2. Lesões ovarianas benignas
Afecções benignas como lesões císticas não
neoplásicas e os tumores ovarianos benignos:
maioria das massas ovarianas.
A caracterização por TC ou RM se baseia
classicamente na morfologia interna, tecidos,
vascularização e topografia das lesões.
3. Lesões císticas não neoplásicas
Cisto ovariano fisiológico
Cisto de inclusão peritoneal
Hyperreactio luteinalis
Síndrome dos ovários policísticos
Cisto endometrióide
Hidrossalpinge
4. Cisto ovariano fisiológico
Etiologia: falta de rotura ou de regressão de
folículos ovarianos;
Tamanho: 3 a 8 cm, maioria até 5 cm;
Extremamente comuns em idade fértil;
Maioria é assintomática e hormonalmente inativa;
Complicações: rotura, hemorragia e torção;
Cistos foliculares na puberdade: síndrome de
McCune-Albright.
5. Cisto ovariano fisiológico
RM e TC: uniloculares, exibindo as mesmas
características de imagem dos folículos normais.
Imagem de sinal alto ou intermediário em T1:
hemorragia;
Nestes casos: úteis técnicas de saturação de
gordura para diferenciar entre conteúdo
proteináceo ou hemorrágico e gordura.
8. Cisto de inclusão peritoneal
São pseudocistos formados por acúmulos de
líquido produzido pelos ovários que são formados
secundariamente às aderências peritoneais;
Tipicamente encontrados na pré-menopausa com
história de cirurgia, endometriose ou DIP;
Tamanho variável: alguns mm a grandes lesões
císticas;
Sintomas: dor ou desconforto pélvico por efeito de
massa ou assintomáticos.
9. Cisto de inclusão peritoneal
Nos exames de imagem aparecem como:
• Lesões anexiais císticas uni ou multiloculares;
• Contornos irregulares definidos pelas estruturas
ao redor da lesão;
• Massa anexial cística que contenha o ovário no
centro ou na periferia da lesão: altamente
sugestivo;
• Geralmente densidade e sinal de água;
• Pode conter septações finas, mas não há realce.
10. Septações junto ao útero, ovário no meio da lesão e parede da lesão sem realce
11. Hyperreactio luteinalis
Ou Síndrome da Hiperestimulação Ovariana
* Etiologia: transtornos associados a altos níveis de
HcG: mola hidatiforme, coriocarcinoma e,
raramente, em gestações múltiplas ou diabetes.
* Até 65% das pacientes tratadas como
gonadotrofinas para infertilidade;
•Típico: ovários aumentados de volume com
múltiplos cistos teca-luteínicos;
• Casos graves: ↑ovários, ascite e derrame pleural:
12. Hyperreactio luteinalis
Achados nas imagens:
Ovários bilateralmente aumentados de
volume( 10 a 20cm);
Assemelham-se a tumores multicísticos e
apresentam tamanho uniforme;
Conteúdo semelhante à água e não há
espessamento mural.
13. Síndrome dos ovários policísticos
Transtorno endócrino complexo caracterizado
por hiperandrogenismo e anovulação crônica;
Afeta 5 a 20% das mulheres em idade fértil e
até 50% das mulheres com infertilidade;
Tríade clássica de amenorreia, hirsutismo e
obesidade ocorrem em metade das pacientes;
SOP não deve ser diagnosticada apenas por
imagens;
Papel da RM: complementação da US
14. Síndrome dos ovários policísticos
RM: ovários esféricos, discretamente
aumentados de volume bilateralmente com
numerosos pequenos folículos em uma localização
subcapsular, rodeando o estroma central
anormalmente largo e com baixa intensidade do
sinal;
Diferentemente dos ovários normais,estes
folículos medem menos de 1,0 cm e tem tamanho
e aspecto uniformes;
Fazer imagens das suprarrenais: descartar
tumor
15. Cisto endometriótico
Manifestação mais comum da endometriose;
Envolvimento bilateral em 33 a 50%;
Infertilidade: 30-50% das mulheres com
endometriose;
Causa mais comum de dor pélvica crônica em
mulheres em idade fértil;
Cistos endometrióticos se apresentam como
lesões hemorrágicas complexas cheias de
derivados do sangue de diferentes idades.
16. Cisto endometriótico
Parede do cisto geralmente espessa e fibrótica
e cercada por aderências;
Maioria: 3 a 6 cm e raramente excede 15 cm;
Ca-125 pode estar elevado e se correlaciona
com a atividade da doença;
RM: diagnóstico se baseia na detecção de
derivados do sangue de diferentes idades em
massa anexial uni ou bilateral;
17. Cisto endometriótico
Compostas por cistos únicos ou múltiplos,
tipicamente exibindo alta intensidade do sinal em
T1 com e sem supressão de gordura;
Variável a intensidade de sinal em T2;
Baixa intensidade em T2(“sombreado”)se deve
ao sangramento crônico e é um sinal específico de
endometriomas;
Forma irregular e paredes espessas com baixa
intensidade de sinal e que realçam pós contraste.
