O documento descreve as principais etapas do desenvolvimento da criança dos 0 aos 10 anos, abordando aspectos como:
- Dependência total dos cuidadores nos primeiros meses de vida;
- Progressivo desenvolvimento motor, da linguagem e da autonomia;
- Aquisição do controlo dos esfíncteres entre os 2 e 3 anos;
- Desenvolvimento da imaginação e da criatividade entre os 3 e 5 anos;
- Entrada na escola primária entre os 5 e 7 anos.
2. Nascimento
- Completa dependência dos adultos
cuidadores;
- Posição mais passiva, ligada à satisfação das
suas necessidades básicas.
3. Nascimento
- Comunicação essencialmente através do
choro quando não satisfeitas as suas
necessidades;
- Reconhecimento das figuras cuidadoras;
- Reduzido controlo motor.
10. Terceiro Trimestre
- Idade da curiosidade, do explorar (examina,
agarra, agita e leva à boca);
- Surge a “angústia do estranho”;
- Reconhece o seu nome (responde quando
chamado).
13. Ganham os bebés que:
- Efectuarem uma boa ligação aos adultos
mais próximos;
- Construírem uma relação de confiança
básica, marcada por um padrão rotineiro,
sem períodos de separação traumáticos ou
perdas de figuras de referência.
14. Ideias para estimulação do bebé
1º Mês - Converse ou cante para o bebé. O
som da sua voz é reconfortante e transmite-
lhe segurança.
Faça massagens à criança, estimule cada
parte do corpo dela: pés, mãos, costas, rosto.
O toque das mãos transmite amor, carinho e
segurança.
15. Ideias para estimulação do bebé
2º Mês - Apresente objectos grandes e
coloridos para que ele possa brincar e tentar
alcançá-los com as mãos.
Junto ao berço coloque um móbil colorido
dentro do campo de visão do bebé.
16. Ideias para estimulação do bebé
3º Mês - Cante, faça gestos e expressões
faciais. O bebé tentará imitar e responderá
aos estímulos com sorrisos e ruídos.
Estimule o tacto do bebé com objectos de
diferentes texturas.
Coloque-o sentado apoiado por almofadas.
17. Ideias para estimulação do bebé
4º Mês - Conte histórias curtas e imite o
barulho dos animais com diferentes tons de
voz. O bebé tentará imitar.
Mande-lhe brinquedos (bolas, dados) para
ele tentar agarrar.
18. Ideias para estimulação do bebé
5º Mês - Deixe-o brincar com brinquedos
macios, como mordedores, pois tudo que ele
agarrar, vai levar à boca.
Coloque músicas de diferentes ritmos e
dance com ele.
Espalhe brinquedos à sua volta e deixe-o a
brincar no chão.
19. Ideias para estimulação do bebé
6º Mês - Durante as refeições relate ao bebé o que
ele está a comer. Mostre-lhe os alimentos.
Convide a criança para passear, e espere que ela
lhe estenda os braços.
Imite o barulho de animais e objectos, como gatos,
telefone, estimulando-a a fazer o mesmo.
Ao ar livre, deixe-a próxima das árvores, para que
ela observe o balancear o e barulho das folhas.
20. Ideias para estimulação do bebé
7º Mês – Proporcione à criança a
manipulação de brinquedos que façam
barulho, de diferentes cores, formas e
tamanhos. Coloque-os próximos do bebé e
estimule-o de modo a ele ir buscá-los.
Ensine-o a dizer adeus. Em pouco tempo
repetirá os gestos dos adultos.
21. Ideias para estimulação do bebé
8º Mês - Brinque às escondidas com uma
toalha ou cortina. Permita que a criança
mande objectos para o chão. Ele repetirá
inúmeras vezes este movimento. Desta
forma, está-se a fomentar a noção de causa e
efeito.
Conte histórias, mostrando as imagens do
livro.
22. Ideias para estimulação do bebé
9º Mês - Deixe junto ao bebé brinquedos
grandes e coloridos. Ensine-o a empilhá-los
e a encaixá-los.
Relate-lhe verbalmente as suas acções. Ele
começará a repetir sílabas. Converse sobre
animais e imite o barulho dos mesmos.
23. Ideias para estimulação do bebé
10º Mês - Converse com o bebé e dê-lhe
alternativas. Ex.: "Queres o urso ou a bola".
Procurar que aponte o desejado.
Dê-lhe um telefone de brinquedo -
incentivar a linguagem.
24. Ideias para estimulação do bebé
11º Mês - Deixe à mão objectos que possam
ser colocados e retirados de uma caixa ou
balde.
Chame a atenção para objectos e animais
conhecidos e também para as novidades.
