1. Universidade Federal de São Paulo
Escola Paulista de Medicina
Eduardo Henrique Costa Tibali
R2 Clínica Médica
2. Suporte nutricional no paciente crítico
Provisão de calorias, aminoácidos, eletrólitos,
vitaminas, minerais, oligoelementos e líquidos por
via enteral ou parenteral.
A via oral não é uma opção
3. Satisfazer as necessidades metabólicas
Alterar o desfecho da doença
Considerar as fases da doença
Fase aguda: predomínio do catabolismo.
▪ CARBOIDRATOS
Recuperação: predomínio do anabolismo.
▪ Correção da hipoproteinemia
▪ Reparo da perda muscular
▪ Recuperação das reservas nutricionais
4. Nutrição enteral
Menor incidência de infecções
Introdução precoce (< 48 horas)?
Nutrição parenteral
Introdução precoce pode aumentar a chance de
infecções
Prejudicial se introduzida concomitante à nutrição
enteral
5. Enteral vs. Parenteral
Enteral é preferível
Estado nutricional dos doentes
Avaliar antes de prescrever a dieta
Problema: estudos excluem os pacientes
desnutridos.
O jejum prolongado é prejudicial para todos os
doentes
6. A) Ausência de contraindicações para a
nutrição enteral
Início precoce (nas primeiras 48 horas)
B) Bom estado nutricional e contraindicações
para a dieta enteral
Não iniciar a nutrição parenteral total precoce
C) Pacientes malnutridos com
contraindicações para a nutrição enteral
Iniciar NPT
7. Nutrição enteral
Instabilidade hemodinâmica + falta de ressuscitação
volêmica
Obstrução intestinal
Íleo paralítico prolongado
HDA
Vômitos ou diarreia refratários
Instabilidade hemodinâmica grave
Isquemia gastrintestinal
Fístula de alto débito
8. Nutrição enteral
Hiperêmese gravídica
Ausência de RHA ou de flatos após cirurgia
abdominal
▪ Cirurgia colorretal de rotina
▪ Abdome agudo perfurativo
9. Nutrição parenteral
Hiperosmolaridade
Hiperglicemia grave
Grandes anormalidades hidroeletrolíticas
Sobrecarga de volume
Tentativas inadequadas para a alimentação
enteral
SIRS ou sepse: contraindicação relativa
10. IMC < 18,5
Considerar o peso atual
18,5 < IMC < 30
Considerar o peso atual e subtrair o peso do
edema periférico
IMC > 30: ajustar o peso
Cálculos...
12. Iniciar com 18 kcal/kg por dia
Alvo: 25-30 kcal/kg por dia em 7 dias.
Ganho de peso
Alvo: 35 kcal/kg por dia
Paciente instável: não estabelecer o ganho de
peso como objetivo!
Extubação iminente
Alvo: 25 kcal/kg por dia ou menos.
13. Doenças leves a moderadas
0,8-1,2 g/kg por dia
Doentes críticos
1,2-1,5 g/kg por dia
Queimaduras graves
2 g/kg por dia
14.
15.
16. Mais útil se:
Baixa tolerância à via gástrica
Obstrução da saída do estômago
Obstrução duodenal
RGE grave
Incapacidade de deixar a sonda no estômago por
aspectos anatômicos
17. Padrão
Calorias: ~1 kcal/mL
Proteínas não hidrolisadas na concentração de 40
g/1000 mL
Ácidos graxos de cadeia longa
Vitaminas essenciais, minerais e micronutrientes.
Iniciar com 18 kcal/g por dia
Isotônica ao plasma
Sem lactose
18. Concentrada
Para pacientes com restrição de volume
Hiperosmolar ao plasma
Calorias: 1.2, 1.5 ou 2.0 kcal/mL
Melhor tolerada se a infusão for pós-pilórica
Infusão rápida: sintomas similares à síndrome de
Dumping.
Semelhante à dieta padrão
19. Pré-digerida
Proteínas hidrolisadas
Carboidratos menos complexos
Densidade calórica: 1-1,5 kcal/mL
Pode haver progressão para dieta enteral padrão
Indicações
▪ Vazamento do ducto torácico, quilotórax ou ascite quilosa.
▪ Síndromes de má absorção que não respondem à
suplementação de enzimas pancreáticas.
▪ Falha na tolerância à nutrição enteral padrão
20. Calorias (dieta padrão)
49-53% na forma de carboidratos
29-30% na forma de gorduras
Composição variável
▪ Sem evidências de alteração da mortalidade
21. Proteínas
Conteúdo: 15-35 g/1000 mL
Doença renal
▪ Baixa concentração não tem evidência de redução da
mortalidade
▪ Terapia de substituição renal
▪ Tolerância de até 2,5 kg/g por dia durante a fase aguda
▪ O uso das dietas hipoproteicas não deve ser rotineiro!
▪ As dietas são úteis para os doentes com sobrecarga de
volume, hipercalemia e hiperfosfatemia.
22. Ácidos graxos ômega-3
Propriedades anti-inflamatórias nos pulmões
Lesão pulmonar aguda e SARA
Dados conflitantes na literatura
▪ Aumento da mortalidade?
▪ Redução da mortalidade?
▪ Menor tempo de ventilação mecânica?
