Objetivo da aula: analisar de forma crítica, por meio de indicadores, as demonstrações contábeis das empresas.
Conteúdo: Liquidez. Capital de Giro. Prazos. Estrutura patrimonial. Cobertura de juros.
Análise por indicadores de liquidez e capital de giro de uma universidade
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
ANÁLISE POR INDICADORES
Parte 1
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Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Objetivo da aula: analisar de forma crítica, por meio de indicadores, as
demonstrações contábeis das empresas.
Conteúdo: Liquidez. Capital de Giro. Prazos. Estrutura patrimonial. Cobertura
de juros.
3. Felipe Pontes
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Discussão sobre o assunto da aula passada
• Análise das demonstrações contábeis das suas empresas sem calcular
nenhum índice.
• Analisar a qualidade dos accruals de acordo com o framework de
Dechow e Dichev (2002).
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DISCLAIMER INICIAL
• Essa não é uma aula para ensinar como usar os indicadores
tradicionais de análise das demonstrações contábeis.
• Se você ainda não tem conhecimento sobre o básico da análise das
demonstrações contábeis, recomendo que estude o livro abaixo. Essa
aula tem como objetivo discutir problemas relacionados à análise
tradicional.
• https://amzn.to/2Or4vTf
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ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL
• Para que serve a análise horizontal e vertical?
• Horizontal: permite analisar a evolução das contas ou grupos de contas
ao longo do tempo.
– É ideal que os números estejam “ajustados” pela inflação, para não incorrermos
em um dos principais problemas contábeis da atualidade (considerar que não
existe inflação ou seu efeito é desprezível). Dá pra fazer na Economatica, mas
com limitações.
– Se isso não for possível, fique com “um pé atrás”, principalmente para itens de
muito longo prazo.
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Muitas vezes você nem
precisa calcular índice. Só
com AV e AH já dá para
tirar muita informação
importante
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ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL
• Vertical: permite analisar a estrutura e composição dos itens e também
a sua evolução no tempo.
– os itens são calculados comparativamente com as vendas brutas ou líquidas.
Pode ser usado em outras DFs que não apenas a DRE.
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11. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
• O que dizem esses indicadores?
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
Liquidez
Imediata
Dívidas de CP que podem ser pagas
de imediato
Liquidez
Seca
Capacidade de pagto. de CP com
disponível e valores a receber
Liquidez
Corrente
Quanto $ de AC existe para cada PC
Liquidez
Corrente de
Kanitz
Elimina-se apenas uma % adequada
do estoque
Liquidez
Geral
Idem da corrente, porém
considerando o LP
Faz sentido, considerando o
valor do dinheiro no tempo?
𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Problemas quanto ao gerenciamento do circulante
• A empresa poderá gerenciar o circulante, de modo a “embelezar” seus
índices.
• Por exemplo: pagando uma dívida nas vésperas do fechamento do
balanço e contratando outro empréstimo/financiamento no início do
próximo período. Pense um pouco: por que isso melhoraria os índices,
já que usamos partidas dobras, ou seja, o montante da redução é igual
para os dois lados?
• Recalculem os índices de X0, como se a empresa tivesse pago $ 5.000
do empréstimo que ela tem.
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
• Antes da nova IFRS 16 tínhamos um problema com o leasing
operacional (off balance-sheet). Com a nova norma não temos mais o
problema, mas teremos outro possível problema.
• Qual é o impacto do reconhecimento do direito de uso do ativo e do
passivo do “financiamento” para a análise de liquidez das empresas?
Tendo impacto na liquidez da empresa, deveria afetar o valor da
empresa?
