O documento apresenta informações sobre a rede de frio, incluindo seus objetivos, equipamentos, transporte de imunobiológicos e procedimentos em situações de emergência. É destacada a importância de manter a temperatura adequada para cada tipo de imunobiológico e como lidar com falhas no sistema, como falta de energia.
2. Objetivos deste Módulo
- Apresentação do Padi Centro- oeste, bem como as
características, objetivos e fluxo operacional do nosso trabalho;
- Aspectos relacionados à Rede de Frio: conceitos/objetivos/
importância; montagem de caixas térmicas;
- Exercícios propostos, referentes às ações a serem realizadas frente
à falta de energia ou defeito no equipamento de refrigeração.
- Ficha de notificação de alteração de temperatura:
preenchimento adequado (correto e completo) de todas as
informações que a compõem.
4. - A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é um
sistema logístico que compreende uma
equipe técnica qualificada,
equipamentos e procedimentos
padronizados para o recebimento,
armazenamento, conservação,
manuseio, distribuição e transporte de
imunobiológicos em condições
adequadas de temperatura e protegidos
da luz, desde o fabricante até o
momento de sua utilização.
- Imunobiológicos são produtos
termolábeis, isto é, podem ter sua
capacidade imunogênica
comprometida quando expostos a
temperaturas inadequadas.
- O manuseio incorreto, equipamentos
com defeito ou falta de energia podem
interromper o processo de refrigeração,
comprometendo a potência e eficácia
dos imunobiológicos.
REDE DE FRIO
5. Fluxograma da Rede de Frio
- É recomendada estrutura
específica para a Central da
Rede de Frio, com uma área
física mínima para
disposição de
equipamentos e preparo de
caixas térmicas, climatizada
com temperatura entre
+18ºC e +20ºC.
- Em centrais com câmaras
frigoríficas resfriadas (entre
+2ºC e +8ºC) a antecâmara
pode ser a própria sala de
preparo (entre +18ºC e
+20ºC)
- Nas centrais com câmaras
frigoríficas congeladas
(-20ºC) é indispensável que
a antecâmara mantenha a
temperatura entre +2ºC e
+8ºC.
7. Orientações para seleção do equipamento
- Dimensionar a quantidade e a capacidade em litros do equipamento em função da demanda de armazenamento;
- Compatibilizar o equipamento (dimensões e configuração: vertical ou horizontal) com o espaço disponível;
- Operar, na faixa de temperatura entre +2ºC e +8ºC, as câmaras refrigeradas para imunobiológicos;
- Ter sistema de ventilação por circulação de ar forçado e temperatura uniformemente distribuída em todos os
compartimentos (livre CFC, Clorofluorcaboneto);
- Possuir, preferencialmente, registrador gráfico contínuo de temperatura, de forma a facilitar a rastreabilidade das
informações relativas à grandeza e suas variações em intervalo de tempo determinados;
- Dispor de controlador de alta e baixa temperatura com indicador visual e alarme audiovisual, com bateria;
- Recomendável porta de vidro com sistema antiembaçante, de forma que o operador tenha fácil visualização dos
produtos armazenados e a abertura da porta aconteça de maneira objetiva;
- Porta com vedação de borracha e fechamento magnético;
- Recomendável alarme sonoro e/ou visual para indicação de porta aberta;
- Recomendável sistema de rodízios com freio diagonal;
- Desejável entrada para conexão com computador para transferência dos registros e armazenamento;
- Especificar tensão de alimentação do equipamento, compatível com a tensão local.
8. 12
Cuidados Básicos com Equipamentos de
Refrigeração
Refrigeradores afastados 20 cm da parede e 40 cm dos demais equipamentos,
em ambiente climatizado (entre +18ºC e +22ºC), distante de fontes de calor e
sem incidência de luz solar direta;
Tomada exclusiva, instalada a 1,30 m do piso (NBR 5410) para cada
equipamento, sendo proibida a utilização de extensões ou “benjamim”;
Colocar o equipamento sobre suporte com rodinhas para evitar a oxidação das
chapas da caixa em contato direto com o piso úmido e facilitando sua
movimentação e limpeza;
Observar se o equipamento está em boas condições de funcionamento;
Certificar-se de que a porta está vedando adequadamente (teste da tira de
papel);
Fazer degelo e a limpeza a cada 15 dias, da geladeira e/ou freezer, quando a
camada de gelo atingir 0,5cm;
Realizar manutenção preventiva, preditiva e corretiva conforme recomendação
de cada equipamento.
