1) O documento descreve o surgimento do islamismo, fundado por Maomé no século VII e que desafiou o domínio do cristianismo. 2) A religião muçulmana se espalhou rapidamente através de conquistas militares, capturando territórios cristãos como o Egito e a Espanha. 3) As Cruzadas foram uma série de guerras travadas pelos cristãos entre os séculos XI-XIII na tentativa de recuperar a Terra Santa dos muçulmanos.
JUIZO FINAL [ DOUTRINA DA ESCATOLOGIA E FIM DOS TEMPOS]
História da Igreja Medieval
1. HISTÓRIA DA IGREJA MEDIEVAL
Surgimento da religião mulçumana
Depois de um período de supremacia praticamente universal, o cristianismo viu o surgimento de outra religião que a
desafiou severamente em seu domínio. Era o nascimento do islamismo. O fundador desta nova religião era Maomé, um
mercador que acabou se tornando um líder religioso fortíssimo:
O islamismo ou islã foi fundado pelo mercador árabe Maomé (Muhammad, c.570-632) no início do século
sétimo da era cristã. Essa que é a mais recente das grandes religiões mundiais sofreu influências tanto do
judaísmo quanto do cristianismo, mas ao mesmo tempo opôs-se firmemente a ambos, alegando ser a revelação
final de Deus (Alá). O livro sagrado do islamismo, o Corão (Qur`an), teria sido revelado pelo próprio Deus a
Maomé, o último e maior dos profetas. A idéia básica do islamismo está contida no seu nome - islã significa
“submissão” plena à vontade de Alá e “muçulmano” é aquele que se submete. Os preceitos centrais dessa
religião incluem a recitação diária de uma confissão (“Não existe Deus senão Alá e Maomé é o seu profeta”),
bem como a prática da caridade e do jejum.1
Apesar de Maomé ter iniciado uma nova religião, a qual seria uma das maiores do mundo lado a lado com o
judaísmo, cristianismo, e hinduísmo, em sua própria concepção ele não via que estava “fundando uma nova religião” , mas
estava recebendo novas revelações de Deus. Ou seja, revelações posteriores ao Novo Testamento. Uma continuação da
revelação das Escrituras:
[...] Começou a proclamar a mensagem do Deus único, justo e misericordioso, que governa todas as coisas e
exige obediência dos seres humanos... Maomé dizia que o que ele pregava não era uma nova religião, mas a
continuação da revelação que Deus tinha dado através dos profetas do Antigo Testamento e de Jesus. Este,
para ele, não era divino. Era, isto sim, um grande profeta, que devia ser obedecido.2
Segundo a crença mulçumana Maomé recebeu estas novas revelações por meio de um anjo, quando estava em seus
momentos de meditação solitária:
Por volta de ano 610, quando tinha mais ou menos quarenta anos, começou a carreira religiosa do Profeta. Este
tinha se acostumado a se retirar de vez em quando a um lugar solitário, para orar e meditar... de acordo com a
lenda muçulmana, Maomé se encontrava em uma montanha perto de Meca quando lhe apareceu o anjo Gabriel
e lhe ordenou que proclamasse a mensagem do único Deus verdadeiro.3
A religião mulçumana talvez não tivesse sido um problema grave para o cristianismo se ela não contivesse como
crença a guerra como meio de propagação. Os mulçumanos utilizavam da força para espalhar-se, e conseqüentemente,
muitas destas terras conquistadas pelos mulçumanos já eram habitadas por cristãos. Sendo assim, muitas terras foram
perdendo espaço para esta nova religião que surgia:
Maomé foi, sem dúvida, um chefe religioso sincero. A religião que ensinou, tendo como objetivo principal o
culto de um único Deus, era mais elevada que o politeísmo dantes existente na Arábia. Como líder da nova
religião, adotou a guerra como meio de a propagar. Antes da sua morte (632), conquistou a Arábia, e sua
religião dominou todas as demais terras conquistadas. Os árabes, guerreiros e invencíveis pelos ensinos de
Maomé, conseguiram um vasto império na Ásia ocidental... os árabes conquistaram sem resistência o Egito, o
norte da África e a Espanha. 4
E também:
Desde o início o islamismo foi uma religião aguerrida e militante, marcada por intenso fervor missionário. Um
conceito importante é o de jihad, ou seja, o esforço em prol da expansão do islã por todo o mundo. Esse
esforço muitas vezes adquiriu a conotação de guerra santa, como aconteceu de maneira especial no primeiro
século após a morte de Maomé, em 632. Movidos por um profundo zelo pela nova fé, os exércitos
muçulmanos conquistaram sucessivamente a península da Arábia, a Síria, a Palestina, o Império Persa, o Egito
e todo o norte da África.5
1
MATOS, Alderi Souza de. Cristãos e mulçumanos: Uma longa história de conflitos. Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper.
