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TCC para condições de saúde
Lucas Bandinelli
Psicólogo. Especialista em Onco-Hematologia pela
Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre. Especialista em Terapia Cognitivo-
Comportamental. Mestre e Doutorando em Psicologia com
ênfase em Cognição Humana pela PUCRS.
• Muitas pesquisas têm sido realizadas para avaliar e desenvolver o uso da TCC para
doenças orgânicas;
• É uma abordagem voltada para a redução da carga dos sintomas e para ajudar as pessoas
a aceitarem e lidarem melhor com suas doenças;
• Usualmente pacientes com doenças orgânicas podem apresentar quadros importantes de
psicopatologias em comorbidade (ex.: depressão, ansiedade, etc.)
POR QUE TCC PARA CONDIÇÕES DE
SAÚDE?
Evidências empíricas para o uso da
TCC para problemas de saúde
Problema Referências
Redução de estresse, ansiedade e
depressão em pacientes com câncer
Hopko, D. R., Bell, J. L., Armento, M., Robertson, S., Mullane, C., Wolf,
N., & Lejuez, C. W. (2008). Cognitive-behavior therapy for depressed
cancer patients in a medical care setting. BehaviorTherapy, 39(2),
126-136.
Getu, M. A., Chen, C., Panpan, W., Mboineki, J. F., Dhakal, K., & Du, R.
(2021). The effect of cognitive behavioral therapy on the quality of life
of breast cancer patients: a systematic review and meta-analysis of
randomizedcontrolled trials. Quality of Life Research, 30(2), 367-384.
Melhor controle glicêmico em
pacientes com diabetes
Alvani, S. R., Zaharim,N. M., & Wynne Kimura, L. (2015). Effect of
group cognitive behavioral therapy (CBT) on psychological well-being
and glycemic control in adults with type 2 diabetes. International
Journal of Diabetes in DevelopingCountries, 35(2), 284-289.
Snoek, F. J., Van Der Ven, N. C. W., Twisk, J. W. R., Hogenelst, M. H. E.,
Tromp‐Wever, A. M. E., Van Der Ploeg, H. M., & Heine, R. J. (2008).
Cognitive behavioural therapy (CBT) compared with blood glucose
awareness training (BGAT) in poorly controlled Type 1 diabetic
patients: long‐term effects on HbA1c moderated by depression. A
randomizedcontrolled trial. Diabetic Medicine, 25(11), 1337-1342.
Diminuição da sensação de dor em
pacientes com dor crônica
Ehde, D. M., Dillworth, T. M., & Turner, J. A. (2014). Cognitive-
behavioral therapy for individualswith chronic pain: efficacy,
innovations, and directions for research. American Psychologist, 69(2),
153.
Maior adesão a diversos tipos de
tratamento
Safren, S. A., Otto, M. W., & Worth, J. L. (1999). Life-steps: Applying
cognitive behavioral therapy to HIV medication adherence. Cognitive
and Behavioral Practice, 6(4), 332-341.
Palacio, A., Garay, D., Langer, B., Taylor, J., Wood, B. A., & Tamariz, L.
(2016). Motivational interviewing improves medication adherence: a
systematic review and meta-analysis. Journal of general internal
medicine, 31(8), 929-940.
Psicologia da Saúde Psicologia Clínica
Tem como objetivo manter a saúde, prevenir e
tratar a doença; identificar as diferentes causas das
doenças.
Seu principal objetivo é trabalhar os problemas
psicológicos das pessoas.
Prevenção e promoção de doenças Tratamento
Visa melhorar os sistemas de saúde e promover
políticas de saúde
Visa um trabalho mais individual
Concentra-se na saúde e na doença física da
pessoa, bem como no cuidado de sua saúde física
Preocupa-se principalmente em avaliar, prever e
aliviar transtornos mentais
PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA
CLÍNICA
• A TCC é uma abordagem da psicologia clínica.
• Seus conhecimentos podem ser aplicados como intervenção em Psicologia da
Saúde.
PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA
CLÍNICA
• Modelo compatível com a necessidade de intervenções breves;
• Evidências a respeito de sua efetividade para diferentes transtornos;
• intervenções mais diretivas, breves e focadas em problemas;
• Compreensão a respeito das singularidades de reações diante de eventos parecidos
(adoecimento físico) = MODELO COGNITIVO
• Focada em metas e em problemas atuais, enfatizando o presente;
• É um modelo educativo;
• Alinhada com princípios de colaboração e participação ativa do paciente;
• Conceitos de fácil compreensão pelos equipe multidisciplinar
POR QUE TCC PARA CONDIÇÕES DE
SAÚDE?
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Objetivam fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um conjunto de atitudes e
comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e prevenir a doença, além de
aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de ajustamento ao adoecer, à doença e às
suas eventuais consequências (Barros, 1999).
• Busca compreender o papel dos aspectos psicológicos sobre a manutenção da saúde, o
desenvolvimento de doenças e seus comportamentos associados (Miyazaki, Domingos &
Caballo, 2001).
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Tem como foco de intervenção o sujeito individual e as suas relações com a saúde, a doença ou
a deficiência, e com a sua família e os técnicos de saúde, bem como os grupos sociais e os seus
problemas associados à promoção da saúde e à prevenção das doenças.
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Métodos de avaliação
Incluem os métodos tradicionais de avaliação individual que são próprios da Psicologia (entrevista clínica,
exame psicológico), mas também outros que são específicos da avaliação psicológica em saúde, quer
quantitativos quer qualitativos, bem como a necessidade de desenvolver competências em avaliação
neuropsicológica.
Destaque para a avaliação subjetiva de sintomas, qualidade de vida, bem-estar psicológico e sofrimento,
crenças e atitudes em relação à saúde e às doenças, comportamentos de risco e prevenção, bem como
comportamentos associados à doença, em especial adaptação e comportamentos de adesão
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Campos de intervenção
(1) Na promoção da saúde:
Em particular na implementação de práticas de saúde e de políticas de saúde que contribuam para o bem-estar
individual e coletivo e capacitem os sujeitos para aumentarem cada vez mais o seu controle sobre a saúde,
designadamente mobilizando agentes sociais e autarquias e integrando ações de informação e educação para a
saúde (escolas, locais de trabalho), de mudança organizacional e de desenvolvimento comunitário visando a
promoção de estilos de vida saudáveis.
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
(2) Na proteção da saúde:
Designadamente na implementação de segurança no trabalho, na prevenção de acidentes (profissionais, de
viação e de lazer) e na luta contra as ameaças ecológicas para a saúde. Neste âmbito, poderá também
participar em programas de saúde ambiental
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Campos de intervenção
(3) Nos serviços preventivos:
Dentro da saúde materna, saúde infantil, saúde escolar, saúde oral, saúde ocupacional, saúde dos idosos,
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, das doenças cardiovasculares, dos tumores malignos,
bem como nas contribuições que, no âmbito da cooperação com os médicos de família possam ser úteis na
mudança de estilos de vida e na facilitação da adesão a tratamentos, a programas de autocuidados (em
especial nas doenças crônicas) e a comportamentos saudáveis
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Campos de intervenção
(4) Nos serviços de cuidado/interventivos:
Dentro de hospitais, de clínicas especializadas, auxiliando com as técnicas próprias da psicologia no processo
de enfrentamento da doença, na adesão ao tratamento, no manejo do estresse, no relacionamento com as
equipes de saúde.
INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA
SAÚDE
• Campos de intervenção
PREVENÇÃ
O
x
PROMOÇÃO
PREVENÇÃO X PROMOÇÃO
• Preparar, chegar antes de, impedir que se realize;
• Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história
natural da doença para tornar seu progresso improvável;
• Implica o conhecimento epidemiológico para o controle e redução
do risco de doenças;
• Projetos de prevenção e educação baseiam-se na informação
científica e recomendações normativas.
• Impulsionar, fomentar, originar, gerar;
• Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças
específicas, mas que visam aumentar a saúde e o
bem estar;
• Implica o fortalecimento da capacidade individual e
coletiva para lidar com a multiplicidade dos
determinantes e condicionantes da saúde.
PREVENIR PROMOVER
PREVENÇÃO X PROMOÇÃO
Promoção da saúde define-se, tradicionalmente, de maneira bem mais ampla que prevenção, pois
refere-se a medidas que "não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para
aumentar a saúde e o bem estar geral" (Leavell & Clarck, 1976).
Promover a saúde é não só melhorar a nossa condição de saúde, mas também melhorar a nossa
qualidade de vida e o nosso bem-estar.
Contudo, a prevenção de doenças é um dos pilares essenciais da promoção da saúde.
