isso? [Maria] Doutora, eu gostaria de lhe contar algo, as coisas têm sido difíceis aqui em casa. Minha família parece não se importar muito comigo. A antiga dor nas costas e agora essa sensação de fraqueza nas pernas, fazem com que eu não possa mais ter a vida de antes. Dependo do Ricardo para me alimentar, para a limpeza da casa, para sair de casa e ele, como é muito ocupado, acaba es- quecendo de mim aqui nessa casinha dos fundos. Com relação às quedas, parece que minhas pernas fraquejam e eu caio. Não sei se pode ser porque estou me alimentando mal também. Mas acontece mesmo que eu não esteja com tontura no momento da queda. [Dra. Suzana] Entendo, Maria. É preocupante quando nos sentimos desamparados por aqueles que deveriam nos apoiar. Notei que você está mais magra, apesar de sempre ter sido magrinha. [Maria] Sim, eu devo ter perdido peso. Desde os 39 anos, quando entrei na menopausa, tenho o mesmo peso, mas percebi as roupas um pouco mais folgadas. [Dra. Suzana] Compreendo, Maria. É importante que você receba os cuidados de saúde adequados. Vamos trabalhar juntos para garantir que você tenha acesso a tudo que precisa. [Maria] Agradeço por estar aqui, doutora Suzana. No contexto do atendimento domiciliar, a avaliação social de paciente e família é crucial para compreender os cuidados necessários e os fatores que podem influenciar a qualidade do cuidado. Com base na avaliação e planejamento do cuidado domiciliar, analise as afirmações a seguir e assinale a correta. A) A avaliação domiciliar considera variáveis como o diagnóstico, condições de cuidados, composição e renda familiar, e nível de dependência do paciente. O assistente social, pode identificar e mobilizar recursos, observando também a legislação de proteção social. B) O familismo, fenômeno presente nas políticas públicas atuais, assegura que todas as famílias possuam recursos suficientes para cuidar de um membro doente, independentemente da gravidade e da necessidade de cuidados paliativos. C) O cuidado domiciliar nem sempre requer um planejamento cuidadoso, pois a família e pessoas próximas ao paciente geralmente mantêm o apoio constante ao cuidador, sem diminuição da ajuda ao longo do tempo. D) A avaliação social do paciente e da família no contexto de atendimento domiciliar tem como prioridade sua condição médica, deixando fatores psicossociais e recursos financeiros da família em segundo lugar.