SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
COLÉGIO ESTADUAL SOL NASCENTE

                                  PROF.: Rodolfo de Freitas Uhlmann

                              CONJUNTOS, RELAÇÕES BINÁRIAS E FUNÇÕES




Aplicações das relações e funções no cotidiano

Ao lermos um jornal ou uma revista, diariamente nos deparamos com gráficos,
tabelas e ilustrações. Estes, são instrumentos muito utilizados nos meios de
comunicação. Um texto com ilustrações, é muito mais interessante, chamativo,
agradável e de fácil compreensão. Não é só nos jornais ou revistas que
encontramos gráficos. Os gráficos estão presentes nos exames laboratoriais, nos
rótulos de produtos alimentícios, nas informações de composição química de
cosméticos, nas bulas de remédios, enfim em todos os lugares. Ao interpretarmos
estes gráficos, verificamos a necessidade dos conceitos deplano cartesiano.

O Sistema ABO dos grupos sangüíneos é explicado pela recombinação genética
dos alelos (a,b,o) e este é um bom exemplo de uma aplicação do conceito
de produto cartesiano. Uma aplicação prática do conceito de relação é a discussão
sobre a interação de neurônios (células nervosas do cérebro).

Ao relacionarmos espaço em função do tempo, número do sapato em função do
tamanho dos pés, intensidade da fotossíntese realizada por uma planta em função
da intensidade de luz a que ela é exposta ou pessoa em função da impressão
digital, percebemos quão importantes são os conceitos defunções para
compreendermos as relações entre os fenômenos físicos, biológicos, sociais...

Observamos então que as aplicações de plano cartesiano, produto cartesiano,
relações e funções estão presentes no nosso cotidiano.
Valores assumidos por uma ação numa Bolsa de Valores



O Plano Cartesiano

Referência histórica: Os nomes Plano Cartesiano e Produto Cartesiano são
homenagens ao seu criador René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático
francês. O nome de Descartes em Latim, era Cartesius, daí vem o nome
cartesiano.

O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois eixos x e y perpendiculares
entre si que se cruzam na origem. O eixo horizontal é o eixo das abscissas (eixo
OX) e o eixo vertical é o eixo das ordenadas (eixo OY). Associando a cada um dos
eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se o plano cartesiano
ortogonal.




Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado por um par ordenado de
números, indicados entre parênteses, a abscissa e a ordenada respectivamente.
Este par ordenado representa as coordenadas de um ponto.
O primeiro número indica a medidada do deslocamento a partir da origem para a
direita (se positivo) ou para a esquerda (se negativo).




O segundo número indica o deslocamento a partir da origem para cima (se
positivo) ou para baixo (se negativo). Observe no desenho que: (a,b) (b,a) se a b.

Os dois eixos dividem o plano em quatro regiões denominadas quadrantes sendo
que tais eixos são retas concorrentes na origem do sistema formando um ângulo
reto (90 graus). Os nomes dos quadrantes são indicados no sentido anti-horário,
conforme a figura, com as cores da bandeira do Brasil.

                                 Quadrante sinal de x sinal de y Ponto
             Segundo Primeiro
                                            não tem não tem (0,0)
             quadrante quadrante
                                  Primeiro     +          +        (2,4)
                                 Segundo       -          +       (-4,2)
              Terceiro Quarto
                                  Terceiro     -          -      (-3,-7)
             quadrante quadrante
                                   Quarto      +          -       (7,-2)


Produto Cartesiano

Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos o produto cartesiano entre A e B,
denotado por AxB, como o conjunto de todos os pares ordenados da forma (x,y)
onde x pertence ao primeiro conjunto A e y pertence ao segundo conjunto B.

                             AxB = { (x,y): x A e y B }

Observe que AxB BxA, se A é não vazio ou B é não vazio. Se A=Ø ou B=Ø, por
definição: AxØ=Ø=ØxB.

Se A possui m elementos e B possui n elementos, então AxB possui mxn
elementos.

Exemplo: Dados A={a,b,c,d} e B={1,2,3}, o produto cartesiano AxB, terá 12 pares
ordenados e será dado por:
AxB = {(a,1),(a,2),(a,3),(b,1),(b,2),(b,3),(c,1),(c,2),(c,3),(d,1),(d,2),(d,3)}




Relações no Plano Cartesiano

Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma relação em AxB é qualquer subconjunto R
de AxB.




A relação mostrada na figura acima é:

                         R = { (a,3), (b,3), (c,2), (c,3), (d,2), (d,3) }

Uma relação R de A em B pode ser denotada por R:A B.

Exemplo: Se A={1,2} e B={3,4}, o produto cartesiano é AxB={(1,3),(1,4),(2,3),(2,4)}
e neste caso, temos algumas relações em AxB:

   1. R1={(1,3),(1,4)}
   2. R2={(1,3)}
   3. R3={(2,3),(2,4)}



Domínio e Contradomínio de uma Relação

As relações mais importantes são aquelas definidas sobre conjuntos de números
reais e nem sempre uma relação está definida sobre todo o conjunto dos números
reais. Para evitar problemas como estes, costuma-se definir uma relação R:A B,
onde A e B são subconjuntos de R, da seguinte forma:

O conjunto A é o domínio da relação R, denotado por Dom(R) e B é o
contradomínio da relação, denotado por CoDom(R).

                    Dom(R) = { x A: existe y em B tal que (x,y) R}
                      Im(R)={y B: existe x A tal que (x,y) R}




Representações gráficas de relações em AxB:

R1={(a,1),(a,2),(a,3),(b,1),(b,2),(b,3),(c,1),(d,1),(d,2),(d,3)}




R2={(a,1),(b,2),(c,3),(d,1)}




R3={(a,1),(b,1),(b,2),(c,3),(d,3)}
Relações Inversas

Seja R uma relação de A em B. A relação inversa de R, denotada por R-1, é
definida de B em A por:

                                  R-1 = { (y,x) BxA: (x,y) R }



Exemplo: Sejam A={a,b,c}, B={d,e,f} e R uma relação em AxB, definida por

                    R = {(a,d),(a,e),(a,f),(b,d),(b,e),(b,f),(c,d),(c.e),(c,f)}

Então:

                    R-1 = {(d,a),(e,a),(f,a),(d,b),(e,b),(f,b),(d,c),(e,c),(f,c)}



Observação: O gráfico da relação inversa R-1 é simétrico ao gráfico da relação R,
em relação à reta y=x (identidade).




Propriedades de Relações
Reflexiva: Uma relação R é reflexiva se todo elemento de A está relacionado
consigo mesmo, ou seja, para todo x A: (x,x) R, isto é, para todo x A: xRx.

