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Pancreatite
Residente Maísa Dias Simões
Brasília, 2014
Pâncreas
• Pâncreas: glândula mista
Pancreatite
• Caracterizada por:
o Edema
o Exsudato celular
o Necrose de gorduta
• Apresentação clínica:
o Náusea
o Vômito
o Distensão abdominal
o Esteatorreia
KRAUSE, 2010
PancreatiteDoença do
trato biliar
Alcoolismo
crônico
Cálculos
biliares
Trauma
Certos
medicamentos
Algumas
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Hipertrigliceridemia
Hipercalemia
KRAUSE, 2010
Fatores de risco associados com
pancreatite crônica
Sistema de classificação TIGAP-O
Tóxico-metabólicos
-Álcool
- Tabagismo
- Hipercalemia
- IRA
- Medicamentos
Genéticos
-Autossômico dominante
- Autossômico recessivo
- Mutação
- Deficiência de alfa 1 -
antitripisina
Pancreatite aguda
recorrente e severa
-Pós-necrotica
- Aguda recorrente
-Doença
vascular/isquemica
- Pós-irradiação
Idiopático Auto-imunes Obstrutiva
- Obstrução ductal
- Cisto duedenal
periampular
-Lesão cocatricial pós-
trauma
MISZPUTEN, 2002
Fisiopatologia
• Fase precoce:
– Ativação e retenção de enzimas digestivas no
interior da célula acinar
– Produção e liberação de mediadores inflamatórios
• Fase tardia:
• Aumento da inflamação
• Gordura peri-pancreatica e região retroperitoneal
• Hemorragia
MISZPUTEN, 2002
Diagnóstico
• Critério de Ranson
• Testes de função pancreática:
– Teste de estimulação da secretina
– Teste de tolerância à glicose
– Teste de gordura nas fezes em 72 horas
KRAUSE, 2010
Critérios de Ranson para Classificar a Gravidade da Pancreatite
Na internação ou Diagnóstico
Idade > 55 anos
Contagem de leucócitos > 16.000 m³
Concentração de glicose sanguínea > 200 mg/100 mL
Desidrogenase lática > 250 U/L
Durante as Primeira 48 Horas
Diminuição do hematócrito em mais de 10 mg/dL
Aumento do nitrogênio da ureia sanguínea em >5 mg/dL
PO2 arterial < 60 mmHg
Base déficit > 4 mEq/L
Sequestro de fluido > 6.000 mL
Concentração sérica de cálcio < 8 mg/mL
KRAUSE, 2010
Exames
Exame Alteração na Pancreatite
Amilase Elevado (> 220 u/L) *
Cálcio Diminuído (< 8,4 mg/dL)
Glicose (jejum) Hiperglicemia (> 100 mg/dL) ou Hipoglicemia (< 70
mg/dL)
Lipase Elevada *
Neutrófilos Neutrofilia (>80%)
Proteína C-reativa (PCR) Diminuída (< 0,8 mg/dL)
TGO ou AST Elevado (M: > 38 U/L; F: > 32 U/L)
TGP ou ALT Elevado em Pancreatite de origem biliar
Triglicerídeos Elevado (>150 Mg/dL)
* Fase aguda
LEÃO; 2010.
Tratamento Clínico
• Medicamentos
 Analgésicos
 Comprimidos/drágeas com enzimas pancreáticas para
pacientes com redução maior ou igual a 90% da secreção
de lipase e tripsina;
 Antagonistas dos receptores de H2 e inibidores de
receptores de prótons para diminuir a produção de ácido
clorídrico, o que reduzirá a estimulação do pâncreas;
 Análogo de Somatostatina;
 Suplementação de vitaminas lipossolúveis e vitamina B12;
 Insulina.
KRAUSE, 2010
Avaliação nutricional
• As demandas metabólicas são comparadas
com aquelas de um paciente com sepse;
• Os AA são liberados do músculo e usados para
gliconeogênese;
KRAUSE, 2010
Indicadores para Avaliação Nutricional
Antropométricos Clínicos Bioquímicos
Peso Avaliação
nutricional
subjetiva
Albumina sérica
Altura Exame físico Pré-albumina
sérica
Prega cutânea do
tríceps
Anamnese
alimentar
Hemograma
Circunferência
muscular do braço
Balanço
nitrogenado
Transferrina
sérica
CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto, cap 11.
