1.
Sigmund Freud e a Psicanálise
PARTE II
O Desenvolvimento
Psicossexual
Psicologia
12º
Ano|
Escolas
do
Pensamento
da
Psicologia|
Professora
Joana
Inês
Pontes
2. 1. O que é a sexualidade para Freud?
§ Além da consciência, Freud também revoluciona a
psicologia ao atribuir importância fulcral à
sexualidade: as pulsões e desejos sexuais seriam o
material dominante do inconsciente que devido ao
seu carácter dinâmico influenciam de forma
determinante a formação da personalidade adulta.
§ Para Freud, a sexualidade é a componente
fundamental da realização do ser humano.
PRAZER SEXUAL: toda a sensação agradável provocada
pela estimulação de uma determinada zona do corpo.
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3. 1. O que é a sexualidade para Freud?
O impulso sexual e a procura de prazer erótico
determinam de forma poderosa o desenvolvimento
afectivo do ser humano.
Mas, sexualidade não é
exclusivamente sinónimo de
ato sexual: é toda a
actividade corporal que,
concentrando-se em
diferentes zonas erógenas,
tende para o prazer (auto-
satisfação).
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4. 1. O que é a sexualidade para Freud?
§ Para Freud a satisfação sexual é
toda a sensação agradável cuja
fonte é um determinado órgão
ou região corporal (sexualidade
não é genitalidade). Neste
sentido, a sexualidade não se
reduz nem à manipulação, nem
ao contacto genital.
As pulsões sexuais centram-se, desde o nascimento, em
diversos órgãos do corpo e satisfazem-se de modos muito
distintos.
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5. 2. O desenvolvimento psicossexual
§ A partir do estudo de vários pacientes, Freud
convenceu-se que os problemas de que sofriam eram
o resultado de traumas vividos nos primeiros anos de
vida.
§ Segundo Freud, o ser humano desenvolve-se em cinco
estádios, sendo que cada estádio corresponde a uma
complexa interação entre o impulso natural para a
obtenção do prazer e factores ambientais que
influenciam o modo como lidamos com os desejos
sexuais ou eróticos.
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6. 2. O desenvolvimento psicossexual
§ Freud usa o termo psicossexual para se referir ao
modo como a vivência dos nossos impulsos sexuais no
confronto com o meio envolvente tem impacto
psicológico no tipo de pessoas que viremos a ser.
§ Segundo Freud, a criança deve encontrar um
equilíbrio entre a sua necessidade de prazer e
restrições (ou permissividade) dos pais – conflito.
Como vivemos em ambientes familiares diversos e
respondemos de modo diferente às experiências
socializadoras, possuímos diferenças no modo de ser.
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7. 3. O que é um desenvolvimento psicossexual
saudável?
§ Em cada estádio de desenvolvimento, há sempre
um certo grau de frustração e ansiedade quando se
trata de passar ao estádio seguinte. Se a ansiedade
for excessiva, o desenvolvimento é perturbado,
verificando-se uma fixação do indivíduo nesse
estádio.
§ A fixação é uma ligação extremamente forte a uma
pessoa, objecto ou actividade, que era apropriada
somente nos primeiros estádios de desenvolvimento.
Diz-se que uma pessoa que contraiu uma fixação
quando parou num determinado estádio.
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8. 3. O que é um desenvolvimento psicossexual
saudável?
§ As fixações ocorrem habitualmente devido a
excessiva frustração ou excessiva satisfação na
expressão de energia sexual e agressiva num dado
estádio do desenvolvimento psicossexual.
§ Segundo Freud, uma personalidade bem ajustada
implica geralmente um equilíbrio entre as forças
d e c o m p e t i ç ã o . Po r e x e m p l o , a c r i a n ç a
excessivamente dependente que se fixou num
estádio pode tornar-se demasiado dependente mais
tarde na vida, quando confrontada com experiências
frustrantes – regressou a um ponto de fixação.
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9. 4. Estádios do desenvolvimento psicossexual
4.1 Estádio oral
F a s e
i n i c i a l
d o
d e s e n v o l v i m e n t o
ESTADIO
ORAL
(12/18
meses)
psicosexual
caracterizada
por
ac@vidades
que
se
centram
no
prazer
oral.