GRANDE PARTE DAS
DOENÇAS CRÔNICAS PODEM
SER EVITADAS APENAS COM
MUDANÇAS DE HÁBITOS!
Lee, M., Park, S., & Lee, K. S. (2020). Relationship between morbidity and health behavior in
chronic diseases. Journal of clinical medicine, 9(1), 121.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções que foquem no autocuidado
• Autocuidado pode ser definido como a prática de atividades voltadas para si
mesmo que proporcionem melhoras na saúde em geral e na sensação de bem
estar.
• A prática do autocuidado depende da consciência da pessoa pela sua saúde e
da sua responsabilização = empirismo colaborativo.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções que foquem no autocuidado
• Práticas de autocuidado: alimentação, prática de exercícios físicos
regularmente, cessar uso de álcool e drogas, adesão aos tratamentos
recomendados, entre outras.
• É importante trabalharmos com os pacientes a sua sensação de autoeficácia.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções que foquem no autocuidado
• Autoeficácia = o quanto que o indivíduo acredita na sua capacidade de realizar
determinada tarefa (Bandura, 2005).
• As crenças sobre a autoeficácia devem ser um dos primeiros pontos a serem
abordados com os pacientes para seu autocuidado = expectativa quanto a sua
capacidade de mudança.
PEEPLES, M. et al. Evolution of the american association of diabetes educator’ diabetes
education project. Diabetes Educator, [S.l.], v. 33, n. 5, p. 794-814, 2007.
AÇÕES NECESSÁRIOS PARA PROMOVER
AUTOCUIDADO
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Prática regular de exercícios físicos
• Mudanças de hábitos alimentares
• Manejo do estresse
• Cessar com álcool e drogas
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Prática regular de exercícios físicos
O sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global, de acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Atualmente, cerca de 5,3 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas à atividade física insuficiente.
Lee, I. M., Shiroma, E. J., Lobelo, F., Puska, P., Blair, S. N., Katzmarzyk, P. T., & Lancet Physical
Activity Series Working Group. (2012). Effect of physical inactivity on major non-communicable
diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy. The lancet, 380(9838),
219-229.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Prática regular de exercícios físicos
A OMS recomenda que uma pessoa adulta pratique ao menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75
minutos de atividade intensa por semana.
No caso de adolescentes, o tempo recomendado é de 300 minutos semanais de atividade leve ou moderada, ou
150 minutos de atividade intensa.
Falta de tempo
38%
Não gostam ou não
querem
35%
Outros
27%
MOTIVOS PARA NÃO FAZER EXERCÍCIOS FÍSICOS
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad), 2016.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Psicoeducação
• Oriente o paciente sobre os benefícios da atividade física;
• Esclareça sobre os diferentes tipos de exercícios físicos que podem ser
realizados.
QUANTOS BENEFÍCIOS VOCÊ CONSEGUE LISTAR?
BENEFÍCIOS DA
ATIVIDADE FÍSICA
Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de
Beck. Artmed Editora.
BENEFÍCIOS DA
ATIVIDADE FÍSICA
Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de
Beck. Artmed Editora.
• Aproveitar as situações diárias para fazer exercícios. • Estipular um horário para fazer atividades físicas
específicas.
ESPONTÂNEOS PLANEJADOS
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Psicoeducação
• Explicar a diferença entre exercícios espontâneos e planejados
ORIENTANDO EXERCÍCIOS
ESPONTÂNEOS
Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de
Beck. Artmed Editora.
ORIENTANDO EXERCÍCIOS
PLANEJADO
Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de
Beck. Artmed Editora.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Agenda de atividades (“não da tempo”)
• Dê de tarefa de casa para o paciente preencher uma agenda de uma semana
típica em sua vida (importante: colocar quanto tempo ele de fato acredita que
demora para cada tarefa)
• Analise em conjunto com ele na sessão seguinte.
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno
do Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
19:00 – Aula de
inglês
21:00 - Janta
22:30 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno
do Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:00 – Saio com
amigos
Sem hora para
dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno do
Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:30 - Janta
22:00 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno
do Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
19:00 – Aula de
inglês
21:00 - Janta
22:30 - Dormir
08:00 – Trabalho
10:10 –
Intervalo de 20
minutos
12:00 - Almoço
14:00 – Retorno
do Trabalho
15:10 – Intervalo
de 10 minutos
18:00 – Sair do
trabalho
20:00 – Saio com
amigos
Sem hora para
dormir
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Resolvendo problemas comuns na prática de exercícios físicos
• Muitos problemas podem dificultar o início da prática de exercícios físicos
(sempre teremos uma desculpa!)
• Faça um “brain storm” com seu paciente sobre alternativas a respeito das
dificuldades apresentadas por ele
• Auxilie na escolha da melhor alternativa, dê como tarefa para ela ser colocada
em prática e na próxima sessão avalie as consequências.
• Se der errado, avalie o que precisa ser mudado ou pense em implementar outras
alternativas.
EXEMPLOS DE RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed
Editora.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Clarificação de Valores associado aos exercícios físicos
• Quais valores de vida são importantes para o paciente? O que lhe dá sentido?
• Seria possível associar esses valores à prática de exercícios físicos?
• Primeiro: solicite que ele faça uma lista dos valores mais importantes ou também
passe uma lista de valores pré-estabelecidos e peça para ele classifica-los dentro
de uma hierarquia.
HIERARQUIA DE
VALORES
Lista de valores Classificação
AGREGAR
VALORES
Atividade
física
Autoestima
Crescimento
pessoal
Beleza
Aprendizagem
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Auto-recompensa
• Poder utilizar algum tipo de recompensa para após a realização dos exercícios
físicos
• Exemplos: ir ao cinema, um presente, ver amigos, comer algo mais prezeroso
naquele dia, etc.
• Algo visual pode funcionar: colocar “x” no calendário.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Diferença entre progresso e perfeição
• Algumas pessoas podem exigir de si mesmas padrões altos de sucesso para se
avaliarem.
• O objetivo aqui é aproximar a pessoa da dimensão real de seus avanços e
mostrar para ela o seu progresso contínuo.
• Esse alto grau de exigência pode desanimar as pessoas na persistência do
comportamento de mudança.
EXEMP
LO
Paciente: Eu me senti muito frustrado essa semana. Eu tinha me comprometido a ir na academia 4 vezes na
semana e não consegui.
Terapeuta: E o que aconteceu?
Paciente: Eu tive algumas emergências no trabalho e consegui ir apenas 2 vezes na academia.
Terapeuta: Quantas vezes você havia conseguido ir antes de iniciarmos esse processo?
Paciente: Ah, eu não ia na academia nenhum dia.
Terapeuta: Então será que não podemos entender a ida nesses 2 dias como um progresso?
Paciente: Talvez sim, mas ainda não é o suficiente.
Terapeuta: Talvez você esteja pensando no que seria ideal para você e se frustre quando não consiga executar.
Mas isso não significa que você não está em constante evolução e progresso. Lembre: Antes você não ia nenhum
dia na academia, nessa semana foi em 2.
Paciente: Pode ser. Você tem razão, eu acabo me cobrando demais mesmo.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – exercícios físicos
- Diferença entre progresso e perfeição
• O terapeuta ainda pode explorar quais seriam as consequências do paciente continuar se
cobrando demasiadamente pela perfeição e não valorizar seu progresso.
• Entender o quanto isso impactaria inclusive na sua motivação em persistir ou tentar
novamente.
• Lembrete: Para chegar no final da estrada, é preciso dar sempre o primeiro passo!
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Mudanças de hábitos alimentares
Afshin, A., Sur, P. J., Fay, K. A., Cornaby, L., Ferrara, G., Salama, J. S., ... & Murray, C. J. (2019).
Health effects of dietary risks in 195 countries, 1990–2017: a systematic analysis for the Global
Burden of Disease Study 2017. The Lancet, 393(10184), 1958-1972.
MÁ ALIMENTAÇÃO JÁ MATA
MAIS DO QUE USO DE
CIGARRO.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – hábitos alimentares
- Identificação de objetivos de curto e de longo prazo
• As pessoas podem focar apenas nos seus objetivos de curto prazo (ex: emagrecer para ir a um
casamento) e não pensarem mais à longo prazo.
- “Míopes”= tem uma visão curta e não reconhecem a importância dos ganhos de mas longo prazo e
levam em consideração apenas as consequências mais imediatas.
- Muitas vezes as pessoas PREDIZEM o que irão sentir, focando apenas no desconforto antecipado.
- Ignoram o ganho de longo prazo = experimento do Marshmallow.
FOCANDO EM OBJETIVOS DE
LONGO PRAZO
Comer doces em grande
quantidade após cada
refeição.