20. Hidrossalpinge
A salpingite é a causa mais comum de oclusão
da tuba uterina distal, o que resulta em
hidrossalpinge;
Outras causas: tumores tubários, endometriose
e aderências de cirurgias prévias;
Líquido seroso, sangue ou pus podem
acumular-se e causar a dilatação da tuba;
Nas imagens: se apresenta como uma estrutura
tubular cheia de líquido que se origina no fundo
uterino e é separada do ovário ipsilateral;
21. Hidrossalpinge
Se grande: devido à proximidade do ovário,
pode simular uma lesão anexial multisseptada;
No entanto, a hidrossalpinge aparece como
uma estrutura cística tortuosa com septações
murais interdigitadas;
A parede e os septos são finos e exibem baixa
intensidade de sinal em T2. O realce septal distinto
nas imagens contrastadas ponderadas em T1 ou de
TC podem oferecer o diagnóstico de piossalpingite;
Habitualmente: alto sinal em T2.
22.
23.
24. Diagnóstico Diferencial
RM e TC multiplanares e a opacificação do
intestino na TC facilitam a identificação da origem
ovariana ou extraovariana da lesão;
Somente os cistos paraovarianos e a
hidrossalpinge representam lesões císticas
extraovarianas;
Na hidrossalpinge extensa: pode ser difícil
diferenciar de cistadenoma multissepatado, mas a
estrutura serpenginosa e a presença de pregas
murais e de septos incompletos são características
da tuba dilatada;
25. Diagnóstico Diferencial
Cistadenoma pode exibir as mesmas
características dos cistos foliculares: geralmente se
realiza seguimento US cistos funcionais
regridem em 2 a 3 ciclos menstruais;
A falta de realce da parede, os contornos
irregulares e antecedentes de cirurgia ou de
aderências pélvicas: cistos de inclusão
perioteneais;
O tamanho uniforme dos cistos e um quadro
clínico típico auxiliam na diferenciação de cistos
teca-luteínicos;
26. Diagnóstico Diferencial
A saturação de gordura auxilia em identificar
gordura nos dermoides, que, como os
endometriomas, podem exibir alta intensidade de
sinal nas imagens ponderadas em T1;
Diferentemente dos endometriomas, os cistos
hemorrágicos funcionais geralmente são unilaterais e
não exibem hipossinal nas imagens ponderadas em
T2;
A falta de componentes sólidos ou de projeções
papilares auxilia em diferenciar endometriomas dos
cânceres de ovário hemorrágicos ou mucinosos.
27. Tumores ovarianos benignos
A maioria dos tumores ovarianos é benigna (60-
80%);
Grande espectro de tumores ovarianos;
Tipos: teratoma benigno(58%), cistadenomas
(37%), fibromas-fibrotecomas(4%) e tumores de
Brenner(1%).
28. Teratoma cístico benigno
Tumores benignos de células germinativas;
Neoplasia ovariana mais comum em idade
fértil;
Bilaterais em 10 a 25% dos casos;
A maioria tem material gorduroso liquefeito e
pêlos no interior da cavidade do cisto ou há tecido
adiposo dentro da parede do cisto ou do tampão
dermoide;
Tamanho: 60% medem entre 5 e 10cm;
Complicações: torção, peritonite química e
29. Teratoma cístico benigno
Imagens: TC e RM:
Característica específica: gordura no interior de
uma lesão ovariana unilocular encapsulada;
Não se recomenda sequência STIR
(endometriomas podem ter supressão de sinal);
Uso de imagens com desvio químico;
Cerca de 8-15% tem pouca ou nenhuma
gordura macroscópica;
TC e RM podem avaliar as complicações.
30.
31.
32.
33.
34. Cistadenoma
Maioria dos tumores epiteliais ovarianos;
Frequência aumenta com a idade: 80% dos
tumores benignos na pós-menopausa;
Lesões císticas uni ou multiloculadas com
parede fina cheias de conteúdo seroso, mucinoso
e algumas vezes hemorrágico;
Cistadenomas serosos: 20% é bilateral;
Rotura de C. mucinoso: pseudomixoma
peritoneal;
Torção e dor inespecífica por efeito de massa.
35. Cistadenoma
Imagens: TC e RM
Massas císticas de paredes finas e regulares;
Pode haver septações finas(<3mm) com realce;
Serosos costumam ser uni ou biloculados;
Intensidade do sinal e densidade de água;
Projeções papilares em até 20% dos casos;
Mucinosos costumam ser grandes(>10)cm;
Mucinosos tem intensidade variável em T1 e T2
e na TC.
