[1] O documento discute como a competição por melhores informações afeta o custo de capital de empresas em diferentes estágios do ciclo de vida organizacional. [2] Empresas menos maduras são mais opacas informacionalmente e têm menos informações publicamente disponíveis. [3] A hipótese é que o efeito da competição por informações no custo de capital é menos evidente em empresas em estágios mais maduros do ciclo de vida.
Fundos de Investimento Long Biased, Long & Short e Long Only
Competição por informações e custo de capital em diferentes estágios do ciclo de vida empresarial
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
QUANDO A COMPETIÇÃO POR INFORMAÇÕES DE
EMPRESAS NÃO
MADURAS REDUZ SEU CUSTO DO CAPITAL?
grggggggggggggggggggg
ggggggggg
Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Departamento de Finanças e Contabilidade
2. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
INTRODUÇÃO
• Motivação:
1. Por que este tema deveria interessar? Praticantes // Redução da AI, por meio
da competição por informações e da evolução dos ECV, e seus impactos no
COC;
2. Resultados “conflitantes” ao redor do mundo (disclosure direto ou indireto x
COC) e não consideração dos ECV nas pesquisas anteriores (puzzle); e
3. Fraca regulação brasileira, problemas de enforcement e governança corporativa
(e.g. pela primeira vez, dois executivos foram condenados por insider trading
no Brasil, apenas em 2011 // considera-se também que é difícil de provar casos
assim).
2
3. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
INTRODUÇÃO
O que foi feito durante o doutorado sobre esse
tema:
– Avaliação de empresas e probabilidade de negociação com informação privilegiada no
mercado de capitais (GMP, 2014);
– Estágios do Ciclo de Vida e Qualidade das Informações Contábeis no Brasil (LCPG, 2015);
– Insider trading and earnings management in Brazilian capital market (PMGC, 2015); e
– O lado B do insider trading: relevância, tempestividade e a influência do cargo (GMP,
2015).
O que foi feito na minha tese:
– Competição por melhores informações e o COC; e
– Competição por informações em ambientes com mais ou menos informações
disponíveis (ciclos de vida) e o COC (FOCO DESTA APRESENTAÇÃO).
3
Tem uma palestra que eu dou sobre a “jornada na tese”. Esse slide
traz um pouco dessa ideia
4. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
INTRODUÇÃO
4
• Pressupostos:
– Os ECVs afetam os fundamentos das empresas, inclusive o COC,
(BLACK, 1998; EASLEY; O’HARA, 2004; DRAKE, 2015; LIMA et al, 2015)
e à medida em que há a evolução com relação aos ECVs, as incertezas
sobre os fundamentos serão reduzidas (CHRISTENSEN; ROSA;
FELTHAM, 2010).
– Empresas menos maduras são mais opacas informacionalmente do
que as empresas mais maduras (EASLEY; O’HARA, 2004).
6. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
6
O mercado precifica forte e
rapidamente as oportunidades da
empresa:
a) principalmente as “techs” – muito
hype? vide o caso do Pokemon Go;
b) o lucro não precifica esse “hype” tão
rapidamente (e.g. P&D nos EUA e o P no
Brasil/IFRS).
Será esse o caso da RADL que
tem PE de 52x, mas os analistas
preveem o preço chegar a mais
de R$ 80,00?
(preço atual em torno de R$
60,00)
7. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
INTRODUÇÃO
• Aos interessados no tema, há duas postagens no Contabilidade &
Métodos Quantitativos sobre a reação do mercado ao Pokemon Go,
analisando os fundamentos do negócio:
– Quem é esse Pokémon?! Valor de mercado da Nintendo sobe 70%
http://contabilidademq.blogspot.com.br/2016/07/quem-e-esse-pokemon-valor-
de-mercado-da.html
– Pokémon Go: overreaction ou não? Eis a questão!
http://contabilidademq.blogspot.com.br/2016/07/pokemon-go-overreaction-ou-
nao-eis.html
7
11. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
HIPÓTESE
1. Empresas em um estágio inicial entram nos mercados com pouca
informação disponível publicamente sobre o seu potencial para
geração de receitas e custos relacionados a sua atividade;
2. Empresas em estágio de crescimento têm muitas informações
privadas sobre novos projetos;
3. Empresas maduras precisam apenas manter suas operações e já
possuem muita informação pública;
4. Empresas em shake-out e declínio têm um histórico de
informações longo, porém pouco se sabe sobre o seu futuro
(DICKINSON, 2011).
11
Hipótese: o efeito da competição por melhores informações no custo
de capital é menos evidente em empresas que estão em um estágio
mais maduro do seu ciclo de vida organizacional.
12. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
HIPÓTESE
• Hasan et al (2015) foram os primeiros a constatar
empiricamente o que Easley e O’Hara (2004) e Christensen,
Rosa e Feltham (2010) previram analiticamente: o COC é
afetado pelos ECVs.
