O documento discute experiências com métodos de ensino mais ativos em contabilidade e finanças. Apresenta resultados de pesquisas sobre o ensino da contabilidade e discute problemas com o método de ensino tradicionalmente expositivo. Também descreve experiências do autor com métodos ativos como casos, simuladores e discussões de grupo em suas disciplinas de finanças.
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Experiências com um ensino mais ativo em contabilidade e finanças
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Experiências com um Ensino mais
Ativo em Contabilidade e Finanças
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Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Professor do Departamento de Finanças e Contabilidade da UFPB
Coordenador do Projeto de Monitoria em Finanças Quantitativas
Vice-Coordenador do Projeto de Extensão Sala de Ações
Editor da Revista Evidenciação Contábil & Finanças
Coordenador de Projetos de PIBIC
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O que é essa “conversa”?
• Os tópicos abaixo servirão de introdução para que possamos iniciar a
discussão sobre o tema (que poderá ser continuada em outros eventos):
– Apresentação de resultados de pesquisa relacionadas ao ensino da contabilidade.
– Apresentação das minhas experiências, buscando mudar a forma como eu “ensino”.
– Discussão de problemas e experiências com os demais participantes: no grupo de
Professores do WhatsApp essa troca de experiências já iniciou.
• ATENÇÃO: eu não sou um especialista em educação. Sou um Professor de
contabilidade e finanças que nunca foi fã de aulas puramente expositivas. Não
esperem uma aula hoje, mas uma troca de experiências.
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Alguns minutos após o encerramento do evento,
os slides estarão disponíveis no blog.
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Aula expositiva: a metodologia mais usada
• Dados baseados em Manuel et al (2016). A amostra é bem limitada e
eu teria tomado algumas decisões metodológicas diferente daquelas
usados pelos autores, mas os dados são válidos para reflexão:
– A aula expositiva é a metodologia predominante
– 50% dos estudantes acreditam que a aula expositiva é eficaz (copo meio cheio ou
meio vazio?)
– 84% acreditam que metodologias mais ativas contribuem mais para o
aprendizado
– 27% dos Professores enfatizam a prática (problema maior nas IES com DE)
– A maioria dos alunos (70%) apontam que os Professores usam apenas uma
metodologia de ensino (aula expositiva) – no slide da percepção dos alunos, nós
veremos o porquê de ser importante usar várias metodologias.
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Desenvolvimento de competências e habilidades
• Um dos principais problemas da aula puramente expositiva é que
dificulta o desenvolvimento de várias habilidades importantes, a
exemplo da capacidade de falar e argumentar em público:
– “(...) Os professores devem adotar metodologias que além de atender as
necessidades de ensino e aprendizagem dos alunos, contribuam para o
desenvolvimento de competências e habilidades para o exercício da profissão
contábil e da cidadania (Mazzioni, 2013; Holten, Bollingtoft; Wilms, 2015;
Gallagher, 2015).”
– Retirado de Manuel et al (2016).
• Exemplo do meu ex-aluno Iago:
– antes das aulas de laboratório versus após as aulas de laboratório
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Mas o que são metodologias ativas?
• O nome resume bem: o estudante se torna
ativo no processo, não fica apenas ouvindo o
que o Professor diz.
• Algumas características (Guerra & Teixeira,
2016):
– O aluno é estimulado a buscar as respostas para
alguns problemas
– Possibilita ao aluno melhorar sua capacidade de
exame e reflexão
– O aluno precisa discutir as soluções encontradas
com os seus colegas (de grupo e de sala)
– É bem mais divertido para todas as partes!
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Exemplos: casos e PBL’s (Problem e Project)
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Algumas percepções de alunos sobre PBL
• Percepção dos alunos - retirado de Frezatti e Martins (2016), sobre a
criação da disciplina de “Controle Gerencial” (PBL), criada em 2011:
– Alguns alunos não gostam muito:
• Inovadora, porém prefiro a metodologia tradicional, onde aprendo mais. [...]
Não gostei. Prefiro métodos tradicionais.
• Menos sessões tutoriais, mais aulas expositivas.
– O velho problema do aluno escorão:
• Deve-se ter maior controle do que cada aluno está fazendo dentro dos grupos.
• Acredito que um melhor controle sobre os componentes de cada grupo e mais
atividades individuais.
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Algumas percepções de alunos sobre PBL
• Percepção dos alunos - retirado de Frezatti e Martins (2016), sobre a
criação da disciplina de “Controle Gerencial” (PBL), criada em 2011:
– Mas alguns alunos voltariam a cursar uma disciplina em PBL:
• Cursaria [outra disciplina com PBL], pois o PBL nos tira do conforto de ficar
apenas olhando o professor apresentar, e faz com que a gente corra atrás das
soluções durante o semestre.
• O fato de nós, alunos, termos uma liberdade de ação, fez com que eu
pesquisasse e aprendesse conteúdos muito interessantes e com certeza a
fixação dos conteúdos foi maior do que em disciplinas convencionais.
• [...]pensar em grupo agrega muito mais conhecimento e instiga novas
hipóteses a serem pensadas.
• Essa metodologia se assemelha muito com o dia a dia empresarial.
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Como funcionam as minhas disciplinas
• Finanças I: (a) a maior parte das aulas são expositivas, (b) sempre marco
aulas em laboratório após a finalização de um tópico da disciplina, (c)
uso muitas cold calls e (d) inicio a implantação de elementos dos PBL’s.
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Uso do simulador da Bovespa.
Vídeo:
https://youtu.be/LFdX4ziINJ8
Apresentação do relatório com
a carteira inicial, enfatizando
nos “porquês” da escolha
daquelas ações
Otimização da carteira
escolhida
Vídeo:
https://youtu.be/11x_JgYMskk
Estimando os betas.
