O documento resume as principais características clínicas e morfológicas de lesões mamárias benignas e malignas. Apresenta informações sobre mamografia, sintomas, inflamações, lesões benignas proliferativas e não proliferativas, carcinoma in situ e invasivo, além de fatores de risco e genéticos associados ao câncer de mama.
Mamografia, lesões mamárias e fatores de risco câncer mama
1. Amanda Teixeira Ferro Pereira – 8º Semestre (Resumo baseado no Robbins)
A MAMA
- Características Clínicas
Mamografia
- Sensibilidade e especificidade aumentam com a idade, pois há substituição do tecido interlobular fibroso
por tecido gorduroso;
- Malignas torna-se mais frequente e beninga menos frequente com a idade;
- Triagem é recomendada a partir de 40 anos;
- Recomendado para mulheres jovens: se história familiar forte, câncer palpável prévio e risco de
desenvolver carcinoma;
- Sinais demográficos: densidade e calcificação;
- O tamanho geralmente corresponde à sentida metade da palpação;
- Lesões: carcinoma invasivo, cistos, fibroadenomas e adenose esclerosante.
- O carcinoma in situ são mais associados às calcificações irregulares agrupadas, lineares ou ramificas.
- Causas de não detecção na imagem mamográfica: ausência de calcificações, tamanho e localização.
- A USG pode auxiliar ao distinguir lesões sólidas de císticas e definir margens. A RM pode analisar a
vascularidade tumoral.
Sintoma
(por ordem de
prevalência)
Causa/Surgimento Prevalência Malignidade Tipos
histológicos
encontrados
Dor
Cistos rompidos,
área de lesão
prévia ou
infecções
10% dos cânceres
mamários se
apresentam com
dor
Massas
palpáveis
A partir de 2 cm
de diâmetro uma
massa pode torna-
se palpável
(depende do local,
por exemplo)
Mulheres pré-
menopausa e
tornam-se menos
frequente com a
idade.
Probabilidade
de ser maligna
aumenta com a
idade.
Carcinomas
invasivos,
fibroadenomas
e cistos. Mais
localizados no
quadrante
superior
externo.
Descarga
mamilar
Pode ser
encontrada por
hiperprolactinemia,
hipertireoidismo,
síndromes
anovulatórios
endócrinos , uso de
anticoncelcional,
metildopa,
fenotiazinas,
antidepressivos
tricíclicos
Quando
unilateral e
espontâneo é
importante.
Serosas e
sanguinolentas
chamam mais
atenção, mas
raramente são
malignas.
Aumenta com a
idade o risco de
malignidade.
Papilomas
únicos de
grandes
ductos, cistos
ou carcinoma
(invasivo ou in
situ).
2. INFLAMAÇÕES
Tipo Período de
ocorrência/
Grupo de
ocorrência
Causa Apresentação
clínica
Morfologia Tratamento
Mastite Aguda
Lactação
(desenvolvimento de
fendas e fissuras)
Infecção por
sthaylos e
Strepto
Massa dolorosa e
eritemasa,
febre
Área localizada
de inflamação
aguda que pode
progredir para
formação de um
ou de múltiplos
abcessos. Tecido
pode estar
necrótico e com
infiltrado de
neutrófilos
Antibióticos e drenagem
da mama
Mastite
Periductal
Túneis são
criados sob a
musculatura
lisa do mamilo
e abre-se
sobre a pele
na margem da
aréola.
Massa subareolar
eritematosa
dolorosa. Fibrose e
cicatrização podem
levar a mamilo
invertido.
Epitélio
escamoso
queratinizado
estende-se a
profundidade
anormal nos
orifícios dos
ductos
mamilares.
Queratina
permanece no
sistema ductal e
leva a dilatação e
ruptura dos
ductos.
Remoção do ducto
envolvido e do seu trato
fissular. Recorrências são
comuns se epitélio
queratinizado ofensor
permanecer.Se infecção
associada:
antibioticoterapia.
Ectasia do
ducto
mamário
5ª/6ª década de
vida, geralmente em
multíparas
Massa periareolar
palpável e secreções
espessas brancas.
Dor e eritema são
incomuns. Como a
massa é irregular
pode ser confundida
com carcinoma pela
palpação e exame
mamográfico.
Ductos dilatados
são preenchidos
por dedritos
granulares. Há
infiltrados de
macrófagos e
linfócitos.
Inflamação
granulomatosa
devido a
depósito de
colesterol.
Fibrose pode
levar a retração
cutânea e
mamilar.