9. 13
Procedimentos de Rotina com os Equipamentos de
Refrigeração
Utilizar adesivos do tipo “ vacinas – não desligue” e “uso exclusivo – não
abra.”
Não armazenar produtos que não sejam imunobiológicos do PNI no refrigerador;
Evitar manusear o termostato;
Utilizar bandejas do tipo “porta talheres”, perfuradas;
Armazenar bobinas de gelo reutilizável, com capacidade aproximada de 80%
(após o congelamento ocorre a expansão do produto interno aumentando o
volume da bobina).
11. Falhas na Rede de Frio
.
Falhas Relativas a
Pessoal
Utilização
incorreta
dos
equipamentos
Ausência
de um
responsável
técnico
Comunicação
inexistente
ou
ineficaz entre
equipe
e gestor
Gerência
não
atuante
Profissionais
não
habilitados
12. Falhas na Rede de Frio
.
Falhas Técnicas
Equipamento
Desligado
Defeito
do
Equipamento
Aumento ou
queda
da temperatura
ambiente
Falta de
Manutenção
Preventiva
Interrupção
de energia
Chuvas
Falta do
Gerador
Oscilação
Sobrecarga
Elétrica
Acidentes
13. Falhas na Rede de Frio
.
Falhas
Institucionais
Falta de
previsão
das
possíveis
interrupções
no uso
dos
equipamentos
Falta
de
Capacitação
Técnica
Ausência
de
manutenção
periódica
Procedi-
mentos
não
padronizados
Inexistência
de
instruções
claras
para
situações
de
emergência
Ausência
de
plantão
em
finais de
semana
e
feriados
14. 21
Termoestabilidade das Vacinas
Vacinas de vírus vivos atenuados são mais sensíveis ao calor;
Vacinas que contém adjuvantes de alumínio toleram melhor temperaturas mais
altas. O congelamento pode interferir na sua eficácia e na alteração físico-
química;
Cada exposição de uma vacina à temperatura abaixo de + 2ºC e acima de + 8ºC,
resulta em alguma perda de potência, tendo como consequência um efeito
cumulativo irreversível na eficácia da imunogenicidade.
17. Bobinas de Gelo Reutilizável
O PNI recomenda apenas o uso de bobinas em substituição ao gelo (cubo,
barra ou escama) para a conservação de imunobiológicos.
Durante o processo licitatório para aquisição deste produto, exigir das
empresas participantes, amostras para serem submetidas aos seguintes testes
Manter as bobinas em congelador durante um período mínimo de 48 h
Colocar as bobinas congeladas em caixa térmica que atenda às especificações
contidas no manual de Rede de Frio e monitorá-las durante 48 horas,
verificando se a temperatura preconizada para conservação de imunobiológicos
durante o transporte se mantém por 24 horas no mínimo e se ao completar às
48 horas de monitoramento, ainda apresenta temperatura máxima de até +8ºC.
18. Cuidados Básicos com as Bobinas de Gelo Reutilizável
Desprezar a bobina caso o material plástico seja danificado, deixando vazar seu
conteúdo, no total ou em parte;
Ao final da jornada de trabalho lavar as bobinas, enxugá-las e retorná-las ao
congelador;
Verificar o prazo de validade das bobinas e a presença de depósitos ou resíduos
em seu interior, o que representaria a contaminação do produto. Caso isto ocorra,
desprezar imediatamente;
Usar bobinas de água, possíveis de serem abertas, nas atividades de vacinação em
áreas de longa distância e difícil acesso (reservas indígenas). Após o
descongelamento, esvaziar e conservar apenas o material plástico;
Ao retornar ao ponto de apoio, lavá-las, reabastecê-las e retorná-las ao
equipamento para congelamento. Essa recomendação tem como objetivo diminuir o
peso do material durante o transporte.
19. Quando a temperatura
chegar a +1ºC já
pode montar a caixa
Colocar a bobina de gelo reutilizável sobre uma
superfície até desaparecer a névoa. Ao mesmo tempo,
monitorar uma delas com termômetro de cabo
extensor.
21. Quantidade e Temperatura das Bobinas de
Gelo Reutilizável
- A quantidade de
bobinas de gelo
reutilizável colocada
no interior da caixa
térmica é importante
para a correta
conservação.
- Ao colocar bobinas
nas paredes laterais e
fundo da caixa, forma-
se uma barreira para
diminuir a velocidade
de entrada de calor,
por um período de
tempo.