Acessado em 16.07.2007.
2
GONZALEZ, Justo L. E até aos confins da terra: Uma história ilustrada do cristianismo. A Era das Trevas. Volume 3. São Paulo, Vida Nova,
1980, p 132, 133.
3
Ibid., p 132.
4
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1992, p 65.
5
MATOS, Alderi Souza de. Cristãos e mulçumanos: Uma longa história de conflitos. Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper.
Acessado em 16.07.2007.
2. As Cruzadas
Como bem sabemos, a Igreja já não estava mais andando pelo caminho das doutrinas apostólicas. A religião aos
poucos já estava se tornando insensível e mundana. O amor, outrora pregado pelos apóstolos, agora dava lugar ao “zelo
doentio pela Igreja”. E para protegê-la utilizariam até mesmo da violência:
Desde o início, os cristãos tinham aprendido de Cristo e dos apóstolos a prática do amor e da tolerância no
relacionamento com o próximo. Agora, num mundo cada vez mais hostil à sua fé, eles acabaram abandonando
muitos de seus antigos valores e passaram a elaborar toda uma série de justificativas filosóficas e teológicas
para legitimar a violência em certas situações. Esse processo havia se iniciado com a aproximação entre a
Igreja e o Estado a partir do imperador Constantino, no quarto século, tendo se intensificado nos séculos
seguintes. Num primeiro momento legitimou-se o uso da força contra grupos cristãos dissidentes ou heréticos,
como os arianos e os donatistas. Séculos mais tarde, os cristãos haveriam de articular a sua própria versão de
guerra santa, dirigindo-a principalmente contra os muçulmanos.6
Como resultado deste desvio paulatino, vemos a Igreja desejando guerrear contra os mulçumanos a fim de conquistar
novamente a terra santa que havia sido conquistada por estes. Assim, muitos cristãos movidos por uma série de razões (e não
somente por querer conquistar de volta a terra santa) que não explanaremos aqui, e tendo a aprovação da Igreja, resolvem
engajar-se em guerras para conquistar a terra santa:
Neste período do seu maior poder, a Igreja ocidental desenvolveu continuado esforço com o propósito de
ampliar cada vez mais seus territórios, tentando conquistar a terra Santa que estava sob o poder dos
maometanos. Este esforço resultou numa série de guerras que tiveram o nome de Cruzadas, guerras que a
cristandade ocidental moveu contra o Islamismo, no oriente, durante dois séculos (1096-1291). É quase
impossível resumir toda a verdade a respeito das Cruzadas, especialmente se afirmarmos que este movimento
foi uma grande tentativa da Igreja Romana para dilatar seus territórios, embora isto seja uma parte da verdade.7
A vida moral da Igreja nesta época
Como vimos anteriormente, a Igreja Cristã outrora perseguida, tornara-se a religião oficial do Império Romano. Com
o passar do tempo, ao invés de Igreja rever suas doutrinas e práticas, cada dia mais ia se afastando do ideal apostólico. E
mesmo com o grito silencioso do movimento monástico, ela não decrescia cada vez em sua moral. Houve vários motivos que
colaboraram para a vida decadente da época:
Devemos ter sempre presente que a Igreja durante esse período que consideramos, tinha no seu seio muita
gente sem a conversão cristã; eram cristãos-pagãos. Vejamos, resumidamente, as causas desta situação
alarmante... O decreto do imperador Teodósio, que obrigava os súditos a professarem o Cristianismo na forma
ortodoxa. Desse modo surgiu a política imperial do uso do poder para reprimir a idolatria e forçar o povo a se
filiar à Igreja. Mais uma vez, os métodos missionários medievais resultaram na entrada para a Igreja, de
multidões de germanos e de outros povos que nunca experimentaram a conversão cristã. O mal agravou-se
quando certos governos e conquistadores obrigavam os seus povos a aceitar o Cristianismo. Prevaleceu, assim,
na Igreja, grande massa de pagãos, imbuídos das idéias pagãs a respeito da religião e da moral, gente que de
