Este documento descreve vários tipos de tumores ósseos benignos, incluindo:
1) Osteoma, osteoma osteóide e osteoblastoma, que são lesões ósseas benignas que podem causar dor;
2) Encondromas e osteocondromas, que são tumores cartilaginosos benignos que causam lesões ósseas expansivas;
3) Síndromes como a doença de Ollier e síndrome de Maffucci, associadas a múltiplos encondromas e outros tumores.
3. Osteoma
Lesão osteoblástica
Crescimento lento
Tábua externa da calvária, seios
frontal e etmoidal
Ossos tubulares osteoma
parosteal
Sd. Gardner: osteomas, pólipos
adenomatosos intestinais, tumores
de partes moles (cistos de
inclusão, dermóides, fibrose).
4. Osteoma
Osteomas apresentam densidade igual a da cortical óssea nesta TC.
Osteoma parosteal: radiografia PA da mão mostra em falange proximal de 3º dedo uma massa esclerótica de limites bem definidos
aderida à cortical compatível com osteoma paraosteal.
Incidência frontal do crânio mostra as massas escleróticas densas compativéis com osteomas nos seios frontal e etmoidal esquerdos.
5. Osteoma Osteóide
Dor noturna, melhora com
salicilatos (75%)
Idade: 10 a 35 anos
Local: ossos longos,
cortical, medular ou
subperiosteal. Intra ou
extra-articular
80% intracortical
55% fêmur e tíbia
6. Osteoma Osteóide
► Foco de tecido/matriz osteóide
► Totalmente litico ou com centro esclerótico
► Nicho mede menos que 1 cm
► Circundado de esclerose (osteogenese
reativa)
► Pode ser multifocal (raro)
► Sinovite pode ocorrer em lesões
periarticulares ou intracapsulares
7. Osteoma Osteóide
Osteoma osteóide multifocal: RX lateral da perna mostra duas radiolucências bem definidas com uma área esclerótica na
face anterior da porção distal da tíbia.
Tipos de osteoma osteóide: (A) Na cortical, intensa esclerose reativa circundando o nicho, como aqui na cortical medial do
fêmur. (B) A medular, na porção distai da fíbula, tem um nicho esclerótico denso circundado por um halo de tecido osteóide
radioluscente, com ausência quase total de esclerose reativa . (C) No subperiosteal, na superfície do tálus, a resposta periosteal
é mínima e a esclerose reativa ausente. (D) No intracapsular, o nicho radioluscente observado aqui na face medial da porção
proximal do colo do fêmur mostra apenas esclerose reativa mínima.
8. Osteoma Osteóide
TC de osteoma osteóide: (A) RX AP do quadril mostra lesão radioluscente no trocanter menor (B) O corte de TC mostra
claramente o nicho.
9. Osteoma Osteóide
RM de osteoma osteóide: (A) RM coronal ponderada em Tl mostra lesão com hipossinal compatível
com osteoma osteóide na face lateral do colo do fêmur esquerdo. (B) RM ponderada em Tl mostra
lesão com hipossinal compatível com osteoma osteóide na cortical mediai da tíbia esquerda com
esclerose perilesional.
10. Menino 16 anos, dor na região do quadril esquerdo, com melhora após o uso
de salicilato.
Osteoma Osteóide
(A) RX AP do quadril esquerdo com radioluscência na porção supra-acetabular do ílio. (B) Cintilografia óssea mostra captação de
isótopos aumentada na mesma porção (C) TC mostra a lesão hipodensa correspondendo ao osteoma osteóide.
14. Osteoblastoma
<1% de todos os tumores ósseos
primários
3% dos tumores ósseos benignos
< 30 anos (75%)
Aumenta rapidamente de tamanho
Envolve extremidades e elementos
posteriores da coluna
15. Osteoblastoma
Apresentações:
Esclerótico > 2 cm (osteoma osteóide gigante)
Lesão periosteal: -ausência esclerose óssea perifocal
-invólucro fino de osso periosteal
Expansão explosiva semelhante à cisto aneurismático
Osteoblastoma agressivo: -simula lesão maligna
-rompe o córtex
-componente de partes moles ( simular um
osteossarcoma)
16. Osteoblastoma
Osteoblastoma: Lesão radioluscente de contornos bem definidos, com resposta periosteal mais pronunciada nas corticais
umeral mediai e lateral, com a extensão de osso reativo circundando o foco radioluscente menor que o do osteoma osteóide.