- O calor atravessará
as paredes, porque
não existe material
perfeitamente isolante,
atingirá primeiro as
bobinas, aumentando
sua temperatura, e,
somente depois,
alterará a do interior
da caixa.
22. Situações de Emergência
- Os equipamentos de refrigeração
podem não funcionar por vários motivos.
- Para evitar a perda dos
imunobiológicos é necessário adotar
algumas providências.
23. Elevação de temperatura:
regiões quentes, bobinas
de gelo insuficientes.
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Problemas com os Geradores
Risco de congelamento:
regiões frias, armazenamento
incorreto, bobinas de gelo
em excesso ou sem ambientação.
• Perdas Excessivas
• Imunobiológicos com desvio de
qualidade
24. Situações de Emergência
- Falta de energia elétrica:
manter o equipamento
fechado e monitorar
rigorosamente a
temperatura interna com
termômetro de cabo
extensor, no prazo máximo
de 8 h (se o refrigerador
estiver em boas
condições) ou,
- Monitorar no máximo por 2
h se a temperatura estiver
próxima de +8ºC,
- Se a energia não se restabelecer
ou se a falha não for corrigida,
transferir os imunobiológicos para
outro equipamento com
temperatura adequada
(refrigerador ou caixa térmica).
- O serviço de saúde deve dispor
de bobinas de gelo reutilizável
congeladas para uso no
acondicionamento de emergência
dos imunobiológicos
em caixas térmicas.
25. Situações de Emergência
- É importante identificar no quadro de distribuição de energia elétrica da
Instituição a chave especifica do circuito da Rede de Frio e/ou sala de
vacinação colocando um aviso em destaque:“VACINAS! NÃO DESLIGUE!”
- Estabelecer uma parceria com a empresa local de energia elétrica para obter
informações prévias sobre interrupções programadas no fornecimento.
- Quando for observada qualquer alteração (exemplo: temperatura máxima
acima do limite), anotar no mapa, no item “observações” e, em seguida,
comunicar o fato ao responsável para adoção de condutas padronizadas.
26. DESVIO DE QUALIDADE COM ALTERAÇÃO
DE TEMPERATURA
O que observar e anotar no relatório:
Se houve e/ou está sem energia elétrica;
Se houve falha do equipamento;
Se houve falha no transporte (exposição ao sol durante a viagem, violação
das caixas térmicas, demora na entrega ao chegar ao município);
Procedimentos inadequados (porta aberta, plug do refrigerador
desconectado da tomada, imunobiológicos acondicionados (no refrigerador
e na caixa térmica) sem o devido controle da temperatura, esquecer de
retornar os imunobiológicos da caixa térmica para o refrigerador;
Verificar presença de água ao redor do refrigerador ou formação de gelo na
bandeja, o que indica ocorrência de degelo;
Observar se as vacinas ou as embalagens estão exsudadas (presença de
gotículas d’água) o que indica alteração da temperatura no interior do
refrigerador.
27. DESVIO DE QUALIDADE COM ALTERAÇÃO
DE TEMPERATURA
O que anotar no relatório?
• Local da ocorrência;
• Tipo de intercorrência;
• Último dia em que se verificou a temperatura (máxima, mínima e do momento) do
refrigerador;
• Tempo médio (período) da alteração da temperatura;
• Dados da temperatura dos refrigeradores no momento em que foi detectado o
problema;
• Histórico da ocorrência;
• Providências tomadas;
• Identificação dos imunobiológicos que sofreram alteração de temperatura;
• Validade do produto;
• Se os imunobiológicos já foram expostos a alterações de temperaturas
anteriormente;
• Se foi realizada limpeza no (s) refrigerador (es) após a ocorrência;
• Dados da temperatura após a limpeza do (s) refrigerador (es).
28. DESVIO DE QUALIDADE COM ALTERAÇÃO DE
TEMPERATURA
PROVIDÊNCIAS TOMADAS PELO RESPONSÁVEL DA SALA DE VACINA
•Comunicar com o Responsável Técnico pela Sala de Vacina;
•Fazer a leitura da (s) temperatura (s) interna do refrigerador;
•Identificar com uma “marca” os imunobiológicos, acondicionar em embalagem plástica
perfurada, identificados como “Sob Suspeita – Não Usar” e colocá-los em caixas térmicas com
temperatura entre + 2º C e + 8º C;
•Proceder à limpeza do refrigerador;
•Verificar se alcançou a temperatura ideal (+ 2º C a + 8º C) antes de retornar os
imunobiológicos para o refrigerador;
•Preencher o relatório padronizado: “Ficha de alteração de tenperatura em equipamento de
refrigeração de imunobiologicos”, com os dados obtidos anteriormente;
•Enviar o relatório para o PADI CO e SUVIS, para avaliação;
•Aguardar resposta oficial para utilizá-los ou desprezá-los.