Sentir prazer. Satisfazer meu
desejos por doces. Controlar
minha ansiedade.
Vou continuar a ganhar peso, a me
sentir fora de forma e poder
prejudicar ainda mais minha saúde
no geral.
FOCANDO EM OBJETIVOS DE
LONGO PRAZO
Perder peso e entrar em
forma.
Deixar de comer doces após cada
refeição. Ingerir menos calorias
no geral. Tentar controlar minha
ansiedade de outras maneiras
(ex.: respiração)
Eu me sentiria menos cansado, teria
mais energia, mais orgulhoso de
minhas mudanças e mais disposto a
fazer mais coisas. Além disso, meus
exames estariam melhores.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – hábitos alimentares
- Reestruturação da mudança como ganho e não como perda
• Um erro comum nesse processo é ver uma mudança de hábitos alimentas como a perda de alguma
coisa e não como um ganho (“Não vou poder comer mais doces”).
• Geralmente somos avessos à perdas.
• Podemos questionar: “É possível que quando você pense em fazer uma mudança em seus hábitos
alimentares esteja focando apenas no que vai deixar de comer e não no que vai conseguir ganhar
durante esse processo? O quanto acha que esse tipo de pensamento pode estar influenciando em
suas atitudes?”
EXAME DE PERDAS E GANHOS
COMO FOCO
Comer mais verduras e
legumes e menos
carboidratos durante à
noite.
Eu foco apenas no quanto talvez não
seja prazerosa minha janta e que eu vou
sentir muita fome deixando de comer
coisas mais calóricas e que eu gosto
mais.
Eu posso focar no quanto me sentirei
feliz se eu conseguir perder peso, assim
eu me sentiria melhor comigo mesmo e
sentiria que eu tenho potencial para
atingir meus objetivos. Eu sentiria que
eu estaria ganhando mais saúde e mais
anos de vida com disposição.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – hábitos alimentares
- Diversificação das fontes de recompensa
• Não existe apenas UMA FONTE de recompensa.
• “Não precisamos apostar todas as fichas em apenas um número”
• Se a comida for sua única fonte de prazer e recompensa (por exemplo, pelo cansaço de um dia de
trabalho), o que acha que irá acontecer?
• Comer porque está feliz; Comer porque está triste; Comer porque está ansioso...
EXEMP
LO
Terapeuta: Me parece que, na sua percepção, caso deixe de comer alguma comida “especial” nos dias em que
estiver se sentindo mais cansado ou triste não irá conseguir se sentir melhor de outra forma. Me fale mais sobre
isso.
Paciente: É. Eu não saberia muito bem o que eu poderia fazer para me sentir melhor. Acho que eu sempre fiz isso
ao longo de toda a minha vida e nunca tinha me dado conta disso.
Terapeuta: Você diz que sempre fez isso por toda a sua vida. Mas consegue lembrar de outras coisas que fazia
também para se sentir mais confortado nesses momentos?
Paciente: Ah, eu lembro que quando eu era mais jovem e me sentia mais pra baixo eu costumava sair com meus
amigos.
Terapeuta: Alguma coisa a mais que você lembre?
Paciente: Eu botava algum filme mais bobinho na TV e ficava vendo. Ás vezes isso me ajudava a me distrair e me
sentir melhor mesmo.
Terapeuta: O que acha de fazermos uma lista de coisas que você fazia pra se sentir melhor ao invés de comer uma
comida “especial” e do que poderá fazer?
LISTA DE RECOMPENSAS: PASSADO,
PRESENTE E FUTURO
- Via mais filmes.
- Saia mais com meus amigos.
- Viajava mais.
- Brincava mais vezes com meu
cachorro.
- Ia em algum lugar novo na
cidade.
- Tudo que eu fazia anteriormente. - Tudo como antes.
- Além disso: ir mais em festas,
visitar mais minha família, ler
mais livros que eu gosto.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – hábitos alimentares
- Reeducação do hábito alimentar (comer devagar e conscientemente)
• Quando comemos devagar nosso cérebro tem tempo para registar que estamos satisfeitos.
• Quando sentimos e apreciamos cada porção de comida, nos sentimos mais satisfeitos depois de
comermos.
• Comer não só para nutrir o corpo, mas a menta.
• Comer rápido e sem apreciar a comida é um dos hábitos durante as refeições que pode prejudicar
muito o processo de emagrecimento.
ALGUMAS DICAS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS
NAS REFEIÇÕES
Beck,
J.
S.
(2017).
Pense
magro:
a
dieta
definitiva
de
Beck.
Artmed
Editora.
ALGUMAS DICAS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS
NAS REFEIÇÕES
Beck,
J.
S.
(2017).
Pense
magro:
a
dieta
definitiva
de
Beck.
Artmed
Editora.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
- Classicamente, o estresse é definido como uma ameaça a homeostase do organismo, o qual, com o
objetivo de restabelecer essa homeostase, responde com um número grande de alterações
fisiológicas adaptativas (Strohle e Holsboer, 2003).
- Estresse acontece a qualquer evento, quer real ou percebido, que age promovendo um distúrbio do
equilíbrio homeostático.
Evento Estressor
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
Se as situações estressantes são muito frequentes, o corpo não se recupera, e essa ativação a longo prazo
provoca:
- Aumento do risco de obesidade
- Dores, mal-estar, insônia
- Incômodos digestivos
- Doenças cardíacas
- Envelhecimento celular
- Maior risco para câncer
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
Aumenta os níveis de cortisol  eleva o apetite e faz ganhar peso.
Enfraquece o sistema imunológico  organismo mais suscetível a resfriados, doenças e infecções.
Os altos níveis de cortisol  aumentam a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, assim como os níveis
de lipídios no sangue (colesterol e triglicérides).
Esses são fatores de risco para ataques cardíacos e derrames.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
- A ideia de inoculação vem das vacinas: inocular um vírus inativo no organismo para que ele aprenda a
confrontar ele e crie resistência ao vírus.
- Aqui, a ideia é submeter-se a situações menos estressoras para que se crie resistência ao estresse.
- Quanto mais situações de estresse formos expostos, mais resistente ficamos quando passarmos por
mais situações desse tipo.
- Parte da ideia que algumas pessoas não foram “vacinadas” contra o estresse (Exemplo: pais
superprotetores)
Provavelmente pessoas mais resilientes são as que passaram por muitas situações estressoras ao
longo da vida e conseguiram supera-las, criando uma “casca” de proteção.
- Treino de Inoculação de estresse (TIDS)
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
- O treino de inoculação de estresse (TIDS) foi proposto inicialmente por Meichenbaum (1987) e foi
modificado ao longo do tempo, podendo ser aplicado a diversos problemas.
- O TIDS possui 3 fases distintas:
1. Fase educacional (Reconceitualização)
2. Fase de treinamento (Aquisição e ensaio de habilidades)
3. Fase de aplicação e consolidação
- Treino de Inoculação de estresse (TIDS)
Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas
Educacional
• Fornecer informações ao
paciente sobre estresse e
ansiedade
• Avaliação do estado atual de
estresse do paciente
• Descrever operacionalmente o
problema
• Estabelecer uma boa aliança
terapêutica
• Propor um trabalho compatível
com o problema identificado
• RPD
• Role-play
• Questionamento socrático
• Experimentos comportamentais
• Aplicação de inventários e
questionários
• Imagens mentais para avaliação
• Linha do tempo
TREINO DE INOCULAÇÃO DO
ESTRESSE
Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas
Treinamento
• Desenvolver habilidades
cognitivas necessárias para o
enfrentamento dos problemas
identificados
• Desenvolver habilidades
comportamentais necessárias
para o enfrentamento dos
problemas identificados
• Reestruturação cognitiva
(técnicas cognitivas diversas)
• Treino de habilidades sociais
• Treino de relaxamento
• Resolução de problemas
• Auto-recompensa
• Técnicas de controle do tempo
TREINO DE INOCULAÇÃO DO
ESTRESSE
Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas
Aplicação e consolidação
• Colocar em prática as
habilidades adquiridas em
contextos reais
• Exposição gradativa
• Ensaios cognitivos
• Experimentos comportamentais
• Auto-recompensa
TREINO DE INOCULAÇÃO DO
ESTRESSE
BLOCO 6
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
- Fomentar estratégias de enfrentamento saudáveis
- Para avaliar: Inventário de estratégias de Coping (Folkmam & Lazarus, 1985)
• Contém 66 itens que englobam pensamentos e ações que as pessoas utilizam para lidar com
demandas internas ou externas de um evento estressante específico.
ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO
ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – manejo do estresse
- Fomentar estratégias de enfrentamento saudáveis
- O processo de coping envolve quatro características:
1. interação do indivíduo com seu ambiente;
2. administração da situação estressora e não o domínio da mesma;
3. avaliação da situação, procurando perceber como é interpretado e cognitivamente representado na
vida do indivíduo;
4. mobilização de esforços por meio de ações cognitivas e comportamentais para administrar as
demandas internas ou externas que surgem na interação com o ambiente.
ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO
ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO
RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
- Buscar apoio das
pessoas do seu
círculo social
O‘Brien e DeLongis (1996)
Antoniazzi, A. S., Dell'Aglio, D. D., &
Bandeira, D. R. (1998). O conceito de
coping: uma revisão teórica. Estudos de
psicologia (Natal), 3, 273-294.
ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO
espiritual
social mental
Física
- Se exercitar
- Fazer uma massagem
- Dormir
- Caminhar
- Regulação emocional
- Analisar a situação
- Perspectiva positiva
- Crenças e valores
- Conversar com
Amigos e família
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas
- O uso abusivo de álcool e outras drogas é um dos principais problemas de saúde pública no mundo.
- O consumo alto pode resultar em maiores índices de mortalidade.
- É associado a graves problemas de saúde física e mental, bem como em prejuízos sociais, laborais,
familiares e financeiros.
World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva:
WHO; 2014.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
Bastos, F. I. P. M., Vasconcellos, M. T. L. D., De Boni, R. B., Reis, N. B. D., & Coutinho, C. F.
D. S. (2017). III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira.
34% DOS INDIVÍDUOS MENORES DE
18 ANOS JÁ CONSUMIU ÁLCOOL NO
BRASIL, SENDO 5% DELES USO
EXCESSIVO.
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas
Prevenção primária: para evitar ou retardar a experimentação de drogas;
Prevenção secundária: focada em indivíduos que já experimentaram, visa evitar a
evolução para dependência;
Prevenção terciária: feita por profissional da saúde, a fim de tratar a dependência
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e
outras drogas
De acordo com Miller e Rollnick (2013), a Entrevista Motivacional (EM) é um estilo de conversa
colaborativa voltado para o fortalecimento da sua própria motivação e comprometimento com uma
mudança.
Por se tratar de uma abordagem que tem uma meta específica, que é resolver a ambivalência, é
compreendida com caráter de intervenção breve, podendo assim, ser utilizada por uma ampla gama de
profissionais em diferentes serviços.
- Entrevista Motivacional
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e
outras drogas
As premissas básicas que auxiliam o profissional na prática da EM são:
o Empatia
o Congruência
o Espírito colaborativo no aumento da motivação para a mudança;
o Adoção de um estilo calmo e eliciador;
o Considerar a ambivalência natural (a motivação para a mudança deve ser eliciada no cliente e não
imposta);
o A resistência pode ser reduzida ou aumentada através das interações interpessoais (o profissional é
diretivo em auxiliar o cliente a examinar e resolver a ambivalência);
- Entrevista Motivacional
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e
outras drogas
o O relacionamento cliente-profissional deve ser colaborativo e amigável;
o Clientes são responsáveis pelo seu progresso (o profissional atua como um facilitador no processo,
estimulando e apoiando a autoeficácia do cliente);
o Estágios de mudança: Pré-contemplação, Contemplação, Preparação, Ação e Manutenção.
- Entrevista Motivacional
CAVALCANTI, Ana Maria; OLIVEIRA, Angela Cristina Lucas de. Autocuidado apoiado: manual do
profissional de saúde. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, 2012
TÉCNICA DOS
5 R’s
TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO
• Intervenções – cessar uso de álcool e
outras drogas
Jungerman e Laranjeira (1999) salientam a importância de se estudar a aplicabilidade da EM no Brasil em
outras situações clínicas já que hoje em dia apenas poucos serviços especializados em dependência
química utilizam esta abordagem e ela ainda não foi difundida, apesar de sua eficácia já ser demonstrada
(Andretta & Oliveira, 2005; Castro & Passos, 2005) dentro deste contexto, podendo ser estendida para
outras formas de atenção em saúde.
- Entrevista Motivacional
Bandinelli, L. P., Gonçalves, H. A., & Fonseca, R. P. (2013). A entrevista motivacional e sua aplicabilidade
em diferentes contextos: uma revisão sistemática. Diaphora, 2(1), 26-34.
APLICAÇÃO DA EM EM OUTROS
CONTEXTOS
TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES
DE SAÚDE
TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES
DE SAÚDE
• Pressupostos básicos da TCC
• Os pensamentos influenciam emoção e comportamento;
• Os pensamentos podem ser monitorados e alterados;
• Emoção e comportamento desejados podem ser alcançados através da mudança
nos pensamentos.
• Doença orgânica é distorção cognitiva?
TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES
DE SAÚDE
• Doença é um fato, não e distorção.
• O que temos que avaliar é a resposta emocional do paciente diante da situação.
• Essa sim pode estar alinhada com a sua interpretação sobre o fato (sobre estar
doente).
• “Estou com câncer porque é um castigo pelo que fiz”.
• “Minha diabetes é minha culpa. Eu sou um lixo por ter feito isso comigo”
• “Eu nunca vou conseguir superar essa doença”
TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES
DE SAÚDE
• Ao descobrir uma doença, as pessoas manifestam diferentes reações.
• Em alguns momentos, a resposta diante desse fato pode ser algo geral de todas as
pessoas dentro de determinadas culturas.
• Porém, em outros momentos, essa resposta emocional pode ser particular daquele
indivíduo = sua própria organização cognitiva.
PACIENTE
INTERNADO
REAÇÕES
EMOCIONAL
FISIOLOGICA
COMPORTAMENTAL
PENSAMENTOS
“ Vou morrer!”
“Não vou conseguir lidar com
isso!”
Ansiedade
Taquicardia, sudorese
Agitação psicomotora,
insônia
MODELO
COGNITIVO
• Avaliação
• Consultório x Contextos de saúde (ambulatórios, hospitais, etc.)
• É preciso pensar em um modelo de conceitualização de caso específico para a aplicação da TCC nos
demais contextos de saúde, pois existem poucas produções científicas na literatura brasileira à respeito
da conceitualização de casos nesses contextos (Seabra & Nogueira, 2022).
• Integrar: aspectos mais amplos da vida do paciente +compreensão do paciente sobre a doença e
informações recebidas +mudanças ambientais importantes
• Miniformulação ou Formulação mais completa.
TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES
DE SAÚDE
MINIFORMUL
AÇÃO
Familiares oferecem ajuda para
caminhar e sair da cama
“Eu sou forte”
“Não posso mostrar que estou fraca”
Irritada
Recusa a receber ajuda para
caminhar
Flexibilizar
pensamentos
mais rígidos
Interromper padrão de
recusa de ajuda e aceitar
limitações atuais
MINIFORMUL
AÇÃO
Recebe uma notícia negativa sobre
um exame
“Eu não vou conseguir lidar com isso”
“Eu não tenho força”
Tristeza, ansiedade
Não comparece no médico para
discutir tratamento
Trabalhar
distorções
cognitivas
Trabalhar evitação e auxiliar no desenvolvimento
de estratégias de enfrentamento mais
adaptativas
FORMULAÇÃO MAIS
COMPLETA
Levantamento de dados:
Identificação do paciente: Rosana, 34 anos
Descrição da doença: neoplasia de mama metastática
Motivo de busca/encaminhamento: ansiedade com relação aos efeitos colaterais da quimioterapia (principalmente
alopecia)
Influências do desenvolvimento: filha única, pai faleceu quando era adolescente. Temperamento cauteloso, descrita
como “ muito cuidadosa” pela sua mãe.
Estratégias de enfrentamento: evitação e distanciamento emocional;
Pontos fortes/qualidades: Trabalhadora e dedicada; apoio da família e dos amigos.
Questões situacionais: Término de relacionamento logo na descoberta do diagnóstico; assumiu cargo de gerência há 6
meses antes do diagnóstico, o que lhe demanda muita dedicação.
FORMULAÇÃO MAIS
COMPLETA
Diagrama de funcionamento cognitivo:
Situação principal: Recusa de receber visitas de amigos e familiares.
Pensamentos automáticos: “vão me achar feia”; “Não estou digna de receber visitas”; “Irão se assustar ao me ver sem
cabelo”; “Não irão gostar de mim assim”
Crença central ativada: “Não sou boa o suficiente” = Desamor
Crenças intermediárias: “Se não estou bonita, não serei prestigiada” / “Preciso estar sempre bem arrumada”/ “Se me
acharem feia, irão se afastar de mim”
Estratégias compensatórias: Se afasta das pessoas.
