Este documento discute a produção de um curta-metragem autoral pelos estudantes. Primeiro, os alunos irão formar grupos para criar o roteiro. Em seguida, o texto explica a importância do argumento e como ele deve ser estruturado, apresentando os principais elementos de forma breve e linear. Por fim, há orientações sobre a escrita do roteiro e a divisão do filme em cenas.
2. Vamos produzir um curta metragem autoral
com duração entre 3 e 6 minutos.
Nosso primeiro passo é formar os grupos
3.
4. O ARGUMENTO
A produção de um filme exige a dedicação de uma equipe, e o processo se
dá em várias etapas. A primeira delas é a materialização da ideia em um
texto chamado argumento.
A criação do argumento é fundamental para direcionar a elaboração do
roteiro e também para apresentar o filme a possíveis patrocinadores.
Geralmente, ele é escrito pelos próprios roteiristas.
O argumento é um texto curto que apresenta de modo breve e linear a
história que será narrada em um filme.
Não há regras quanto à linguagem utilizada, podendo ser formal ou
informal. Deve ser uma leitura agradável que instigue o leitor.
Diferente da sinopse, no argumento são apresentados o começo, o meio e o
fim da história do filme.
Nele, narra-se brevemente os acontecimentos da história e pode haver
uma pequena descrição das personagens e do cenário no qual a trama
ocorrerá.
5. VOCÊ É UM ROTEIRISTA
O argumento é o enredo do seu filme
contado em prosa.
Prosa é o texto corrido, com
parágrafos, com períodos, não é
poesia. A redação do Enem é escrita
em prosa, uma notícia de jornal
também.
É o seu filme contado ali, é a primeira
versão do seu filme.
Para começar um argumento você
precisa ter definidos os seus
personagens, seu tema, sua unidade
de ação, o universo, os atos narrativos
tudo muito claro no momento de
construir seu argumento.
6. 1- O argumento de longa metragem costuma ter entre dez
05 e 10 páginas. (aqui não precisa dessa quantidade).
2- O argumento não tem diálogos, argumento não é conto.
3- Apenas utilizar o tempo presente.
4- O argumento não tem todas as cenas.
5- Deixar claro o tom do filme, se é ação, terror, etc
7. REUNIÃO DE PRODUÇÃO
Antes da elaboração do argumento, discuta com sua equipe
de produção alguns elementos do filme, como:
Personagens, cenário e enredo.
ESCREVENDO O ARGUMENTO
Agora, a equipe de produção vai elaborar a primeira
versão do argumento do curta.
Considerem que, ao longo do processo de criação, o
argumento poderá sofrer alterações — inclusive porque os
estudos realizados nas aulas seguintes trarão elementos
que deverão ser incorporados na produção.
8. LEMBRE-SE DE QUE O
ARGUMENTO É UM TEXTO QUE
DEVE:
• contar a história do filme;
• ser escrito em prosa, simples, direto e curto;
• utilizar-se de verbos no tempo presente;
• descrever em ordem cronológica o que acontece na história;
• ter entre 10 e 20 linhas.
*Não se esqueça de colocar o título, ainda que provisório, do
curta-metragem e de indicar o nome de todos os integrantes da
equipe de produção.
Texto digitado, fonte Arial 12 com espaçamento simples.
9. AVALIAÇÃO
Antes de escrever a versão final do argumento,
observem se ele atende aos seguintes critérios:
Há ao menos uma personagem na história?
São apresentados o começo, o meio e o fim da
narrativa de modo linear?
O texto é curto e objetivo?
O texto está escrito de acordo com a norma-padrão
da Língua Portuguesa?
11. Nem sempre o roteirista é a pessoa que concebeu a
história. A ideia ou o argumento podem vir do diretor, do
produtor, de outras figuras, ou do próprio roteirista.
Antes mesmo dessa etapa, é preciso desenvolver sinopse,
argumento, escaleta, perfis de personagens… Essas são
atividades importantes tanto no trabalho criativo do
roteirista como nas burocracias do projeto.