cristã tinha apenas o nome.8
A vida moral estava em tão péssimo estado, que não somente o povo estava em decadência moral, igualmente
estavam o clero, os monges e as freiras. Aliás, “nem o papado ficou isento. Seu estado por mais de 150 anos, a partir de 890,
era vergonhoso, vil ao último grau.”9
A Igreja realmente estava longe daquilo que deveria ser neste mundo. Seu papel como
luz e sal na terra estavam quase totalmente pervertidos. “Tal estado de coisas era devido unicamente ao paganismo que,
invadindo a Igreja, tornara-se invencível. Esta sociedade corrupta era na realidade uma sociedade pagã, embora
nominalmente cristã.”10
A religião da Igreja nesta época
A vida moral era corrupta neste período, mas igualmente o era a própria religião cristã. Em seu início o cristianismo
era radicalmente diferente do paganismo. Era uma religião que desafiava as falsas doutrinas mundanas e a corrupção da
mente humana que deturpava o Criador e Sua vontade. Entretanto, no período da Idade Média, a religião cristã se tornou
paganizada em vários aspectos. E por causa da influência dos inúmeros pagãos que entraram diariamente na Igreja, o
cristianismo acabou por assemelhar-se grandemente com a religião pagã contra a qual ela lutava outrora:
6
Ibid.
7
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1992, p 103.
8
Ibid., p 81.
9
Ibid., p 82.
10
Ibid., p 83.
3. A crença do povo era de medo como nas religiões pagãs que o Cristianismo destronara. Pensava-se que o
mundo era cheio de maus espíritos, de demônios, cuja obra era destruir as almas. Para anular a obra dos
demônios apelava-se para a intercessão dos santos e para as virtudes mágicas das santas relíquias. Nesse
período atribui-se espantosa santidade aos templos, aos elementos da missa, às relíquias e às pessoas do clero,
tudo no propósito de se infundir medo nas massas. Contavam-se histórias que eram cridas piedosamente a
respeito de certos atos irreverentes praticados nas igrejas, de desacato aos sacerdotes, atos que eram seguidos
de calamidades ou morte instantânea. O poder do Cristianismo sobre o povo era o poder do medo, como no
paganismo. À primeira vista parece incrível que o Cristianismo chegasse a tal ponto... podemos entender como
isso aconteceu, quando lembramos que a maioria esmagadora do povo, entre o qual esse Cristianismo se
desenvolveu, conservava idéias pagãs a respeito da religião.11
E também:
O cristianismo de quase todo o povo da Idade Média era essencialmente a religião do medo. A Igreja mantinha
seus filhos em submissão, conservando bem vivo, em todas as pessoas, o medo do seu poder sobre a vida aqui
e no além-túmulo. O Deus, por ela apresentado, era um Deus de juízo inexorável, cuja ira contra o pecado só
podia ser aplacada pela conformidade aos mandamentos dessa Igreja, à qual Deus dera, como se ensinava,
plena e absoluta autoridade. Isto obrigava a totalidade das massas a tomar parte nas observâncias religiosas e
obedecer aos preceitos morais da religião, não por amor e confiança em Deus, mas pelo terror inspirado pela
idéia ou lembrança das conseqüências de outra atitude. O cristianismo popular também consistia grandemente
em crendices e práticas supersticiosas. Havia muito disso no culto da Igreja e no seu complicado e poderoso
sistema sacramental. O povo, em virtude da ignorância e da sobrevivência de certos hábitos mentais pagãos,
recebia e entendia a parte externa e supersticiosa da forma de cristianismo que se lhe apresentava, mas não
percebia o sentido espiritual do culto. O fundamento da religião, para eles, era essa parte externa, de caráter
impressionante, que viam no culto.12
O cristianismo agora era uma religião sincrética. Estava cheia de crenças estranhas à doutrina apostólica sobre a qual
se fundara. Neste período a Igreja estava doente tanto nas doutrinas quanto na vida moral. Foi um período realmente de
“trevas espirituais”.