Principais emoções desencadeadas: Tristeza, raiva, ansiedade
Hipótese de trabalho: Paciente apresenta comportamentos evitativos devido a ansiedade e tristeza geradas pelas
mudanças corporais (perda dos cabelos). Demonstra dificuldade de assimilação e aceitação. O término recente do
relacionamento pode ter contribuído para suas crenças relacionadas a autoimagem e autoestima. Por ser muito dedicada
aos outros (especialmente com sua mãe) parece não conseguir deslocar energia para suas demandas pessoais.
Plano de tratamento:
• Trabalhar processo de aceitação da imagem corporal através da exposição gradual e de experimento comportamental
• Auxiliar na reaproximação de sua rede de apoio social.
• Flexibilizar crenças relacionadas a autoimagem através de reestruturação cognitiva.
• Reforçar necessidade de autocuidado.
DORES CRÔNICAS
DORES CRÔNICAS
O que é dor?
É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos
tecidos, ou descrita em termos de tais lesões.
É uma experiência subjetiva e pessoal, envolvendo aspectos sensitivos e culturais que podem ser
alterados pelas variáveis socioculturais e psicológicas da pessoa e do meio em que vive.
A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor
descrevem a dor como o quinto sinal vital que deve sempre ser registrado ao mesmo tempo e no
mesmo ambiente clínico em que também são avaliados os outros sinais vitais, quais sejam:
temperatura, pulso, respiração e pressão arterial.
Sousa, Fátima Aparecida Emm FaleirosDor: o quinto sinal vital. Revista Latino-
Americana de Enfermagem [online]. 2002, v. 10, n. 3 [Acessado 30 Setembro 2022] ,
pp. 446-447.
DORES CRÔNICAS
Como avaliar a dor?
Não existe um instrumento padrão que permita a um observador externo, objetivamente, mensurar
essa experiência interna, complexa e pessoal
Assim como perguntamos na sessão “de 0 a 10, como você está se sentindo hoje?”, a dor é avaliada
da mesma forma.
LEMBRETE: É uma experiência SUBJETIVA. O paciente é quem dá a noção do quanto
sente.
DORES CRÔNICAS
O que é dor crônica?
É aquela que persiste ou recorre por > de 3 meses, persiste por > de 1 mês após a resolução de uma
lesão tecidual aguda ou acompanha uma lesão que não se cura.
Causas:
• Doenças crônicas (ex.: câncer, artrite, diabetes)
• Lesões (ex.: hérnia de disco, ligamento rompido)
• Diversas doenças primárias (ex.: dor neuropática, fibromialgia, cefaleia crônica)
DORES CRÔNICAS
O que é dor crônica?
• Fatores psicológicos podem aumentar a dor persistente.
• A dor crônica comumente pode provocar ou exacerbar problemas psicológicos .
“O ovo ou a galinha? O que vem primeiro?”
A sensação de dor piora os aspectos emocionais ou os aspectos emocionais pioram a
sensação de dor?
Vários fatores ambientais podem ainda contribuir para a perpetuação da dor (ex.: ganhos
secundários).
Dellaroza, M. S. G., Furuya, R. K., Cabrera, M. A. S., Matsuo, T.,
Trelha, C., Yamada, K. N., & Pacola, L. (2008). Caracterização da
dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da
comunidade. Revista da Associação Médica Brasileira, 54, 36-41.
DORES CRÔNICAS
DOR É SINAL DE ALERTA.
DORES CRÔNICAS
Tratamento
O tratamento baseado em TCC envolve:
• Técnicas Comportamentais
• Técnicas cognitivas
• Intervenções baseadas na ACT
A TCC pode auxiliar na melhor funcionalidade do paciente mesmo sem reduzir diretamente a dor.
Estresse gerado pela dor e suas consequências (afastamento social, diminuição de atividades prazerosas, etc.)
Turk, D. C., & Flor, H. (1984). Etiological theories and treatments for chronic
back pain. II. Psychological models and interventions. Pain, 19(3), 209-233.
DORES CRÔNICAS
Intervenções comportamentais
Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
Sn Si Ri
+
Dor
Fazer exercícios Dor
DORES CRÔNICAS
Intervenções comportamentais
Sc Rc
Fazer exercícios
Dor
Comportamentos
evitativos
Dor antecipada
Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
Dor
Tensionamento
muscular
Aumento da
sensação de dor
Evitar
movimentos
(tensionamento)
CICLO DA DOR-
TENSÃO
Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek
H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an
operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an
operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118
Causa
Resultado
Dor
Tensionamento
muscular
Aumento da
sensação de dor
Evitar
movimentos
(tensionamento)
CICLO DA DOR-
TENSÃO
Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek
H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an
operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an
operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118
INTERVENÇÃO
RESPONDENT
E
Introduzir treinos de
relaxamento (relaxamento
muscular progressivo,
respiração diafragmática ou
outro)
DORES CRÔNICAS
Intervenções comportamentais
Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
Exposição gradual
O tratamento da dor nesse modelo consiste em estimular a exposição do indivíduo à tarefa
temida, aumentando progressivamente as atividades físicas, apesar do medo da lesão e do
desconforto associado. Frente à exposição, tal atividade provocará menor dor do que se
previa e, com isso, há uma redução do medo antecipado e da ansiedade associados à
atividade.
DORES CRÔNICAS
Intervenções comportamentais
R C
Comportamentos de dor (reclamar,
tomar remédios, inatividade)
Reforçadores
• Maior atenção dos familiares e/ou
cônjuge (R+)
• Evitar ter que fazer tarefas
desagradáveis (arrumar a casa, ir em
eventos que não gosta, etc.) (R-)
Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
MODIFICAÇÕES
AMBIENTAIS
Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek
H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an
operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an
operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118
INTERVENÇÃO
OPERANTE
Aumenta a frequência
R C
Comportamentos de dor (reclamar,
tomar remédios, inatividade)
Reforçadores
MODIFICAÇÕES
AMBIENTAIS
INTERVENÇÃO
OPERANTE
Aumenta a frequência
R C
Comportamentos de dor (reclamar,
tomar remédios, inatividade)
Reforçadores
EXTINÇÃO
• Quando o paciente reclamar de dor, não dar
atenção em todas às vezes e
gradativamente ir diminuindo.
• Não emitir respostas verbais de
supervalorização do uso de remédios (“Ai,
que pena ter que usar tudo isso. Deve ser
horrível...”)
REFORÇAR COMPORTAMENTOS ALTERNATIVOS
• Ser mais atencioso quando o paciente NÃO
RECLAMAR da dor.
• Reforçar verbalmente quando paciente se
mostrar mais autônomo e se expondo mais
(caminhando, fazendo tarefas domésticas,
etc.)
DORES CRÔNICAS
Intervenções cognitivas
As intervenções cognitivas visam identificar e modificar as cognições prejudiciais que os
pacientes possam ter com relação à sua dor e incapacidade
Pacientes com dor crônica usualmente apresentam pensamentos , sentimentos e crenças
desadaptativas que possuem um papel importante na sensação da dor.
Avaliações mal-adaptativas de uma experiência de dor (por exemplo, catastrofização”)
podem levar a sentimentos de desamparo e desesperança, e uma sensação geral de
perda de controle.
REESTRUTURAR
COGNITIVAMENTE
INTERVENÇÕE
S COGNITIVAS
DISTORÇÕES COGNITIVAS
• Catastrofização = “Essa é a pior dor que eu já senti na vida” /. “Se eu
fizer algo de diferente, essa dor vai ser a coisa mais insuportável”
• Pensamento dicotômico (tudo ou nada) = “Eu nunca fiquei sem dor” /
“Eu sinto dor o tempo todo”
• Conclusões precipitadas = “Eu sei que vou sentir dor”
• Desqualificação do positivo = “Se eu consegui sair de casa é porque
estava entupido de remédios”
REESTRUTURAÇÃO
COGNITIVA
• Questionamento socrático
• Checagem de evidências
• Continuum cognitivo
• Cartões de enfrentamento
• Teste de previsões
negativas
• Resolução de problemas
(...)
DORES CRÔNICAS
Intervenções cognitivas
DOR É RELACIONADA A PERCEPÇÃO E ATENÇÃO = processo psicológicos básicos
Quanto mais focamos na dor, maior a sensação dela.