Marcas da vivência do estádio oral na personalidade adulta:
§ Tendência
exagerada
para
ac@vidades
de
sa@sfação
oral
(comer,
beber,
fumar,
beijar).
§ Credulidade
(“engolir”
tudo
o
que
lhe
dizem;
humor
sarcás@co)
§ Agressividade
verbal.
§ Gosto
pela
discussão
(triturar
as
ideias
dos
outros).
§ Passividade.
§ Dependência.
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10. 4.2 Estádio Anal
ESTADIO
ANAL
Fase
do
desenvolvimento
em
que
o
prazer
eró@co
(dos
12/18
meses
deriva
da
es@mulação
do
anûs
ao
reter
e
expelir
as
aos
3
anos)
fezes.
Trata-‐se
ainda
de
uma
forma
de
sexualidade
auto-‐eró@ca,
centrada
em
determinada
zona
do
corpo
do
sujeito.
Marcas da vivência do estádio oral na personalidade adulta:
§ Tendência
para
a
avareza,
me>culosidade,
obs>nação
excessiva,
preocupação
com
ordem
e
a
limpeza
(carácter
reten@vo-‐anal)
§ Tendência
para
a
crueldade,
sadismo
violência
e
destru>vidade,
rebeldia
e
desorganização
(carácter
expulsivo-‐anal)
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11. 4.3 Estádio Fálico
Fase
do
desenvolvimento
em
que
se
vive
a
primeira
experiência
sen@mental
significa@va.
O
rapaz
ESTADIO
FÁLICO compete
com
o
pai
pelo
amor
da
mãe
e
a
rapariga
(dos
3
aos
6
anos)
compete
com
a
mãe
pelo
amor
do
pai;
é
de
tal
modo
importante
esta
experiência
que
o
estádio
fálico
poderia
denominar-‐se
estádio
do
complexo
de
édipo/Electra.
§
Durante
este
período,
os
órgãos
genitais
tornam-‐se
o
centro
da
ac>vidade
eró>ca
através
da
auto-‐
es@mulação;
é
o
período
e
que
muitas
crianças
começam
a
masturbar-‐se
e
a
aperceber-‐se
das
diferenças
anatómicas
entre
os
sexos
e
de
que
a
sexualidade
faz
parte
das
relações
entre
as
pessoas.
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12. 4.3 Estádio Fálico
Complexo de Édipo
§ O
complexo
de
Édipo
é
a
atração
que
o
rapaz
tem
pela
mãe,
a
quem
ele
esteve
sempre
ligado
desde
que
nasceu,
e
que
agora
é
diferentemente
sen@da.
§ A
sexualidade,
que
era
até
esta
idade
exclusivamente
auto-‐
eró@ca,
vai
agora
ser
inves@da
nos
pais.
§ Segundo
Freud,
os
desejos
libidinosos
do
filho
para
com
a
mãe,
são
totalmente
inconscientes.
Embora
influenciem
o
seu
comportamento.
§ À
medida
que
o
seu
desejo
se
sente
mais
forte,
a
criança
entra
inconscientemente
em
compe@ção
com
o
pai.
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13. 4.3 Estádio Fálico
Complexo de Édipo
§ Isto
origina
outro
complexo
-‐
o
complexo
de
castração
-‐
em
que
o
rapaz
teme
que
o
pai
se
vingue,
mu@lando-‐o,
par@cularmente
amputando-‐lhe
os
órgãos
genitais.
§ Contudo,
este
temor,
ajuda
o
rapaz
a
resolver
o
complexo
de
Édipo:
por
causa
dele,
renuncia
aos
desejos
libidinosos
para
com
a
mãe
e
escapa
assim,
à
ameaça
de
castração.
§ Ao
mesmo
tempo,
o
rapaz
iden@fica-‐se
com
o
pai,
cujos
prazeres
e
realização
olha
como
seus,
sa@sfazendo
assim
indirectamente
os
desejos
libidinosos
rela@vos
à
mãe.