Osteoma osteóide gigante.
Osteoblastoma periosteal: Osteoblastoma periosteal da mandíbula revestido por um fino invólucro de novo osso periosteal.
17. Osteoblastoma
Lesão osteolitica insuflativa comprometendo pp processo espinhoso da vertebra lombar, com
afilamento da cortical, promovendo marcada redução do diâmetro AP do canal vertebral no nível com
aspecto compatível com osteoblastoma.
18. Osteoblastoma
Osteoblastoma agressivo. Radiografias PA (A) e lateral (B) da mão mostram um osteoblastoma
agressivo. Destruição de todo o 4º metacarpo com osteogênese maciça na porção distal. Semelhante ao
osteossarcoma, a lesão parece estar contida num invólucro de neosteogênese periosteal.
19. Osteoblastoma
Diagnóstico Diferencial
Osteoma osteóide < 2 cm, no osteoblastoma:
-trabéculas ósseas mais largas e mais compridas,
menos densas
Abcesso ósseo serpingiforme, barra fisária
Cisto ósseo aneurismático não tem
radiopacidades centrais
Osteossarcoma destruição da cortical, matriz
mineralizada, componente de partes moles
21. Encondroma
Neoplasia cartilaginosa benigna na
cavidade medular
15 -40 anos, pico 10-30 anos
H=M
Mão e pé – mais prevalente
Clínica: geralmente assintomático,
na ausência de fratura -
encondroma doloroso é
considerado maligno
22. Encondroma
Lesão lítica bem definida, com matriz
condróide
Calcificações condróides: padrão anelar e
de arcos
Expansão do córtex, sem ruptura da
cortical
Nenhuma reação periosteal ou massa de
partes moles
23. Encondroma
Encondroma: Típica lesão, radioluscente, com atenuação acentuada da cortical do lado ulnar,na base da falange proximal do 4º
dedo representando um encondroma.
Encondroma: RX revela fratura patológica no 1º dedo através de lesão prévia de encondroma assintomática.
Encondroma calcificante: Encondroma maciçamente calcificado da porção proximal do úmero com aparência lobular da lesão e
o recorte da endocórtex.
24. Encondroma
RM de Encondroma:RX AP (A) e lateral (B) demonstram calcificações na porção distal do fêmur. Imagens
de RM coronal (C) e sagital (D) ponderadas em T1 mostram uma lesão lobulada bem circunscrita exibindo
sinal de intensidade intermediária. A área mais hipointensa no centro representa calcificações. Imagem de
RM coronal ponderada em T2 (E) mostra a lesão com um sinal de intensidade mista: as áreas hiperintensas
representam tumor cartilaginoso e as áreas hipointensas mostram calcificações.
26. Encondroma
Diagnóstico Diferencial
Condrossarcoma de baixo grau de
crescimento lento
►Zona de transição larga e
calcificações centrais
►Espessamento da cortical,
importante para distinguir o
condrossarcoma do encondroma de
aspecto similar
27. Encondromatose
Doença de Ollier
► Anomalia não hereditária
caracterizada por múltiplos
encondromas
► Risco de transformação em
condrossarcoma
► Múltiplas imagens hipertransparentes
expansivas em mão e pé
► Tendência a unilateralidade
28. Doença de Ollier
Doença de Ollier: (A) RX AP da pelve com calcificações em forma de crescente lunar e semelhantes a anel nas
projeções de cartilagem que se estendem a partir das cristas ilíacas e das porções proximais dos fêmures. (B) RX
de ambas as pernas com parada do crescimento e deformidades da tíbia e da fíbula.
29. Doença de Ollier
Condrossarcoma na doença de Ollier: Transformação sarcomatosa do encondroma da mão de um paciente com doença
de Ollier, com grandes massas lobuladas de cartilagem em todos os dedos. A lesão da falange média do 4º dedo mostra
destruição da cortical e disseminação para os tecidos moles.