Exemplo: Uma relação reflexiva em A={a,b,c}, é dada por:

                               R = {(a,a),(b,b),(c,c)}



Simétrica: Uma relação R é simétrica se o fato que x está relacionado com y,
implicar necessariamente que y está relacionado com x, ou seja: quaisquer que
sejam x A e y A tal que (x,y) R, segue que (y,x) R.

Exemplo: Uma relação simétrica em A={a,b,c}, é:

                            R = {(a,a),(b,b),(a,b),(b,a)}



Transitiva: Uma relação R é transitiva, se x está relacionado com y e y está
relacionado com z, implicar que x deve estar relacionado com z, ou seja: quaisquer
que sejam x A, y A e z A, se (x,y) R e (y,z) R então (x,z) R.

Exemplo: Uma relação transitiva em A={a,b,c}, é:

                            R = {(a,a),(a,c),(c,b),(a,b)}



Anti-simétrica: Sejam x A e y A. Uma relação R é anti-simétrica se (x,y) R e (y,x)
  R implica que x=y. Alternativamente, uma relação é anti-simétrica: Se x e y são
elementos distintos do conjunto A então x não tem relação com y ou (exclusivo) y
não tem relação com x, o que significa que o par de elementos distintos (x,y) do
conjunto A poderá estar na relação desde que o par (y,x) não esteja.

Exemplo: Uma relação anti-simétrica em A={a,b,c}, é:

                           R = {(a,a),(b,b),(a,b),(a,c) }


Relação de equivalência

Uma relação R sobre um conjunto A não vazio é chamada relação de equivalência
sobre A se, e somente se, R é reflexiva, simétrica e transitiva.
Exemplo: Se A={a,b,c} então a relação R em AxA, definida abaixo, é de
equivalência:

                              R = {(a,a),(b,b),(c,c),(a,c),(c,a) }


Funções no Plano Cartesiano

Referência histórica: Leonhard Euler (1707-1783), médico, teólogo, astrônomo e
matemático suíço, desenvolveu trabalhos em quase todos os ramos da Matemática
Pura e Aplicada, com destaque para a Análise - estudo dos processos infinitos -
desenvolvendo a idéia de função. Foi o responsável também pela adoção do
símbolo f(x) para representar uma função de x. Hoje, função é uma das idéias
essenciais em Matemática.

Uma função f de A em B é uma relação em AxB, que associa a cada variável x em
A, um único y em B. Uma das notações mais usadas para uma função de A em B,
é:

                                            f:A B

Quatro aspectos chamam a atenção na definição apresentada:

      O domínio A da relação.
      O contradomínio B da relação.
      Todo elemento de A deve ter correspondente em B.
      Cada elemento de A só poderá ter no máximo um correspondente no
       contradomínio B.

Estas características nos informam que uma função pode ser vista
geometricamente como uma linha no plano, contida em AxB, que só pode ser
"cortada" uma única vez por uma reta vertical, qualquer que seja esta reta.

Exemplo: A circunferência definida por

                                   R={(x,y) R²: x²+y²=a²}

é uma relação que não é uma função, pois tomando a reta vertical x=0, obtemos
ordenadas diferentes para a mesma abscissa x.
Neste caso Dom(R)=[-a,a] e CoDom(R)=[-a,a].



Relações que não são funções

Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação

                         R4 = { (a,1), (b,2), (c,3), (d,3), (a,3) }

não é uma função em AxB, pois associado ao mesmo valor a existem dois valores
distintos que são 1 e 3.




Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação

                               R5 = { (a,1), (a,3), (b,2), (c,3) }

não é uma função em AxB, pois nem todos os elementos do primeiro conjunto A
estão associados a elementos do segundo conjunto B.
Na sequência, apresentaremos alguns exemplos importantes de funções reais



Funções afim e lineares

Função afim: Sejam a e b números reais, sendo a não nulo. Uma função afim é
uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=ax+b.




Exemplos:

   1. f(x)=-3x+1
   2. f(x)=2x+7
   3. f(x)=(1/2)x+4

Se b é diferente de zero, o gráfico da função afim é uma reta que não passa pela
origem (0,0).




Função linear: Seja a um número real. Uma função linear é uma função f:R R que
para cada x em R, associa f(x)=ax.




Exemplos:
1. f(x)=-3x
   2. f(x)=2x
   3. f(x)=x/2

O gráfico da função linear é uma reta que sempre passa pela origem (0,0).



Função Identidade

É uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=x. O gráfico da
Identidade é uma reta que divide o primeiro quadrante e também o terceiro
quadrante em duas partes iguais.




Funções constantes

Seja b um número real. A função constante associa a cada x R o valor f(x)=b.




Exemplos:

   1. f(x)=1
   2. f(x)=-7
   3. f(x)=0

O gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo das abscissas (eixo
horizontal).
Funções quadráticas

Sejam a, b e c números reais, com a não nulo. A função quadrática é uma função
f:R R que para cada x em R, f(x)=ax²+bx+c.




Exemplos:

  1.   f(x)=x²
  2.   f(x)=-4 x²
  3.   f(x)=x²-4x+3
  4.   f(x)=-x²+2x+7

O gráfico de uma função quadrática é uma curva denominada parábola.



Funções cúbicas

Sejam a, b, c e d números reais, sendo a diferente de zero. A função cúbica é uma
função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=ax³+bx²+cx+d.




Exemplos:

  1. f(x)=x³
2. f(x)=-4x³
  3. f(x)=2x³+x²-4x+3
  4. f(x)=-7x³+x²+2x+7

O gráfico da função cúbica do item (a), se assemelha a uma parábola tanto no
primeiro como no terceiro quadrante, mas no primeiro os valores de f(x) são
positivos e no terceiro os valores de f(x) são negativos.



Domínio, contradomínio e imagem de uma função

Como nem toda relação é uma função, às vezes, alguns elementos poderão não
ter correspondentes associados para todos os números reais e para evitar
problemas como estes, costuma-se definir o Domínio de uma função f, denotado
por Dom(f), como o conjunto onde esta relação f tem significado.

Consideremos a função real que calcula a raiz quadrada de um número real. Deve
estar claro que a raiz quadrada de -1 não é um número real, assim como não são
reais as raízes quadradas de quaisquer números negativos, dessa forma o domínio
desta função só poderá ser o intervalo [0, ), onde a raiz quadrada tem sentido
sobre os reais.

Como nem todos os elementos do contradomínio de uma função f estão
relacionados, define-se a Imagem de f, denotada por Im(f), como o conjunto de
todos os elementos do contradomínio que estão relacionados com elementos do
domínio de f, isto é:

                    Im(f) = { y em B: existe x em A tal que y=f(x) }

Observe que, se uma relação R é uma função de A em B, então A é o domínio e B
é o contradomínio da função e se x é um elemento do domínio de uma função f,
então a imagem de x é denotada por f(x).