A Igreja Católica e o governo do mundo
Nesta época a Igreja havia conquistado grande poder junto às autoridades civis. Ela conquistara uma posição
altamente privilegiada junto ao governo de vários países do mundo. Sua presença era vasta, atingindo praticamente todos os
lugares habitados e conhecidos de então:
Nos séculos 12 e 13 o cristianismo era a religião de quase toda a Europa. Isto quer dizer que a Igreja, como
organização, cobriu a maior parte do continente; à maioria dos seus habitantes era possível algum
conhecimento da doutrina cristã. O Cristianismo romano era a religião oficial de todos os reinos, exceto dos
mouros. Neste continente nominalmente cristão, a Rússia, a Grécia e a península Balcânica pertencia à Igreja
oriental. O resto da Europa pertencia à Igreja ocidental ou Igreja Romana.13
A presença da Igreja se fazia sentir não somente no sentido de presença geográfica, mas igualmente na presença na
vida das pessoas. Pois, como religião oficial de vários reinos, a Igreja era a senhora da religião em vários territórios. E como
senhora da vida religiosa dos homens, ela atingia vários aspectos da vida pessoal deles. Assim, a presença da Igreja era
extensiva e intensiva:
Nos séculos 12 e 13 a Igreja dominou a vida humana, em todos os seus aspectos, na Europa ocidental. Era uma
sociedade internacional, estendendo seus tentáculos nos reinos e sobre os reinos. O poder papal exercia
autoridade muito além da de qualquer autoridade civil. Pois o que a Igreja ligava e desligava na terra seria,
certamente, como os homens criam, ligado e desligado no céu. E a Igreja estava muito difundida e bem
organizada, de maneira a alcançar todos os homens com o seu domínio absoluto. Em todas as modalidades da
vida humana mantinha ela seu poder indiscutível, sua mão dominadora. Nada podiam os homens fazer que ela
não soubesse. Nenhuma organização na história da humanidade jamais exerceu um domínio, uma escravidão
tão completa, sobre as coisas e sobre os homens e as suas consciências.14
Além deste poder junto aos governos e sobre as pessoa, a Igreja possuía também poder econômico. Nesta época a
Igreja já estava incrivelmente rica e poderosa. É verdade que espiritualmente estava muito pobre, mais financeiramente
estava riquíssima:
11
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1992, p 85.
12
Ibid., p 133.
13
Ibid., p 103.
14
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1992, p 102, 103.
4. Para se compreender a força dominante e absoluta da Igreja na Idade Média, precisamos conhecer não somente
a sua extensão territorial, mas igualmente, a magnitude das suas riquezas e possessões. Sua riqueza consistia
em terras; edifícios construídos para fins religiosos, com ricos mobiliários e ornamentos custosíssimos;
construções dos mais variados tipos destinadas aos fins mais diversos.15
Inquisição
Uma das forças da Igreja neste período para combater qualquer oposição contra ela foi a conhecida Inquisição.