Necrose
gordurosa
Relacionadas a
historia de cirurgia
previa ou trauma.
Massa palpável
indolor,
espessamento ou
retração cutânea.
Densidade e
calcificações
mamográficas são
encontradas.
Hemorragia e
necrose
liquefativa
central e
gordurosa.
Depois forma-se
nódulo mal
definido do
tecido branco
acinzentado. Há
Foco vira tecido cicatricial
ou pode ser incisado e
isolado pelo colágeno.
3. LESÕES BENIGNAS
Tipo Subtipos Morfologia Clínica
Não- Proliferativa
Cistos
Dilatação e expansão dos
lóbulos. Delineados por
epitélio atrófico plano e
células alteradas por
metaplasia apócrina
(citoplasma eosinófilo e
granular abundante com
núcleos arredondados).
Há calcificações.
Cistos há massa
palpável, sendo
alarmante quando
únicos, firmes e não
complacentes. Há
calcificações.
Fibrose
Rompimento dos cistos,
inflamação crônica
Adenose
Aumento do número de
ácinos. Nas mulheres não
grávidas a alteração é
focal. Calcificações podem
estar presentes dentro
dos lúmens.
Há calcificações. As
adenoses
lactacionais são
massas palpáveis por
uma resposta focal
exagerada às
influências
hormoniais.
Hiperplasia epitelial Lúmens irregulares
(frenestrações)
Número de ácinos
aumentados. Ácinos são
um foco de
células adiposas
cercadas por
macrófagos e
infiltração
neutrófila.
Proliferam vasos,
linfócitos,
fibroblastos e
histiócitos.
Mastopatia
linfocítica
Mais comum em
diabéticas ou
doenças
autoimunes.
Massas palpáveis ou
únicas e bilaterais e
detectadas à
mamografia.
Estroma
colagenoso em
torno de ductos e
lóbulos atróficos
e membrana
basal espessada.
Infiltrado
linfocítico cerca
epitélio e vasos
sanguíneos.
Mastite
granulomatosa
Mulheres que deram
a luz
Infecções
fungicas,
próteses
mamárias ou
piercing
mamilar
Granulomas
envolvendo
epitélio lobular
4. Proliferativa sem atipia
Adenose Esclerosante comprimidos e distorcidos
nas porções centrais e
dilatados na periferia.
Margem bem circunscrita
(difere de carcinoma) Raramente formam
massas palpáveis.
Detectadas na
mamografia com
densidade e
calcificação.
Lesão esclerosante
complexa
Lesões estreladas.
Densidade demográfica é
irregular e lembra
carcinoma invasivo.
Papiloma
Centros fibrovasculares
com ramificações
múltiplas, eixo revestido
por células luminais e
mioepiteliais. Maiores são
solitários, menores são
múltiplos e profundos e
aumentam risco para
carcinoma.
Proliferativa com atipia
Ductal
Apresenta calcificação. Há
células monomórficas,
localização regular e
lúmens arredondados
Encontradas em
biopsias, por
densidade ou massas
palpáveis. Fatores
que influenciam na
malignidade:
menopausa,
histórico familiar e
tempo desde última
biopsia.
Lobular
Achada casualmente em
biopsias. Preenchem 50 %
dos ácinos e podem
estender aos ductos.
Associado a risco maior de
carcinoma.
Carcinoma
. FATORES DE RISCO
1-Idade – Maior que 50 anos;
2-Idade da menarca – Se precoce (menos que 11 anos) ou tardia;
3- Primeiro nativivo- Menor que 20 anos;
4- Parentesco de 1 º;
5- Biopsias mamárias com atipias;
6-Raça (negra com maior malignidade e mortalidade, e caucasiana com maior índice de câncer de mama)
7-Exposição ao estrogênio;
8- Exposição á radiação;
9-Carcinoma;
10-Influência geográfica;
11-Dieta;
12-Obesidade;
13-Exercício;
14-Amamentação;
15- Toxinas ambientais.
5. . FATORES GENÉTICOS ENVOLVIDOS
Gens Funções Risco de
câncer de
mama
Fatores que
contribuem
Idade de
início
Particularidade
BRCA1
Supressores
tumorais, regulação
transcricional e
reparação do DNA
60%-80%
Parentes de
1º grau,
antes da
menopausa,
câncer de
ovário ou
mama
masculino
Mais jovens
(40-50 anos)
Aumenta chance
de câncer
mamário. Mais
comuns. Não
expressam
receptores
hormonais ou
supreexpressam
HER2/neu. Padrão
de crescimento
com margens
compressivas.