Exemplos: Cada função abaixo, tem características distintas.

  1. f:R R                  definida                por         f(x)=x²
     Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f)=[0, )
  2. f:[0,2] R               definida                por        f(x)=x²
     Dom(f)=[0,2], CoDom(f)=R e Im(f)=[0,4]
  3. A função modular é definida por f:R R tal que f(x)=|x|, Dom(f)=R,
     CoDom(f)=R e Im(f)=[0, ) e seu gráfico é dado por:
4. Uma semi-circunferência é dada pela função real f:R R, definida por




      Dom(f)=[-2,2], CoDom(f)=R, Im(f)=[0,2] e seu gráfico é dado por:




Funções injetoras

Uma função f:A B é injetora se quaisquer dois elementos distintos de A, sempre
possuem imagens distintas em B, isto é:

                            x1 x2 implica que f(x1) f(x2)

ou de forma equivalente

                            f(x1)=f(x2) implica que x1=x2



Exemplos:

   1. A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é injetora, pois sempre que tomamos
      dois valores diferentes para x, obtemos dois valores diferentes para f(x).
   2. A função f:R R definida por f(x)=x²+5 não é injetora, pois para x=1 temos
      f(1)=6 e para x=-1 temos f(-1)=6.
Funções sobrejetoras

Uma função f:A B é sobrejetora se todo elemento de B é a imagem de pelo
menos um elemento de A. Isto equivale a afirmar que a imagem da função deve
ser exatamente igual a B que é o contradomínio da função, ou seja, para todo y em
B existe x em A tal que y=f(x).

Exemplos:

   1. A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é sobrejetora, pois todo elemento de
      R é imagem de um elemento de R pela função.
   2. A função f:R (0, ) definida por f(x)=x² é sobrejetora, pois todo elemento
      pertecente a (0, ) é imagem de pelo menos um elemento de R pela função.
   3. A função f:R R definida por f(x)=2x não é sobrejetora, pois o número -1 é
      elemento do contradomínio R e não é imagem de qualquer elemento do
      domínio.




Funções bijetoras

Uma função f:A B é bijetora se ela é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

Exemplo: A função f:R R dada por f(x)=2x é bijetora, pois é injetora e bijetora.



Funções Pares e Ímpares

Função par: Uma função real f é par se, para todo x do domínio de f, tem-se que
f(x)=f(-x). Uma função par possui o gráfico simétrico em relação ao eixo vertical
OY.




Exemplo: A função f(x)=x² é par, pois f(-x)=x²=f(x). Observe o gráfico de f! Outra
função par é g(x)=cos(x) pois g(-x)=cos(-x)=cos(x)=g(x).
Função ímpar: Uma função real f é ímpar se, para todo x do domínio de f, tem-se
que f(-x)=-f(x). Uma função ímpar possui o gráfico simétrico em relação à origem
do sistema cartesiano.

Exemplo: As funções reais f(x)=5x e g(x)=sen(x) são ímpares, pois: f(-x)=5(-x)=-
5x=-f(x) e g(-x)=sen(-x)=-sen(x)=-g(x). Veja o gráfico para observar a simetria em
relação à origem.




Funções crescentes e decrescentes

Função crescente: Uma função f é crescente, se quaisquer que sejam x e y no
Domínio de f, com x<y, tivermos f(x)<f(y). Isto é, conforme o valor de x aumenta, o
valor da imagem de x pela função também aumenta.

Exemplo: Seja a função f:R R definida por f(x)=8x+2. Para os valores: a=1 e b=2,
obtemos f(a)=10 e f(b)=18. Como o gráfico de f é uma reta, a<b e f(a)<f(b) então a
função é crescente.




Função decrescente: Uma função f é decrescente, se para quaisquer x e y do
Domínio de f, com x<y, tivermos f(x)>f(y). Isto é, conforme o valores de x
aumentam, os valores da imagem de x pela função f diminuem.
Exemplo: Seja a função f:R R definida por f(x)=-8x+2. Para a=1 e b=2, obtemos
f(a)=-6 e f(b)=-14. Como o gráfico de f é uma reta, a<b e f(a)>f(b), a função é
decrescente.



Funções Compostas

Dadas as funções f:A B e g:B C, a composta de f com g, denotada por g©f, é a
função definida por (g©f)(x)=g(f(x)). gof pode ser lida como "g bola f". Para que a
composição ocorra o CoDom(f)=Dom(g).




Exemplo: Sejam as funções reais definidas por f(u)=4u+2 e g(x)=7x-4. As
composições fog e gof são possíveis e neste caso serão definidas por:

                     (f©g)(x)=f(g(x))=g(7x-4)=4(7x-4)+2=28x-14
                    (g©f)(u)=g(f(u))=g(4u+2)=7(4u+2)-4=28u+10

Como a variável u não é importante no contexto, ela pode ser substituída por x e
teremos:

                     (g©f)(x)=g(f(x))=g(4x+2)=7(4x+2)-4=28x+10

Observação:Em geral, f©g é diferente de g©f.

Exemplo: Consideremos as funções reais definidas por f(x)=x²+1 e g(x)=2x-4.
Então:

                    (f©g)(x)=f(g(x))=f(2x-4)=(2x-4)²+1=4x²-16x+17
                       (g©f)(x)=g(f(x))=g(x²+1)=2(x²+1)-4=2x²-2


Funções Inversas
Dada uma função bijetora f:A B, denomina-se função inversa de f à função g:B A
tal que se f(a)=b, então g(b)=a, quaisquer que sejam a em A e b em B. Denotamos
a função inversa de f por f-1.

Observação importante: Se g é a inversa de f e f é a inversa de g, valem as
relações:

                               g©f=IA    e   f©g=IB

onde IA e IB são, respectivamente, as funções identidades nos conjuntos A e B.
Esta característica algébrica permite afirmar que os gráficos de f e de sua inversa
de g são simétricos em relação à função identidade (y=x).

Exemplo: Sejam A={1,2,3,4,5}, B={2,4,6,8,10} e a função f:A B definida por
f(x)=2x e g:B A definida por g(x)=x/2. Observemos nos gráficos as situações das
setas indicativas das ações das funções.




Obtenção da inversa: Seja f:R R, f(x)=x+3. Tomando y no lugar de f(x), teremos
y=x+3. Trocando x por y e y por x, teremos x=y+3 e isolando y obteremos y=x-3.
Assim, g(x)=x-3 é a função inversa de f(x)=x+3. Assim fog=gof=Identidade. Com o
gráfico observamos a simetria em relação à reta identidade.