23. Fibras
Correção da diarreia ou da constipação
Dados conflitantes sobre a prevenção da diarreia
Pode ter benefícios nos pacientes constipados
Evitar se a peristalse estiver prejudicada
▪ Bezoar de fibras
24. Vitaminas e oligoelementos
Não há formulação padrão
Redução da mortalidade nos doentes críticos
Reduz o tempo de ventilação mecânica
Não altera a incidência de infecções
25. Líquidos
Alimentos: 70-80% de água
Nutrição enteral de 25 kcal/kg = média de 20
mL/kg de água
▪ Importante consideração nos pacientes com restrição de
volume
A maioria dos pacientes necessita de outras
fontes
27. Infusão
Contínua x Bolus
Quantidade e intervalo
Aumento gradativo do volume
▪ Menos efeitos colaterais
Sugestão
▪ Infusão de 30 mL/h com aumento gradativo
28. Checar o volume residual gástrico
> 150-250 mL: reduzir a infusão
Prevenção de acúmulo de líquidos no estômago e
dos episódios de vômitos.
Não é rotina, exceto se:
▪ Piora hemodinâmica
▪ Alteração na avaliação do abdome
▪ Piora do estado geral
29. Aspiração
Há maior incidência de broncoaspiração
Sondas gástricas x pós-pilóricas
Prevenção
▪ Cabeceira elevada 45 graus
▪ Não administrar pró-cinéticos de rotina
A questão da pneumonia hospitalar
30. Diarreia
15-18% dos pacientes críticos com dieta enteral
6% dos pacientes sem dieta enteral
Mecanismo desconhecido
▪ Alimentos concentrados podem ser hipertônicos
▪ Uso concomitante de medicamentos
Considerar
▪ Eliminar as causas
▪ Associação de fibras
31. Efeitos metabólicos
Hiperglicemia
Deficiência de micronutrientes
Síndrome de realimentação
▪ Pacientes desnutridos que reiniciam a alimentação por
qualquer via.
▪ Rápidas mudanças em líquidos e eletrólitos
▪ Hipofosfatemia grave
▪ Hipocalemia
▪ Hipomagnesemia
32. Mecânicas
Constipação
▪ Impactação das fezes
▪ Distensão abdominal
▪ Perfuração intestinal
▪ Óbito
Inserção da sonda na via respiratória
33. Não existem!
A decisão sobre as características da dieta
depende da decisão da equipe assistente.
34.
35. Acesso venoso central
Lúmen simples: dedicação exclusiva
Múltiplos lúmens: uma via com dedicação
exclusiva
Medidas gerais de higiene com o cateter
36. Equipe multidisciplinar
Não deve ser feita pela maioria dos clínicos
Composição
Dextrose
Aminoácidos
Eletrólitos
Vitaminas
Minerais
Oligoelementos
Emulsão lipídica*
37. Bases para a individualização da dieta:
Gravidade da doença
Tolerância aos componentes
Volume
Componentes
Dextrose
▪ Concentrações variadas: 40, 50 e 70%.
▪ Conteúdo calórico = 3,4 kcal/g
38. Componentes
Aminoácidos e eletrólitos
▪ AA essenciais e não essenciais
▪ Exceção: arginina e glutamina
▪ Contribuição calórica: 4 kcal/g
▪ Eletrólitos estão presentes em pequena quantidade
▪ Concentração de AA: 5,5 a 15%
▪ AA de cadeias ramificadas*
39. Glutamina
Precursor da síntese de nucleotídeos
“Combustível” para células que têm rápida divisão
▪ Exemplo: epitélio gastrintestinal
Benéfica para todos os pacientes em nutrição
parenteral
▪ O porém: apenas disponível como pó não estéril nos
EUA.
40. Lipídeos
Podem ser infundidos em via separada
Contribuição calórica
▪ Emulsão a 10%: 1,1 kcal/mL
▪ Emulsão a 20%: 2 kcal/mL
Triglicerídeos ômega-6 de cadeia longa derivados
de soja e óleo de cártamo que são emulsificados
em fosfolipídeos de ovo e de glicerina.
41. Vitaminas e oligoelementos
Associados com redução da mortalidade
Menos complicações infecciosas
Menor tempo na UTI e no hospital
A mistura ideal não está estabelecida
Devem ser fornecidos a TODOS OS DOENTES
42. Balanço hídrico rigoroso
Exames laboratoriais diariamente
Eletrólitos
Glicose
Exames laboratoriais semanais
AST e ALT.
BT, BD e BI.
Triglicerídeos.
Outros exames são solicitados de acordo
com as necessidades dos pacientes
43. Infecção da corrente sanguínea
Fungos!
Fatores predisponentes
▪ Higiene pobre do paciente
▪ Inserção do cateter central em situações de emergência
▪ Gravidade da doença
▪ Tempo de permanência do acesso central
Menos infecções de corrente sanguínea se:
▪ Adequada higiene das mãos para inserção do cateter
▪ Máximas precauções de barreira
44. Efeitos metabólicos
Hiperglicemia
Alterações nos eletrólitos
Excesso ou deficiência de micro ou
macronutrientes
Síndrome de realimentação
Encefalopatia de Wernicke
Disfunção hepática
46. Acesso venoso periférico
Menor osmolaridade
Para a adequação dos nutrientes
Maior volume infundido
Alta concentração de lipídeos
Perda do acesso frequente
Ainda é hiperosmolar em relação ao plasma!
Irritação nas veias periféricas
Benefício discutível
47. http://www.uptodate.com/contents/nutrition-support-in-critically-ill-patients-an-
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http://www.uptodate.com/contents/nutrition-support-in-critically-ill-patients-enteral-
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Singer P, Berger MM, Van der Berghe G, Biolo G, Calder P, Forbes A, Griffiths R,
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