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14. 4.3 Estádio Fálico
Complexo de Electra
§ O
desenvolvimento
da
personalidade
na
rapariga
é
semelhante.
Basta
dizer,
que
também
ela
apresenta
um
complexo
de
Édipo
(às
vezes
chamado
complexo
de
Electra),
apresenta
uma
hos@lidade
para
com
a
mãe,
sendo
os
seus
desejos
libidinosos
dirigidos
para
o
pai.
§ Mas,
a
resolução
deste
complexo
não
chega
a
um
desfecho
abrupto
mediante
um
medo
repen@no
e
intenso,
semelhante
ao
complexo
de
castração.
É
resolvido
lentamente,
e
quando
o
desfecho
é
feliz,
a
rapariga
iden@fica-‐se
com
a
mãe
e
sublima
(torna
socialmente
aceitáveis)
os
seus
sen@mentos
com
o
pai.
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15. 4.3 Estádio Fálico
Marcas da vivência do estádio fálico na personalidade adulta:
Alguns
destes
complexos
passam-‐se
de
forma
inver@da,
isto
é,
a
criança
investe
sensualmente
no
progenitor
do
mesmo
sexo.
Freud
considera
que
a
forma
como
se
resolve
o
complexo
edipiano
influenciará
a
vida
afe@va
futura:
§ Falta
de
maturidade
no
plano
afe>vo.
§
Dificuldades
no
plano
do
relacionamento
sexual.
§ Personalidade
bipolar:
promiscuidade-‐cas>dade;
sedução-‐recusa.
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16. 4.2 Estádio Latência
Período
de
acalmia
rela@va
das
pulsões
sexuais
ESTADIO
LATÊNCIA
sublimadas
e
conver@das
em
desejo
de
(dos
6
aos
conhecimento,
de
competência
intelectual,
11
anos)
dsica
e
de
reconhecimento
social.
Nenhuma
fixação
ocorre
neste
estádio.
§ A
criança
aprende
a
compreender
os
papéis
sexuais,
ou
seja,
ela
aprende
o
que
é
ser
homem
e
mulher,
na
sociedade
em
que
vive.
§ Sen>mentos
como
a
repugnância,
o
nojo,
o
pudor,
a
vergonha,
contribuem
para
controlar
e
reter
a
libido.
A
existência
de
um
superego
vai
manifestar-‐
se
em
preocupações
morais.
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17. 4.2 Estádio Genital
Fase
do
desenvolvimento
em
que
se
deve
liguidar
o
ESTADIO
GENITAL
complexo
de
Édipo
para
que
uma
sexualidade
(após
a
equilibrada
e
uma
vida
psíquica
saudável
possam
puberdade)
construir-‐se.
É
o
ponto
de
chegada
de
uma
longa
viagem,
desde
a
sexualidade
auto-‐eró@ca
à
sexualidade
realis@camente
orientada,
caracterís@ca
do
indivíduo
socializado.
Marcas da vivência do estádio genital na personalidade adulta:
§ Capacidade
de
sublimação
dos
impulsos
do
id.
§ Sa@sfação
so
desejo
sexual
de
forma
socialmente
aceitável.
§ Capacidade
de
amar
e
cuidar.
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18. 5. Conluindo...
§ O
conceito
de
personalidade
tem
uma
grande
diversidade
conceptual.
A
personalidade
diz
respeito
a
um
conjunto
de
caracterís@cas
pessoais,
persistentes
e
suportadas
numa
coerência
interna.
§ A
personalidade
é,
assim,
um
conceito
que
apela
à
unicidade
do
indivíduo,
naquio
que
de
mais
específico
há
em
si
mesmo,
mas
também
à
sua
diferenciação,
aquilo
que
o
dis@ngue
dos
outros.
A
personalidade
é
uma
construção
pessoal,
que
decorre
ao
longo
da
nossa
vida.
§ A
teoria
psicanalí@ca
de
Freud,
perspec@va
a
personalidade
como
que
dominada
pelas
pulsões
inconscientes.
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19. Realizado por:
Joana Inês Pontes
Consultas:
Rodrigues, Luís(2009) Psicologia B. Lisboa: Plátano Editora, pp.
16-28
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