Operações com Funções

Dadas as funções f e g, podemos realizar algumas operações, entre as quais:
   (f+g)(x) = f(x)+g(x)
     (f-g)(x) = f(x)-g(x)
     (f.g)(x) = f(x).g(x)
     (f/g)(x) = f(x)/g(x), se g(x) 0.



Funções Polinomiais

Uma função polinomial real tem a forma

                                f(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + ao

sendo Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f) dependente de f.

Observação: A área de um quadrado pode ser representada pela função real
f(x)=x² onde x é a medida do lado do quadrado e o volume de um cubo pode ser
dado pela função real f(x)=x³ onde x é a medida da aresta do cubo. Esta é a razão
pela qual associamos as palavras quadrado e cubo às funções com as potências 2
e 3.

Aplicação: As funções polinomiais são muito úteis na vida. Uma aplicação simples
pode ser realizada quando se pretende obter o volume de uma caixa (sem tampa)
na forma de paralelepípedo que se pode construir com uma chapa metálica
quadrada com 20 cm de lado, com a retirada de pequenos quadrados de lado igual
a x nos quatro cantos da chapa. Concluímos que V(x)=(20-2x)x² e com esta função
é possível obter valores ótimos para construir a caixa.




                      Construída por Rossana M.M.Pereira e Ulysses Sodré. Atualizada em 24/mar/2005.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Triângulos
TriângulosTriângulos
Triângulos
 
Grandezas Proporcionais
Grandezas ProporcionaisGrandezas Proporcionais
Grandezas Proporcionais
 
Aula sobre triângulos
Aula sobre triângulosAula sobre triângulos
Aula sobre triângulos
 
Esferas
EsferasEsferas
Esferas
 
Círculo e circunferência
Círculo e circunferênciaCírculo e circunferência
Círculo e circunferência
 
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retânguloRazões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
 
Teorema de pitágoras
Teorema de pitágorasTeorema de pitágoras
Teorema de pitágoras
 
Pirâmides
PirâmidesPirâmides
Pirâmides
 
Transformações geométricas
Transformações geométricasTransformações geométricas
Transformações geométricas
 
P.a. e p.g.
P.a. e p.g.P.a. e p.g.
P.a. e p.g.
 
âNgulos e polígonos
âNgulos e polígonosâNgulos e polígonos
âNgulos e polígonos
 
Poliígonos inscritos exercícios resolvidos
Poliígonos inscritos   exercícios resolvidosPoliígonos inscritos   exercícios resolvidos
Poliígonos inscritos exercícios resolvidos
 
Geometria plana
Geometria planaGeometria plana
Geometria plana
 
Prismas
PrismasPrismas
Prismas
 
Relações métricas na circunferência
Relações métricas na circunferênciaRelações métricas na circunferência
Relações métricas na circunferência
 
Círculo e circunferência apresentação
Círculo e circunferência apresentaçãoCírculo e circunferência apresentação
Círculo e circunferência apresentação
 
Área e perímetro de figuras planas ( apresentação)
Área e perímetro de figuras planas ( apresentação)Área e perímetro de figuras planas ( apresentação)
Área e perímetro de figuras planas ( apresentação)
 
8 ano-angulos-retas-paralelas-cortadas-por-uma-transversal-3
8 ano-angulos-retas-paralelas-cortadas-por-uma-transversal-38 ano-angulos-retas-paralelas-cortadas-por-uma-transversal-3
8 ano-angulos-retas-paralelas-cortadas-por-uma-transversal-3
 
Quadrilateros.Ppt
Quadrilateros.PptQuadrilateros.Ppt
Quadrilateros.Ppt
 
Exercícios de revisão funçao 1 grau
Exercícios de revisão funçao 1 grauExercícios de revisão funçao 1 grau
Exercícios de revisão funçao 1 grau
 

Destaque

57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidosHAROLDO MIRANDA DA COSTA JR
 
Relações e funções
Relações e funçõesRelações e funções
Relações e funções48470490206
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidosBrunna Vilar
 
MatemáTica Intro FunçõEs
MatemáTica Intro FunçõEsMatemáTica Intro FunçõEs
MatemáTica Intro FunçõEseducacao f
 
Matemática Discreta - Parte V relações
Matemática Discreta - Parte V relaçõesMatemática Discreta - Parte V relações
Matemática Discreta - Parte V relaçõesUlrich Schiel
 
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricas
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricasMatemática Discreta - Parte VII estruturas algébricas
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricasUlrich Schiel
 
áreas e volumes 6º ano
áreas e volumes 6º anoáreas e volumes 6º ano
áreas e volumes 6º anoAna Duarte
 
Perímetros, áreas e volumes
Perímetros, áreas e volumesPerímetros, áreas e volumes
Perímetros, áreas e volumesPaulo Rafael Vaz
 
Áreas e volumes de sólidos
Áreas e volumes de sólidosÁreas e volumes de sólidos
Áreas e volumes de sólidosJoana Ferreira
 
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumes
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumesTeste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumes
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumesProfjoaopaulo Silva
 
Planos de aula 2012 - pdf
Planos de aula   2012 - pdfPlanos de aula   2012 - pdf
Planos de aula 2012 - pdfqcavalcante
 

Destaque (15)

Relações
RelaçõesRelações
Relações
 
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
 
Relações e funções
Relações e funçõesRelações e funções
Relações e funções
 
Relacoes matematicas
Relacoes matematicasRelacoes matematicas
Relacoes matematicas
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidos
 
Apostila matemática discreta
Apostila matemática discretaApostila matemática discreta
Apostila matemática discreta
 
MatemáTica Intro FunçõEs
MatemáTica Intro FunçõEsMatemáTica Intro FunçõEs
MatemáTica Intro FunçõEs
 
Matematica discreta - estruturas algebricas
Matematica discreta -  estruturas algebricasMatematica discreta -  estruturas algebricas
Matematica discreta - estruturas algebricas
 
Matemática Discreta - Parte V relações
Matemática Discreta - Parte V relaçõesMatemática Discreta - Parte V relações
Matemática Discreta - Parte V relações
 
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricas
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricasMatemática Discreta - Parte VII estruturas algébricas
Matemática Discreta - Parte VII estruturas algébricas
 
áreas e volumes 6º ano
áreas e volumes 6º anoáreas e volumes 6º ano
áreas e volumes 6º ano
 
Perímetros, áreas e volumes
Perímetros, áreas e volumesPerímetros, áreas e volumes
Perímetros, áreas e volumes
 
Áreas e volumes de sólidos
Áreas e volumes de sólidosÁreas e volumes de sólidos
Áreas e volumes de sólidos
 
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumes
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumesTeste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumes
Teste Matemática 6ºano: áreas, perimetros,volumes
 