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Em geral, não deveria ter impacto na sua análise, porque
se você conhece o modelo de negócio e o modelo contábil
da empresa, você já considerou isso na sua conta. Mas
muita gente (analistas, bancos etc) podem não conhecer
tanto assim esses detalhes
14. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
– Reflexos da Capitalização do Leasing Operacional nos Indicadores de Estrutura de
Empresas do Subsetor de Transportes Listadas na Bovespa (MARTINS et al., 2013)
– As evidências apontam que no ano de 2011, um montante de R$ 3,8 bilhões,
referente a contratos de leasing operacional, não transitou pelo Balanço
Patrimonial (off balance sheet) das respectivas empresas. Observou-se ainda
que, em média, as empresas da amostra possuem contratos de leasing
operacional a pagar equivalente a 18,46% do capital próprio e 16,14% do capital
de terceiros. Por fim, ao simular as propostas contidas no ED, verificou-se que os
indicadores de endividamento, imobilização do patrimônio líquido e imobilização
dos recursos não correntes, sofreram variações significativas, do ponto de vista
estatístico, com a capitalização dos saldos de leasing operacional.
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16. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Problemas temporais
• Quem tem a melhor liquidez?
A. AC = 50 e PC = 50
B. AC = 50 e PC = 70
• Pode ser que alguns itens se realizem no início do ano seguinte e outros
no final. Esse é um problema inclusive dos índices de curto prazo.
• Imagine que todos os passivos vençam no início do período e os ativos
no final. Que liquidez a nossa empresa teria? Estaria em uma situação
ruim!
• Miranda (2010) sugere efetuar uma ponderação pelos prazos. Quem
quiser se aprofundar no tema, recomendo a leitura.
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Na empresa A o PC se vence em 30 dias,
enquanto que o AC será realizado em 200
dias. A empresa B está na situação inversa.
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
• Problemas com a sazonalidade
• Imagine pegar os números contábeis do 3TXX de duas empresas que
produzem bebidas. Uma produz chocolate quente (pronto para
esquentar no micro-ondas). A outra produz achocolatado, feito para
tomar bem gelado.
• Possivelmente os números da que vende a bebida gelada serão bons
nos períodos quentes e ruins nos períodos frios. A que vende a bebida
quente possivelmente terá a relação inversa.
• Não dá para termos uma ideia geral sobre o desempenho durante o ano
olhando apenas os números do final do ano.
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19. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ
O que o índice de liquidez nos diz?
• Sozinho ele não nos diz muita coisa (veja necessidade de capital de
giro)!
• Pontos a se analisar (calculem nas empresas de vocês):
– Historicamente a empresa está melhorando ou piorando seus índices? E em
comparação com as suas concorrentes? Houve algum “choque” na liquidez?
– Quanto maior o índice de liquidez, melhor será para a empresa, no sentido de
capacidade de pagamento das dívidas. Porém liquidez demais é uma coisa muito
boa? (Caso “dinheiro de mais e gente de menos” na IF).
• Pode ser recurso ocioso no ativo circulante (implicação?);
• Incapacidade de aplicação dos recursos;
• Preparação para investimentos futuros;
• Etc.
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Nem sempre o índice alto
quer dizer que a empresa
está bem. Nem o índice
baixo quer dizer o contrário.
Devem-se analisar mais
itens...
22. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE LIQUIDEZ – outro ponto de vista
• Risco de Crédito e Risco de Liquidez (exemplo de um fundo que aplica
em títulos longos, mas tem resgate rápido): estava tudo certo até dar
errado!
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NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
O ativo circulante deveria ser, em geral: Caixa Mínimo + Saldo Médio de
Clientes + Saldo Médio de Estoques
• O passivo circulante deveria ser, em geral: Saldo Médio de
Fornecedores + Saldo Médio de Tributos
• Se a empresa tiver mais/menos ativos e passivos circulantes do que o
“ótimo”, haverá um impacto “enganador” no índice de liquidez (que
pode ser afetado pela alteração nos prazos de pagamento e/ou
recebimento).
• Nesse artigo há uma discussão com dados brasileiros sobre “caixa
ótimo”: https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos142014/282.pdf
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24. Felipe Pontes
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NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
• Ter dívida é ruim? Algumas empresas têm muitas contas não
operacionais no chamado capital circulante líquido.
