2. Histórico
1943 – Leo Kanner - 11 crianças - padrão de
comportamento semelhante, com diferentes
aspectos: ausência ou dificuldade de contato
afetivo; ausência ou atraso na aquisição da
linguagem ou fala ecolalica; fixação em
determinados objetos... = Autismo infantil
precoce, Síndrome de Kanner.
3. histórico
1944 – Hans Asperger – grupo de adolescentes:
memória mecânica; pobreza na compreensão de idéias
abstratas; relações sociais extravagantes e falta de
empatia com os demais; interesse em assuntos
específicos
Psicopatia autística, Síndrome de Asperger ou Idiot
savant (idiota sábio).
Isso pode ser considerado uma forma de inteligência?
4. Conceito
Transtorno invasivo do desenvolvimento (Transtorno
global do desenvolvimento – CID-10
Pervasive Developmental Disorder) – DSM-IV
Patologia do desenvolvimento instalada inicialmente na
infância, trazendo danos a vida social, afetiva e
psíquica do sujeito.
É uma inadequação no desenvolvimento manifestada
de forma grave por toda a vida, sendo, geralmente,
incapacitante.
5. Síndromes e Autismo
X – frágil – alteração molecular; quebra na cadeia do
cromossomo x
Angelman – dist. Neurológico genético; deleção do
cromossomo 15
Podem apresentar sintomas comuns aos TID, além de
sintomas autísticos como:
Alteração na fala, D.M., dificuldade no contato visual,
TDAH. Tudo depende dos níveis de gravidade
6. Características
Início precoce
Prejuízo da interação social
Distúrbios da comunicação e linguagem em
geral
Fala com características peculiares: ecolalia,
linguagem metafórica, reversão de pronomes
(fala na terceira pessoa)
Resistência a mudança
7. Características
Padrões estereotipados de comportamento
70% dos indivíduos com autismo apresentam
deficiência mental.
Indivíduos sem D.M. não costumam apresentar
problemas na área não-verbal (ex. habilidades
visuomotoras- boa possibilidade em jogos de encaixe)
Menos de 10% dos indivíduos possuem talentos
“especiais” como decorar listas telefônicas, calendários,
cálculos complexos...
8. O Bebê Autista
Transtornos alimentares:
Não procura o seio
Não demonstra fome
Mama muito lentamente
Dificuldade em modificar repertório alimentar
Preferência por comidas líquidas e papinha
Mastigação atípica (lingual)
9. Sono:
Dorme menos que o esperado para a idade
Sono muito curto
Alterna em dar sinais de despertar (choro) e não
dar sinal nenhum
10. Transtornos relacionais:
Mãe e familiares:
Não se aninha no colo
Não demonstra entusiasmo ou qualquer afeto com a
aproximação de pessoas queridas
Não reage aos chamados verbais
Não faz contato visual
Costuma irritar-se quando colocado diante de novos
estímulos
11. Brinquedos:
Não os usa de forma adequada para a idade,
nem os explora visualmente. Pode usá-los de
forma estereotipada, sem dar-lhes maiores
significações.
12. Comunicação:
Não aponta para o que quer
Choro inconsolável - frustração
Ecolalia, inversão pronominal
Não imita
Leva o adulto pela mão para obter o que deseja
14. Autismo x Psicose infantil
No autismo há ausência de delírios e alucinação
A falta de desejo da mãe faz com que a criança não
entre no simbólico. Não há fusão, não há espelho.
Não há imagem corporal=corpo objeto
Entende-se por psicose um distúrbio maciço da
realidade, envolvendo uma desorganização da
personalidade (Houzel, 1991)
15. Autismo x Psicose infantil
Esquizofrenia: Demência precoce (Kraepelin) – Alterações
específicas no pensamento, nos sentimentos e nas relações com
o mundo externo, cujo curso é, por vezes, crônico ou marcado
por surtos intermitentes.
Entra no simbólico e nele se aliena. No espelho reconhece o
outro, não a si mesmo.
Permanece preso na fusão, simbiose materna.
Imagem de corpo fragmentada
Pontos em comum:
Comprometimento no relacionamento interpesoal
Estereotipias: balanceio, brinquedos “autistas”
16. Psicanálise
Entrada do sujeito no mundo simbólico;
Significação: choro, riso, expressões :
A mãe do bebê “normal” nomeia tudo
Fusão necessária:
Importância da amamentação: O bebê mama
além do alimento, o olhar, o contato afetivo, a
troca mãe-bebê
17. Psicanálise
Pré-história/Maternagem:
“A palavra da mãe inscreve-se no corpo do feto-
bebê tornando-o sujeito de desejo, sua palavra
cria o corpo: o corpo da palavra e o corpo do
sujeito.”( Laznik-Penot)
Corpo nomeado=corpo vivo; sujeito inscrito no
simbólico, na teia de desejos.