Planos de aula 2012 - pdf
Planos de aula   2012 - pdfPlanos de aula   2012 - pdf
Planos de aula 2012 - pdf
 

Semelhante a Relações binárias e funções prof. rodolfo uhlmann

Conjuntos NuméRicos
Conjuntos NuméRicosConjuntos NuméRicos
Conjuntos NuméRicoseducacao f
 
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função   1º ano do ensino medioProduto cartesiano e função   1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medioSimone Smaniotto
 
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função   1º ano do ensino medioProduto cartesiano e função   1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medioSimone Smaniotto
 
Produto cartesiano e função definição
Produto cartesiano e função  definiçãoProduto cartesiano e função  definição
Produto cartesiano e função definiçãoMeire de Fatima
 
Relacoes matematicas
Relacoes matematicasRelacoes matematicas
Relacoes matematicaseducacao f
 
Apostila 002 funções
Apostila  002 funçõesApostila  002 funções
Apostila 002 funçõescon_seguir
 
Funcoes matematica mto bom
Funcoes matematica mto bomFuncoes matematica mto bom
Funcoes matematica mto bomMayara Oliveira
 
ApresentaçãO FunçãO
ApresentaçãO FunçãOApresentaçãO FunçãO
ApresentaçãO FunçãOKeyla Bruck
 
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Bowman Guimaraes
 
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Bowman Guimaraes
 
Identificar uma função
Identificar uma funçãoIdentificar uma função
Identificar uma funçãoPaulo Mutolo
 
1 exercicios relacoes-estruturas-algebricas
1   exercicios relacoes-estruturas-algebricas1   exercicios relacoes-estruturas-algebricas
1 exercicios relacoes-estruturas-algebricasMarcos Henrique
 
Apostila de geometria_analitica_filipe
Apostila de geometria_analitica_filipeApostila de geometria_analitica_filipe
Apostila de geometria_analitica_filipeEveraldo Geb
 
Exercícios Matemática
Exercícios MatemáticaExercícios Matemática
Exercícios MatemáticaDenise Vilardo
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analiticaopa
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analiticaopa
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analiticaopa
 
Geometria Analítica I
Geometria Analítica IGeometria Analítica I
Geometria Analítica IEverton Moraes
 

Semelhante a Relações binárias e funções prof. rodolfo uhlmann (20)

Conjuntos NuméRicos
Conjuntos NuméRicosConjuntos NuméRicos
Conjuntos NuméRicos
 
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função   1º ano do ensino medioProduto cartesiano e função   1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
 
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função   1º ano do ensino medioProduto cartesiano e função   1º ano do ensino medio
Produto cartesiano e função 1º ano do ensino medio
 
Produto cartesiano e função definição
Produto cartesiano e função  definiçãoProduto cartesiano e função  definição
Produto cartesiano e função definição
 
Relacoes matematicas
Relacoes matematicasRelacoes matematicas
Relacoes matematicas
 
Apostila 002 funções
Apostila  002 funçõesApostila  002 funções
Apostila 002 funções
 
Funcoes matematica mto bom
Funcoes matematica mto bomFuncoes matematica mto bom
Funcoes matematica mto bom
 
07 funes
07 funes07 funes
07 funes
 
ApresentaçãO FunçãO
ApresentaçãO FunçãOApresentaçãO FunçãO
ApresentaçãO FunçãO
 
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
 
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
Pessoal.utfpr.edu.br heidemann arquivos_apostilade_precalculodiferencialeinte...
 
Identificar uma função
Identificar uma funçãoIdentificar uma função
Identificar uma função
 
1 exercicios relacoes-estruturas-algebricas
1   exercicios relacoes-estruturas-algebricas1   exercicios relacoes-estruturas-algebricas
1 exercicios relacoes-estruturas-algebricas
 
Apostila de geometria_analitica_filipe
Apostila de geometria_analitica_filipeApostila de geometria_analitica_filipe
Apostila de geometria_analitica_filipe
 
Exercícios Matemática
Exercícios MatemáticaExercícios Matemática
Exercícios Matemática
 
Complexos cap1
Complexos cap1Complexos cap1
Complexos cap1
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica
 
55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica55457049 geometria-analitica
55457049 geometria-analitica
 
Geometria Analítica I
Geometria Analítica IGeometria Analítica I
Geometria Analítica I
 

Mais de Rodolfo Freitas (20)

Prova saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto anoProva saerj matemática sexto ano
Prova saerj matemática sexto ano
 
Prova saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono anoProva saerj matemática nono ano
Prova saerj matemática nono ano
 
Prova saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro anoProva saerj matemática terceiro ano
Prova saerj matemática terceiro ano
 
Gabarito saerjinho terceiro bimestre-2014
Gabarito saerjinho terceiro bimestre-2014Gabarito saerjinho terceiro bimestre-2014
Gabarito saerjinho terceiro bimestre-2014
 
