O documento resume um caso clínico de uma paciente de 57 anos internada com tumor cerebral. Detalha sua história clínica, exames realizados, diagnóstico, tratamento dietético recebido incluindo suplementos como glutamina e ômega-3, e ressalta a importância da avaliação e terapia nutricional para melhorar o prognóstico de pacientes com câncer.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
avaliação de caso clinico: Paciente hospitalizado com tumor cerebral
1. AVALIAÇÃO DE CASO
CLÍNICO
FACULDADE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
TÓPICOS ESPECIAIS I
Aline L. Querubim Dias
Ilca Rocha Silva
Monalisa Silva Gomes
VITÓRIA DA CONQUISTA
2015
2. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil,
4% das mortes por câncer no Brasil estão relacionadas com os
tumores cerebrais.
No mundo, o câncer do Sistema Nervoso Central (SNC)
representa 1,9% de todas as neoplasias malignas.
Entre os tumores mais incidentes, o SNC é o 14º mais frequente
em homens, com o risco estimado de 3,9/ 100 mil, enquanto, nas
mulheres, é o 15º, com o risco estimado de 3,0/ 100 mil.
(INCA, 2014.)
INTRODUÇÃO
5. Nome: M. A. S.
Sexo: Feminino
Idade: 57 anos
Nacionalidade: Brasileira
Naturalidade: Vitória da Conquista - BA
Data de internação: 22/10/15
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA
PACIENTE
6. HISTÓRIA CLINÍCA
22 de
Outubro de
2015
Às 18:15h,
procedimento
cirúrgico
realizado:
microcirurgia
para tumor
mais
crânioplastia;
26 de
Outubro de
2015
Realizado
passagem de
sonda
nasoentérica
(SNE), sem
intercorrência;
16 de
Novembro
de 2015
Às 22:00h.
Paciente
em repouso
no leito,
sem
alteração no
período;
17 de
Novembro
de 2015
Tumor
cerebral,
sonolenta,
febril. SNE;
18 de
Novembro
de 2015
Mudança da
dieta para
SNE.
7. Paciente idosa em uso de acesso venoso (AV) mais sonda
nasogástrica e sonda vesical, dreno.
Feito glicemia capilar as 00:00 h 122 mg/dl e feito glicemia
capilar as 06:00 h 94 mg/dl sem outras anormalidades.
Verificação de glicemia capilar e sinais vitais de 6/6 h.
Manter cabeceira elevada 30°.
HSA
HHI/W FNSI
AGC: Aneurisma de artéria cerebral media direita clipado;
Condição mantida.
19 DE NOVEMBRO DE 2015
8. Paciente em terapia com anticoagulantes orais 2-3.
Paciente com trombose venosa profunda, embolia pulmonar,
embolia sistêmica, prótese cardíaca com válvula de tecido, infarto
agudo do miocárdio, doença de válvula cardíaca, fibrilação atrial.
Em uso de sonda SNG,
Fluindo dieta,
Abdômen globoso,
Flácido,
Apalpação,
Sonda Vesical Fowler com presença de diurese, apresentando
vários episódios de diarréia durante um período.
20 DE NOVEMBRO DE 2015
9. O tumor cerebral é uma massa de células que crescem de
forma anormal no cérebro. O tumor pode ser:
BENIGNO MALIGNO
REVISÃO DE LITERATURA
DIAGNÓSTICO CLINICO:
Tumor cerebral.
10. SINTOMAS
Vômitos e náusea;
Taques epiléticos;
Fraqueza nos braços ou nas pernas;
Dificuldades na fala ou nos movimentos;
Falta de coordenação ao caminhar;
Mudanças na visão ou movimentos anormais dos olhos;
Sonolência;
Mudanças na memória ou na personalidade.
TUMORES PRIMÁRIOS originam-se do tecido cerebral, podem
ser benignos ou malignos, e são classificados pelo tecido o qual
eles começam: Gliomas, Meduloblastomas, Meningiomas,
Glioblastoma Multiforme e Linfomas
11. Os sintomas mais específicos dependem de seu tamanho e
do local em que se encontra o tumor no cérebro.
AS CAUSAS PODEM SER POR INÚMEROS FATORES,
INCLUINDO:
Pressão aumentada dentro do crânio (hipertensão intra-
craniana);
Lesão de uma área vital do cérebro;
Inchaço (edema) e retenção de fluidos em volta do tumor;
Hidrocefalia, às vezes chamada de "água no cérebro",
resultante do bloqueio do fluxo de líquido cérebro-espinhal (líquor)
produzido no cérebro, que se acumula no interior do crânio.
12. Tomografia computadorizada (TC);
Imagem de Ressonância Magnética (IRM) - Oferece uma
imagem do cérebro utilizando um ímã potente, um transmissor
de radiofreqüência e um computador;
Punção lombar (Punção espinhal) - Este exame também é
importante se o diagnóstico é de linfoma cerebral.