18. Psicanálise
“ Identificar o outro, nomeá-lo, nomear seus
pais, não consiste somente em definir sua
natureza, trata-se também de defini-lo como
estrangeiro a si, reconhecê-lo outro, logo
acordar-lhe a existência” (Nathan; Houpaktin)
19. Mãe do autista (Psicanálise)
Pré-história: não há (Bb “mioma”)
Falta de significação / ausência de fusão
Estudo de Laznik-Penot: A modulação da voz materna
Não há instauração das estruturas psíquicas
O corpo não é nomeado; é pura carne, Corpo
“coisificado”, sem erotização, sem borda, sem
reconhecimento do outro, e de si mesmo.
Segundo Winnicott, o que o bebê vê quando olha no
rosto da mãe é ele mesmo. Busca do bebê / poder que
a mãe tem de dar ou não ao seu bebê essa identidade.
20. Psicanálise
“Se uma criança é tomada,cuidada e falada como uma
coisa, ocupará essa posição, irá identificar-se neste
lugar e será uma coisa e, enquanto tal, estará situada
no registro do real. No autismo, a relação é de
anulação. Permanece numa relação de exclusão a
respeito da ordem simbólica, implica no outro a
ausência, não há marcas. O modo de inscrição é o do
exclusão, da não existência, da não inscrição. O outro
pode estar mas recusa a inscrição.”(Levin; 1995:193)
21. Organicista
Não há relato de localização cerebral exata que defina a causa
do autismo.
Neurociências
Neuropatologia: Comparação de 6 cérebros após a morte de
crianças autistas com 6 de não autistas: diferenças significativas:
sistema límbico e cerebelo.
Neurofisiologia:Anormalidade no córtex cerebral; complexa
relação entre epilepsia, linguagem e comportamento.
Neuroquímica: Supostas alterações: serotonina, noraepinefrina,
receptores dopaminérgicos e opiáceos.
22. Organicista
Alguns estudos sugerem também lesões no lobo pré-
frontal já que pacientes que sofrem lesão nessas
regiões apresentam alterações de personalidade, perda
dos valores sociais, entre outras.
É importante lembrar que nenhum desses achados é
específico do autismo, sendo vistos em outras
patologias e nem sempre estando presentes nas
crianças com autismo. São estudos que se baseiam em
determinados sintomas que podem estar associados ao
autismo como: rituais obsessivos, déficit de atenção,
hiperatividade, epilepsia...
23. Co-morbidades
O autismo pode vir associado a deficiência
mental.
Deve-se tomar cuidado para não confundir os
diagnósticos, já que são parecidas e podem vir
associadas.
A epilepsia pode vir associada
25. Diagnóstico
Deve-se fazer a avaliação considerando todos
os aspectos e história de vida da criança.
(escuta, observação, exame neurológico,
tomografia, psiquiátrico)
Exame de cariótipo: afastar possibilidade de
outra síndromes.
26. O Autismo hoje
Prevalência:
Aproximadamente 2 a 3 até 16 em cada 10 mil
crianças
Brasil: aprox. 600 mil pessoas afetadas
(Associação Brasileira de Autismo, 1997)
4 vezes maior em meninos do que em meninas,
porém estudos sugerem que meninas tendem a
ser mais severamente afetadas (Wing, 1996)
27. Tratamento
Equipe interdisciplinar: Terapeuta Ocupacional,
Psicopedagogo, Psicólogo, Psicomotricista,
Fonoaudiólogo.
Associar tratamento da criança com
psicoterapia familiar.
Escola regular
28. Autista? Famoso
Einstein: comportamento estranho; anti-social;
genialidade extrema para assuntos específicos;
dificuldade na vida relacional e afetiva. Será?
29. Sites e livros sobre assunto
http://www.psiqweb.med.br/infantil/autismo.html
http://www.ama.org.br/autismo_historico.html
http://www.terravista.pt/mecol1260
Autismo e Educação – Baptista; Bosa – Artes médicas
Autismo – Ellis – Revinter
Palavras em trono do berço – Wanderley (org.)- Ágalma
Escritos da criança n.º 5 – centro Lydia Coriat