Estimule-o a beber água em copos ou com o
auxílio de palhinhas.
25. Ideias para estimulação do bebé
12º Mês - Cante e conte histórias.
Disponibilize livros e revistas para manusear.
Incentive-o a comer sozinho.
Explique-lhe tudo: o que estão a fazer, onde vão...
Brinque às escondidas ou à apanhada com a
criança.
26. Segundo/Terceiro Ano
Dependência absoluta ➯ Relativa
Vai aprendendo a interagir em dois mundos
fundamentais:
- Mundo das relações interpessoais;
- Mundo físico.
27. Segundo/Terceiro ano
Três marcos evolutivos no desenvolvimento:
- Aparecimento da marcha;
- Linguagem oral (sobretudo o não);
- Controlo dos esfíncteres.
28. Desenvolvimento Motor
Proporciona uma maior capacidade e
aptidão para explorar e manipular o meio à
sua volta:
- Desenvolve a marcha;
- Aperfeiçoa a motricidade fina.
29. Desenvolvimento da Linguagem
Surge a “função semiótica”, que permite:
- Pensar;
- Falar;
- Fantasiar, o jogo simbólico e o faz-de-conta;
- Desenhar;
- Dramatizar.
30. Desenvolvimento da Linguagem
1 ano: Primeiras palavras (desenvolvimento
mais lento que o motor);
18 meses: Maior investimento no
desenvolvimento da linguagem;
2º ano de vida: Surgimento do não, eu, meu.
31. Desenvolvimento da Linguagem
24 meses: Idade dos porquês (alia cada vez
mais a exploração física à verbal);
32 meses: Usa frases curtas e fala sobre um
assunto por curtos períodos de tempo;
Desenvolve a consciência de si e imagens
mentais (ideias, símbolos).
32. Desenvolvimento da Linguagem
Sugestões:
- Falar para a criança de frente para ela;
- Ler, contar histórias, cantar;
- Mandar beijinhos, mostrar a língua, fazer caretas...
- Pronunciar as palavras correctamente;
- Evitar repreender erros.
33. Controlo dos esfíncteres
Com cerca de dois anos de idade, inicia-se o
processo de ensino do controlo dos
músculos que permitem a possibilidade de
contenção e expulsão das fezes e da urina.
34. Controlo dos esfíncteres
Momento marcante da relação pais/criança.
Importa realizar o processo com
tranquilidade, aceitando e respeitando o
ritmo da criança.
35. Dos 3 aos 5 anos
A capacidade de criar imagens mentais
(símbolos, ideias) leva à progressiva
compreensão de conceitos como dentro,
fora, cima, baixo, trás, frente (etc.),
fundamentais para a aprendizagem
académica.
36. Dos 3 aos 5 anos
- Fase fundamental da criatividade,
imaginação e das brincadeiras “faz-de-
conta”.
- Temas ligados à imitação do
comportamento dos adultos.
- Desenvolvimento da empatia.
37. Medos da Criança
A imaginação assume um papel
preponderante nos medos das crianças e é
potenciado o surgimento do medo do
escuro, dos monstros, fantasmas, ladrões,
entre outros.
38. Os pais podem ajudar
- Validar os sentimentos dos filhos;
- Explorarem em conjunto os medos e suas
razões;
- Cumplicidade pais/filhos;
- Evitar a fuga aos medos.
39. Sexualidade da criança
A exploração do mundo através da
manipulação e da linguagem leva à
inevitável questão da sexualidade, e das
diferenças anatómicas.
40. Sexualidade da criança
É a fase de reconhecimento do seu sexo.
Procurará explorar através do tacto, da
observação, comparação, e do brincar
(brincadeiras que promovem o
contacto).
41. Sexualidade da criança
A criança começa a identificar-se com o
progenitor do mesmo sexo.
Curiosidade em explorar questões
relacionadas com a vida dos adultos (de
onde vêm os bebés?).
Brincadeiras exibicionistas.
42. Pede-se aos pais:
- Procurem satisfazer a curiosidade dos seus
filhos (de modo adequado à sua
maturidade);
- Mantenham viva a diferença geracional
pais/criança (limites);
43. Pede-se aos pais:
- Afirmação dos seus próprios afectos e pela
ligação de amor entre o pai e a mãe: a
criança deve aprender a respeitar a
existência de intimidade entre os pais, sem
que isso corresponda a um sentimento de
perda de amor.
44. Regras e limites
Fase por excelência em que a criança
investe na medição das sua posses / limites.
São comuns as birras, comportamentos
omnipotentes, de risco, oposição.
