2. Aspecto da ética na educação escolar
• Relação de todos os agentes educativos entre si. Existe
um coletivo institucional que vai ser dinamizado nessa
reflexão sobre o tema da ética.
• A escolarização é uma travessia. A escola é uma
transição entre a família e a vida social.
• É um ambiente que prepara o jovem para a vida
pública, no sentido da associabilidade. Nos deparamos
com conflitos entre liberdade e autoridade. Até que
ponto o professor mantêm a posição da autoridade?
• A criança é regida por regras exteriores e incorporadas
de maneira que ela construa suas próprias regras e
construa a sua autonomia.
3. A ética a partir dos exemplos.
• A ética e a política na antiguidade (Grécia) seriam campos
quase complementares. Platão e Aristóteles escreveram
sobre estes temas na vida coletiva. A palavra que
corresponde ao universo privado (idion = idiota). Os gregos
utilizavam ethos para falar de ética e os romanos
utilizavam mores para falar de moral.
• Em educação o outro é o nosso aluno, o nosso colega,
aquele que não somos nós. Temos que pautar nossas
ações possibilitando uma vida do bem e uma vida digna. Os
gregos faziam essa correlação, falando sobre a vida boa e a
ação correta.
• A ética é sempre construída como um hábito, partindo de
exemplos e ações. Vamos nos defrontar com o tema nas
relações com os alunos, colegas de trabalho, funcionários
da escola e outros.
4. Relações éticas
• A ética não é um partido que vamos aderir apenas do ponto de vista
teórico, pois deve implicar em ações.
• Estou falando da excelência moral, pois é esta que ser relaciona
com as emoções e ações e nesta há excesso, falta e meio termo.
Por exemplo, pode-se sentir
medo, confiança, desejos, cólera, piedade e, em todos os
casos, isto não é bom: mas experimentar estes sentimentos no
momento, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de
maneira certa é o meio termo e o melhor, e isto é característico da
excelência. Há também, da mesma forma, excesso, falta e meio
termo em relação às ações. [...] A excelência moral, portanto, é
algo como eqüidistância, pois, como já vimos, seu alvo é o meio
termo.” (Aristóteles, Ética e Nicômaco, p. 42)
5. Desafios
• Desafios que dizem respeito à igualdade em lidar
com o coletivo dos nossos alunos, porém pelo
reconhecimento, pela diferença.
• Nessa relação entre igualdade e fraternidade
podemos falar em “Educação como preparo da
democracia”.
• Assim, podemos lidar com a formação do
comportamento e viver de maneira a não ferir o
outro, utilizando ações éticas como hábito
6. Civilidade – a construção do ser cidadão
• Cidade e civilidade têm uma raiz etimológica
comum. Civilidade é tratar os outros como se
fossem estranhos que forjam um laço social sobre
essa distância social. A cidade é o estabelecimento
humano no qual os estranhos devem
provavelmente se encontrar. A geografia pública de
uma cidade é a institucionalização da civilidade.”
(Richard Sennett, 1988, p. 323 –4)
• De certo modo isso nos conduz a idéia de que
trabalhar a criança significa trabalhar a
educação do adulto perante o mundo. O educador é
a referência.
7. Agir com ética
• “Age de tal maneira a humanidade, tanto em tua
pessoa como na de todos os outros, sempre ao
mesmo tempo como um fim, e nunca como um
meio. [...] Age de tal modo que máxima de tua
ação possa transformar-se em lei de validade
universal.” (Kant. Fundamentação da metafísica dos
costumes).
8. Devemos pensar na ética com relação a nós mesmos.
• Perguntas da Ética:
• Como e por que a ação é moralmente correta?
• Que critérios devem orientar o pensamento?
• O que devo fazer?
• Ação correta:
• Felicidade de todos
• Toma o agente virtuoso
• Acordo com regras determinadas
• Justificada aos outros de forma razoável
9. Determinação da ação correta: ética normativa
• Que devemos fazer?
• Qual a melhor forma de viver bem?
• Ética aplicada: resolução conflitos práticos mediante
princípios.
• Isso supõe a clareza da ética. Os critérios devem ser
esclarecidos através de pactos pedagógicos
estabelecido.
• A escolarização veio para ensinar padrões de
comportamento (currículo oculto de formação de
atitudes).
• A idéia da autoridade do professor se legitima não
pela obediência do aluno, mas por uma regra razoável.
10. Respeito
• Nos últimos 100 anos a infância ganhou um lugar social
de respeito, com a Declaração dos direitos da criança e
do adolescente, contudo ainda há momentos em que
esquecemos de ouvi-los.
• O aluno precisa trazer o que tem de melhor para a sala
de aula, e para isso precisa de estímulo.
• Concorremos com inúmeros universos de formação,
como é o caso das tecnologias, a mídia e a internet, bem
mais atraentes. Esses conteúdos devem ser trabalhados,
utilizados como ferramentas, e assim ganhar um tom
formativo.
• Muitas vezes os educadores têm dificuldades em lidar
com os alunos pois utilizam práticas de intolerância.
11. ATITUDE INTOLERANTE:
• Dificuldade de Conviver com o Diferente
• - Juízos Cristalizados; Generalizações Falsas
• - Ideologias e Falsificação da Realidade
• - Educação como instância privilegiada para se
evitar/corrigir práticas de intolerância
12. ATITUDE TOLERANTE
• Confiança na racionalidade, na razoabilidade e no
direito do outro: RESPEITO E SOLIDARIEDADE.
• Ética da Justiça e Ética do Cuidado: “[...] a ética fala
da justiça porque há desigualdade, fala da amizade
porque não somos auto-suficientes, fala da
democracia porque não existem sábios
suficientemente capazes e competentes para
governarem sem perigo de se
equivocar.” (Camps, 1996, p.11)