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Takt Time
Vamos aproveitar para falar de uma das técnicas mais conhecidas do lean
manufacturing, chamada takt time, para quem não conhece ainda, takt time é a taxa
de demanda de consumo para um grupo ou família de peças de um processo,
continue lendo por que tem novidade!
O takt time é calculado pela divisão do tempo de operação efetivo de um processo
(um dia, um turno), por exemplo, pela quantidade de peças exigidas pelos clientes
nesse intervalo de tempo, se você tem dúvida sobre o que é tempo efetivo, veja o
esclarecimento abaixo.
Tempo efetivo é o tempo disponível menos o tempo causado pelas paralisações
durante esse período, como refeições, intervalos, reuniões, limpeza e manutenções
programadas, lembrando você que as paralisações não programadas e o tempo de
set-up não devem ser subtraídos do tempo efetivo, certo?
Porém para ficar ainda mais claro, vamos fazer um cálculo da takt time utilizando um
exemplo fictício: digamos que um processo de usinagem tem 27 000 segundos
disponíveis de tempo efetivo por turno e com uma demanda de 1500 peças a serem
produzidas por turno.
Calculando o takt time, temos: 27000/1500 = 18 segundos, então, a cada 18
segundos uma peça está sendo vendida ao cliente. Mas vamos com calma, não
significa que a cada takt time você deve produzir uma peça, veja!
Uma peça é produzida a cada ciclo, ou melhor, tempo de ciclo, e certamente este
tempo deve ser menor que o takt time, caso contrário você vai produzir igual à taxa
de demanda do cliente.
Agora você pode me perguntar, mas menor que o takt time quanto? Aí que as coisas
começam a ficar interessantes, esse é o desafio que o lean nos proporciona, isso
não é emocionante?
O takt time tem um propósito, mas deixe me esclarecer uma coisa, o takt time
somente é alterado se houver aumento ou redução de demanda por parte do cliente,
correto?
Vamos considerar para o exemplo a seguir que a takt time é 18s e o nosso tempo de
ciclo está em média 14s, isto é, em um momento você produz uma peça a cada 15s,
outra 13s, a seguinte 16s, a próxima 20s e que no final do período a sua média é
14s de tempo de ciclo.
Então, com base no parágrafo anterior, concluímos que mesmo estando o tempo de
ciclo menor que o takt time na média, em algum momento você vai produzir uma
peça acima de 18s, isto é, um processo instável!
Às vezes, muitos líderes pensam que atingiram seus objetivos, mas como apenas
acompanham seus indicadores por hora ou turno e suas respectivas médias,
acabam não percebendo essas pequenas variações no decorrer de cada ciclo, que
acabam consumindo recursos importantes, afetando a qualidade e impedido que
melhorias no processo sejam efetivas, pois o processo está fora de controle.
Agora você deve estar dizendo que estou louco! Acompanhar cada tempo de ciclo,
impossível!
Vamos lá, quando você identificar o grau de flutuação entre um ciclo e outro,
determine uma faixa de flutuação como uma condição-alvo, certamente após isso,
você vai olhar para o processo com outros olhos, buscando identificar e eliminar os
desperdícios que fazem com que você não cumpra essa condição.
Uma vez, que você estabilizou o seu processo dentro de taxa de flutuação, é o
momento de ir adiante, buscando esforços para reduzir ainda mais a diferença entre
o takt time e tempo de ciclo.
Vamos a mais um exemplo, você pode determinar uma condição-alvo de flutuação
do tempo de ciclo de 15% mais rápido que o tak time, enquanto você busca está
condição, novamente irá encontrar inúmeros desperdícios no processo, como
paradas de máquinas, sucata, troca de ferramentas e outros que você precisa
corrigir, não perca tempo!
Essa é uma maneira diferente de utilizar o takt time e o tempo de ciclo para
determinar uma melhoria no processo.