3º ANO
3º ANO3º ANO
3º ANO
 
2º ANO
2º ANO2º ANO
2º ANO
 
9º ANO
9º ANO9º ANO
9º ANO
 
1º ANO
1º ANO1º ANO
1º ANO
 
9º ano
9º ano9º ano
9º ano
 
3º ano
3º ano3º ano
3º ano
 
2º ano
2º ano2º ano
2º ano
 
1º ano
1º ano1º ano
1º ano
 
6º ano
6º ano6º ano
6º ano
 
Saerjinho 3° ano
Saerjinho 3° anoSaerjinho 3° ano
Saerjinho 3° ano
 
Saerjinho 2º ano
Saerjinho 2º anoSaerjinho 2º ano
Saerjinho 2º ano
 
Saerjinho 1º ano
Saerjinho 1º anoSaerjinho 1º ano
Saerjinho 1º ano
 
Saerjinho 9º ano
Saerjinho 9º anoSaerjinho 9º ano
Saerjinho 9º ano
 
Saerjinho 6º ano
Saerjinho 6º anoSaerjinho 6º ano
Saerjinho 6º ano
 
Trabalho cmpcb 2014
Trabalho cmpcb 2014Trabalho cmpcb 2014
Trabalho cmpcb 2014
 
Gabarito este 2
Gabarito este 2Gabarito este 2
Gabarito este 2
 

Relações binárias e funções prof. rodolfo uhlmann

  • 1. COLÉGIO ESTADUAL SOL NASCENTE PROF.: Rodolfo de Freitas Uhlmann CONJUNTOS, RELAÇÕES BINÁRIAS E FUNÇÕES Aplicações das relações e funções no cotidiano Ao lermos um jornal ou uma revista, diariamente nos deparamos com gráficos, tabelas e ilustrações. Estes, são instrumentos muito utilizados nos meios de comunicação. Um texto com ilustrações, é muito mais interessante, chamativo, agradável e de fácil compreensão. Não é só nos jornais ou revistas que encontramos gráficos. Os gráficos estão presentes nos exames laboratoriais, nos rótulos de produtos alimentícios, nas informações de composição química de cosméticos, nas bulas de remédios, enfim em todos os lugares. Ao interpretarmos estes gráficos, verificamos a necessidade dos conceitos deplano cartesiano. O Sistema ABO dos grupos sangüíneos é explicado pela recombinação genética dos alelos (a,b,o) e este é um bom exemplo de uma aplicação do conceito de produto cartesiano. Uma aplicação prática do conceito de relação é a discussão sobre a interação de neurônios (células nervosas do cérebro). Ao relacionarmos espaço em função do tempo, número do sapato em função do tamanho dos pés, intensidade da fotossíntese realizada por uma planta em função da intensidade de luz a que ela é exposta ou pessoa em função da impressão digital, percebemos quão importantes são os conceitos defunções para compreendermos as relações entre os fenômenos físicos, biológicos, sociais... Observamos então que as aplicações de plano cartesiano, produto cartesiano, relações e funções estão presentes no nosso cotidiano.
  • 2. Valores assumidos por uma ação numa Bolsa de Valores O Plano Cartesiano Referência histórica: Os nomes Plano Cartesiano e Produto Cartesiano são homenagens ao seu criador René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês. O nome de Descartes em Latim, era Cartesius, daí vem o nome cartesiano. O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois eixos x e y perpendiculares entre si que se cruzam na origem. O eixo horizontal é o eixo das abscissas (eixo OX) e o eixo vertical é o eixo das ordenadas (eixo OY). Associando a cada um dos eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se o plano cartesiano ortogonal. Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado por um par ordenado de números, indicados entre parênteses, a abscissa e a ordenada respectivamente. Este par ordenado representa as coordenadas de um ponto.
  • 3. O primeiro número indica a medidada do deslocamento a partir da origem para a direita (se positivo) ou para a esquerda (se negativo). O segundo número indica o deslocamento a partir da origem para cima (se positivo) ou para baixo (se negativo). Observe no desenho que: (a,b) (b,a) se a b. Os dois eixos dividem o plano em quatro regiões denominadas quadrantes sendo que tais eixos são retas concorrentes na origem do sistema formando um ângulo reto (90 graus). Os nomes dos quadrantes são indicados no sentido anti-horário, conforme a figura, com as cores da bandeira do Brasil. Quadrante sinal de x sinal de y Ponto Segundo Primeiro não tem não tem (0,0) quadrante quadrante Primeiro + + (2,4) Segundo - + (-4,2) Terceiro Quarto Terceiro - - (-3,-7) quadrante quadrante Quarto + - (7,-2) Produto Cartesiano Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos o produto cartesiano entre A e B, denotado por AxB, como o conjunto de todos os pares ordenados da forma (x,y) onde x pertence ao primeiro conjunto A e y pertence ao segundo conjunto B. AxB = { (x,y): x A e y B } Observe que AxB BxA, se A é não vazio ou B é não vazio. Se A=Ø ou B=Ø, por definição: AxØ=Ø=ØxB. Se A possui m elementos e B possui n elementos, então AxB possui mxn elementos. Exemplo: Dados A={a,b,c,d} e B={1,2,3}, o produto cartesiano AxB, terá 12 pares ordenados e será dado por:
  • 4. AxB = {(a,1),(a,2),(a,3),(b,1),(b,2),(b,3),(c,1),(c,2),(c,3),(d,1),(d,2),(d,3)} Relações no Plano Cartesiano Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma relação em AxB é qualquer subconjunto R de AxB. A relação mostrada na figura acima é: R = { (a,3), (b,3), (c,2), (c,3), (d,2), (d,3) } Uma relação R de A em B pode ser denotada por R:A B. Exemplo: Se A={1,2} e B={3,4}, o produto cartesiano é AxB={(1,3),(1,4),(2,3),(2,4)} e neste caso, temos algumas relações em AxB: 1. R1={(1,3),(1,4)} 2. R2={(1,3)} 3. R3={(2,3),(2,4)} Domínio e Contradomínio de uma Relação As relações mais importantes são aquelas definidas sobre conjuntos de números reais e nem sempre uma relação está definida sobre todo o conjunto dos números
  • 5. reais. Para evitar problemas como estes, costuma-se definir uma relação R:A B, onde A e B são subconjuntos de R, da seguinte forma: O conjunto A é o domínio da relação R, denotado por Dom(R) e B é o contradomínio da relação, denotado por CoDom(R). Dom(R) = { x A: existe y em B tal que (x,y) R} Im(R)={y B: existe x A tal que (x,y) R} Representações gráficas de relações em AxB: R1={(a,1),(a,2),(a,3),(b,1),(b,2),(b,3),(c,1),(d,1),(d,2),(d,3)} R2={(a,1),(b,2),(c,3),(d,1)} R3={(a,1),(b,1),(b,2),(c,3),(d,3)}
  • 6. Relações Inversas Seja R uma relação de A em B. A relação inversa de R, denotada por R-1, é definida de B em A por: R-1 = { (y,x) BxA: (x,y) R } Exemplo: Sejam A={a,b,c}, B={d,e,f} e R uma relação em AxB, definida por R = {(a,d),(a,e),(a,f),(b,d),(b,e),(b,f),(c,d),(c.e),(c,f)} Então: R-1 = {(d,a),(e,a),(f,a),(d,b),(e,b),(f,b),(d,c),(e,c),(f,c)} Observação: O gráfico da relação inversa R-1 é simétrico ao gráfico da relação R, em relação à reta y=x (identidade). Propriedades de Relações