39. Fibroma e fibrotecoma
Tumores de origem estromal: 3-4% dos
tumores ovarianos;
Tipicamente unilaterais(90%);
Mulheres na peri e pós-menopausa;
Compostos por fibroblastos e células em fuso e
tem abundante conteúdo em colágeno ou células
da teca; pode elevar CA-125;
Associação com síndrome de Meigs: 1%;
Tecomas são hormonalmente ativos em 60%
dos casos e câncer de endométrio em 20%.
40. Fibroma e fibrotecoma
Imagens: TC e RM:
Tumores ovarianos sólidos bem delimitados;
T1: baixa a intermediária intensidade do sinal;
T2: Sinal muito baixo(semelhante leiomiomas);
Realce leve ou tardio pós contraste(TC e RM);
Lesões maiores: calcificações amorfas.
43. Tumor de Brenner
Raros tumores ovarianos epiteliais(2%);
Idade média à apresentação: 50 anos;
Vasta maioria é benigna(98%);
Incidentaloma;
Menor de 2 cm em 60% dos casos;
Imagem: tumor sólido unilateral com baixo sinal
em T2;
TC: calcificações amorfas;
Imagem cística: diagnóstico de tumor de fusão.
45. Diagnóstico Diferencial
Alto sinal em T1: dermoides, endometriomas,
cistos hemorrágicos e tumores mucinosos
hemorrágicos;
T1 com supressão de gordura(↓sinal):
teratoma
Dermoides sem gordura ou monodérmicos
raros (ex: struma ovarii): indistinguível do câncer
de ovário;
Controle sequencial;
Tumores anexiais sólidos de baixo sinal em T2:
fibromas, fibrotecomas ou tumor de Brenner.
46.
47.
48. Neoplasias Malignas do Ovário
Neoplasias epiteliais(86%);
Neoplasias de células germinativas;
Neoplasias do cordão sexual-estroma;
Linfoma.
Dependendo das características histológicas e
do comportamento biológico, as lesões epiteliais
podem ser classificadas como invasivas ou
limítrofes.
49.
50. Câncer de Ovário Epitelial
Segunda malignidade ginecológica mais
comum(Haaga); 8º. neoplasia em mulheres(Brasil)
INCA: Estimativa de novos casos: 3.837 (2009);
Número de mortes: 2.836 (2008)
Incidência se eleva continuamente entre os 30
e os 70 anos, com pico aos 59 anos;
Mais letal que o câncer de endométrio e colo
uterino combinados;
ACS: 22430 novos casos e 15280 mortes em
51.
52.
53. Câncer de Ovário Epitelial
Devido à falta de sintomas e disseminação
peritoneal precoce: 70% dos casos com propagação
além da pelve(> ou = estágio III);
O estágio é o fator mais importante para o
prognóstico;
Taxas de sobrevida em 5 anos caem de 93% com
doença localizada para 28% nas com metástases;
Disseminação peritoneal(ascite); drenagem
linfática segue os vasos ováricos até LND ilíacos
comuns e para-aórticos e pelo ligamento largo e os
paramétrios até LND ilíacos externos e obturatórios.
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63. Câncer de Ovário Epitelial
Divisão histológica:
1)Cistadenocarcinoma seroso(40-65%);
2)Câncer mucinoso(10%);
3)Câncer endometrioide(10%);
4)Câncer de células claras(5%);
5)Tumor de Brenner maligno(2%);
6)Cânceres indiferenciados(5 a 10%).
64. Câncer de Ovário Epitelial
Estadiamento: sistema FIGO e TNM:
Baseia-se nos achados durante uma laparotomia
de estadiamento abrangente, que inclui uma
histerectomia abdominal total, salpingo-
ooferectomia bilateral, omentectomia infra-cólica
e linfadenectomia;
Além disso, são colhidas citologia peritoneal e
múltiplas biópsias peritoenais na pelve e abdome
superior;
Subestadiamento: 18-31% dos casos.
65. Câncer de Ovário Epitelial
Papel dos exames de imagem:
TCMD é a modalidade de escolha;
RM: papel como modalidade de solução de
problemas;
Precisão do estadiamento: 53-92% TC; 78-88%
RM;
Novos conceitos estão sendo criados tendendo a
um tratamento mais individualizado, abordado por
equipe multidisciplinar e os exames de imagem
desempenham papel fundamental.
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68.
69.
70. Câncer de Ovário Epitelial: TC e RM
Massa ovariana sólida e cística uni ou bilateral;
Lesão multiloculada com espessura > 3mm;
Septações que se contrastam irregularmente;
Componentes não fibrosos sólidos contrastados
Excrescências papilares;
Componentes císticos podem conter líquido
seroso, mucinoso ou hemorrágico(melhor visto em
T2);
Sinais secundários: ascite, implantes peritoenais
ou aumento de volume dos linfonodos.
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73.
74.
75.
76.
77.
78.
79.
80.
81.
82.
83.
84.
85. Lesão sólida OE e nódulos em FS Massa predominantemente sólida
Finos cistos e ascite em FS
Asterisco: fibroide uterino