O documento discute o behaviorismo, definindo-o como a ideia de que o comportamento pode ser estudado cientificamente. Apresenta os principais behavioristas históricos e como eles contribuíram para o desenvolvimento da psicologia como ciência através de métodos experimentais e objetivos. Também debate a controvérsia entre determinismo e livre-arbítrio no contexto do behaviorismo.
2. Definição e História
• Ideia central: é possível uma ciência do
comportamento.
• alguns behavioristas: a ciência do
comportamento deve ser a psicologia
• Não é ponto pacífico – alguns defendem que a
psicologia não é ciência
• O debate ainda continua
Baum (2006)
3. Definição e História
• Behaviorismo : não é a ciência – é a filosofia
da ciência
• Oferece uma visão alternativa
– Vai contra o pensamento tradicional sobre o agir
• “Já que as visões tradicionais não se tem pautado pela
ciência” (P. 17)
• Implicação imediata: determinismo
Baum (2006)
4. De filosofia a ciência
• Nascimento da química: quando os pensadores
abandonaram especulações e começaram a confiar na
observação das mudanças da matéria
• O raciocínio passou a aludir apenas a termos naturais
– Ignorou qualidades sugeridas pela filosofia
• Fisiologia: abriram animais e viram funcionamento
diferente do sugerido pelos filósofos
– Funcionamento mais próximo a uma máquina (eventos
naturais)
Baum (2006)
5. De filosofia a ciência
• Darwin: seleção natural como processo
mecânico
– Choque com entidades religiosas
• Com psicologia: mesma coisa – porém ruptura
recente
– Até 1940 poucas universidades tinham
departamento de psicologia
• Em geral, vinculados aos departamentos de filosofia
Baum (2006)
6. De filosofia a ciência
• Como estudar a mente?
– Psicólogos adotaram mesmo método dos filósofos:
instrospecção
– Tarefa difícil pois precisamos de fatos científicos fidedignos
– Nascimento da psicologia objetiva e comparativa
Baum (2006)
7. Psicologia Objetiva
• Insatisfação com instrospecção
• Pouco confiável
• Muito vulnerável a distorções pessoais
• Muito subjetiva
• Outras ciências: métodos objetivos
– Replicáveis em laboratórios pelo mundo
Baum (2006)
8. Psicologia Objetiva
• Com métodos objetivos
– Possível notar diferenças de procedimento que explicassem resultados
diferentes
• Donders: tempo de reação (diferença de tempo entre a apresentação de
um estímulo e a reação de uma pessoa a ele)
• Fechner: menor diferença física entre duas luzes ou som que uma pessoa
podia detectar
• Ebbinghaus: tempo para aprender e reaprender listas de sílabas sem
sentido (medida de aprendizagem e memória)
• Pavlov: medida de um reflexo simples transferido para novos estímulos
• Em comum: expectativa de que, ao seguir métodos objetivos, a psicologia
poderia se transformar em verdadeira ciência
Baum (2006)
9. Psicologia Comparativa
• Comparações entre espécies para conhecer
melhor nossa própria espécie: origem da
psicologia comparativa
• Noção de continuidade: as espécies se
assemelham à medida que compartilham a
mesma história evolutiva
• Efeito da teoria da evolução sobre a disciplina
• Seres humanos não são mais entes à parte
• Compartilhamos com vários animais traços comportamentais
(além de anatômicos)
Baum (2006)
10. Psicologia Comparativa
• Formas de descrever semelhantes
– Raciocínio, desagrado, frustração, felicidade em bichos
» Especulações sobre estados mentais, pensamentos e emoções
– Troca de anotações desse tipo por observações rigorosas
• Muitas pesquisas com labirintos
– Tempo (aumento ou declínio)
– Número de erros
• s
Baum (2006)
11. A primeira versão do Behaviorismo
• Watson (1913): “Psychology as the behaviorist views it”
– Crescente insatisfação dos psicólogos com a introspecção e analogia
enquanto métodos
– Argumentou que “uma técnica melhor fornecerá resultados passíveis de
reprodução” (p. 163)
– Critica também analogia entre animais e seres humanos no tocante à