• Este artigo avança nesta literatura da seguinte forma:
– Inclusão da competição por informações nos diferentes ECVs;
– Uso da não maturidade, no lugar da turbulência, como benchmark; e
– Usa um conceito mais amplo de incerteza (a informacional), no lugar
de usar apenas a disponibilidade de recursos.
12
14. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
METODOLOGIA
• Por que Brasil?
1. Grande parte das pesquisas sobre risco informacional e precificação
são realizadas com dados de países com ambiente informacional forte
(e.g. EUA);
2. Em países com ambiente informacional mais fraco, as informações são
divulgadas com menor qualidade e em menor quantidade (ALENCAR;
LOPES, 2010);
3. A menor quantidade e qualidade informacional pode gerar maiores
oportunidades de competir por melhores informações; e
4. O COC é sensível a diversos fatores informacionais (precisão, QIC,
conexões políticas etc) e o acesso a informações de forma tempestiva
poderá “melhorar” o COC das empresas.
14
15. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
METODOLOGIA
Custo do capital implícito (COC):
• Foi utilizado o COC em excesso à Rf (EASTON, 2004, TAR; BOTOSAN;
PLUMLEE, 2002, JAR, 2013, JBFA), com base nas equações abaixo:
1. 𝑃0 = 𝑡=1
5
1 + 𝑟𝑑𝑖𝑣
−𝑡 𝐸0 𝑑 𝑡 + 1 + 𝑟𝑑𝑖𝑣
−5 𝐸0 𝑃5
2. 𝐶𝑂𝐶 𝑝𝑒𝑔 =
𝑒𝑝𝑠2−𝑒𝑝𝑠1
𝑃0
15
Excluído da análise principal, por levar
a perda de muitas observações.
Correlação entre as duas proxies =
0,9377***
16. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
METODOLOGIA
Estágios do ciclo de vida (ECV):
• Modelo de Dickinson (2011)
16
Fluxo de Caixa Nascimento Crescimento Maturidade Turbulência Declínio
Operacional - + + + - + - -
Investimento - - - + - + + +
Financiamento + + - + - - + -
Figura 3 – Classificação dos ECV com base nos padrões de fluxos de caixa
Classificação mais
“ateórica”
17. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
Teste básico da Hipótese 2 (eq. 5):
17
𝐶𝑂𝐶𝑖𝑡
= 𝛼 + 𝛽1 𝑏𝑒𝑡𝑎𝑖𝑡 + 𝛽2 𝑠𝑖𝑧𝑒𝑖𝑡 + 𝛽3ln(𝑚𝑡𝑏)𝑖𝑡 + 𝛽4ln (𝐶𝑂𝐵𝐸𝑃𝑆
)𝑖𝑡 + 𝛽5 𝑁𝑜𝑛𝑀𝑎𝑡
+ 𝛽6ln 𝐶𝑂𝐵𝐸𝑃𝑆
∗ 𝑁𝑜𝑛𝑀𝑎𝑡𝑖𝑡 + 𝜇𝑖𝑡
Variável Sinal
esperado
Significado
𝑏𝑒𝑡𝑎
+ Exposição ao risco sistemático
𝑠𝑖𝑧𝑒
- Menos assimetria
ln(𝑚𝑡𝑏)
- Reconhecimento de oportunidades de crescimento
ln (𝐶𝑂𝐵𝐸𝑃𝑆
)
- Monitoramento e busca por informações
Non𝑀𝐴𝑇
+ Menos informações publicamente disponíveis
ln 𝐶𝑂𝐵 𝐸𝑃𝑆
∗ 𝑁𝑜𝑛𝑀𝐴𝑇 - Competição por informações em ambientes mais opacos
informacionalmente
Devido à alta multicolinearidade e
para explorar melhor a
variabilidade da “competição”,
retirou-se a ln(COB) da análise
principal, porém não há mudança
significativa quando retirada a size
e inserida a ln(COB) em seu lugar,
pois basicamente empresas
grandes têm muita COB no Brasil
METODOLOGIA
18. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
0
.2.4.6.8
1
COCpeg_prem
Nascimento Crescimento Maturidade Turbulência Declínio
0
.05
.1
.15
.2
.25
COCpeg_prem Nascimento Crescimento Maturidade Turbulência Declínio
Destaques descritivos: nasc: 7,61%, cresc: 35,28%, mat: 48,22%, turb:
7,11% e decl: 1,78% da amostra.
COCNONMAT > COCMAT (t = -3,3779***)
18
Figura 4.1 – Boxplot da variável COCpeg_prem distribuída entre os ECV Figura 4.2 – Distribuição ajustada da variável COCpeg_prem entre os ECV
RESULTADOS
19. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
RESULTADOS
• Antes de entrar na questão do Ciclo de Vida, o próximo slide evidencia o
efeito da competição (pura) por informações no custo do capital próprio
das companhias abertas brasileiras.
• Esse resultado está apresentado no artigo 1 da minha tese.