12. SINOPSE, ARGUMENTO E
ESCALETA
A sinopse pode ser de diferentes tipos. O público está acostumado
àquelas descrições breves sobre o tema de um filme ou seu
personagem principal, mas que evitam spoilers.
*Na sinopse de projeto, a história completa do filme deve ser
contada. Quem investe em um filme não pode ter medo de spoilers.
13. *O argumento é a etapa seguinte no desenvolvimento de um
projeto. Ele pode variar muito, tendo cinco páginas em alguns
casos e mais de cinquenta em outras. Seu papel é contar a história
do filme em formato de prosa, apenas com as ações, sem os
diálogos.
*Já a escaleta, importante nos longas, mas especialmente
requisitada nas séries, é a divisão de cenas do filme. Determina o
local e o período do dia em que a cena ocorre, além de conter uma
descrição da cena, que pode ser pequena ou mais longa. A escaleta
é uma importante ferramenta para o roteirista compreender o
fluxo da narrativa.
14. DECUPAGEM
A DECUPAGEM É O PLANEJAMENTO
ESTÉTICO DO FILME PELO DIRETOR,
FEITO SOBRE O ROTEIRO. NA
LEITURA, O DIRETOR COMEÇA A
PENSAR NAS IMAGENS QUE QUER
CRIAR PARA CONTAR AQUELA
HISTÓRIA E TRADUZ SEUS DESEJO
NA DECUPAGEM.
É comum que, nesse processo, um novo roteiro seja
elaborado, incluindo indicações técnicas sobre movimentos
de câmera, planos desejados para cada cena e quais lentes
devem ser usadas. O diretor também define nessa etapa o
que precisa que outros departamentos façam: fotografia,
arte, figurino, maquiagem, som…
15. STORYBOARDS
Muitos diretores trabalham com uma etapa além na decupagem, a criação
de storyboards. São desenhos das cenas, dos planos pensados, para ajudar a
visualização da história antes da filmagem.
Algumas produções podem contar com storyboards de forma bastante extensa,
mesmo sem serem animações. Mad Max – A Estrada da Fúria, por exemplo, tem
um roteiro completamente baseado em storyboards. A descrição puramente textual
da ação desenfreada que atravessa o filme seria tão difícil de entender que George
Miller e sua equipe priorizaram os storyboards para conceber a história.
16.
17. Em breve, você e sua equipe vão
começar a escrever o roteiro do
curta-metragem autoral que vão
produzir. Antes, no entanto, vocês
vão ver o exemplo de uma atividade
preparatória: a roteirização das
cenas do fragmento inicial do filme
Viagem à Lua.
Título original: Le voyage dans la
Lune
Ano: 1902
País: França
Direção e roteiro: Georges Méliès
Duração: 14 minutos
Leia, a seguir, um exemplo de roteirização da
primeira cena de Viagem à Lua.
1 – INT. DIA – SALA DE UNIVERSIDADE
Plano geral. Astrônomos discutem a respeito
das possibilidades da viagem à Lua em um
congresso científico. Tom jocoso. Vestimentas
estereotipadas. Cenário recria o interior de uma
universidade, com destaque para a presença de
elementos científicos e de um telescópio.
Confusão. Entrada e saída de personagens,
indicando as discussões a respeito do
planejamento da viagem. Em um momento, os
telescópios que os acadêmicos seguram se
transformam em bancos para que possam se
sentar.
Astrônomo-chefe, de cabelo branco e barba bem
longa, tenta convencer os colegas a respeito de
seu plano de ir à Lua, desenhando-o na lousa.
Os colegas não concordam. Ele fica nervoso,
atira papéis neles, até que eles se convencem.
Os astrônomos vestem roupas de viagem.
Fusão para a cena 2.