EXAMES NEUROLÓGICOS
13. Caso um possível tumor seja encontrado o paciente pode fazer
um dos seguintes exames antes de uma biópsia ou uma cirurgia ser
realizada:
Ressonância Magnética Espectroscópica;
Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET);
Angiografia cerebral.
Depende do tamanho, local e tipo, como também a saúde e idade
da pessoa.
O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e
radioterapia, isoladamente ou de maneira combinada (VERISSIMO;
RANIER; VALLE., 2006).
TRATAMENTO
14. podem ser dada drogas como corticosteróides;
anticonvulsivantes.
Quando possível, a cirurgia é a primeira linha de tratamento.
Alguns tumores não podem ser removidos, ou a cirurgia é
considerada arriscada. Nesses casos, uma biópsia pode ser feita
para ajudar a determinar se outros tratamentos podem ser mais
efetivos.
ANTES DO TRATAMENTO
15. Remover as células cancerosas que sobraram, e que não
puderam ser removidas através da cirurgia.
Os linfomas cerebrais respondem muito bem à quimioterapia,
como também à radioterapia
PROGNÓSTICO:
Tipo;
Tamanho;
Local;
Idade.
RADIOTERAPIA
QUIMIOTERAPIA
18. INTERAÇÃO DROGA/NUTRIENTE
Geralmente processos patológicos em reabilitação
necessitam aporte nutricional satisfatório e a ministração de
fármacos eficientes e seguros. No entanto, interações entre
nutrientes e fármacos podem gerar alterações na eficácia da
droga e/ou nutriente.
(LOPES; CARVALHO; FREITAS., 2010)
EXAMES LABORATORIAS E
COMPLEMENTARES
20. A estimativa do gasto energético é uma importante
ferramenta para nortear a terapia nutricional (TN) do paciente
oncológico e pode ser calculada por diversos métodos, como
calorimetria indireta ou direta, água duplamente marcada e
fórmulas preditivas;
Para estimar o gasto energético são as de Harris-Benedict
e fórmulas baseadas no peso;
A necessidade energética diária de pacientes com câncer
varia de acordo com o diagnóstico clínico, idade, sexo, peso,
altura, fator térmico, de atividade e estresse.
CONDULTA DIETOTERÁPICA
21. Prevenir ou corrigir desnutrição;
Prevenir perdas protéicas muscular, visceral, sanguínea e
desgaste de outros tecidos;
Evitar, minimizar ou tratar deficiência de macro ou
micronutriente;
Aumentar a resistência ao tratamento;
Reduzir complicações do tratamento, para então adotar
medidas que estimulem a aceitação, digestão e absorção da dieta
via oral ou intervenção adequada da terapia nutricional enteral
(TNE) ou parenteral (TNP).
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL
EM CÂNCER
22. Paciente no dia 18 de Novembro de 2015, estava
fazendo uso de dieta nasogástrica (SNG).
Dia 19 de Novembro de 2015, estava com uso de dieta
oral hipossódica.
Em 20 de Novembro de 2015, em uso de SNG, fluindo
dieta, apresentou vários episódios de diarréia durante o
período, foi comunicado à nutrição a respeito da dieta e a
mesma foi modificada para dieta obstipante.
Novasource sênior – Nestlé a cada quatro horas
(08:00, 12:00, 16:00, 20:00, 00:00, 04:00).
CONDULTA DIETOTERÁPICA DO
PACIENTE
23. Sachê simbioflora às 12:00 e 20:00h. Peptamen 240ml
60ml/h Às 16:00 e 00:00, ambos associados ao Novasource
sênior.
Umidificando com água na boca 10ml.
NOVASOURCE SÊNIOR
É um alimento para suplementação de nutrição enteral ou
oral, normocalórico e hiperprotéico.
Cada 1ml fornece 1,2 Kal.
Embalagem tetra square 1L
Sistema fechado 1L
Sabor artificial de baunilha.
Osmolaridade: 391 mOsm/kg de água
24. PEPTAMEN 1.5
Situações metabólicas especiais para nutrição enteral, à base
de peptídeos e formulado com quantidades definidas e adequadas
de nutrientes e calorias, em função das necessidades nutricionais
diárias de pessoas com problemas de absorção, visando a
recuperação do adequado estado nutricional.
Isento de Lactose, glúten, fibras e sabor.
Densidade calórica: 1,5 kcal/Ml
Osmolalidade: 550 mOsm/kg de água.
DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA:
Proteínas:
• 18% (100% proteína do
soro do leite hidrolisada)
Carboidratos:
• 49% (91% maltodextrina,
5,9% amido de milho, 3,1%
outros)
Lipídeos:
• 33% (71,9% TCM, 15,2%
óleo de soja, 7,9% gordura
láctea, 5% lecitina de soja).