• Se houver financiamento da empresa com dívida (principalmente de
curto prazo) pode haver casos em que a liquidez da empresa endividada
parece ser melhor do que uma empresa não endividada, mas o risco da
endividada pode ser muito maior (porque os prazos de pagamento e
recebimento não batem, e.g.)
• Não esqueça de analisar como é composto do Ativo Circulante e o
Passivo Circulante – pode haver surpresa.
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO (ciclo operacional)
Permitem avaliar o desempenho operacional da empresa e suas
necessidades de investimento em giro.
• Analisaremos os seguintes prazos:
– Rotação dos estoques;
– Recebimento das vendas;
– Pagamento de fornecedores
• EU USO ESSES INDICADORES DE PRAZOS NAS MINHAS ANÁLISES?
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28. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
Prazos de rotação dos estoques
• Se o estoque médio de uma empresa comercial é de $ 1.000 e o CMV é
de $ 6.000, em média o estoque gira a cada 61 dias, ou “roda” 6 vezes
ao ano.
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
PMEstoque de MP
Tempo médio da aquisição do
material até a sua requisição
para a produção
PMFabricação
Tempo médio
de
fabricação
PMEstoque de PA
Tempo médio
de estocagem de produtos
acabados
29. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
• Problemas:
1. Algumas empresas (indústrias) possuem diversas contas de estoques com prazo
de rotação diferente. Se usarmos o total dos estoques, na verdade, estamos
estimando o prazo médio de todos os estoques e não de um item específico.
2. O ideal é trabalhar com base nas quantidades físicas e não com a média do
valor dos estoques. Por exemplo, se houver preços ou custos muito voláteis,
isso poderá influenciar o prazo médio. O estoque pode ficar mais caro, dando a
entender que tem mais produtos.
• Porém estamos trabalhando com a análise de fora da empresa, nem sempre
teremos todas as informações.
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
Prazos de recebimento das vendas
– Calculem da empresa de vocês.
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
PMClientes
Tempo médio de recebimento
dos produtos
vendidos a prazo
31. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
• Problemas:
1. O cálculo que estamos vendo é de clientes (vendas a prazo), porém na DRE estarão as vendas a
prazo discriminadas?
Algumas empresas divulgam em NE. Você pode consultar o RI ou estimar.
2. Vendas brutas ou líquidas (como estão na DRE após as IFRS?)
A conta clientes computa o valor total das vendas, que contem tributos, então temos usar a
receita bruta no denominador da fórmula também – encontrada em notas explicativas.
• Perceba a diferença no exemplo abaixo (Natura). A conta Clientes dessa empresa tem
média de R$ 807.001
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32. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
Prazo médio de pagamento a fornecedores na empresa comercial
• Regra geral para o cálculo das compras:
CMV = EI + C – EF C = CMV + EF – EI
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
PMFornecedores
Tempo médio de pagamento
dos produtos
comprados a prazo
33. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
• Problemas:
– É importante conhecer a composição de Fornecedores, uma vez que as empresas
podem usar uma única conta e lançar qualquer tipo de compra a prazo.
– O problema de usar a fórmula do slide anterior é que os itens da fórmula estão
líquidos de tributos, então as compras calculadas também estarão. Todavia, os
fornecedores estarão pelos seus valores brutos, gerando uma distorção nos
cálculos.
• Solução 1: somar os impostos incidentes às compras ou retirar os impostos
incidentes de Fornecedores. Muito difícil de se obter por quem está fora da
empresa. Tenhamos, então, cuidado ao analisar os índices com esses
problemas!
• Solução 2: uma forma de se encontrar as “compras brutas” seria na DVA
(melhor do que o CMV). Porém isso só é possível com DVAs que detalham
bem o custo das mercadorias vendidas.
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34. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
Prazo médio de pagamento a fornecedores na empresa industrial
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
PMFornecedores
Tempo médio de pagamento
dos produtos
comprados a prazo
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
• Problemas:
– É importante conhecer a composição de Fornecedores, uma vez que as empresas
podem usar uma única conta e lançar qualquer tipo de compra a prazo.