18. OFICINA DE PRODUÇÃO
ESCRITA II
Chegou o momento de você e sua
equipe de produção começarem a
escrever o roteiro do curta-
metragem. Antes de começar,
retome algumas características
desse gênero textual.
19. ETAPA 1
• Iniciem a atividade com a releitura do argumento que vocês
escreveram na aula "Oficina de produção escrita I".
• Em seguida o grupo, realizem um debate com base nas seguintes
questões:
• Como a história do filme será apresentada: em ordem cronológica ou a
sequência temporal será desordenada?
• Juntos, criem um rascunho da sequência das cenas que farão parte do
curta. Então, façam as mudanças que acharem pertinentes e dividam
essa sequência em três partes:
• Início.
• Parte central.
• Parte final.
20. O roteiro de cinema, ou script, lista todos os elementos (áudio,
vídeo, ações, comportamento e diálogo) que são necessários para
contar a história. Ele deve estar dividido em cenas e conter as
indicações de ações e os diálogos.
Portanto fundamente sua ideia, pois trata-se do momento de
concretizar a sua inspiração para transformá-la num filme:
• Defina o conflito
• Construa personagens
• Desenhe a curva dramática
• Faça a Escaleta
21. ETAPA 2
Após a escrita, verifiquem se:
• o texto está dividido em cenas;
• há indicações de área externa e interna;
• as personagens são descritas e caracterizadas;
• há elementos de imagem e som;
• há orientações para a realização de movimentos de câmera,
enquadramento e edição;
• Façam uma leitura integral para verificar se há necessidade de
realizar ajustes e correções.
22. RODA DE CONVERSA
Os grupos devem retomar e compartilhar com toda a turma os
registros feitos em cada atividade. Ouça as considerações dos outros
grupos e faça anotações.
Por fim, pense sobre a pergunta a seguir e anote suas ideias para
conversar com seu grupo durante a criação do curta-metragem.
A produção de um filme é uma atividade coletiva: o
compartilhamento de ideias e a consideração de diferentes pontos
de vista contribuem para a construção de um objeto final
interessante e criativo.
23. BRAINSTORMING
O brainstorming é uma dinâmica de grupo que é usada em várias
empresas como uma técnica para resolver problemas específicos,
para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e
para estimular o pensamento criativo.
Regras básicas: é proibido debates e críticas às ideias apresentadas,
pois causam inibições, quanto mais ideias melhor; nenhuma ideia
deve ser desprezada, ou seja, as pessoas têm liberdade total para
falarem sobre o que quiserem; para o bom andamento, deve-se
reapresentar uma ideia modificada ou combinação de ideias que já
foram apresentadas; por fim, igualdade de oportunidade - todos
devem ter chance de expor suas ideias.
24.
25. Nesta aula, vocês vão ouvir a leitura de um roteiro criado por outra
equipe de produção, com a finalidade de colaborar com o
aprimoramento do texto e do curta que será produzido por ela, da
mesma forma que vão receber sugestões a respeito do texto escrito por
vocês.
Alguém da equipe deve anotar os apontamentos feitos pelos
CRITÉRIOS DE ANÁLISE
• Os apontamentos para a filmagem de cada uma das cenas do curta estão claros?
• O texto indica quais são as personagens da trama? Há uma breve caracterização delas?
• As ações a serem realizadas estão bem descritas, assim como as características fundamentais
do cenário?
• Existem indicações, ainda que breves, a respeito da imagem, da edição e da sonorização?
• As conexões entre as cenas estão estabelecidas de acordo com a lógica interna da narrativa?
• Faça comentários e sugestões quanto à construção das cenas.
26. O QUE FIZEMOS ATÉ AGORA?
História do cinema
História do cinema brasileiro
Argumento
Roteiro
28. FIGURINO
Ao selecionarem imagens de referência para a
criação do figurino do curta, lembrem-se de que
as vestimentas fazem parte da construção das
personagens, já que podem comunicar ao
espectador a situação econômica e social delas,
aspectos relacionados ao seu estilo e também às
suas características psicológicas.