Conduta Nutricional na Pancreatite
Crônica

• Objetivo da terapia: prevenir danos ao
pâncreas, diminuir o número de crises de
inflamação aguda, aliviar a dor, diminuir a
esteatorreia e corrigir a desnutrição.
Terapia Nutricional:
Restrição de lipídios (<20% das calorias totais)
Acompanhar glicemia
KRAUSE, 2010
Conduta Nutricional na Pancreatite
Aguda grave

oTerapia Nutricional com início 24 a 48hs
após as medidas iniciais do tratamento
médico
oObjetivo da terapia: estimular o pâncreas
mínimo possível
• Terapia Nutricional:
 Jejum
KRAUSE, 2010
Uma vez iniciada a nutrição oral:
 Alimentos facilmente digeríveis
 Dieta de baixo teor de gordura
 Seis refeições com pequeno volume
 Ingestão proteica adequada
 Calorias aumentadas
KRAUSE, 2010
Terapia Nutricional na Pancreatite Aguda Grave
Característica Recomendação
Valor energético total 25 a 30 kcal/kg de peso ideal/dia
(considerar o grau de hipermetabolismo)
Proteínas 1,2 a 1,5 g/kg de peso ideal/dia
Parenteral Deve ser formulada para atender às
necessidades nutricionais.
Soluções lipídicas podem prover 25 a 30% das
calorias não-protéicas.
Em pacientes com hipertrigliceridemia deve-se
usar soluções lipídicas com cautela. Acompanhar
os triglicerídios séricos, pois pode haver
hipertrigliceridemia.
Enteral A posição da sonda deve ser jejunal, após o
triangulo de Treitz, a fórmula precisa ser
elementar.
CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto, cap 11.
Terapia Nutricional na Pancreatite Crônica
Característica Recomendação
Valor energético total 25 a 30 kcal/kg de peso usual/dia
(considerar o grau de hipermetabolismo)
Proteínas 1,2 a 1,5 g/kg de peso usual/dia
Carboidratos Até 7g/kg de peso usual/dia
Lipídios Até 2g/kg de peso usual/dia associando TCM +
TCL
LEÃO; 2010.
Orientação Nutricional na Pancreatite
Crônica
• Preferir
 Refeições fracionadas e em pequeno volume;
 Mastigar bem os alimentos;
 Alimentos bem cozidos;
 Carboidratos complexos e integrais;
 Alimentos ricos em vit B12;
 Leite desnatado e queijos magros;
 Chás claros;
 Suplementação de vitaminas lipossolúveis;
LEÃO; 2010.
Orientação Nutricional na Pancreatite
Crônica
• Evitar
 Refeições volumosas;
 Líquidos durante as refeições.
 Bebidas alcoólicas
 Bebidas ricas em cafeína;
 Preparações gordurosas;
 Leite integral e queijos amarelos;
 Excesso de açúcar;
 Alimentos flatulentos.
LEÃO; 2010.
Caso Clínico
• Paciente, I.A.C., sexo masculino, 48 anos.
• Admissão (02/04): Paciente com relato de diarreia e
vômitos há 2 dias, sem febre.
• Antecedentes: diabetes em uso de hipoglicemiante
oral.
• Ao exame: astenia, emagrecido
• Prescrição: Dieta zero
• Exames bioquímicos: K+ 2,90; Gli 200
• Diagnóstico clínico: Pancreatite crônica
Caso Clínico
• Dia 03/03 : Dieta por via oral hipercalcêmica
 ANTROPOMETRIA
 Peso aferido (03/04): 64,5kg
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 IMC: 21,55kg/m² (eutrofia)
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• Prescrição Nutricional: Dieta por via oral, de
consistência normal, sem sacarose, hipolipídica,
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conforme esquema individualizado para DM,
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Caso Clínico
• Dia 05/05: Dieta por via oral livre (Gli 180; PA
101x59);
• Dia 06/05: Paciente assintomático (K+ 3,01; Gli
153)
• Dia 07/05: Alta hospitalar
Referências
• CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto. cap 11. 2º ed. Barueri – SP:
Manole, 2005.
• MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. KRAUSE.
Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12º ed. Saunders Elsevier. 2010
• LEÃO, L. S. C. de S. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento
ambulatorial do adulto. 10 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2010.