Vídeo:
https://youtu.be/h0aEUt7caMY
Em todas as
etapas nós
discutimos
sobre notícias
relativas às
empresas que
compõem as
carteiras, bem
como sobre
balanços
divulgados
Ao término da
disciplina, os alunos
entregam um relatório
da carteira que eles
“recomendam”,
aplicando todas as
técnicas que vimos.
A carteira com melhor
desempenho ganha
um prêmio
As notas são uma mistura de trabalhos, provas e participação
Foi após item 2 que o
meu aluno tímido não
parou mais de falar!
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Como funcionam as minhas disciplinas
• Finanças II: (a) 50/50 aulas expositivas e apresentações dos alunos, (b)
após cada aula teórica, os alunos aplicam as técnicas vistas em suas
empresas que foram escolhidas no início do semestre, (c) analisamos
criticamente relatórios de OPA e (d) no final do semestre os alunos me
entregam o relatório final de valuation com uma recomendação sobre a
empresa.
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Em média duas aulas teóricas
por assunto
Exemplo: estimação do FCL
Alunos aplicam o que foi visto
Exemplo: cálculo e
apresentação do FCL da
empresa escolhida
Consolidamos os resultados de
todas as aulas para o relatório
final
Exemplo: recomendação
As notas são uma mistura de trabalhos, provas e
participação... Mas mais trabalhos do que provas
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Como funcionam as minhas disciplinas
• Finanças III: (a) 30% de aulas expositivas, (b) 1 ou 2 aulas teóricas de
conceitos básicos e mais 2 a 4 aulas de discussão de casos, (c) é nos
casos que discutimos os detalhes do assunto e as relações entre
diversos conteúdos e (d) no final do semestre os alunos me entregam
um artigo empírico ou escrevem um estudo de caso que eles
vivenciaram, ou de uma empresa listada em bolsa.
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1 ou 2 aulas teóricas
Exemplo: captação de recursos
1 grupo apresenta 1 caso, busca problemas, apresenta soluções e depois
outro grupo critica as soluções, apresentando outras alternativas
Exemplo: captar com capital de risco, IPO, ou emissão de dívida?
Não faço nenhuma prova, a menos que perceba que os alunos
não estão engajados na metodologia
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Uma grande vantagem para os alunos ativos
• "Nos últimos dois anos, houve uma mudança estrutural no perfil do profissional
demandado pelas empresas", afirma Luiz Wever, CEO da Odgers Berndtson,
empresa de recrutamento especializada em posições de alto escalão. A substituição
de executivos nesse nível, segundo ele, mostrou que o mercado valoriza pessoas
com forte estilo de liderança, capacidade de resistir à pressão e, principalmente, de
"pensar fora da caixa".
• As escolas de negócios “(...) vêm investindo no desenvolvimento de habilidades
comportamentais, respondendo a críticas do mercado de que os alunos saem pouco
preparados para os desafios reais do mundo dos negócios”.
• "As empresas não querem um aluno que saiba toda a teoria do mundo, mas que
olhe para um problema e vá atrás da solução. É o empreendedor interno que
ativamente busca respostas“.
• Retirado do texto “Aula prática”, publicado no Valor em 31/01/2017:
http://www.valor.com.br/carreira/4852754/aula-pratica
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Retirado de Manuel et al (2016)
• “Pesquisas realizadas com a utilização de metodologias ativas nos cursos
de Contabilidade, envolvendo algumas disciplinas como a de
Contabilidade Introdutória I, vêm mostrando vantagens, como a
melhora da comunicação, o trabalho em equipe e a satisfação dos
docentes (Soares, Araújo & Leal, 2008; Heagy & Lehmann, 2005)”.
• Acreditem: é muito mais divertido usar metodologias ativas!
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Outras ideias de aplicações
• Uso de jogos e simuladores: já tive aluno no Top 10 do NE em um
simulador da Bovespa, já tive aluno como primeiro lugar em um jogo da
CVM e uma aluna na final estadual do Desafio Universitário
Empreendedor.
– Isso é muito gratificante para o Professor!
• Análise de custos: criei um “jogo” em que eu dava prêmios para quem
conseguisse formar o “melhor” preço do produto
• Contabilidade I: fiz os alunos conversarem com pequenos empresários,
preferencialmente familiares, sobre formas de controle patrimonial
• Nas discussões quero ouvir outras ideias!
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Desafios
1. Turmas grandes (estou ainda me adaptando a isso)
2. Falta de estrutura da IES (depende do método)
3. Mentalidade de Professores e alunos (é preciso mais empenho e
tempo para pensar nos problemas e soluções)
4. Atribuição de notas (isso realmente me estressa)
5. Às vezes não entra na cabeça do aluno que não há uma resposta
padrão para o problema que eles estão resolvendo
6. Limitação da nossa criatividade (por isso é importante discutir com
outros Professores)
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Referências
• Butzke, M. A., & Alberton, A. (2016). Estilos de aprendizagem e jogos de
empresa: a percepção discente sobre estratégia de ensino e ambiente de
aprendizagem. REGE-Revista de Gestão.
• Frezatti, F., & Martins, D. B. (2016). PBL ou PBLs: a Customização do
Mecanismo de Aprendizagem Baseada em Problemas na Educação
Contábil. Revista de Graduação USP, 1(1), 25-34.
• Guerra, C. J. O., & Teixeira, A. J. C. (2016). Os impactos da adoção de
metodologias ativas no desempenho dos discentes do curso de ciências
contábeis de instituição de ensino superior mineira. Revista de Educação e
Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 10(4).
• Manuel, K. B. et al (2016). Metodologias de ensino em contabilidade:
percepção de discentes brasileiros e angolanos. Congresso UnB de
Contabilidade e Governança.
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