29. MAQUIAGEM Assim como o figurino, a
maquiagem é usada para a
caracterização das personagens.
Além de ser um indicador da
situação econômica e das
características psicológicas, ela
pode ser usada como um recurso de
efeitos especiais.
30. CENÁRIO
Ao selecionarem as imagens de referência, levem em
consideração que os cenários são montados para
caracterizar os ambientes onde as cenas acontecem.
Assim, elementos como móveis e decoração são
escolhidos com o objetivo de dar vida aos ambientes e
contextualizar as cenas.
31. OBJETOS DE CENA
Os objetos de cena são aqueles que não
fazem parte da construção do cenário, mas
sim da narrativa, e podem estar em
qualquer ambiente. Ou seja, são objetos
usados nas ações das personagens e que
podem carregar significados dentro da
história.
32. ATUAÇÃO
Para as referências de atuação, vocês podem
selecionar frames ou pequenos trechos de filmes que
comuniquem o estilo de atuação que gostariam que
os atores do curta seguissem. As formas de atuar
variam de acordo com a história e as características
psicológicas das personagens.
Para construí-las, os atores podem utilizar a voz, as
expressões faciais e os gestos, que podem ser
exagerados ou contidos, dependendo da emoção que
o ator pretende evocar.
33. ENQUADRAM
ENTO
Para as referências de enquadramento,
vocês podem selecionar frames ou
pequenos trechos de filmes que utilizam
planos e ângulos nos quais gostariam de
se inspirar.
Tarantino , utiliza o contra-plongée, o
plano em que a câmera filma o objeto de
baixo para cima – geralmente abaixo do
nível dos olhos do espectador.
34. O diretor estadunidense Stanley Kubrick é conhecido por suas escolhas de enquadramento. Uma
marca registrada de seus filmes é o ponto de fuga, técnica de perspectiva usada desde o
Renascimento para criar a ilusão de tridimensionalidade em desenhos e pinturas. No filme O
iluminado (EUA, 1980), Kubrick posicionou a câmera de forma que o olhar do espectador ficasse
abaixo da linha do horizonte, onde os fantasmas das meninas gêmeas estão, causando a sensação
de desconforto e contribuindo para o clima de terror.
35. PALETA DE CORES
As cores e os contrastes entre preto e branco
também fazem parte da construção visual dos filmes
e podem ser usados como um recurso para a
construção de sentido das cenas. Assim, podem ser
criadas paletas de cores, ou seja, conjuntos de cores
que devem ser predominantes para o filme como um
todo, para cada personagem ou para cada situação
específica da trama.
Há também a possibilidade do uso de filtros de cor.
Em filmes que intercalam narrativas do presente
com narrativas do passado, por exemplo, é comum o
uso de filtros preto e branco ou azulados para
demonstrar quais cenas aconteceram no passado.
36. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um
filme francês de 2001, O filme possui uma paleta
de cores bem específica e, em sua grande
maioria, se passa em verde e vermelho. A escolha
dessas cores, claro, não foi aleatória. Por se
tratar de cores complementares, ou seja, cores
opostas no círculo cromático, tal contraste gera
uma sensação de força e equilíbrio. Todos os
personagens do filme vestem tons de verde ou
vermelho, ou possuem objetos significativos
nessas cores
37. No filme Moonrise Kingdom (EUA, 2012), que conta a história de um
casal pré-adolescente que se apaixona, o diretor Wes Anderson usou a
paleta de cores para marcar esse processo de amadurecimento das
personagens. O amarelo, predominante no primeiro ato do filme,
retrata a inocência das personagens.
38. REFERÊNCIAS DE
OUTRAS ARTES
O painel de referências também pode ser
composto de imagens que fazem parte de
outras áreas, como artes visuais, moda e
histórias em quadrinhos. Selecionem imagens
que julguem inspiradoras e que vão auxiliá-
los a construir a visualidade do curta de
vocês.