• MISZPUTEN, S. J. Doenças inflamatórias intestinais. In: MISZPUTEN,
S. J, SCHOR, N. Gastroenterologia: Guias de medicina ambulatorial
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  • 1. Pancreatite Residente Maísa Dias Simões Brasília, 2014
  • 3.
  • 4. Pancreatite • Caracterizada por: o Edema o Exsudato celular o Necrose de gorduta • Apresentação clínica: o Náusea o Vômito o Distensão abdominal o Esteatorreia KRAUSE, 2010
  • 6. Fatores de risco associados com pancreatite crônica Sistema de classificação TIGAP-O Tóxico-metabólicos -Álcool - Tabagismo - Hipercalemia - IRA - Medicamentos Genéticos -Autossômico dominante - Autossômico recessivo - Mutação - Deficiência de alfa 1 - antitripisina Pancreatite aguda recorrente e severa -Pós-necrotica - Aguda recorrente -Doença vascular/isquemica - Pós-irradiação Idiopático Auto-imunes Obstrutiva - Obstrução ductal - Cisto duedenal periampular -Lesão cocatricial pós- trauma MISZPUTEN, 2002
  • 7. Fisiopatologia • Fase precoce: – Ativação e retenção de enzimas digestivas no interior da célula acinar – Produção e liberação de mediadores inflamatórios • Fase tardia: • Aumento da inflamação • Gordura peri-pancreatica e região retroperitoneal • Hemorragia MISZPUTEN, 2002
  • 8. Diagnóstico • Critério de Ranson • Testes de função pancreática: – Teste de estimulação da secretina – Teste de tolerância à glicose – Teste de gordura nas fezes em 72 horas KRAUSE, 2010
  • 9. Critérios de Ranson para Classificar a Gravidade da Pancreatite Na internação ou Diagnóstico Idade > 55 anos Contagem de leucócitos > 16.000 m³ Concentração de glicose sanguínea > 200 mg/100 mL Desidrogenase lática > 250 U/L Durante as Primeira 48 Horas Diminuição do hematócrito em mais de 10 mg/dL Aumento do nitrogênio da ureia sanguínea em >5 mg/dL PO2 arterial < 60 mmHg Base déficit > 4 mEq/L Sequestro de fluido > 6.000 mL Concentração sérica de cálcio < 8 mg/mL KRAUSE, 2010
  • 10. Exames Exame Alteração na Pancreatite Amilase Elevado (> 220 u/L) * Cálcio Diminuído (< 8,4 mg/dL) Glicose (jejum) Hiperglicemia (> 100 mg/dL) ou Hipoglicemia (< 70 mg/dL) Lipase Elevada * Neutrófilos Neutrofilia (>80%) Proteína C-reativa (PCR) Diminuída (< 0,8 mg/dL) TGO ou AST Elevado (M: > 38 U/L; F: > 32 U/L) TGP ou ALT Elevado em Pancreatite de origem biliar Triglicerídeos Elevado (>150 Mg/dL) * Fase aguda LEÃO; 2010.
  • 11. Tratamento Clínico • Medicamentos  Analgésicos  Comprimidos/drágeas com enzimas pancreáticas para pacientes com redução maior ou igual a 90% da secreção de lipase e tripsina;  Antagonistas dos receptores de H2 e inibidores de receptores de prótons para diminuir a produção de ácido clorídrico, o que reduzirá a estimulação do pâncreas;  Análogo de Somatostatina;  Suplementação de vitaminas lipossolúveis e vitamina B12;  Insulina. KRAUSE, 2010
  • 12. Avaliação nutricional • As demandas metabólicas são comparadas com aquelas de um paciente com sepse; • Os AA são liberados do músculo e usados para gliconeogênese; KRAUSE, 2010
  • 13. Indicadores para Avaliação Nutricional Antropométricos Clínicos Bioquímicos Peso Avaliação nutricional subjetiva Albumina sérica Altura Exame físico Pré-albumina sérica Prega cutânea do tríceps Anamnese alimentar Hemograma Circunferência muscular do braço Balanço nitrogenado Transferrina sérica CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto, cap 11.
