O documento discute a evolução do modelo biomédico da medicina para um modelo biopsicossocial, reconhecendo a influência de fatores psicológicos e sociais na saúde e doença. Começa com o histórico da psicologia médica no século XIX e avanços no século XX, incluindo a medicina psicossomática. Critica a visão cartesiana de separar corpo e mente e mostra como fatores comportamentais, estilo de vida e eventos de vida influenciam a saúde.
2. HISTÓRICO
PSICOLOGIA MÉDICA
• Século XIX – O termo de psicologia médica foi criado
➔Ernest Feuchtersleben;
• 1918 – Maurice de Fleury publica o tratado
“Introdução a Medicina do Espirito”;
• 1918 – Ernest Kretschmer lança o tratado de
Psicologia Médica;
• 1957 – Foi criado o primeiro departamento de
psicologia médica na University of Oregon Medical
School;
• 1956 – Escola Paulista de Medicina e Faculdade de
Ribeirão Preto;
3. CONCEITO
A Psicologia Médica interessa-se pelas reações
psicológicas de todo enfermo acometido por uma
ou outra afecção e, sobretudo, tende a fornecer ao
clínico ou a qualquer especialista esclarecimentos
quanto ao que ocorre entre ele e seu paciente.
(De Marco, 2010)
4. Modelo Biomédico
A tese de Darwin (1856):
– Incluiu o homem no Universo da Natureza:
SER BIOLÓGICO
biomédico estuda os SERES
O Modelo
VIVOS da mesma forma que estuda
OUTROS ANIMAIS e/ou outros SERES DO
MUNDO NATURAL.
5. Modelo Biomédico
• Constituído na transição do Século XVIII
para o XIX (há cerca de 200 anos);
• Conceito científico mecanicista baseado
no cartesianismo – Divisão do plano
mente e corpo.
6. Descartes é considerado como o primeiro
pensador a enfatizar o uso da razão para
desenvolver as ciências naturais
7. PROBLEMA NA CONCEPÇÃO
DO PARADIGMABIOMÉDICO
A lógica cartesiana:
•Conceber a mente como processo
cerebral separado ou
independente do corpo
•Levando à suposição de que seria
possível compreender a biologia
do ser humano, através do estudo
das suas partes orgânicas,
separadas da das suas emoções,
da sua psique.
8. DEFINIÇÃO DE DOENÇA
PARADIGMA BIOMEDICO
• Conjunto de manifestações relacionadas
a alterações fisiopatológicas
• Provocadas por agentes específicos nos
órgãos e tecidos corporais (corpo).
9. O MODELO BIOMÉDICO
O QUE CAUSA A DOENÇA???
•Advêm do exterior do corpo;
•Mudanças físicas internas ou com origem em
vírus,
mudanças físicas internas involuntárias;
•Desequilíbrios químicos, bactérias,
predisposição genética;
10. Modelo Biomédico
Patologia Clínica médica
Saúde é definida negativamente:
Ausência de doença
Ausência defeitos em um sistema físico
Aplica-se indiferentemente a todas as espécies
Livre de valores
11. Modelo Biomédico
Quem é o responsável pela
doença???
•O indivíduo não é responsável pela sua
doença: são vistos como vítimas de força
externa que provoca mudanças internas.
12. Modelo Anátomo-Clínico e da Medicina das
Doenças
•O médico foca, ausculta, invade e perscruta o corpo
(e a doença), como (se estes pudessem ser) partes
isoladas do homem
No seio da medicina das doenças, o homem passa
à condição de informante de um processo alijado da
sua integralidade como pessoa.
•Ao desprezar o sujeito que sofre, a medicina abstrai a
realidade e afasta-se dos problemas históricos e
concretos que afligem o homem e a humanidade.
13. AVANÇOS NO CAMPO
BIOMÉDICO
• Este paradigma pôde contribuir para o
diagnóstico, controle e correção de
alterações anatômicas e problemas
fisiopatológicos críticos (ou
agudos).
14. Séc XX início do
modelo
BIOPSICOSSOCIAL
• A Medicina Psicossomática
• Saúde Comportamental
• Medicina Comportamental
15. A Medicina Psicossomática
• Primeiro desafio ao modelo biomédico;
• Resposta à análise freudiana da relação
entre mente e doença física: a paralisia
histérica não apresentava uma causa
física clara – reflexo do estado mental do
indivíduo expressando sentimentos por
meio de problemas físicos.