  • 7. Reflexiva: Uma relação R é reflexiva se todo elemento de A está relacionado consigo mesmo, ou seja, para todo x A: (x,x) R, isto é, para todo x A: xRx. Exemplo: Uma relação reflexiva em A={a,b,c}, é dada por: R = {(a,a),(b,b),(c,c)} Simétrica: Uma relação R é simétrica se o fato que x está relacionado com y, implicar necessariamente que y está relacionado com x, ou seja: quaisquer que sejam x A e y A tal que (x,y) R, segue que (y,x) R. Exemplo: Uma relação simétrica em A={a,b,c}, é: R = {(a,a),(b,b),(a,b),(b,a)} Transitiva: Uma relação R é transitiva, se x está relacionado com y e y está relacionado com z, implicar que x deve estar relacionado com z, ou seja: quaisquer que sejam x A, y A e z A, se (x,y) R e (y,z) R então (x,z) R. Exemplo: Uma relação transitiva em A={a,b,c}, é: R = {(a,a),(a,c),(c,b),(a,b)} Anti-simétrica: Sejam x A e y A. Uma relação R é anti-simétrica se (x,y) R e (y,x) R implica que x=y. Alternativamente, uma relação é anti-simétrica: Se x e y são elementos distintos do conjunto A então x não tem relação com y ou (exclusivo) y não tem relação com x, o que significa que o par de elementos distintos (x,y) do conjunto A poderá estar na relação desde que o par (y,x) não esteja. Exemplo: Uma relação anti-simétrica em A={a,b,c}, é: R = {(a,a),(b,b),(a,b),(a,c) } Relação de equivalência Uma relação R sobre um conjunto A não vazio é chamada relação de equivalência sobre A se, e somente se, R é reflexiva, simétrica e transitiva.
  • 8. Exemplo: Se A={a,b,c} então a relação R em AxA, definida abaixo, é de equivalência: R = {(a,a),(b,b),(c,c),(a,c),(c,a) } Funções no Plano Cartesiano Referência histórica: Leonhard Euler (1707-1783), médico, teólogo, astrônomo e matemático suíço, desenvolveu trabalhos em quase todos os ramos da Matemática Pura e Aplicada, com destaque para a Análise - estudo dos processos infinitos - desenvolvendo a idéia de função. Foi o responsável também pela adoção do símbolo f(x) para representar uma função de x. Hoje, função é uma das idéias essenciais em Matemática. Uma função f de A em B é uma relação em AxB, que associa a cada variável x em A, um único y em B. Uma das notações mais usadas para uma função de A em B, é: f:A B Quatro aspectos chamam a atenção na definição apresentada:  O domínio A da relação.  O contradomínio B da relação.  Todo elemento de A deve ter correspondente em B.  Cada elemento de A só poderá ter no máximo um correspondente no contradomínio B. Estas características nos informam que uma função pode ser vista geometricamente como uma linha no plano, contida em AxB, que só pode ser "cortada" uma única vez por uma reta vertical, qualquer que seja esta reta. Exemplo: A circunferência definida por R={(x,y) R²: x²+y²=a²} é uma relação que não é uma função, pois tomando a reta vertical x=0, obtemos ordenadas diferentes para a mesma abscissa x.
  • 9. Neste caso Dom(R)=[-a,a] e CoDom(R)=[-a,a]. Relações que não são funções Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação R4 = { (a,1), (b,2), (c,3), (d,3), (a,3) } não é uma função em AxB, pois associado ao mesmo valor a existem dois valores distintos que são 1 e 3. Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação R5 = { (a,1), (a,3), (b,2), (c,3) } não é uma função em AxB, pois nem todos os elementos do primeiro conjunto A estão associados a elementos do segundo conjunto B.
  • 10. Na sequência, apresentaremos alguns exemplos importantes de funções reais Funções afim e lineares Função afim: Sejam a e b números reais, sendo a não nulo. Uma função afim é uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=ax+b. Exemplos: 1. f(x)=-3x+1 2. f(x)=2x+7 3. f(x)=(1/2)x+4 Se b é diferente de zero, o gráfico da função afim é uma reta que não passa pela origem (0,0). Função linear: Seja a um número real. Uma função linear é uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=ax. Exemplos:
  • 11. 1. f(x)=-3x 2. f(x)=2x 3. f(x)=x/2 O gráfico da função linear é uma reta que sempre passa pela origem (0,0). Função Identidade É uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=x. O gráfico da Identidade é uma reta que divide o primeiro quadrante e também o terceiro quadrante em duas partes iguais. Funções constantes Seja b um número real. A função constante associa a cada x R o valor f(x)=b. Exemplos: 1. f(x)=1 2. f(x)=-7 3. f(x)=0 O gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo das abscissas (eixo horizontal).
  • 12. Funções quadráticas Sejam a, b e c números reais, com a não nulo. A função quadrática é uma função f:R R que para cada x em R, f(x)=ax²+bx+c. Exemplos: 1. f(x)=x² 2. f(x)=-4 x² 3. f(x)=x²-4x+3 4. f(x)=-x²+2x+7 O gráfico de uma função quadrática é uma curva denominada parábola. Funções cúbicas Sejam a, b, c e d números reais, sendo a diferente de zero. A função cúbica é uma função f:R R que para cada x em R, associa f(x)=ax³+bx²+cx+d. Exemplos: 1. f(x)=x³
  • 13. 2. f(x)=-4x³ 3. f(x)=2x³+x²-4x+3 4. f(x)=-7x³+x²+2x+7 O gráfico da função cúbica do item (a), se assemelha a uma parábola tanto no primeiro como no terceiro quadrante, mas no primeiro os valores de f(x) são positivos e no terceiro os valores de f(x) são negativos. Domínio, contradomínio e imagem de uma função Como nem toda relação é uma função, às vezes, alguns elementos poderão não ter correspondentes associados para todos os números reais e para evitar problemas como estes, costuma-se definir o Domínio de uma função f, denotado por Dom(f), como o conjunto onde esta relação f tem significado. Consideremos a função real que calcula a raiz quadrada de um número real. Deve estar claro que a raiz quadrada de -1 não é um número real, assim como não são reais as raízes quadradas de quaisquer números negativos, dessa forma o domínio desta função só poderá ser o intervalo [0, ), onde a raiz quadrada tem sentido sobre os reais. Como nem todos os elementos do contradomínio de uma função f estão relacionados, define-se a Imagem de f, denotada por Im(f), como o conjunto de todos os elementos do contradomínio que estão relacionados com elementos do domínio de f, isto é: Im(f) = { y em B: existe x em A tal que y=f(x) } Observe que, se uma relação R é uma função de A em B, então A é o domínio e B é o contradomínio da função e se x é um elemento do domínio de uma função f, então a imagem de x é denotada por f(x). Exemplos: Cada função abaixo, tem características distintas. 1. f:R R definida por f(x)=x² Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f)=[0, ) 2. f:[0,2] R definida por f(x)=x² Dom(f)=[0,2], CoDom(f)=R e Im(f)=[0,4] 3. A função modular é definida por f:R R tal que f(x)=|x|, Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f)=[0, ) e seu gráfico é dado por:
  • 14. 4. Uma semi-circunferência é dada pela função real f:R R, definida por Dom(f)=[-2,2], CoDom(f)=R, Im(f)=[0,2] e seu gráfico é dado por: Funções injetoras Uma função f:A B é injetora se quaisquer dois elementos distintos de A, sempre possuem imagens distintas em B, isto é: x1 x2 implica que f(x1) f(x2) ou de forma equivalente f(x1)=f(x2) implica que x1=x2 Exemplos: 1. A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é injetora, pois sempre que tomamos dois valores diferentes para x, obtemos dois valores diferentes para f(x). 2. A função f:R R definida por f(x)=x²+5 não é injetora, pois para x=1 temos f(1)=6 e para x=-1 temos f(-1)=6.
  • 15. Funções sobrejetoras Uma função f:A B é sobrejetora se todo elemento de B é a imagem de pelo menos um elemento de A. Isto equivale a afirmar que a imagem da função deve ser exatamente igual a B que é o contradomínio da função, ou seja, para todo y em B existe x em A tal que y=f(x). Exemplos: 1. A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é sobrejetora, pois todo elemento de R é imagem de um elemento de R pela função. 2. A função f:R (0, ) definida por f(x)=x² é sobrejetora, pois todo elemento pertecente a (0, ) é imagem de pelo menos um elemento de R pela função. 3. A função f:R R definida por f(x)=2x não é sobrejetora, pois o número -1 é elemento do contradomínio R e não é imagem de qualquer elemento do domínio. Funções bijetoras Uma função f:A B é bijetora se ela é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora. Exemplo: A função f:R R dada por f(x)=2x é bijetora, pois é injetora e bijetora. Funções Pares e Ímpares Função par: Uma função real f é par se, para todo x do domínio de f, tem-se que f(x)=f(-x). Uma função par possui o gráfico simétrico em relação ao eixo vertical OY. Exemplo: A função f(x)=x² é par, pois f(-x)=x²=f(x). Observe o gráfico de f! Outra função par é g(x)=cos(x) pois g(-x)=cos(-x)=cos(x)=g(x).
  • 16. Função ímpar: Uma função real f é ímpar se, para todo x do domínio de f, tem-se que f(-x)=-f(x). Uma função ímpar possui o gráfico simétrico em relação à origem do sistema cartesiano. Exemplo: As funções reais f(x)=5x e g(x)=sen(x) são ímpares, pois: f(-x)=5(-x)=- 5x=-f(x) e g(-x)=sen(-x)=-sen(x)=-g(x). Veja o gráfico para observar a simetria em relação à origem. Funções crescentes e decrescentes Função crescente: Uma função f é crescente, se quaisquer que sejam x e y no Domínio de f, com x<y, tivermos f(x)<f(y). Isto é, conforme o valor de x aumenta, o valor da imagem de x pela função também aumenta. Exemplo: Seja a função f:R R definida por f(x)=8x+2. Para os valores: a=1 e b=2, obtemos f(a)=10 e f(b)=18. Como o gráfico de f é uma reta, a<b e f(a)<f(b) então a função é crescente. Função decrescente: Uma função f é decrescente, se para quaisquer x e y do Domínio de f, com x<y, tivermos f(x)>f(y). Isto é, conforme o valores de x aumentam, os valores da imagem de x pela função f diminuem.
  • 17. Exemplo: Seja a função f:R R definida por f(x)=-8x+2. Para a=1 e b=2, obtemos f(a)=-6 e f(b)=-14. Como o gráfico de f é uma reta, a<b e f(a)>f(b), a função é decrescente. Funções Compostas Dadas as funções f:A B e g:B C, a composta de f com g, denotada por g©f, é a função definida por (g©f)(x)=g(f(x)). gof pode ser lida como "g bola f". Para que a composição ocorra o CoDom(f)=Dom(g). Exemplo: Sejam as funções reais definidas por f(u)=4u+2 e g(x)=7x-4. As composições fog e gof são possíveis e neste caso serão definidas por: (f©g)(x)=f(g(x))=g(7x-4)=4(7x-4)+2=28x-14 (g©f)(u)=g(f(u))=g(4u+2)=7(4u+2)-4=28u+10 Como a variável u não é importante no contexto, ela pode ser substituída por x e teremos: (g©f)(x)=g(f(x))=g(4x+2)=7(4x+2)-4=28x+10 Observação:Em geral, f©g é diferente de g©f. Exemplo: Consideremos as funções reais definidas por f(x)=x²+1 e g(x)=2x-4. Então: (f©g)(x)=f(g(x))=f(2x-4)=(2x-4)²+1=4x²-16x+17 (g©f)(x)=g(f(x))=g(x²+1)=2(x²+1)-4=2x²-2 Funções Inversas
  • 18. Dada uma função bijetora f:A B, denomina-se função inversa de f à função g:B A tal que se f(a)=b, então g(b)=a, quaisquer que sejam a em A e b em B. Denotamos a função inversa de f por f-1. Observação importante: Se g é a inversa de f e f é a inversa de g, valem as relações: g©f=IA e f©g=IB onde IA e IB são, respectivamente, as funções identidades nos conjuntos A e B. Esta característica algébrica permite afirmar que os gráficos de f e de sua inversa de g são simétricos em relação à função identidade (y=x). Exemplo: Sejam A={1,2,3,4,5}, B={2,4,6,8,10} e a função f:A B definida por f(x)=2x e g:B A definida por g(x)=x/2. Observemos nos gráficos as situações das setas indicativas das ações das funções. Obtenção da inversa: Seja f:R R, f(x)=x+3. Tomando y no lugar de f(x), teremos y=x+3. Trocando x por y e y por x, teremos x=y+3 e isolando y obteremos y=x-3. Assim, g(x)=x-3 é a função inversa de f(x)=x+3. Assim fog=gof=Identidade. Com o gráfico observamos a simetria em relação à reta identidade. Operações com Funções Dadas as funções f e g, podemos realizar algumas operações, entre as quais:
  • 19. (f+g)(x) = f(x)+g(x)  (f-g)(x) = f(x)-g(x)  (f.g)(x) = f(x).g(x)  (f/g)(x) = f(x)/g(x), se g(x) 0. Funções Polinomiais Uma função polinomial real tem a forma f(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + ao sendo Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f) dependente de f. Observação: A área de um quadrado pode ser representada pela função real f(x)=x² onde x é a medida do lado do quadrado e o volume de um cubo pode ser dado pela função real f(x)=x³ onde x é a medida da aresta do cubo. Esta é a razão pela qual associamos as palavras quadrado e cubo às funções com as potências 2 e 3. Aplicação: As funções polinomiais são muito úteis na vida. Uma aplicação simples pode ser realizada quando se pretende obter o volume de uma caixa (sem tampa) na forma de paralelepípedo que se pode construir com uma chapa metálica quadrada com 20 cm de lado, com a retirada de pequenos quadrados de lado igual a x nos quatro cantos da chapa. Concluímos que V(x)=(20-2x)x² e com esta função é possível obter valores ótimos para construir a caixa. Construída por Rossana M.M.Pereira e Ulysses Sodré. Atualizada em 24/mar/2005.