19
20. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
-0.06-0.04-0.02
0.000.02
ln(COBeps)
0 .1 .2 .3 .4 .5 .6 .7 .8 .9 1
Quantile
RESULTADOS
20
Efeito da competição (pura) por informações sob o custo do capital próprio
Pressupondo que o ambiente informacional ruim leva a um maior
COC (EASLEY; O’HARA, 2004), principalmente em economias
pequenas (HUGHES; LIU; LIU, 2007).
Possibilidade de explorar o ambiente informacional, como
determinante do custo do capital, e não perder informação com scale
(OHLSON, KIM, 2015, RAS).
Rejeita-se a H0 de q.05 = q.50 = q.95
F = 57,18***
Não se rejeita a H0 de q.05 = 0 (t = 1,14)
Rejeita-se a H0 de que q.95 = 0 (t = -10,38***)
Resultados semelhantes usando q.10 e q.90
COBEPS
21. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
Variável Sinal esperado
COCpeg_prem
(9)a
COCpeg_prem
(10)a
COCpeg_prem
(12)c
beta + 0,0114
(0,0187)
0,0118
(0,0178)
0,0448***
(0,0118) [7/7]
size - -0,0295***
(0,0085)
-0,0176***
(0,0060)
-0,0203**
(0,0080) [6/7]
ln(mtb) - -0,0309***
(0,0066)
-0,0321***
(0,0064)
-0,0334***
(0,0031) [7/7]
NonMat + 0,0038
(0,0077)
0,4581*
(0,2628)
-0,0104
(0,3645) [4/7]
size*NonMat - – -0,0203*
(0,0117)
0,0001
(0,0160) [4/7]
Constante ? 0,8307***
(0,1967)
0,5598***
(0,1386)
0,5593**
(0,1832)
R² ajustado 0,4222 0,4354 0,3988
Teste F 10,58*** 11,03*** 981,92***
Teste de White 327,89*** 349,14*** NA
Teste de Wooldridge 5,109** 4,964** NA
Dummy do ano Sim Sim NA
Dummy do setor Sim Sim NA
21
Tabela 3 – Análise do efeito da competição (size) por informações nos ECV sob o custo do capital
RESULTADOS
Pressupondo que o ambiente
informacional ruim leva a um
maior COC (EASLEY; O’HARA,
2004), principalmente em
economias pequenas (HUGHES;
LIU; LIU, 2007).
Com o OLS se perde informação
com scale e não é possível
explorar a heterogeneidade dos
dados (OHLSON, KIM, 2015).
22. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
-4.00-2.00
0.002.004.00
NonMat
0 .1 .2 .3 .4 .5 .6 .7 .8 .9 1
Quantile
-0.20-0.10
0.000.100.20
size*NonMat
0 .1 .2 .3 .4 .5 .6 .7 .8 .9 1
Quantile
22
Figura 5 – Comportamento das variáveis NonMat e size*NonMat ao longo dos quantis
Rejeita-se a H0 de
q.05 = q.50 = q.95
(size*NonMat)
F = 3,24**
Comportamento do
gráfico semelhante
quando usado o
ln(COBeps) scaled, porém
rompendo o intervalo do
OLS apenas nos últimos
quantis.
q.05: (+)*
q.10: (+)
q.50: (-)
q.90: (-)***
q.95: (-)**
q.05: (-)
q.10: (-)
q.50: (+)
q.90: (+)***
q.95: (+)**
A competição afeta, ao nível de
1% (q.10), o custo do capital
daquelas empresas em uma
ambiente informacional
previamente ruim.
RESULTADOS
23. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
• Contribuições do artigo:
1. Evidências de que os ECVs podem impactar o COC;
2. A competição por informações de empresas não maduras (mais
opacas) é mais importante para redução do COC das empresas
que já têm um custo do capital alto (ambiente informacional
ruim); e
3. É importante que as empresas estimulem a competição por suas
informações, principalmente nas fases mais opacas
informacionalmente do seu ciclo de vida.
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
24. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Principais limitações:
1. Os resultados devem ser analisados e utilizados com
cautela, devido à limitação amostral;
2. A limitação amostral foi, em grande parte, fruto da baixa
quantidade de empresas com cobertura de analistas.
• É possível utilizar modelos de previsão dos EPSs (e.g. HOU et al.,
2012), contudo seria uma proxy estimada sendo explicada por
outras proxies que são observadas.
24
25. Felipe Pontes
www.contabilidademq.blogspot.com
QUANDO A COMPETIÇÃO POR INFORMAÇÕES
DE EMPRESAS NÃO
MADURAS REDUZ SEU CUSTO DO CAPITAL?
Edilson Paulo
Universidade Federal da Paraíba
e.paulo@uol.com.br
ccsa.ufpb.br/ppgcc
Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão
Universidade Federal da Paraíba
lfapg@hotmail.com
contabilidademq.blogspot.com
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!