Apresentação feita pela Sociedade Brasileira de Pediatria, no II Seminário da Planificação da Atenção à Saúde, realizado em Brasília, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2019.
3. PERFIL DA PEDIATRIA NO BRASIL – DADOS TOTAIS
O Brasil possui, atualmente, 40.981 pediatras (inscrições primárias)
As menores concentrações estão no AC, RR, RO e TO
Em dados absolutos, as maiores populações estão em SP, RJ e MG
Se considerarmos as inscrições secundárias (que permitem atuação em dois ou
mais estados) esse número chega a 43.699 pediatras
4. PERFIL DA PEDIATRIA NO BRASIL – DENSIDADE
As maiores densidades de pediatras por 100 mil habitantes (população geral)
ficam nos seguintes estados: DF, RJ, ES, SP e RS
Em todos o índice é inferior à metade da média da densidade nacional
Em todos esse índice é superior à media do Brasil (20,79). No caso do DF
(55,82), ele é 2,6 vezes maior
As menores densidades estão presentes no MA, PA, AC, PI e AP
5. Densidade de pediatras por 100.000 habitantes
UF N População Geral Densidade
RONDÔNIA 215 1777225 12,10
ACRE 75 881935 8,50
AMAZONAS 456 4144597 11,00
RORAIMA 92 605761 15,19
PARA 656 8602865 7,63
AMAPA 83 845731 9,81
TOCANTINS 227 1572866 14,43
MARANHAO 522 7075181 7,38
PIAUI 318 3273227 9,72
CEARA 1245 9132078 13,63
RIO GRANDE DO NORTE 472 3506853 13,46
PARAIBA 745 4018127 18,54
PERAMBUCO 1331 9557071 13,93
ALAGOAS 476 3337357 14,26
SERGIPE 385 2298696 16,75
BAHIA 1737 14873064 11,68
MINAS GERAIS 4813 21168791 22,74
ESPIRITO SANTO 1165 4018650 28,99
RIO DE JANEIRO 5077 17264943 29,41
SAO PAULO 12727 45919049 27,72
PARANA 2457 11433957 21,49
SANTA CATARINA 1571 7164788 21,93
RIO GRANDE DO SUL 3011 11377239 26,47
MATO GROSSO DO SUL 564 2778986 20,30
MATO GROSSO 485 3484466 13,92
GOIAS 1111 7018354 15,83
DISTRITO FEDERAL 1683 3015268 55,82
BRASIL 43699 210147125 20,79
6. Feminino Masculino
N % n %
≤ 29 anos 1976 6.5% 290 2.8%
30 - 34 anos 5196 17.0% 805 7.7%
35 - 39 anos 4425 14.5% 870 8.3%
40 - 44 anos 3803 12.5% 1045 10.0%
45 - 49 anos 3341 11.0% 826 7.9%
50 - 54 anos 3086 10.1% 1027 9.8%
55 - 59 anos 3114 10.2% 1243 11.9%
60 - 64 anos 2615 8.6% 1329 12.7%
65 - 69 anos 1896 6.2% 1470 14.0%
≥ 70 anos 1047 3.4% 1577 15.0%
Distribuição dos Pediatras por sexo e faixa etária
7. N %
Feminino 3355 84.9
Masculino 599 15.1
Total 3954 100.0
Médicos residentes cursando programa de pediatria
Atualmente, há 3.954 residentes em pediatria
Desse total, 85% (3.355) são do sexo feminino e 15% (599) do sexo masculino
Considerando o número de vagas disponíveis para Residência (5.210), há uma
ociosidade de 1.256 vagas (24%)
DADOS GERAIS DA RESIDENCIA EM PEDIATRIA
9. ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL E PUERICULTURA
Em 2017, cerca de 600 mil bebês nasceram sem que as gestantes tivessem
acompanhamento pré-natal adequado (20,5% do total de nascidos vivos no
Brasil)
A Rede Cegonha indica como boa prática que o início do pré-natal se dê no
primeiro trimestre da gestação e que, até o parto, a gestante tenha, no mínimo,
seis consultas
Nesse rol de consultas, deve estar pelo menos uma com pediatra, que faz
orientação aos pais sobre puericultura, vacinação e outros cuidados básicos. A
puericultura tem como finalidade principal a promoção da saúde e prevenção
de agravos.Tem repercussãona vida adulta.