Chan SC, Chan CC, Kwan AS, Ting KH, Chui TY. Orienting attention modulates pain
perception: an ERP study. PLoS One. 2012;7(6):e40215. doi:
10.1371/journal.pone.0040215. Epub 2012 Jun 29. PMID: 22768257; PMCID:
PMC3387012
TÉCNICA GROUNDING
(54321)
INTERVENÇÕE
S COGNITIVAS MUDAR FOCO ATENCIONAL
5 coisas que você pode ver ao seu redor. (caneta, computador, o
teto).
4 coisas que você pode tocar e que está ao seu redor (seu cabelo,
travesseiro, chão que você sente com os pés).
3 coisas que você consegue ouvir (o barulho do ventilador, a
respiração do seu cachorro, o programa na TV)
2 coisas que você pode sentir o cheiro (o cheiro do seu animal de
estimação, ou da planta perto de você)
1 coisa que você pode sentir o gosto na sua boca (café, chiclete,
pasta de dente)
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
A premissa básica da ACT aplicada à dor crônica é que enquanto a dor dói, o que nos gera o
sofrimento é a luta com a dor.
“Coração partido” = a dor que sentimos devido a perda de alguém é necessária para que
possamos passar pelo luto e seguirmos em frente.
Nesse sentido, as frequentes tentativas de controlar a dor podem se tornar desadaptativas,
especialmente se causarem efeitos colaterais indesejados ou impedirem a pessoa em seu
envolvimento em atividades valorosas (ex.: trabalho, família, amigos).
Dahl, J., & Lundgren, T. (2006). Acceptance and commitment therapy
(ACT) in the treatment of chronic pain. Mindfulness-based treatment
approaches: Clinician’s guide to evidence base and applications, 285-
306.
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
Aceitação da dor = dançando na chuva.
A luta contra a dor é vista como uma forma de não aceitação ou resistência de como as
coisas simplesmente são.
A intensidade e o sofrimento vão depender da extensão que o paciente tem na sua fusão
com seus pensamentos e sentimentos associados à dor.
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
• Evitação experiencial é todo o esforço (cognitivo e comportamental) para evitar
experiências dolorosas.
Normalmente, quando sentimos sensações de dor, o sistema nervoso simpático é alertado e
evitamos ou escapamos da dor antes de ter tempo para pensar.
Os seres humanos são capazes de sentirem dor apenas imaginando
algo (ex.: ir ao dentista)
Evitação experiencial da dor
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
Evitação experiencial da dor
Um dos objetivos da ACT no tratamento da dor crônica é que o cliente aceite que a dor é
uma sensação normal e inevitável que virá para todos nós em algum momento.
Usando exercícios de atenção plena (mindfullness), o paciente pode aprender a ver as
sensações de dor como sinais físicos normais de alerta que despertam sua a atenção, ou
como parte de sua condição de dor crônica contínua.
O paciente aprende a observar a tendência natural de escapar ou evitar a dor. Estar
presente nesse processo melhora a capacidade de fazer escolhas ativas sobre se a evitação
ou a exposição à experiência da dor é mais funcional.
TÉCNICA
ESCANEAMENTO
CORPORAL
INTERVENÇÕE
S BASEADAS
EM ACT
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
Limitação de atividades valorosas
Com a dor tomando conta do tempo do paciente, outras atividades valorosas começam a
ser negligenciadas.
Pergunte: “O que de tão importante em sua vida você tem deixado de fazer devido a sua
preocupação com a dor?”
Quando a administração da dor passa a ser nossa principal função estamos tendenciando a
sofrer de uma “doença de valores”.
TÉCNICA DO FUNERAL
INTERVENÇÕE
S BASEADAS
EM ACT Três partes:
1) Peça para a pessoa expressar o que ela teme que
as pessoas amadas presentes pensarão dela ao se
despedirem.
2) Peça para ele falar e ouvir como se fosse as
pessoas pensando.
3) Nessa parte, você lhe dá a chance de falar
diretamente com cada uma das pessoas amada e
expresse que tipo de relação deseja ter com cada
um dos entes queridos e também se comprometa
com o que está disposto a fazer agora para criar
essa relação.
Solicite para a pessoa imaginar estar presente em seu próprio funeral. Peça
que ela convide as 5 ou 6 pessoas que mais gostaria que estivessem
presentes.
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
Técnica do funeral
Para a pessoa que têm ocupado grande parte da sua vida preocupada com a dor, esse
exercício traz à tona a discrepância entre os valores mais importantes para ela e as
atividades que tem feito diariamente em função da dor.
Alguns exemplos:
“Tenho medo que meus filhos estejam pensando que passei muito tempo reclamando da
dor e não visitando mais eles como eu gostaria”
“Temo que minha esposa pense que eu já não me interessava mais por ela porque estava
tão focado na minha dor”
“Fico com medo que meus amigos pensem que eu já não gostava mais de conviver com
eles porque evitava de ir aos encontros e jantares que eles faziam”
DORES CRÔNICAS
Intervenções baseadas na ACT
Técnica do funeral
Através desse exercício de imagem mental, a pessoa pode ver mais claramente a
discrepância entre seus valores de vida (estar com os filhos, ter um bom relacionamento
amoroso, ter amigos) e as atividades que tem realizado em função de evitar sua dor.
Para algumas pessoas, ter essa clareza pode ser uma importante ferramenta para mudar
seus comportamentos e direciona-los para seus valores de vida.
INSÔNIA
INSÔNIA
SINTOMAS DE INSÔNIA OCORREM
EM APROXIMADAMENTE EM 33% A
50% DA POPULAÇÃO ADULTA.
Schutte-Rodin S, Broch L, Buysse D, Dorsey C, Sateia M. Clinical guideline for
the evaluation and management of chronic insomnia in adults. J Clin Sleep
Med. 2008 Oct 15;4(5):487-504. PMID: 18853708; PMCID: PMC2576317.
INSÔNIA
O que é insônia?
A insônia é definida como a percepção subjetiva de dificuldade no início, duração,
consolidação ou qualidade do sono que ocorre apesar da oportunidade adequada para
dormir e que resulta em alguma forma de comprometimento diurno.
• Insônia crônica: é presente por pelo menos um mês
• Insônia aguda/transitória: dura alguns dias ou semanas (não completando um mês).
INSÔNIA
Prejuízos associados:
• É fator de risco para depressão em adultos;
• Pode ser um preditor para recaídas em dependentes do uso de substâncias;
• Pode provocar prejuízos sociais, acadêmicos e laborais.
A TCC tem se mostrado como uma importante ferramenta no enfrentamento da insônia = Parte da
premissa que a interação entre fatores cognitivos e comportamentais é o principal
mecanismo envolvido na perpetuação da insônia.
A terapia cognitivo-comportamental para insônia concentra-se no ensino de técnicas para
modificar comportamentos e cognições perturbadoras do sono que interferem no sono normal
e contribuem para a insônia.
MODELO
COGNITIVO
Cognições disfuncionais
• Preocupação com o sono
• Hipervigilância quanto às consequências
do sono precário
• Erros de pensamento sobre o sono
• Dificuldade de se desligar das
preocupações do dia
Excitabilidade
• Ativação fisiológica
• Tensão muscular
• Ansiedade
Perturbações comportamentais
• Sono interrompido
• Hábitos de sono ineficientes ou
disfuncionais
• Tempo excessivo na cama
• Horas de sono irregulares
• Cochilos durante o dia
Consequências diurnas do sono
precário
• Perturbação do humor
• Fadiga
• Desempenho comprometido
• Afastamento social
INSÔNIA
Tratamento para insônia
8 passos:
1) Avaliação dos hábitos do sono
2) Psicoeducação
3) Higiene do sono e modificação do estilo de vida
4) Controle de estímulos
5) Restrição do sono
6) Treinamento de Relaxamento
7) Imagens Mentais Positivas
8) Reestruturação cognitiva
DIÁRIO DO
SONO
PASSO 1 - AVALIAÇÃO
PSICOEDUCAÇ
ÃO
Educar os pacientes sobre como funciona o sono normalmente (sono REM, sono não REM) e
o que interfere na qualidade do sono.
PASSO 1 - PSICOEDUCAÇÃO
PASSO 3 – HIGIENE DO SONO
As recomendações de higiene do sono e manejo do estilo de vida são usadas para mudar
hábitos que sabotam o bom sono.
Boas práticas de sono:
PASSO 4 – CONTROLE DE ESTÍMULOS
Os métodos de controle de estímulos são uma extensão das recomendações de higiene do
sono.
Auxilia os pacientes a:
1. Reduzir a exposição a estímulos que possam interromper o sono;
2. Iniciar uma rotina saudável para promover um bom sono.
Métodos de controle de estímulos:
PASSO 5 – RESTRIÇÃO DO SONO
• O propósito da restrição do sono é consolidar e aumentar a eficiência do sono.