25. É composto por uma exclusiva formulação simbiótica e
frutooligosacarídeo (prebiótico), lactobacilos e bifidobactérias
(probioóticos) que contribui para o equilíbrio da flora intestinal.
SIMBIOFLORA
26. GLUTAMINA:
Durante o estresse cirúrgico e câncer há alteração na
resistência à insulina, aumento do catabolismo protéico e depleção
de GLUTAMINA no músculo esquelético.
OBJETIVOS:
Busca a melhora na função imunológica, muscular e intestinal;
Redução de complicações infecciosas;
Melhor tolerância à terapia antineoplásica.
Experimentalmente, a suplementação de GLUTAMINA melhora
os níveis de glutamina muscular sem estimular o crescimento
tumoral.
SUPLEMENTAÇÃO
27. É um aminoácido condicionalmente essencial, com potencial
efeito imunomodulador.
Fornecida junta com uma mistura balanceada de aminoácido,
apresenta melhora do equilíbrio protéico.
A longo prazo existem preocupações em relação ao uso da
arginina como parte da terapia nutricional devido ao possível
aumento do crescimento tumoral.
ARGININA
28. Nutriente capaz de modular a resposta imunológica e
inflamatória sistêmica e está associado, principalmente, com
diminuição da intensidade da resposta inflamatória.
Associado à diminuição da massa tumoral, melhora do peso
corporal e diminuição da anorexia, devido sua ação anti-
inflamatória.
AG w-3 podem influenciar diretamente a produção de citocinas
inibindo a síntese de fator de necrose tumoral alfa (TNF- ) e de
interleucinas (IL).
(PROJETO DIRETRIZES, Terapia Nutricional na oncologia, 2011).
ACIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS
ÔMEGA 3 (AGPI W-3)
31. A desnutrição em câncer é prevalente e está associado ao
pior prognóstico, incluindo a qualidade e o tempo de vida em
pacientes oncológicos;
É importante estar atento à perda de peso progressiva,
mudança do paladar e olfato, ingestão inadequada de
alimentos/nutrientes, alterações significativas no metabolismo de
carboidratos, proteínas e lipídeos;
Salienta-se a necessidade de realizar a avaliação nutricional
utilizando, a avaliação subjetiva global produzida pelo paciente
com câncer que possibilita a rápida identificação de pacientes em
risco nutricional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
32. Estima-se que a ingestão diária de 20 a 30 kcal/kg é
necessária para preservar a massa corpórea.
A oferta de carboidrato e lipídeos deve manter-se em
proporção equilibrada, importante o fornecimento adequado de
eletrólitos, oligoelementos e vitaminas.
Nutrição oral é a via preferencial no cuidado nutricional do
paciente oncológico, pois é mais fisiológica e possibilita o
manejo mais fácil.
No entanto, quando necessário às terapias de nutrição
enteral e parenteral são métodos seguros e eficazes para
administrar nutrientes em pacientes com câncer.
33. 16 de Novembro de 2015 às 22:00 hs. Paciente em repouso
no leito, sem alteração no período;
17 de Novembro de 2015 sonolenta, febril;
18 de Novembro de 2015 paciente mantendo quadro
neurológico. Não contacta, não responde à comandos. Ferida
operatória de bom aspecto;
19 de Novembro de 2015 paciente apresentando vários
quadros de diarréia. Sem outras anormalidades;
20 de Novembro de 2015 ÀS 08:00h paciente encontra-se no
leito. Não responde as solicitações verbais. Apresentando vários
episódios de diarréia durante um período.
EVOLUÇÃO DIÁRIA
34. LOPES, E. M.; CARVALHO, R. B. N.; FREITAS, R. M. Análise das
possíveis interações entre medicamentos e alimentos/nutrientes em
pacientes. Einstein 8 (3 Pt 1): 298-302, 210.
VERISSIMO, D. S.; VALLE, E. R. M. Experiência vivida por pessoas
com tumor cerebral e por seus familiares. Psicol. Argum., Curitiba, v. 24, n.
45 p. 45-57, abr./jun. 2006.
FARTHAT, F. C. L. G.; TODA, D. M. I, SANTOS, P. H. Interações entre
Hipoglicemiantes Orais e Alimentos. Saúde em Revista Hipoglicemiante
Oral e Alimentos, 2007.
WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática
clínica. 4. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009.
REFERÊNCIA
35. Nestlehealthscience.Disponível
em: <https://www.nestlehealthscience.com.br/marcas> Acesso em 03 de
dezembro de 2015.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa
2014: Incidência de Câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de
Janeiro: INCA, 2014.
PINHO, N. B.; et al. Terapia Nutricional na Oncologia. Projeto Diretrizes,
AMB e CFM. 31 de Agosto de 2011.
DIAS, M. C. G.; et al. Triagem e Avaliação do Estado Nutricional.
Projeto Diretrizes, AMB e CFM. 8 de Setembro de 2011.
REFERÊNCIA