O documento descreve a evolução histórica das ideias científicas em psicologia, desde os filósofos antigos até o desenvolvimento da psicologia como ciência no século 19. Apresenta os principais precursores como Descartes, Locke, Fechner e Wundt e discute a mudança do método racionalista para o método observacional e experimental. Também aborda os desafios relacionados ao objeto de estudo da psicologia e a necessidade de controles e quantificação para o estabelecimento de leis sobre o comportamento humano.
2. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Progresso moroso – contribuições incontáveis
Psicologia
Ciência nova
Objeto de estudo não é consenso
Assuntos psicológicos
Antes do nascimento da psicologia
Filósofos e leigos
Não pode ser negligenciado
Bergamini (1982); Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
3. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Papel do homem
Início: dotado de livre arbítrio e alma, fora do alcance
das leis naturais e sujeito apenas ao voluntarismo ou à
vontade de Deus
Provavelmente alguns filósofos concordariam que o
comportamento é previsível e está sujeito a leis
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
4. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Explicação Externa
Primeiras explicações: fatos não observáveis (deuses,
demônios)
Sem ligação lógica entre causas e consequências
Explicação Interna
Muitas explicações aceitas hoje, são internas
Dependem de entidades postuladas mas não-observáveis
Ciência hoje
Uso de explicações que se referem a fatos observáveis (como
ciências naturais)
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
5. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Importância histórica dos precursores
Descartes (“Pai da Psicologia Moderna”)
Concepção dualista X Sistema nervoso
Homem X Máquina (parcial) – movimentos e conduta são
previsíveis se soubermos o que “entra” na máquina
John Locke
Difere de Descartes e outros que defendiam o inato
Papel da experiência
Apontado por Aristóteles, desenvolvido por Locke
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
6. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
James Mill e John Mill
Importância da associação na explicação de ideias complexas
James: Lógica / John: Experiência
John: mais próximo do pensamento moderno em psicologia
Descartes, Locke, Berkeley, Hume, Hartley
Relação Mente-Corpo
Fechner
Tentativa de método experimental
Psicofísica
Estudar quantitativamente relações entre vida mental (sensações) e
mundo físico (estímulos)
Contribuição: técnicas experimentais e procedimentos
matemáticos podem ser aplicados a problemas psicológicos
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
7. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
“O trabalho de Fechner (e outros) mostrou
que quaisquer que sejam as opiniões
filosóficas a respeito do problema mente-
corpo, há ainda a possibilidade de
construir uma psicologia experimental”
(Keller, 1974, pág. 16).
Medir e relacionar de maneira exata a
atividade humana a outros fatos
Keller (1974)
Fechner
8. Racional X Observacional
Evolução para método observacional
Característica essencial do método científico moderno
Galileu
Observação e mensuração do tempo de queda de objetos
Francis Bacon
Ciência devia proceder por indução
Acumular observações / fatos gerais surgem de fatos específicos
Hume
Eventos são contíguos no espaço e no tempo
Pensamento empírico à noção de causalidade
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
9. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Wundt
Marco científico
Maior proximidade com o modelo
atual
Analisar elementos
Examinar a natureza das conexões
entre elementos
E determinar leis destas conexões
Propôs estudo direto dos eventos
mentais (introspecção)
Reforçou o dualismo porém com
método experimental
Keller (1974); Marx & Hillix (1973)
10. Principais Questões
Psicologia - Filosofia e Fisiologia
Mente-Corpo (qual a relação entre as partes?)
Mudança de método racionalista para observacional (Weber e
Fechner)
Percepção
Tempo de reação
Diferenças individuais
Sensações e estímulos
Questões epistemológicas
Marx & Hillix (1973)
11. O desenvolvimento das ideias
científicas em psicologia
Psicologia - Produto da filosofia e fisiologia
Objeto de estudo: mente (experiência, consciência)
Método: introspectivo, analítico e experimental
Problema: descrever estrutura da mente em termos de
elementos e suas combinações
Questões: desenvolvimento mental e evolução, causa e efeito,
inato e adquirido – linguagem, memória, pensamento
Filosofia: dualista (paralelista, dualista)- mente-corpo
Busca do uso dos métodos da ciência para explicar essa
relação
Marx & Hillix (1973)
12. Evolução da Ciência Psicológica
Origem da psicologia científica
Necessidade de respostas e soluções práticas
no campo da técnica (crescimento econômico,
industrial)
Conhecimento como fruto da razão
Possibilidade de desvendar a natureza e suas
leis através de observação rigorosa e objetiva
Conexão com fisiologia e neurofisiologia,
neuroanatomia
13. Ciência (Psicológica)
Determinar relações ordenadas
entre eventos
Compilar saberes acumulados
para criar leis
A natureza é regida por leis
Comportamento também –
ordenado, regido por leis
Keller (1974); Marx & Hillix (1973); Skinner (2003); Reese (1962)
14. Qual o objeto de estudo da Psicologia?
“O estudo da mente”
O que é mente?
“O estudo do comportamento”
O que é comportamento?
Ainda não há, entre os psicólogos, um consenso sobre qual
o objeto de estudo da Psicologia.
O objetivo final é a compreensão do comportamento
humano.
Matos (1997); Todorov (1989)
15. Ciências Psicológicas
Por que tantos objetos de estudo?
Psicologia, enquanto ciência, é recente
O cientista é, ele mesmo, o objeto de estudo
Diversidade nas definições e visões
Homem é moldado pelo ambiente ou o contrário?
Não há “Psicologia” e sim “Ciências psicológicas”
16. Ciências Psicológicas
Possibilidade de previsão/controle do comportamento
Variáveis
Predição, controle e interpretação científica depende da
descoberta de relações entre variáveis
Mudança em uma variável (VI) acompanha mudança em
outra variável (VD)
Papel da ciência: identificar a existência e medir a relação
entre as variáveis
Relações Funcionais
Mudanças sistemáticas entre VDs e VIs
Determinar valor das VIs possibilita predição
Keller (1974); Marx & Hillix (1973); Skinner (2003); Reese (1962)
19. Problemas relacionados com o
objeto de estudo
Controles
Essencial à ciência
Medições adequadas
Confirmar validade das relações
presumidas
Psicologia: objeto de estudo
especial
Capacidade para controle
diferenciada
Marx & Hillix (1973)
20. Problemas relacionados com
o objeto de estudo
Quantificação
Matemática: linguagem especializada
Utilidade depende da capacidade de produzir previsões
empíricas
Não é consenso
Críticos: quantificar tende a interferir no significado do fenômeno
Defensores: Ferramenta poderosa - não o ponto principal
Marx & Hillix (1973)
21. Problemas relacionados
com o objeto de estudo
Subjetivismo
Objeto de estudo complexo e multideterminado
Cientista e objeto se misturam
Exige método rigoroso e neutro
Complexidade
Quantidade de VIs a influenciar
Varia conforme desenvolvimento da ciência
Uma resposta leva a novas perguntas
Marx & Hillix (1973)
Gregos: de 700 a.C. até vésperas da era cristã. Os filósofos gregos foram os primeiros a tentar sistematizar a psicologia. Psyché & logos – alma e razão – ou estudo da alma. Percepção (o mundo existe por que o homem o vê ou o homem vê o mundo que existe?). Idealistas (a ideia forma o mundo) e materialistas (a matéria que forma o mundo é dada para a percepção).
Objetos da Psicologia (pág. 20)
Exemplos de VDs e VIs – alunos que vão fazer provas, variáveis de aprendizado, aprendizagem musical,