39.
40. O
ENQUADRAMENT
O
Campo e Extracampo
O campo de visão da câmera define aquilo que será visto pelo
espectador. Trata-se do chamado “enquadramento”.
Se o enquadramento compreende um recorte do espaço
registrado pela câmera, é importante chamar a atenção também
para o fato de que, por vezes, algo que está fora do campo de
visão da câmera também pode fazer parte da cena.
Na linguagem cinematográfica, o espaço que a câmera mostra
recebe o nome de “Campo” e aquele que ela não mostra chama-
se “Extracampo”.
41. Uma narrativa audiovisual pode combinar de maneira muito
criativa esses dois espaços. Por exemplo, uma personagem pode
lançar um olhar assustado para o extracampo e indicar a
aproximação de algum perigo; ou ainda, mesmo confinada num
espaço, a personagem pode ouvir barulhos do extracampo.
Assim, elementos sonoros ampliam o espaço que o
enquadramento visual restringe. Dessa forma, o extracampo
revela-se um solo fértil para experimentações.
Talitha Eliana Bateman em cena de 'A hora da sua morte'
42. PLANOS
A forma de enquadrar uma
imagem depende de dois
elementos: Planos e Ângulos.
A materialidade visual
do plano é resultado da
distância entre a câmera e o
objeto filmado.
Há diferentes tipos de planos
e a depender da obra de
referência, há pequenas
variações na forma de nomear
os planos.
43. Plano Geral (PG) – plano que mostra uma área de ação
relativamente ampla. A figura humana ocupa espaço reduzido.
Intriga internacional. Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1959
44. Plano de Conjunto (PC) – plano um pouco mais fechado que o
Plano Geral. Quando há mais de uma pessoa em cena, esse plano
frequentemente enquadra todas essas pessoas, normalmente
usando como critério mostrá-las de corpo inteiro.
Guardiões da galáxia. James Gunn. Estados Unidos, 2014
45. Plano Americano (PA) – plano que enquadra a pessoa dos
joelhos para cima.
Três homens em conflito. Sergio Leone. Itália, 1966
46. Plano Médio (PM)– plano que enquadra a pessoa da
cintura para cima.
Coringa. Todd Phillips. Estados Unidos, 2019
47. Primeiro Plano (PP) ou Close-Up – plano que
enquadra o rosto da pessoa.
O Mestre. Paul Thomas Anderson. Estados Unidos, 2012
48. Plano Detalhe (PD) – plano que mostra apenas um detalhe
ocupando todo o quadro (por exemplo: mãos, olhos, boca etc.).
Pequena Miss Sunshine. Valerie Faris, Jonathan Dayton. Estados
Unidos, 2006
49. ÂNGULOS
Além dos planos, há diferentes tipos de ângulos a partir dos quais
se pode filmar algo. Vejamos quais são eles.
Ângulo Normal – a câmera focaliza a pessoa na altura dos olhos, num plano
horizontal.
Corra!. Jordan Peele. Estados Unidos, 2017
50. Ângulo Alto ou Plongée – a câmera focaliza a pessoa ou
o objeto de cima para baixo.
Um Sonho de liberdade. Frank Darabont. Estados Unidos,
1994
51. Ângulo Baixo ou Contra-Plongée – a câmera
focaliza a pessoa ou o objeto de baixo para cima.
Bastardos inglórios. Quentin Tarantino. Estados Unidos,
2009
52. Ângulo Frontal – a câmera filma a personagem ou o
objeto de frente, aproximadamente na altura do nariz.
O Grande Hotel Budapeste. Wes Anderson. Estados Unidos,
2014
53. Ângulo Lateral – a câmera filma a pessoa de perfil, pode
ser tanto o perfil direito quanto o esquerdo.
Close-up. Abbas Kiarostami. Irã, 1990
54. Ângulo Traseiro – a câmera filma a pessoa por trás.