BRCA2 50 anos
Maior frequência
associada ao
câncer de mama
masculino
Obs.: E- caderina são encontradas no ductal e no HER2/neu.
Aqueles que expressam HER2 são pouco diferenciados.
A maioria dos cânceres são receptores de estrogênio positivos.
CARCINOMA IN SITU
- Limitada ao ducto e lóbulo pela membrana basal;
- Não invade linfáticos, vasos sanguíneos e não produzem metástases;
- Classificado como ductal ou lobular.
Tipo IN SITU Exames Morfologia Clínica Malignidade Profilaxia
ou
Tratamento
Subtipos
Ductal
Apresenta com
frequência
calcificações
Células malignas
limitadas aos
ductos e lóbulos.
Células
mioepiteliais
preservadas.
Envolve apenas um
sistema ductal,
apesar das células
poderem se
propagar e
produzirem lesão
extensiva. Ácinos e
lóbulos podem
estar distorcidos,
expandidos.
Maioria não
detectada pela
palpação ou
inspeção visual.
Quando há
fibrose ou
necrose a
visualização é
grosseira.
Os extensivos e
de alto grau
evoluem para
carcinoma
invasivo. Fatores
de risco
relacionados são:
tamanho, grau e
margens.
Tamoxifeno
pode reduzir o
risco de
compliação,
mas apenas
válidos para
os que forem
receptores de
estrogênio
positivos.
Comedocarcinoma
Massas sólidas
com células
pelomórficas com
núcleo alto e
necrose central
que calcificam-se
(ramificadamente
ou linerarmente).
Podem ser
palpados como
nódulos.
Não
comedocarcinoma
Célula
monomórficas
com graus de
6. Ductal
Apresenta com
frequência
calcificações
Células malignas
limitadas aos
ductos e lóbulos.
Células
mioepiteliais
preservadas.
Envolve apenas um
sistema ductal,
apesar das células
poderem se
propagar e
produzirem lesão
extensiva. Ácinos e
lóbulos podem
estar distorcidos,
expandidos.
Maioria não
detectada pela
palpação ou
inspeção visual.
Quando há
fibrose ou
necrose a
visualização é
grosseira.
Os extensivos e
de alto grau
evoluem para
carcinoma
invasivo. Fatores
de risco
relacionados são:
tamanho, grau e
margens.
Tamoxifeno
pode reduzir o
risco de
compliação,
mas apenas
válidos para
os que forem
receptores de
estrogênio
positivos.
baixo para
alto.Podem ser
cribiforme
(fenestrações e
lúmen com
material
secretado) ou
sólidos ( não
possuem
calcificações e
podem ser
clinicamente
ocultos e distorcer
o lúmen com seus
preenchimentos).
Doença de Paget –
Raro. Erupção
eritematosa
unilateral, não
atravessam
membrana basal,
mas rompem
membrana
epitelial e
extravasa líquido.
Papilar
Eixos
fibrovasculares
(revestidos por
células colunares
altas) estendem
para o ducto
Micropapilar
Papilas crescem
par aa luz do
lúmen mas não
possuem núcleos
fibrovasculares.
Lobular
Achado casual
em biopsia. Não
associado a
calcificação ou
densidade
Não apresentam E-
caderina. Células
pequenas com
núcleos
ovais/arredondados
e nucléolos
pequenos. Anel de
sinete com mucina.
Raramente
deformam a
arquitetura. Quase
sempre expressam
receptores de
estrogênio e
progesterona
Bilateral (mais
do que o ductal)
Mastectomia
profilática
bilateral,
tamoxifeno e
seguimento
clínico com
triagem
mamográfica.
CARCINOMA INVASIVO
- Apresenta-se quase sempre como massa palpável(nesse momento já há metástase para linfonodos
axilares);
- Bloqueando drenagem cutânea: linfedema, espessamento cutâneo “casca de laranja”;
7. - Podem se fixar na parede torácica ou deprimí-la;
- Carcinoma Inflamatório há padrão infiltrativo difuso e não forma massa palpável nítida, diagnóstico
conforme clínica e não correlaciona com tipo histológico;
- Fator prognóstico determinado por: exame patológico, carcinoma primário e linfonodos axilares;
- Fatores prognósticos: In situ ou Invasivo/ Metástase distante/Metástase linfonodal (1º)/Tamanho do
tumor (2º)/ Doença localmente avançada (músculo, pele, associado com doenças)/Carcinoma Inflamatório.
