Neuroses são afecções psicológicas cujos sintomas expressam simbolicamente um conflito psíquico com raízes na história pessoal. Os sintomas neuróticos são fixos e irreversíveis, ligados a um superego internalizado que mobiliza defesas contra impulsos reprimidos. Crianças podem apresentar sintomas neuróticos após os 4-5 anos, se persistirem mesmo com mudanças ambientais e não estiverem ligados a pressões situacionais.
2. Definição de Neurose
é uma afecção de origem psicológica
em que os sintomas funcionam como
forma de expressão simbólica de
um conflito psíquico que tem suas
raízes na história pessoal e que
constitui um compromisso entre o
desejo e a defesa
3. Sintomatologia
Segundo a Psicanálise, a neurose
relaciona-se a uma organização de
sintomas fixa e irreversível que
implica a existência de um superego
internalizado que levaria o ego a
mobilizar constantes defesas
frente ao impulso reprimido
4. Diferenciação de sintomas
Os sintomas de nível neurótico podem ser
confundidos com os sintomas situados:
- no nível adaptativo: quando os sintomas indicam
que a criança ainda não possui o equipamento
neurofisiológico ou a maturação psicológica
necessários para a realização daquilo que uma criança
mais velha já é capaz de fazer;
- no nível reativo: quando os sintomas traduzem a
existência de pressões, exigências ou solicitações
inadequadas do ambiente para a criança.
5. Sintomas relacionados ao nível
neurótico → incidência significativamente
inferior em relação aos sintomas
relacionados ao nível adaptativo e reativo,
especialmente em crianças até 4 anos.
Se a condição para o aparecimento de
sintomas de nível neurótico é a presença de
superego predominante, só se pode falar
em neurose infantil após o período
edipiano, na fase de latência ou na
puberdade, ou seja, após os 4-5 anos
6. Critérios para determinar um
sintoma ao nível neurótico:
- o sintoma deve ser persistente,
mesmo que as condições ambientais
já tenham sido modificadas
- não devem existir relações estreitas
entre o sintoma e as pressões
ambientais ou determinados
momentos evolutivos
7. Comparação entre o
comportamento da criança
normal, neurótica e psicótica em
relação às funções psicológicas e
ao brincar
8. Adequação à realidade
Normal: Boa capacidade de
adaptação
Neurótica: Reconhecimento parcial;
distorções em função dos conflitos
Psicótica: Carece de adequação por
falta de discriminação da realidade
como tal
9. Escolha de brinquedos e
brincadeiras
Normal: Em função de necessidades
e interesses próprios da idade
Neurótica: Determinada pela área
conflitiva
Psicótica: Responde a uma
intencionalidade de estrutura
psicótica
10. Capacidade simbólica
Normal: Possibilidade de expressar
as fantasias através da atividade
simbólica com maior riqueza
Neurótica: Compulsão à repetição:
não diversifica as possibilidades de
expressão
Psicótica: Atuação direta das
fantasias
11. Modalidade de brincadeiras
Normal: Rico - fluido - plástico
Neurótica: Alternância em função
das defesas predominantes
Psicótica: Estereotipia -
perseverança - rigidez
12. Tolerância à frustração
Normal: Boa capacidade de
tolerância
Neurótica: Baixo limiar de tolerância
Psicótica: Mínima capacidade de
tolerância; predomínio do Princípio do
Prazer
13. Referências bibliográficas:
BOSSA, N. A Psicopedagogia no Brasil:
contribuições a partir da prática. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000
LAPLANCE, J., PONTALIS, J. B.
Vocabulário da Psicanálise. São Paulo:
Martins Fontes, 1986
ROCHA, Z. Curso de psiquiatria infantil.
Petrópolis: Vozes, 1985