Cidade de Deus. Fernando Meirelles e Kátia Lund. Brasil, 2002
55. CÂMERA SUBJETIVA E
OBJETIVA
Outro importante aspecto que se relaciona com o enquadramento diz
respeito ao uso da câmera objetiva ou subjetiva.
A câmera objetiva filma a cena do ponto de vista de um público
imaginário, enquanto a câmera subjetiva simula o olhar de uma
personagem em cena.
Veja como, num mesmo filme, os dois exemplos de câmera podem ser
utilizados.
56. Câmera subjetiva: Yance Ford manipula, em cima de uma
mesa, fotografias de família em que aparece seu irmão
assassinado. Aqui, é como se a câmera assumisse o posição
da cabeça e olhos do personagem vendo a fotografia.
Strong island. Yance Ford.Estados Unidos, 2017
57. Câmera objetiva: Yance Ford é filmado numa ligação telefônica
em que questiona por que o assassino de seu irmão não foi a
julgamento. Nesse caso, a câmera assume a posição de alguém que
vê o personagem em ação.
58. STORYBOA
RDS
É um guia visual ilustrado, quadro a quadro, que
mostra as principais cenas de um vídeo e oferece
um mapa completo da obra audiovisual, que o texto
não dá conta de representar.
FAÇA UM
STORYBOARD
DA SUA HISTÓRIA
59. A CONSTRUÇÃO DE IMAGENS
Em breve, as filmagens do curta-metragem de vocês vão
começar. Nesta etapa da produção, em que o roteiro está
pronto e é preciso dar vida a ele, é necessário sistematizar os
elementos visuais que vão compor o filme.
Para isso, você e sua equipe de produção devem elaborar UM
PAINEL DE REFERÊNCIAS que vai guiar as escolhas de
figurino, maquiagem, cenário, paleta de cores e
enquadramento.
Junto com sua equipe, leia as instruções da atividade e se
organizem para finalizar o trabalho até a data de
apresentação.
60. COMO MONTAR UM PAINEL DE REFERÊNCIAS
O painel de referências é uma ferramenta utilizada na
elaboração de projetos criativos, principalmente os
audiovisuais. É usado para comunicar visualmente a
estética que deve ser seguida no projeto e para delimitar
os elementos visuais que devem ser usados na produção.
Reúna-se com sua equipe de produção e decidam como
vão criar o painel de referências: vocês podem
usar softwares de criação de apresentações gráficas como
o Power Point.
61. Juntos, escolham quais referências serão usadas no painel e as
organizem em categorias: figurino, maquiagem, cenário, objetos
de cena, atuação, enquadramento e paleta de cores.
Em cada categoria, incluam uma ou mais imagens de referência e
um breve texto justificando suas escolhas, explicando quais
aspectos de cada referência vocês gostariam de usar em seus
curtas e como planejam fazer isso. As imagens podem
ser frames de filmes e videoclipes, pinturas, histórias em
quadrinhos e desfiles de moda, entre outras produções visuais que
julgarem inspiradoras.
62. ATIVIDADE
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A atividade de apresentação do painel de referências
será avaliada de acordo com os seguintes critérios:
Apresentação do painel de referências pelo grupo.
Presença de textos que justifiquem as escolhas das
imagens que compõem o painel de referências.
63. RODA DE CONVERSA
Para finalizar a aula, converse com os colegas e
com o professor.
Quais foram os maiores desafios encontrados
durante a criação e a apresentação do painel de
referências?
Os painéis apresentados pelos colegas trouxeram
novas referências e novas ideias para o curta de
vocês? Comentem.
64. CRONOGRAMA DE
PRODUÇÃO
O que fizemos até agora?
Estudamos os elementos do discurso cinematográfico:
História do cinema, História do Cinema Brasileiro,
argumento, roteiro, construímos um painel de
referências, enquadramentos e o storyboard do filme.