consciência: “absurda situação de tentar construir o conteúdo da mente
do animal” (p. 159)
• Crítica incisiva: “sentimo-nos obrigados a dizer alguma coisa sobre
os possíveis processos mentais de nosso animal” (p. 160)
– Demonstramos:
» Capacidade de aprendizado
» Simplicidade ou complexidade dos métodos de aprendizagem
» Efeitos de hábitos passados sobre respostas presentes
» Faixas de estímulos às quais responde
Baum (2006)
12. A primeira versão do Behaviorismo
• Watson (1913): “Psychology as the behaviorist views it”
– Crescente insatisfação dos psicólogos com a introspecção e analogia enquanto métodos
– Argumentou que “uma técnica melhor fornecerá resultados passíveis de reprodução” (p. 163)
– Critica também analogia entre animais e seres humanos no tocante à consciência: “absurda situação
de tentar construir o conteúdo da mente do animal” (p. 159)
• Crítica incisiva: “sentimo-nos obrigados a dizer alguma coisa sobre os possíveis
processos mentais de nosso animal” (p. 160)
– Demonstramos:
» Capacidade de aprendizado
» Simplicidade ou complexidade dos métodos de aprendizagem
» Efeitos de hábitos passados sobre respostas presentes
» Faixas de estímulos às quais responde
• ParaWatson a confusão só aconteceu porque a psicologia era vista como ciência da
consciência
– Gerando métodos pouco confiáveis e especulações infundadas
» Isso não permitia à psicologia se tornar uma ciência
• Sugeriu então que a psicologia fosse a ciência do comportamento
Baum (2006)
13. A primeira versão do Behaviorismo
• Watson
– Ciência geral do comportamento – compreender todas as espécies, inclusive os
humanos
• Essa ciência
– não utilizaria nenhum dos termos tradicionais referentes à mente e consciência
– Evitaria subjetividade da introspecção
– Evitaria analogias entre animal e humano (no tocante a processos mentais)
– Estudaria apenas comportamento objetivamente observável
• Porém, ainda restava o problema: o que significa objetivo e
comportamento?
– Controvérsias iniciais entre os próprios behavioristas
Baum (2006)
14. A primeira versão do Behaviorismo
• Ponto comum entre todos (behavioristas)
– É possível criar uma ciência natural do comportamento
– Psicologia pode ser essa ciência
• Darwin agrediu ao deixar Deus fora da explicação
• Behavioristas agridem ao deixar de fora o poder das pessoas
de controlar seu próprio comportamento
– Desafia-se a [venerada] noção de lívre-arbítrio
Baum (2006)
15. Livre-arbítrio versus Determinismo
• Ciência do comportamento
– Ordenado
– Pode ser explicado
– Pode ser previsto (se tivermos os dados necessários)
– Pode ser controlado (se tivermos os meios necessários)
• Determinismo: comportamento determinado unicamente por
– Hereditariedade
– Ambiente
• Objeções ao determinismo
– Vai contra tradições culturais de longa data (que atribuem responsabilidade pelos
atos ao indivíduo)
– Tendência de atribuir crédito e culpa às pessoas
– Problema: supõe algo dentro do indivíduo
Baum (2006)
16. Livre-arbítrio versus Determinismo
• Livre-arbítrio libertário X livre-arbítrio
• Para provar livre-arbítrio
– Embora se conhecesse todos os possíveis fatores determinantes de um ato, o comportamento
assumisse sentido contrário
• Argumentos sociais
– Talvez seja bom acreditar no livre-arbítrio
– Acreditar que a escolha desaparece é simplista
– Compreensão científica pode ser usada para aumentar liberdade política
– Num sentido prático, sempre vamos considerar as pessoas como responsáveis pelos seus
comportamentos (práticas judiciais)
• Argumentos estéticos
– Quanto mais sabemos das razões de um comportamento, menos nos inclinamos a atribuir os
fatos ao livre arbítrio
– Como um evento não-natural podem causar um evento natural?
» Eventos naturais se relacionam no tempo e no espaço
– Outra crítica: se falta livre-arbítrio aos animais, como surgiu de repente em nossa espécie?
Como evoluiu?