– O que entra na conta CPV da DRE? Diversos itens que não tem a conta Estoques
como contrapartida: MO e encargos sociais, depreciação, água, energia etc. Ou
seja, não dá para usar o CPV para calcular as Compras, como no CMV...
• Exceto, se vier bem detalhado em notas explicativas, como pede a IAS 1/CPC
26 (Apresentação das DC).
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36. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
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Nesse caso daria pouco erro usar a fórmula do CMV. O
erro seria baixo, porém no exemplo anterior o erro
seria muito alto, pois itens como MO tem alto valor
naquela indústria.
Aqui o maior valor é dos insumos de produção de fato.
Mais uma vez: é importante conhecer o negócio, caso
não tenhamos acesso às informações necessárias
37. Felipe Pontes
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INDICADORES DE PRAZO MÉDIO
• Problemas:
– O problema de usar a fórmula do slide anterior é que os itens da fórmula estão
líquidos de tributos, então as compras calculadas também estarão. Todavia, os
fornecedores estarão pelos seus valores brutos, gerando uma distorção nos
cálculos.
• Tentar, talvez adaptar as soluções nas empresas comerciais, porém com mais
cuidado, porque o CPV contem itens diversos.
• O setor “industrial” é talvez o mais complicado. Porém ainda podemos
usar os números com cautela, principalmente se usarmos os mesmos
critérios para comparar o histórico da empresa ou companhias do
mesmo setor, mas lembrando que a composição dos custos pode
mudar entre as empresas e ao longo do tempo. Cuidado também com
isso!
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38. Felipe Pontes
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INDICADORES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
Nos permite analisar a estrutura de capital e a imobilização dos ativos
da empresa.
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ÍNDICE FÓRMULA INDICA
Participação de
terceiros
Quanto a empresa tomou de
capital de terceiros para cada
$1 de capital próprio
Composição do
endividamento
Qual é o percentual de
obrigações a CP em relação às
obrigações totais
Imobilização do PL
Quanto a empresa aplicou no
“Ativo Permanente”
(imobilizado + investimentos +
intangíveis) para cada $1 de PL
Imobilização dos
recursos não
correntes
Percentual de recursos não
correntes destinados ao “Ativo
Permanente”
39. Felipe Pontes
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INDICADORES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
• Problemas:
– Muito provavelmente existem itens defasados nos números que você está
usando. Números com datas completamente diferentes.
– As depreciações, normalmente, são feitas com base nas regras fiscais. Martins,
Diniz e Miranda (2010) acreditam que após a adoção das IFRS as empresas
comecem a depreciar, no lugar de “depreciar”. Porém a experiência recente não
tem mostrado muita diferença.
• Isso não inviabiliza (enfatizo mais uma vez) a utilização dos índices,
porém imagine a comparação de uma empresa nova com uma antiga?
Seus imobilizados, apesar de poderem ser do mesmo montante, são
incomparáveis!
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40. Felipe Pontes
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INDICADORES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
• Adicionalmente, quando eu analiso endividamento, eu gosto de olhar o
que é oneroso. O livro de Martins et al não comenta sobre isso nessa
seção, talvez porque tenha uma seção específica sobre alavancagem
financeira.
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41. Felipe Pontes
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ÍNDICES DE COBERTURA DE JUROS
• Martins et al trazem a seguinte sugestão, para aproximar do
conceito de caixa (por que não usar o caixa operacional?):
𝐼𝐶𝐽 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑝 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
• Normalmente, ele é calculado da seguinte forma:
• 𝐼𝐶𝐽 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑝 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
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É possível, e recomendável, também fazer uma adaptação somando o pagamento do
principal no denominador. Aí não teremos apenas um indicie de “risco”, mas também
de manutenção do capital, já que a empresa poderá se financiar de novo para
comprar novos ativos.