10. SAÚDE ALIMENTAR
Dados de 2019, apontam que 15,9% das crianças menores de 5 anos
têm excesso de peso
No Brasil, é cada vez mais precoce o consumo de alimentos
ultraprocessados (49% de 6 a 23 meses; e 62% de 5 a 9 anos)
Cabe ao pediatra fazer a avaliação alimentar e nutricional de crianças e
adolescentes, prescrevendo as medidas de prevenção e tratamento específicos
12. COBERTURA VACINAL
As baixas coberturas nas principais vacinas do Calendário Nacional de
Vacinação indicam risco de retorno de doenças comuns no passado, como o
sarampo e a poliomielite (paralisia infantil).
O pediatra é fundamental no acompanhamento do calendário vacinal e na
orientação aos pais, desmistificando notícias sem procedência
A queda na cobertura começou em 2016 e se repetiu nos dois anos seguintes,
em descompasso com os anos anteriores. Esse cenário fez com que o PNI
tenha tido, em 2017, as piores coberturas desde 2000.
15. DESAFIO 1
As diretrizes para a implantação das redes de atenção nas regiões de saúde prevê o
fortalecimento da atenção primária, organizada preferencialmente com a estratégia de saúde da
família, e a definição da atenção ambulatorial secundária, organizada em serviços especializados
de referência regional. A realidade de muitas regiões se caracteriza por vários fatores
dificultadores para a implantação da rede, dentre os quais, pouca disponibilidade de profissionais
especialistas, seja pela não existência desses profissionais, seja por uma política de remuneração
não atraente, falta de recursos novos para investimento e custeio e de uma política de eficiência,
ou ainda as condições de baixa resolutividade de tantos serviços. Isso se agrava em situações de
maior vulnerabilidade socioeconômica ou de difícil acesso.
Como enfrentar essa situação? Que caminho devemos
percorrer juntos para construir uma hipótese de
resposta para essas regiões e suas populações?
16. DESAFIO 1 – Foco na pediatria
Efetiva participação do pediatra na atenção primária, sendo o profissional mais
indicado para o atendimento à criança e ao adolescente.
Prevenção e promoção da saúde. - EX: puericultura no 1º ano de vida e na
adolescência.
Deverá participar da rede de assistência na atenção direta na atenção primária
e em situações específicas poderá atuar como referência nos ambulatórios de
atenção secundária.
A complexidade e perfil epidemiológico tornam essencial a presença do
pediatra na atenção primária. Diagnóstico precoce a tratamento adequado.
A presença do pediatra certamente diminuirá os riscos, os agravos, as
condições crônicas e internações nesta faixa etária. Temos que valorizar a
expertise desse profissional. Formação do adulto saudável.
17. DESAFIO 1 – Foco na pediatria
Definição de uma política nacional de cargos, carreiras e salários voltados para
a atenção básica, com ênfase na fixação de remuneração adequada,
possibilidade de progressão funcional e incentivos para atuação em áreas de
difícil provimento
Maior articulação entre as diferentes políticas públicas que têm interface com a
infância, buscando estimular as ações de monitoramento e controle de
resultados com vistas ao seu aperfeiçoamento contínuo
Fortalecimento da infraestrutura em nível da atenção básica, com investimentos
em reformas nos postos de saúde e compra de equipamentos, medicamentos e
insumos, buscando qualificar o atendimento e a assistência
18. DESAFIO 2
O conhecimento na área de saúde se desenvolve de maneira muito acelerada, contrapondo-se a
uma realidade de profissionais que perdeu, durante os anos de atuação profissional, o hábito de
se atualizar com novas evidências e novas práticas em saúde. Soma-se a isso uma política frágil
de educação permanente para os profissionais nos seus lugares de atuação.
Como enfrentar essa situação? Que caminho devemos
percorrer juntos para construir uma hipótese de
resposta para esses profissionais?
19. DESAFIO 2 – Foco na pediatria
Fortalecimento de uma rede de educação à distância, a possibilidade de
parcerias , apoio e envolvimento direto da Sociedade Brasileira de Pediatria,
visando a formação continuada dos especialistas.
Pediatra atuando como referência no matriciamento do atendimento na
atenção básica.
Elaboração de publicações sobre temas de interesse da pediatria, com a
participação da SBP, para distribuição aos especialistas que atuam na ponta a
partir de demandas e carências previamente identificadas