Créditos do texto a:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Takt_Time
Por: Jose Donizetti Moraes - 24/07/2013

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  • 1. Takt Time Vamos aproveitar para falar de uma das técnicas mais conhecidas do lean manufacturing, chamada takt time, para quem não conhece ainda, takt time é a taxa de demanda de consumo para um grupo ou família de peças de um processo, continue lendo por que tem novidade! O takt time é calculado pela divisão do tempo de operação efetivo de um processo (um dia, um turno), por exemplo, pela quantidade de peças exigidas pelos clientes nesse intervalo de tempo, se você tem dúvida sobre o que é tempo efetivo, veja o esclarecimento abaixo. Tempo efetivo é o tempo disponível menos o tempo causado pelas paralisações durante esse período, como refeições, intervalos, reuniões, limpeza e manutenções programadas, lembrando você que as paralisações não programadas e o tempo de set-up não devem ser subtraídos do tempo efetivo, certo? Porém para ficar ainda mais claro, vamos fazer um cálculo da takt time utilizando um exemplo fictício: digamos que um processo de usinagem tem 27 000 segundos disponíveis de tempo efetivo por turno e com uma demanda de 1500 peças a serem produzidas por turno. Calculando o takt time, temos: 27000/1500 = 18 segundos, então, a cada 18 segundos uma peça está sendo vendida ao cliente. Mas vamos com calma, não significa que a cada takt time você deve produzir uma peça, veja! Uma peça é produzida a cada ciclo, ou melhor, tempo de ciclo, e certamente este tempo deve ser menor que o takt time, caso contrário você vai produzir igual à taxa de demanda do cliente. Agora você pode me perguntar, mas menor que o takt time quanto? Aí que as coisas começam a ficar interessantes, esse é o desafio que o lean nos proporciona, isso não é emocionante? O takt time tem um propósito, mas deixe me esclarecer uma coisa, o takt time somente é alterado se houver aumento ou redução de demanda por parte do cliente, correto? Vamos considerar para o exemplo a seguir que a takt time é 18s e o nosso tempo de ciclo está em média 14s, isto é, em um momento você produz uma peça a cada 15s, outra 13s, a seguinte 16s, a próxima 20s e que no final do período a sua média é 14s de tempo de ciclo. Então, com base no parágrafo anterior, concluímos que mesmo estando o tempo de ciclo menor que o takt time na média, em algum momento você vai produzir uma peça acima de 18s, isto é, um processo instável!
  • 2. Às vezes, muitos líderes pensam que atingiram seus objetivos, mas como apenas acompanham seus indicadores por hora ou turno e suas respectivas médias, acabam não percebendo essas pequenas variações no decorrer de cada ciclo, que acabam consumindo recursos importantes, afetando a qualidade e impedido que melhorias no processo sejam efetivas, pois o processo está fora de controle. Agora você deve estar dizendo que estou louco! Acompanhar cada tempo de ciclo, impossível! Vamos lá, quando você identificar o grau de flutuação entre um ciclo e outro, determine uma faixa de flutuação como uma condição-alvo, certamente após isso, você vai olhar para o processo com outros olhos, buscando identificar e eliminar os desperdícios que fazem com que você não cumpra essa condição. Uma vez, que você estabilizou o seu processo dentro de taxa de flutuação, é o momento de ir adiante, buscando esforços para reduzir ainda mais a diferença entre o takt time e tempo de ciclo. Vamos a mais um exemplo, você pode determinar uma condição-alvo de flutuação do tempo de ciclo de 15% mais rápido que o tak time, enquanto você busca está condição, novamente irá encontrar inúmeros desperdícios no processo, como paradas de máquinas, sucata, troca de ferramentas e outros que você precisa corrigir, não perca tempo! Essa é uma maneira diferente de utilizar o takt time e o tempo de ciclo para determinar uma melhoria no processo. Créditos do texto a: http://pt.wikipedia.org/wiki/Takt_Time Por: Jose Donizetti Moraes - 24/07/2013