• Pode auxiliar a restaurar o ritmo homeostático normal do ciclo de sono dos pacientes.
Orientações:
• Solicitar ao paciente que diminua um pouco a quantidade de tempo gasto na cama (ex.:, 85% de seu tempo
total médio do sono.
• Solicita que o paciente não tire cochilos durante o dia.
• Se o paciente normalmente passa 7 horas por noite na cama, o terapeuta pode sugerir que coloque o
despertador para levantar depois de seis horas.
• Com o tempo, o paciente é solicitado a aumentar gradualmente o sono em pequenos incrementos (15 minutos)
por noite, desde que durma sem interrupções.
• Pode auxiliar a restaurar o ritmo homeostático normal do ciclo de sono dos pacientes.
Avaliar distorções e reestruturar:
“Não consigo funcionar com menos de 8 horas de sono”
“Não entendo como dormir menos pode me ajudar a dormir melhor”
PASSO 6 – TREINAMENTO DE RELAXAMENTO
• Empregar o treino de relaxamento que melhor se adeque ao paciente: relaxamento
muscular progressivo, respiração diafragmática, meditação, etc.
Pensamentos automáticos que podem interferir no sono:
“Terei um dia horrível se eu não dormir bem”
“Se eu dormir mal, tenho que tirar um cochilo para compensar”
“Não consigo ser funcional sem tirar uma noite ótima de sono”
“Nunca vou conseguir voltar a dormir”
“Se eu acordar e não me sentir descansado, certamente será um péssimo dia”
“Quando eu deito e fico pensando nas coisas da vida isso me ajuda a encontrar soluções e
me organizar”
PASSO 7 – IMAGENS MENTAIS POSITIVAS
• Lembranças de lugares agradáveis;
• Lugar seguro.
PASSO 8 – REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
REESTRUTURACÃO
COGNITIVA
CRENÇA REGRA
“É essencial ter 8 horas de sono para ser
funcional”
PENSAMENTO AUTOMÁTICO
“Eu tenho que dormir 8 horas para ser
eficiente na minha reunião do trabalho”
EXPLICAÇÃO ALTERNATIVA
“Não existe um padrão ouro para o sono”
REUNINDO EVIDÊNCIAS
• Muitas pessoas dormem menos de 8
horas e não têm problemas.
• Já cometi erros mesmo dormindo mais de
9 horas de sono.
• Já funcionei bem mesmo dormindo
poucas horas de sono.
EXPLICAÇÃO ALTERNATIVA
“Mesmo se eu não dormir as 8 horas, ficarei
bem”
ERROS COGNITIVOS:
Pensamento dicotômico
Catastrofização
Tipo deveria
Resultado:
Menor ansiedade, maior capacidade de dormir
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
Um dos motivos mais frequentes para pelos quais os pacientes se recusam a tomar
medicações ou decidem parar por conta própria são os efeitos colaterais
Preocupações práticas:
• Como pagar os remédios;
• Solicitar receita periodicamente ao seu médico;
• Autorização do plano de saúde;
• Realizar testes laboratoriais para controle;
• Acesso lento à reposição dos remédios.
▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 1: Normalizar problemas com o uso frequente de medicamentos
O terapeuta pode verbalizar:
“Quase todo mundo em algum momento apresenta problemas para tomar suas medicações, seja
por esquecimento ou por outras dificuldades”
Ou usar a autorrevelação:
“Entendo sua dificuldade. Quando meu médico me prescreveu remédios para minha hipertensão
eu tive dificuldade de me adaptar. Hoje, eu consigo fazer uma rotina que funciona bem.”
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 2: Educar o paciente quanto à doença e ao seu tratamento
Pode usar questionamento socrático:
“O que você pensa que acontece com pessoas que possuem essa doença?”
“Que ideias surgem em sua cabeça quando pensa que vai precisar usar regularmente esse
remédio?”
Recursos diversos:
• Pesquisa na internet sobre a doença e discussão sobre conteúdo encontrado
• Filmes
• Vídeos
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 3: Perguntar sobre a rotina diária do paciente
Pessoas com rotinas mais consistentes podem ter maior probabilidade de usarem suas medicações
corretamente
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Podemos auxiliar os pacientes a empregar uma programação de atividades para planejar os
eventos do dia a dia, como horários para acordar e dormir, horários das refeições e horários de
tomarem os remédios.
Plano comportamental simples: associar certo horário do dia específico para tomar os
comprimidos (ex.: ao acordar pela manhã)
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 4: Sugerir que as medicações sejam guardadas em um mesmo local
Perguntar: “Onde normalmente você guarda seus remédios?”
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Encontre oportunidade de mudanças em falas como:
“Varia”.
“Em minha bolsa. Mas às vezes eu esqueço de tomar porque saio na rua e troco de bolsa”.
“Em alguma gaveta lá na minha cozinha”.
Plano comportamental simples: colocar as medicações sempre no mesmo lugar e que seja
facilmente visível.
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 5: Associar tomar o remédio à uma atividade da rotina
Para pacientes que já possuem uma rotina sistematizada, sugira associar alguma das atividades
realizadas com a ingestão do medicamento.
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Tornar o processo mais automático.
Criar associações de estímulos para que se tornem comportamentos
condicionados.
Exemplo: Ao vestir o pijama, ao se barbear, ao pegar a primeira xícara de café do dia
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 6: Usar algum sistema de lembrete ou caixinha de comprimidos
Caixa de comprimidos: especialmente útil para pacientes com esquema medicamentoso
complexo (vários comprimidos em vários horários diferentes)
Abastecê-la sempre na mesma hora e momento: ao final da semana quando tomar todos.
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Sistemas de lembretes:
• Despertador no celular
• Post its pela casa
• Calendários com marcações
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 7: Avaliar as barreiras à adesão.
Auxilie o paciente na identificação de possíveis barreiras para o o uso do medicamento:
• Dificuldades financeiras
• Esquecimentos constantes
• Efeitos colaterais adversos
• Desorganização com a rotina
Elabore planos práticos em conjunto.
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
BARREIRA PLANO COMPORTAMENTAL
“Meu plano de saúde não cobre a medicação e as
amostras acabam antes de minha próxima consulta
médica”
Fazer uma anotação no calendário para telefonar pelo
menos 10 dias antes para pedir ao médico mais
amostras.
“Esqueço de colocar os remédios na mala quando vou
viajar”
Conseguir prescrições ou amostras extras e colocar em
um estojo para viagem ou na mala que normalmente
utiliza.
“Eu sempre tomo meus remédios pela manhã depois de
tomar banho. Mas se minha esposa tiver colocar o copo
que fica na pia do banheiro para lavar, eu sempre digo a
mim mesmo que vou tomar depois e acabo
esquecendo”
Comprar copos de papel/plástico e deixar o banheiro
abastecido.
“Muitas vezes eu perco a hora pela manhã, deixo de
seguir a maior parte de minha rotina matinal e saio
correndo para ir para o trabalho e não tomo meus
remédios”
Acertar o despertador todas as noites e coloca-lo longe
da cama,
ELIMINANDO
BARREIRAS
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 8: Identificar pensamentos automáticos e crenças sobre uso de remédios
Os pacientes podem ter muitas crenças relacionadas a necessidade do uso de medicamentos
regulares
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Tais crenças podem estar relacionadas a sua não adesão ao uso dos remédios.
Os terapeutas devem utilizar métodos da TCC (questionamento socrático, seta
descendente, etc.) para investigar as crenças relacionadas.
IDENTIFCANDO
CRENÇAS
“Se eu tomar esse
remédio ficarei
dependente”
• E então?
“Se eu ficar
dependente quer
dizer que perdi o
controle”
• E então?
“Se eu perder o
controle serei vista
como fraca”
• E então?
“Se eu for vista
como fraca, as
pessoas não irão
gostar de mim”
• E então?
"Se as pessoas não
gostarem de mim,
ficarei sozinha"
Seta descendente
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 9: Modificar pensamentos automáticos e crenças sobre uso de remédios
Utilizar técnicas cognitivas como:
• Checagem de evidências
• Questionamento socrático
• Vantagens e Desvantagens
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
CRENÇAS RELACIONADAS AO USO PENSAMENTOS RACIONAIS
“Vou me tornar dependente desses analgésicos”. A dependência de analgésicos até pode ocorrer, mas
não não com a frequência em que acredito e nem com
o tipo de analgésico que meu médico prescreveu.
“Eu sempre tenho efeitos colaterais de todos os
remédios que uso. Certamente que terei ao começar
esse também”.