16. Medicina Psicossomática
Estuda as relações do meio biopsicossocial do ser
humano e sua relação com a saúde e a doença. A
medicina psicossomática contribui de maneira muito
importante para o cuidado de pacientes não só com
doenças psiquiátricas, como outros comorbidades
médicas de maneira geral. (ABMP, 2010)
17. Artigo publicado por Fava em 2017, a definição mais recente da
medicina psicossomática seria a de uma estrutura abrangente e
interdisciplinar para:
• Avaliação de fatores psicossociais afetando a vulnerabilidade
individual e o curso e desfecho de qualquer doença;
• Uma consideração holística do cuidado do paciente na prática
clínica; e
• Integração de terapias psicológicas na prevenção, tratamento e
reabilitação de doenças
19. Como base para o cuidado, o profissional deve
levar em consideração:
• Eventos do início da vida: fatores que influenciaram o desenvolvimento
da pessoa podem levar a doenças a curto e a longo prazo;
• Eventos recentes de vida: devemos nos atentar também ao contexto
recente daquele indivíduo. Será que ele passou por alguma perda
recente? Está em sofrimento familiar, no trabalho? Hoje sabemos que
isso tem relação com doenças endócrinas, cardiovasculares,
respiratórias, gastrointestinais, auto-imunes, dermatológicas,
neoplásicas, entre outros.
• Estresse crônico: é importante avaliar também o contexto daquela
pessoa no longo prazo. Há muito tempo que os eventos de vida tem
sido estressantes?.
20. Saúde Comportamental
• Disciplina preocupada com a manutenção
da saúde e a prevenção da doença em
indivíduos normalmente saudáveis, por
meio do uso de informações educativas
para modificar comportamentos e estilos
de vida.
21. Medicina Comportamental
• Outra disciplina que incidia sobre:
- Os cuidados da saúde;
- Tratamentos;
- Prevenção da Saúde.
• Descrita em 1977 por Schwartz e Weiss –
base de estudo era o comportamento,
com as disciplinas Psicologia, Sociologia
e Educação para a Saúde;
22. • Em 1979, Pomerleau e Brady, descreve a Medicina
Comportamental como a “Análise experimental do
comportamento”, como a terapia comportamental e a
modificação do comportamento.
• Compreende:
– Avaliação;
– Tratamento;
– Prevenção das doenças físicas ou disfunções
fisiológicas (hipertensão, obesidade);
• Incluiu a Psicologia no estudo da Saúde.
23. SAÚDE COMPORTAMENTAL
Significa não apenas formas de promover o
bem-estar, partindo do princípio de que
nossas ações no dia-a-dia influenciam
nossa saúde hoje e no futuro, como
também formas de como podemos
melhorar o tratamento da doença através
de nossas ações e comportamentos.
24. Um estudo feito pela Kaiser Permanente (
Grupo de estudo sobre saúde comportamental)
, traz os
"Determinantes Sociais e Econômicos da
Saúde"*:
• onde comportamentos pessoais aparece em
primeiro lugar (40%),
• sendo os outros distribuídos entre histórico
familiar e genética (30%),
• ambiente e fatores sociais (20%) e
• cuidados médicos (10%)*.
25. "As pessoas sempre culpam as circunstâncias por aquilo
que são. Eu não acredito em circunstâncias. Quem se sai
bem neste mundo são as pessoas que saem à procura
das circunstâncias que desejam e, se não as encontram,
criam-nas".
George Bernard Shaw
A IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO
26. O objetivo:
Compreender por que as pessoas se mantém
prisioneiras de comportamentos?
A batalha principal é examinarmo-nos
profundamente, com a meta de transformar as
nossas dores e comportamentos autodestrutivos,
abusos mentais e emocionais.
27. Dr. Wayne Dyer, em seu livro :"Seus pontos fracos",
traz um desenho lógico desse tema, em como
controlar os pensamentos e ansiedade:
PREMISSA MAIOR: Posso controlar meus
pensamentos
PREMISSA MENOR : Meus sentimentos se
originam de meus pensamentos.
CONCLUSÃO : Posso controlar meus sentimentos.
Afinal, você tem o poder de pensar qualquer coisa,
que permita entrar em sua mente
28. PSICOLOGIA DA SAÚDE
“O Conjunto das contribuições
específicas, educacionais,
científicas e práticas da disciplina
Psicologia, para a promoção e
manutenção da saúde, prevenção e
tratamento da doença e disfunções
relacionadas”
(Matarazzo, 1980).
30. Referências Bibliográficas
• De Marco, Alfredo. A face humana da medicina: do
modelo biomédico ao modelo biopsicossocial. São
Paulo: casa do psicólogo, 2010.
• CAPRARA, A.; RODRIGUES, J. A relação assimétrica
médico-paciente: repensando o vínculo terapêutico.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n.1, p.139-146, 2004.