Muitos já ouviram falar sobre ela, mas não sabem exatamente como funcionava. Por isto explicaremos aqui a fim de
esclarecermos o que foi, e como foi, este poder defensor da Igreja Católica que existiu durante vários anos. Primeiramente
vejamos duas breves conceituações do que foi a Inquisição:
Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada a um tribunal eclesiástico, vigente na
Idade Média e começos dos tempos modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por
meta prioritária julgar e condenar os hereges. A palavra “herege” significa aquele que escolhe, que professa
doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam
contra a autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram considerados hereges.
INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar, investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. Os
hereges seriam os “irmãos separados”, os “protestante”, os “crentes”, os “evangélicos” de hoje. Em suma, a
INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade de investigar e punir os crimes contra a fé
católica.16
E também:
INQUISIÇÃO - Nome dado a um tribunal eclesiástico criado oficialmente em 1229, no Concílio de Toulouse,
também chamado Tribunal do Santo Ofício, com poderes para julgar, condenar à morte ou prender pessoas
suspeitas de não professarem a fé católica. INQUISIDOR - Juiz do Tribunal da Inquisição.17
Bom, é de nosso conhecimento que desde cedo a Igreja se considerava a única igreja verdadeira.18
Contudo, o
surgimento do tribunal da Inquisição não surgiu tão cedo. Demorou alguns anos até que ela aparecesse:
Embora a Inquisição tenha alcançado seu apogeu no século XIII, suas origens remontam ao século IV: o
herege espanhol Prisciliano foi condenado à morte pelos bispos espanhóis no ano de 1385; no século X muitos
casos de execuções de hereges, na fogueira ou por estrangulamento; em 1198 o Papa Inocêncio III liderou
uma cruzada contra os “ALBIGENSES” (hereges do sul da França), com execuções em massa; em 1229, no
Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, sob a liderança do Papa
Gregório IX.19
A Inquisição, apesar de ser um tribunal, não julgava os casos com justiça, e muito menos com misericórdia. Ela
estava interessada em defender a Igreja Católica de qualquer jeito. Ainda que fosse preciso perder valores cristãos como
estes. A vida dos cristãos deveria ser totalmente sujeitas ao que a Igreja ordenava e ensinava. Se alguém fosse suspeito de
agir contrário às convicções da Igreja, estava à mercê da decisão da Inquisição, que era extremamente violenta, fanática, e
injusta:
Depois de acusados, os hereges tinham pouca chance de sobrevivência. Geralmente as vítimas não conheciam
seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo era sumário. Ou seja: rápido,
sem formalidades, sem direito de defesa. Ao réu a única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé
e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica Romana... O Tribunal da Inquisição funcionava assim: se
o réu reconhece a culpa, há esperança de ser reconduzido ao rebanho de Deus, e será condenado à prisão
perpétua; se não se retrata, será torturado uma vez. Como a tortura não podia ser renovada, era apenas
“interrompida” no caso de desmaio. A nova sessão de tortura seria uma continuação, e não uma nova tortura.20
15
Ibid., p 111.
16
COSTA, Airton Evangelista da. Inquisição Nunca Mais! Fonte: http://www.pregai.hpg.ig.com.br/principal.html. Acessado em 21.05.2007.
17
Ibid.
18
Ver estudo sobre a Igreja Antiga no tópico “Surgimento da Igreja Católica”.
19
COSTA, Airton Evangelista da. Inquisição Nunca Mais! Fonte: http://www.pregai.hpg.ig.com.br/principal.html. Acessado em 21.05.2007.
20
COSTA, Airton Evangelista da. Inquisição Nunca Mais! Fonte: http://www.pregai.hpg.ig.com.br/principal.html. Acessado em 21.05.2007.