29.
30. •
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•
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•
•
Procedimentos ao Receber as Caixas com Vacinas
As caixas deverão ser abertas imediatamente após a chegada para verificação do seu conteúdo.
Comprovar através do termômetro que durante o transporte as vacinas não foram submetidas a
alterações de temperaturas. As vacinas deverão estar refrigeradas, mas não congeladas.
Avaliar se o tempo que durou o transporte, desde o ponto de saída até seu recebimento, foi
excessivo (mais de 48 h) e se o produto foi exposto, durante o mesmo, a variações de
temperatura que possam ter modificado sua integridade.
Se alguma vacina estiver quente ou se houver dúvidas sobre seu estado de conservação, rotulá-
las com “NÃO UTILIZAR” e armazená-las em condições ideais, na 3ª prateleira do refrigerador,
separadas das vacinas em uso. Informar ao responsável para as devidas providências.
Se houver alguma divergência entre o pedido solicitado e o recebido, comunicar imediatamente
com o responsável pela distribuição (Regional, NVE) para as devidas correções.
Colocar imediatamente sob refrigeração as vacinas recebidas, de acordo com as exigências de
conservação de cada uma.
As vacinas cujos prazos de validade vença antes serão utilizadas primeiro. Para isto, deverão ser
colocadas à frente no refrigerador, dispondo-se sempre no fundo os pedidos recebidos
recentemente e que irão vencer mais tarde.
Verificar mensalmente os prazos de validade de todas as vacinas em estoque e sempre antes de
fazer novos pedidos e de armazenar as vacinas recebidas.
36. COMO O CALOR E O CONGELAMENTO AFETAM AS VACINAS?
Vacinas Expostas ao Calor
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O impacto do calor sobre as vacinas é cumulativo. As vacinas e toxóides são
fabricadas a partir de proteínas, ácidos nucleicos, lipídeos e carboidratos, os quais
são submetidos a mudanças através de exposição ao calor. A proporção de
degradação de uma vacina é determinada pela temperatura de armazenagem.
Existem consideráveis diferenças entre as proporções de degradação. Entretanto, a
proporção de degradação não é o único fator determinante da potência residual da
vacina: o tempo de armazenagem de uma vacina em uma dada temperatura e a
potência inicial da vacina também exercem influência.
A longa exposição a altas temperaturas pode resultar em alterações nas
características físico-químicas do composto de alumínio.
Quanto mais alta for a temperatura, mais rápida e extensa é a degradação por causa
da desnaturação proteica.
O conhecimento das características da proporção de degradação para várias
temperaturas e do tempo de exposição de uma determinada vacina a uma certa
temperatura pode auxiliar os trabalhadores da saúde a decidir o que fazer com ela.
37. •
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Vacinas Expostas ao Congelamento
O Congelamento torna crítico a garantia da qualidade das vacinas. As vacinas
adsorvidas, independentes de serem monovalentes ou combinadas, alteram suas
aparências físicas após congelamento pelas mudanças induzidas na estrutura e
morfologia do adsorvente, o que leva a uma deterioração permanente da vacina. As
mudanças no pH e armazenagem a altas temperaturas não têm influência na estrutura
do alumínio gel, porém, o congelamento causa mudanças morfológicas extensas que
são visíveis ao microscópio eletrônico e esta perda da potência nunca poderá ser
restaurada;
O desenvolvimento de aglomerados, flóculos ou outras matérias granulares produz um
incremento na taxa de sedimentação e os grânulos não formam uma suspensão
uniforme, ainda que submetida a vigorosa agitação. O tamanho dos grânulos parecem
aumentar com a repetição de congelamento e descongelamento.
Uma vez exposta ao congelamento, vacinas adsorvidas podem apresentar quantidades
de antígenos de forma não homogênea e sua administração pode estar associada com
resposta imunológica reduzida e maior incidência de reações locais.
40. COMO ASSEGURAR A POTÊNCIA IDEAL DAS
VACINAS?
• Para assegurar a potência ideal de qualquer vacina é necessária atenção
rigorosa que vão desde a fabricação até o transporte e manuseio adequados
nas Redes de Frio Nacional, Estadual e Municipal/Local, até o usuário final.