45. Regras e limites
Torna-se, mais que nunca, importante
transmitir regras e limites consistentes
por parte dos adultos.
46. Regras e limites
Ensinar uma criança a lidar com o não,
também é ensinar-lhe que ela também
pode dizer não quando alguém quiser lhe
impor atitudes ou comportamentos.
47. Regras dos limites
Afecto- Os limites aprendem-se com o
desejo de agradar à figura amada;
Modelagem – A moral desenvolve-se a
partir da tentativa de querer ser como o
adulto admirado.
48. Regras dos limites
O estabelecimento de limites claros é
promotor do desenvolvimento da criança.
Quando for necessário, dizer não,
explicando o motivo da decisão. Não ter
receio em impor a autoridade;
49. Regras dos limites
É importante que ambos os progenitores
estejam em sintonia na aplicação dos
limites;
Devem ser coerentes e consistentes (o que
não pode fazer hoje, não
pode amanhã).
50. Regras dos limites
Atenção a momentos como:
- Refeições;
- Hora de dormir.
Segurança das rotinas
51. Regras dos limites
- Devem ser mantidos, apesar das “armas
utilizadas pelas crianças;
- Demonstrar a diferença geracional;
Tarefa a longo prazo.
52. Lidar com a agressividade
É necessário aceitar que, bem doseados,
sentimentos como a frustração e a
agressividade são naturais e, é essencial
para a criança poder brincar e experienciá-
los.
53. Lidar com a agressividade
Quando existe uma agressão por parte da
criança, importa perguntar o motivo de tal
gesto.
Posteriormente, fazê-la pedir desculpa à
agredida.
54. Lidar com a agressividade
É importante incentivar o diálogo e ser
paciente. Muitas vezes, o tom de voz é
determinante e diz mais do que as palavras.
Procure ouvir a criança.
56. “Regras” das repreensões
Explicar de forma clara o comportamento “alvo”
da repreensão, e comunicar, de forma construtiva e
optimista, o que esperamos que ela realize;
Expressar à criança que confiamos que, no futuro,
conseguirá realizar o comportamento desejado;
Poder do elogio.
Palavras proibidas - “Sempre” e “Nunca”;
57. Dos 5 aos 7 anos
Entrada no período de latência;
O princípio da realidade ganha espaço ao do
prazer;
“Período de calma” no desenvolvimento
emocional.
58. Dos 5 aos 7 anos
Até este estádio de desenvolvimento espera-
se que a criança tenha adquirido a
maturidade sensório-motora necessária para
ingressar num novo desafio: A Escola.
59. Escola
A escola ajusta-se perfeitamente ao estádio de
desenvolvimento das crianças, exigindo delas
produção e ordem.
A relação com novas pessoas que representam
a autoridade e a competência exercita, da
parte da criança, a adaptação, a auto-
afirmação, a capacidade de concentração, etc.
60. Escola
A criança passa a estar sujeita a avaliações
por parte do(s) seu(s) professor(es), colegas,
bem como por si mesma, necessitando
possuir um auto-controlo que lhe permita
corresponder às novas exigências.
61. Escola
As crianças são menos egocêntricas, e
capazes de usar operações mentais para
resolver problemas concretos.
Ainda sem a capacidade de realizar
operações formais e pensamento abstracto
(adolescência).
62. Escola
Pede-se que:
Estimule o desenvolvimento
cognitivo da criança, através de
actividades como o contar,
classificar, construir e manipular,
entre outras.
63. Dos 6 aos 10 anos
As actividades podem (e devem) ter cada
vez mais regras. O valor destas é quase mais
significativo do que a actividade em si.
Enquanto a criança em idade pré-escolar
obedece às regras sem compreender o
porquê, a partir dos 6/7 anos percebe-as
pelo seu valor funcional.
64. Brincar
Até aos 6 anos: brincadeiras
físicas, lutas, perseguições, “faz de conta”;
Dos 6 anos 10 anos: predominância dos
jogos com regras, como as
escondidas, macaca, elástico...
65. Desenvolvimento Motor
Adquire um maior equilíbrio;
Coordenação e controlo do seu corpo, bem
como dos seus limites;
Maior capacidade de
auto-controlo.
66. Socialização
A identidade de género continua a
estruturar-se (importância das
figuras de referência);
O grupo de pares torna-se
progressivamente mais importante
- a pertença a um grupo é
fundamental para a sua identidade.
67. A criança aprende a brincar
É a brincar que ela aprende o que mais
ninguém lhe pode ensinar.
Descobre, compreende o papel dos adultos e
a comportar-se e a sentir-se como eles.
Aprende a conhecer o mundo, bem como a
conhecer-se a si mesma.