- Fatores prognósticos menores: subtipos histológicos, grau do tumor (I – Bem diferenciado e III – pouco
diferenciado /quanto maior o grau, pior), receptores de estrogênio e de progesterona (melhor
prognóstico), HRE2/neu (superexpressão é ruim), invasão linfovascular (ruim), frequências proliferativas
(ruim) e conteúdo do DNA (aneuploides índice tumoral e pior prognóstico).
Tipo INVASIVO Particularidades Clínica Morfologia Prevalência
Ductal
Quando bem
diferenciado (DCIS
baixo grau) expressam
Receptores de
estrogênio e não
superexpressam
HER2/neu. Já quando
pleomórfico ocorre o
contrário (pouco
diferenciado DCIS -
COMEDOCARCINOMA).
Consistência dura á
palpação.
Firme, duro, com
margem irregular
Pequenos focos
pontilhados ou
cordões de estroma
elástico branco e
ocasionalmente
calcificalão
Correspondem a 70-
80% dos carcinomas
invasivos
Lobular
Maior incidência de
bilateralidade. Os bem
diferenciados e
moderadamente
diferenciados
expressam receptores
para estrogênio. Pouco
diferenciados
superexpressam
HRE2/neu
Massa palpável e
densidade
mamográfica.
Alterações sutis
mamografia quando
vagamente espessos.
Mesmo prognóstico
que ductal invasivo
Arranjo paralelos de
células pequenas e
irregulares com
citoplasma escasso
infiltra isoladamente
em arranjos lineares
ou como pequenos
grupos.
Mulheres pós
menopausa. Associado
a LCIS.
Medular
Não há receptores
hormonais e de
superexpressam de
HRE2/neu. São pouco
diferenciados.
Massa bem
circunscrita pode ser
confundida com
fibroadenoma. Melhor
prognóstico do que
ductal invasivo.
Alto grau nuclear,
aneuploidia. Celulas
sinciciais e sólicas,
grandes, com núcleos
vesiculares e
pleomórficos. Núclélos
proeminentes e
mitoses frequentes
Mucinoso
Diploides e expressam
receptores hormonais
Massas circunscritas.
Melhor prognóstico do
que ductal invasivo.
Mulheres mais velhas e
com mutações em
BCRA1
Tubular
Diploides e expressam
receptores hormonais.
São bem diferenciados.
Densidade irregular 2% dos Canceres de
mama
Papilar Raros, mais associados
ao DCIS
Melhor prognóstico do
que ductal invasivo.
Apresentação similar
ao ductal invasivo
1% dos canceres
invasivos
Metaplásico Dificil de distinguir do
sarcoma
Estroma condroide,
células escamosas.
Componente celular
fusiforme.
TUMORES ESTROMAIS
8. MAMA MASCULINA
Ginecomastia
- uni ou bilateral
- Crescimento subareolar;
- Desequilíbrio entre estrogênio e androgênio;
- Relacionado com hiperestrenismo, cirrose hepática, drogas (álcool, maconha, heroína, terapia anti-
retroviral, esteroides anabólicos).
Carcinoma
- Raro;
- Mesmos fatores de riscos femininos;
- Maioria atribuída a mutação do BCRA2;
- Papilares invasivos são mais comuns e lobulares invasivos menos comuns;
- Positividade do receptor de estrogênio é mais comum e não amplia com a idade;
- Ulceração é mais comum do que nas mulheres;
- Envolvimento de linfonodo axilar em metade dos casos;
- Metástases são comuns para lugares distantes.
Tipo Particularidades Prevalência Clínica Exame imagem Morfologia
Fibroadenoma
Tumor benigno mais
comum da mama.
Pode calcificar por
isso requer biopsia.
Macroscopicamente:
branco acinzentado,
bem circunscrito,
firme e elástico.
Quando associado a
adenose
esclerosanre,
calcificação epitelial
ou alteração
apócrina papilar
aumenta risco de
câncer.
Mais comum
antes dos 30
anos
Múltiplo,
bilateral,
massa
palpável
Densidade e
calcificações
Estroma
delicado,
celular,
pode
distorcer o
epitélio
associado
Tumor filoide
Surge 10-20
anos após
apresentação
de
fibroadenoma
Massa
palpável
Pouco detectável
mamograficamente
Celularidade
estromal
aumentada,
atipia
histológica e
crescimento
exagerado
do estroma
Sarcoma Maligno.
Metastáse para
linfonodos são raros.
Propagação para
pulmão é comum.
Podem ser
manifestados
pós
radioterapia
Massa
palpável,
volumosa