  • 14. Conduta Nutricional na Pancreatite Crônica  • Objetivo da terapia: prevenir danos ao pâncreas, diminuir o número de crises de inflamação aguda, aliviar a dor, diminuir a esteatorreia e corrigir a desnutrição. Terapia Nutricional: Restrição de lipídios (<20% das calorias totais) Acompanhar glicemia KRAUSE, 2010
  • 15. Conduta Nutricional na Pancreatite Aguda grave  oTerapia Nutricional com início 24 a 48hs após as medidas iniciais do tratamento médico oObjetivo da terapia: estimular o pâncreas mínimo possível • Terapia Nutricional:  Jejum KRAUSE, 2010
  • 16. Uma vez iniciada a nutrição oral:  Alimentos facilmente digeríveis  Dieta de baixo teor de gordura  Seis refeições com pequeno volume  Ingestão proteica adequada  Calorias aumentadas KRAUSE, 2010
  • 17. Terapia Nutricional na Pancreatite Aguda Grave Característica Recomendação Valor energético total 25 a 30 kcal/kg de peso ideal/dia (considerar o grau de hipermetabolismo) Proteínas 1,2 a 1,5 g/kg de peso ideal/dia Parenteral Deve ser formulada para atender às necessidades nutricionais. Soluções lipídicas podem prover 25 a 30% das calorias não-protéicas. Em pacientes com hipertrigliceridemia deve-se usar soluções lipídicas com cautela. Acompanhar os triglicerídios séricos, pois pode haver hipertrigliceridemia. Enteral A posição da sonda deve ser jejunal, após o triangulo de Treitz, a fórmula precisa ser elementar. CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto, cap 11.
  • 18. Terapia Nutricional na Pancreatite Crônica Característica Recomendação Valor energético total 25 a 30 kcal/kg de peso usual/dia (considerar o grau de hipermetabolismo) Proteínas 1,2 a 1,5 g/kg de peso usual/dia Carboidratos Até 7g/kg de peso usual/dia Lipídios Até 2g/kg de peso usual/dia associando TCM + TCL LEÃO; 2010.
  • 19. Orientação Nutricional na Pancreatite Crônica • Preferir  Refeições fracionadas e em pequeno volume;  Mastigar bem os alimentos;  Alimentos bem cozidos;  Carboidratos complexos e integrais;  Alimentos ricos em vit B12;  Leite desnatado e queijos magros;  Chás claros;  Suplementação de vitaminas lipossolúveis; LEÃO; 2010.
  • 20. Orientação Nutricional na Pancreatite Crônica • Evitar  Refeições volumosas;  Líquidos durante as refeições.  Bebidas alcoólicas  Bebidas ricas em cafeína;  Preparações gordurosas;  Leite integral e queijos amarelos;  Excesso de açúcar;  Alimentos flatulentos. LEÃO; 2010.
  • 21. Caso Clínico • Paciente, I.A.C., sexo masculino, 48 anos. • Admissão (02/04): Paciente com relato de diarreia e vômitos há 2 dias, sem febre. • Antecedentes: diabetes em uso de hipoglicemiante oral. • Ao exame: astenia, emagrecido • Prescrição: Dieta zero • Exames bioquímicos: K+ 2,90; Gli 200 • Diagnóstico clínico: Pancreatite crônica
  • 22. Caso Clínico • Dia 03/03 : Dieta por via oral hipercalcêmica  ANTROPOMETRIA  Peso aferido (03/04): 64,5kg  Altura referida: 1,73m  IMC: 21,55kg/m² (eutrofia)  ENE: 1935 kcal/dia (30 kcal/kg de peso)  Ptn: 77,4g (1,2g/kg de peso) • Prescrição Nutricional: Dieta por via oral, de consistência normal, sem sacarose, hipolipídica, hipercalêmica, fracionada em 6 refeições/dia, conforme esquema individualizado para DM, fornecendo 1900kcal/dia.
  • 23. Caso Clínico • Dia 05/05: Dieta por via oral livre (Gli 180; PA 101x59); • Dia 06/05: Paciente assintomático (K+ 3,01; Gli 153) • Dia 07/05: Alta hospitalar
  • 24. Referências • CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto. cap 11. 2º ed. Barueri – SP: Manole, 2005. • MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. KRAUSE. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12º ed. Saunders Elsevier. 2010 • LEÃO, L. S. C. de S. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento ambulatorial do adulto. 10 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2010. • MISZPUTEN, S. J. Doenças inflamatórias intestinais. In: MISZPUTEN, S. J, SCHOR, N. Gastroenterologia: Guias de medicina ambulatorial e hospitalar . v.1. São Paulo: Manole; 2002.