30. Síndrome de Maffucci
Encondromatose e múltiplos
hemangiomas de partes moles
Comprometimento unilateral
das mãos e pés
Transformação maligna mais
comum que na dça de Ollier
31. Osteocondroma
► Exostose osteocartilaginosa
► Lesão óssea benigna mais
comum
► Possuem sua própria placa de
crescimento e param de crescer
com a maturidade esquelética
► Mais comum antes da terceira
década de vida
► Tumor indolor com
crescimento lento
► Maior acometimento: tíbia,
fêmur e úmero
32. Osteocondroma
Pediculado: pedículo delgado direcionado
para fora da placa de crescimento
Séssil: base ampla
Não interrompe o córtex
Calcificação na porção cartilaginosa do
capuz
Metafisária
Cresce para longe da articulação
33. Osteocondroma
Osteocondroma:(A) Osteocondroma pediculado originando-se próximo à placa de crescimento proximal do úmero direito. (B) No séssil, originando-se da cortical
medial da diáfise proximal do úmero direito, a cortical do osso hospedeiro funde-se sem interrupção à cortical da lesão. O capuz cartilaginoso não é visível nos rx
convencionais, podem ser observadas calcificações densas no pedículo.
TC de osteocondroma:(A) RX lateral do joelho mostra uma lesão calcificada na face posterior da porção proximal da tíbia. (B) A TC estabelece a continuidade da
cortical, que se estende sem interrupção do osteocondroma até a tíbia. A porção medular da lesão e a tíbia se comunicam.
35. Osteocondroma
Complicações
Compressão de nervos e vasos
Compressão do osso adjacente – deformação e fraturas
Processo inflamatório/bursites
Transformação maligna
- Dor na ausência de fratura
- Crescimento da lesão após maturação esquelética
- Calcificações dispersas no capuz
36. Osteocondroma
Complicações
Complicação de osteocondroma: (A) RX do ombro direito demonstra osteocondroma séssil originando-se da face medial
da diáfise proximal do úmero. (B) Arteriografia revela compressão e deslocamento da artéria braquial.
Complicação de osteocondroma: Osteocondroma séssil na porção distai da tíbia. A lesão produz erosão por pressão e,
posteriormente, abaulamento e afilamento da fíbula, com subsequente fratura do osso.
37. Exostoses Cartilaginosas
Múltiplas
Doença hereditária autossômica
Joelho, tornozelo e ombro
Tipicamente séssil
Metafisária
> sexo masculino, 2:1
Aspecto semelhante aos
osteocondromas
38. Exostoses Cartilaginosas Múltiplas
Exostoses múltiplas hereditárias. (A) RX AP do ombro com osteocondromatose múltipla
familiar demonstra múltiplas lesões sésseis envolvendo a porção proximal do úmero, escápula e
costelas. (B) Envolvimento da porção distal do fêmur e da porção proximal da tíbia é
característico deste distúrbio.
39. Exostoses Cartilaginosas Múltiplas
Complicações
- Anormalidades graves do
desenvolvimento (antebraço e perna)
- Transformação maligna 5-15%
condrossarcoma em lesões da cintura
escapular e na pelve maior
42. Condroblastoma
TC de condroblastoma. (A) RX AP do ombro mostra lesão na epífise proximal do úmero, com a presença de
calcificações. Camada bem organizada de reação periosteal na cortical lateral. (B) Corte de TC mostra claramente
as calcificações.
43. Condroblastoma
RM de condroblastoma: (A) Imagem de RM axial ponderada em T2 do ombro com condroblastoma da cabeça umeral mostra lesão
com margem nítida, borda esclerótica e calcificações centrais. Observe o derrame articular de pequena
monta e o edema peritumoral. Em um outro paciente, as imagens de RM sagital em densidade protônica (B) e axial ponderada em T2 (C)
do joelho mostram a disseminação do condroblastoma localizado na face posterior da porção proximal da tíbia para os tecidos moles.
44. Fibroma Condromixóide
Neoplasia benigna incomum – 2%
tumores ósseos benignos
Tecido fibroso + condróide + mixóide
Adolescentes e adultos jovens
> sexo masculino
MMII: 32% porção proximal da tíbia,
17% porção distal do fêmur
45. Fibroma Condromixóide
Próximo a placa de crescimento
Lesão radiotransparente
Excêntrica
Margem recortada esclerótica com frequencia
erodindo ou abaulando a cortical
Tamanho 1 – 10 cm, média 3- 4 cm
Ausência de calcificações visíveis
46. Fibroma Condromixóide
Fibroma condromixóide: RX AP(A) e lateral (B) de perna com uma lesão radioluscente estendendo-se da
metáfise até a diáfise tibial, com destruição óssea do tipo geográfico e uma borda recortada esclerótica.