Baum (2006)
17. Livre-arbítrio versus Determinismo
• Argumentos estéticos
– Abordagens científicas do comportamento que excluem livre-arbítrio são
possíveis
– Defender a ciência do comportamento contra a suposição de que o
comportamento humano não pode ser compreendido porque as pessoas
tem livre arbítrio
Baum (2006)
18. Resumo (Baum, 2006 – Cap. 1)
• Ciência do comportamento: possível
• Ciências nasceram da filosofia – e dela se separaram
– Abandonaram preocupação com coisas sobrenaturais
» Observando o universo natural
• Explicando eventos naturais por referência a outros eventos
naturais
• Ruptura da psicologia com filosofia:
– Psicologia Objetiva
» Observação e experimentação
– Psicologia Comparativa
» Origem comum das espécies
Baum (2006)
20. O behaviorismo como filosofia da ciência
Baum (2006)
• “O que é ciência?”
• “O que confere caráter científico ao estudo do comportamento?”
• Primeiros behavioristas
• Ideias diferentes dos behavioristas radicais
• Behaviorismo Radical / Pragmatismo
• Behaviorismo Metodológico / Realismo
21. Realismo
Baum (2006)
• Há um mundo real fora do sujeito
• Dá origem a nossas experiências
• Universo Objetivo
• Tales: Sol se movia em torno da Terra
• Abandono de explicações misteriosas
• Descrição coerente de fatos observados
• Propôs universo como um mecanismo compreensível
• Mecanismo compreensível
• Mecanismo real: fora do sujeito (dualista)
•
22. Descoberta e Verdade
Baum (2006)
• Ao estudarmos cientificamente o universo, descobrimos coisas
sobre eles
• Descoberta por descoberta
• Alcançamos a verdade sobre o modo como o universo
funciona
23. Dados Sensoriais e Subjetividade
Baum (2006)
• Aproximação da verdade: lenta e incerta
• Não podemos estudar o mundo objetivo diretamente
• Só temos acesso àquilo que nossos sentidos produzem
• Se só temos acesso ao que sentimos, como sabemos que o
mundo existe e não somos enganados pelos sentidos?
• Cientista estuda dados sensoriais para tentar conhecer mundo real
• Dados sensoriais: internos
• Através deles: tentar entender o que está fora
24. Pragmatismo
Baum (2006)
• Contrasta com o realismo
• Pragmático = prático
• Força da investigação científica
• Não na descoberta da verdade
• Mas no que nos permite fazer
• Método para solucionar controvérsias
25. Pragmatismo
Baum (2006)
• Se a resposta a uma pergunta não promoverá mudança no
proceder da ciência
• Então pergunta equivocada e inútil
• A verdade para o pragmatismo: poder explicativo
• Ideias podem ser mais ou menos verdadeiras
• Se uma ideia explica mais e compreende melhor nossa
experiência, então é mais verdadeira
26. Behaviorismo Radical e Pragmatismo
Baum (2006)
• Behaviorismo Radical: baseado no pragmatismo
• Ciência: busca de descrições econômicas e abrangentes da
experiência natural humana
• Por que optar pelo pragmatismo?
• Realismo: dualista (portanto, incompatível com uma ciência do
comportamento)
• Eventos não-naturais influenciando eventos naturais?
27. Behaviorismo Radical e Pragmatismo
Baum (2006)
• Behaviorismo Metodológico: realismo
• Distinção entre mundo objetivo e subjetivo
• Ciência voltada para o método de estudar o que está fora do
sujeito
• Rejeição de inferências sobre o mundo interior por não
considerar científicas
• Foco em comportamentos públicos (observáveis)
• Ignorando consciência
• Behaviorismo Radical: pragmatismo
• Não distingue mundo objetivo e subjetivo
• Foco em conceitos e termos (linguagem)
• Rejeita realismo por definições confusas de comportamento
• Foco na mecânica e não na função
28. Resumo Cap. 2 (Baum, 2006)
Baum (2006)
• Behavioristas Radicais: pragmatismo
• Pragmatismo contrasta com realismo
• Realismo:
• Há um mundo real fora de nós
• Esse mundo dá origem a experiências internas
• Mundo externo considerado objetivo
• Mundo interno considerado subjetivo
• Ciência busca descobrir verdade sobre universo objetivo
• Porém, não temos conhecimento direto do mundo externo
• Logo, observação de dados sensoriais
• Pragmatismo:
• Não faz suposição sobre o mundo externo
• Concentra-se em compreender experiências
• Foco em perguntas que ajudem a entender o que acontece a nossa
volta