Pode ser que eu tenha tido mais efeitos colaterais do
que a maioria das pessoas, mas estou tendo m
pensamento extremo quando digo que SEMPRE tenho
efeitos colaterais e adivinhando o futuro ao pensar que
eu terei certamente.
“Precisar desses remédios faz eu me sentir uma pessoa
fraca”.
Essa doença é séria e se eu não tomar os remédios, aí
sim que não conseguirei ficar forte. É um ato de cuidado
comigo mesmo.
MODIFICANDO
CRENÇAS
ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
MÉTODO 10: Desenvolver um plano de adesão por escrito ou cartão de
enfrentamento
Após aplicar os 9 métodos e avaliar os possíveis problemas para não adesão, pode ser
importante organizar todas as informações e recomendações em um plano escrito de
adesão ou cartão de enfrentamento.
▶︎ 10 métodos da TCC para
promover adesão.
Pode ser uma tarefa de casa do paciente organizar todas as informações ou também
ele e o terapeuta poderão fazer durante a sessão.
Pedir para o paciente assinar esse plano pode ser uma maneira dele se comprometer
com o mesmo.
Terapia Cognitiva Comportamental para condições de saúde

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Terapia Cognitiva Comportamental para condições de saúde

  • 1. TCC para condições de saúde Lucas Bandinelli Psicólogo. Especialista em Onco-Hematologia pela Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Especialista em Terapia Cognitivo- Comportamental. Mestre e Doutorando em Psicologia com ênfase em Cognição Humana pela PUCRS.
  • 2. • Muitas pesquisas têm sido realizadas para avaliar e desenvolver o uso da TCC para doenças orgânicas; • É uma abordagem voltada para a redução da carga dos sintomas e para ajudar as pessoas a aceitarem e lidarem melhor com suas doenças; • Usualmente pacientes com doenças orgânicas podem apresentar quadros importantes de psicopatologias em comorbidade (ex.: depressão, ansiedade, etc.) POR QUE TCC PARA CONDIÇÕES DE SAÚDE?
  • 3. Evidências empíricas para o uso da TCC para problemas de saúde Problema Referências Redução de estresse, ansiedade e depressão em pacientes com câncer Hopko, D. R., Bell, J. L., Armento, M., Robertson, S., Mullane, C., Wolf, N., & Lejuez, C. W. (2008). Cognitive-behavior therapy for depressed cancer patients in a medical care setting. BehaviorTherapy, 39(2), 126-136. Getu, M. A., Chen, C., Panpan, W., Mboineki, J. F., Dhakal, K., & Du, R. (2021). The effect of cognitive behavioral therapy on the quality of life of breast cancer patients: a systematic review and meta-analysis of randomizedcontrolled trials. Quality of Life Research, 30(2), 367-384. Melhor controle glicêmico em pacientes com diabetes Alvani, S. R., Zaharim,N. M., & Wynne Kimura, L. (2015). Effect of group cognitive behavioral therapy (CBT) on psychological well-being and glycemic control in adults with type 2 diabetes. International Journal of Diabetes in DevelopingCountries, 35(2), 284-289. Snoek, F. J., Van Der Ven, N. C. W., Twisk, J. W. R., Hogenelst, M. H. E., Tromp‐Wever, A. M. E., Van Der Ploeg, H. M., & Heine, R. J. (2008). Cognitive behavioural therapy (CBT) compared with blood glucose awareness training (BGAT) in poorly controlled Type 1 diabetic patients: long‐term effects on HbA1c moderated by depression. A randomizedcontrolled trial. Diabetic Medicine, 25(11), 1337-1342. Diminuição da sensação de dor em pacientes com dor crônica Ehde, D. M., Dillworth, T. M., & Turner, J. A. (2014). Cognitive- behavioral therapy for individualswith chronic pain: efficacy, innovations, and directions for research. American Psychologist, 69(2), 153. Maior adesão a diversos tipos de tratamento Safren, S. A., Otto, M. W., & Worth, J. L. (1999). Life-steps: Applying cognitive behavioral therapy to HIV medication adherence. Cognitive and Behavioral Practice, 6(4), 332-341. Palacio, A., Garay, D., Langer, B., Taylor, J., Wood, B. A., & Tamariz, L. (2016). Motivational interviewing improves medication adherence: a systematic review and meta-analysis. Journal of general internal medicine, 31(8), 929-940.
  • 4. Psicologia da Saúde Psicologia Clínica Tem como objetivo manter a saúde, prevenir e tratar a doença; identificar as diferentes causas das doenças. Seu principal objetivo é trabalhar os problemas psicológicos das pessoas. Prevenção e promoção de doenças Tratamento Visa melhorar os sistemas de saúde e promover políticas de saúde Visa um trabalho mais individual Concentra-se na saúde e na doença física da pessoa, bem como no cuidado de sua saúde física Preocupa-se principalmente em avaliar, prever e aliviar transtornos mentais PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA CLÍNICA
  • 5. • A TCC é uma abordagem da psicologia clínica. • Seus conhecimentos podem ser aplicados como intervenção em Psicologia da Saúde. PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA CLÍNICA
  • 6. • Modelo compatível com a necessidade de intervenções breves; • Evidências a respeito de sua efetividade para diferentes transtornos; • intervenções mais diretivas, breves e focadas em problemas; • Compreensão a respeito das singularidades de reações diante de eventos parecidos (adoecimento físico) = MODELO COGNITIVO • Focada em metas e em problemas atuais, enfatizando o presente; • É um modelo educativo; • Alinhada com princípios de colaboração e participação ativa do paciente; • Conceitos de fácil compreensão pelos equipe multidisciplinar POR QUE TCC PARA CONDIÇÕES DE SAÚDE?
  • 8. • Objetivam fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um conjunto de atitudes e comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e prevenir a doença, além de aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de ajustamento ao adoecer, à doença e às suas eventuais consequências (Barros, 1999). • Busca compreender o papel dos aspectos psicológicos sobre a manutenção da saúde, o desenvolvimento de doenças e seus comportamentos associados (Miyazaki, Domingos & Caballo, 2001). INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE
  • 9. • Tem como foco de intervenção o sujeito individual e as suas relações com a saúde, a doença ou a deficiência, e com a sua família e os técnicos de saúde, bem como os grupos sociais e os seus problemas associados à promoção da saúde e à prevenção das doenças. INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE
  • 10. • Métodos de avaliação Incluem os métodos tradicionais de avaliação individual que são próprios da Psicologia (entrevista clínica, exame psicológico), mas também outros que são específicos da avaliação psicológica em saúde, quer quantitativos quer qualitativos, bem como a necessidade de desenvolver competências em avaliação neuropsicológica. Destaque para a avaliação subjetiva de sintomas, qualidade de vida, bem-estar psicológico e sofrimento, crenças e atitudes em relação à saúde e às doenças, comportamentos de risco e prevenção, bem como comportamentos associados à doença, em especial adaptação e comportamentos de adesão INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE
  • 11. • Campos de intervenção (1) Na promoção da saúde: Em particular na implementação de práticas de saúde e de políticas de saúde que contribuam para o bem-estar individual e coletivo e capacitem os sujeitos para aumentarem cada vez mais o seu controle sobre a saúde, designadamente mobilizando agentes sociais e autarquias e integrando ações de informação e educação para a saúde (escolas, locais de trabalho), de mudança organizacional e de desenvolvimento comunitário visando a promoção de estilos de vida saudáveis. INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE
  • 12. (2) Na proteção da saúde: Designadamente na implementação de segurança no trabalho, na prevenção de acidentes (profissionais, de viação e de lazer) e na luta contra as ameaças ecológicas para a saúde. Neste âmbito, poderá também participar em programas de saúde ambiental INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE • Campos de intervenção
  • 13. (3) Nos serviços preventivos: Dentro da saúde materna, saúde infantil, saúde escolar, saúde oral, saúde ocupacional, saúde dos idosos, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, das doenças cardiovasculares, dos tumores malignos, bem como nas contribuições que, no âmbito da cooperação com os médicos de família possam ser úteis na mudança de estilos de vida e na facilitação da adesão a tratamentos, a programas de autocuidados (em especial nas doenças crônicas) e a comportamentos saudáveis INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE • Campos de intervenção
  • 14. (4) Nos serviços de cuidado/interventivos: Dentro de hospitais, de clínicas especializadas, auxiliando com as técnicas próprias da psicologia no processo de enfrentamento da doença, na adesão ao tratamento, no manejo do estresse, no relacionamento com as equipes de saúde. INTERVENÇÕES EM PSICOLOGIA DA SAÚDE • Campos de intervenção
  • 16. PREVENÇÃO X PROMOÇÃO • Preparar, chegar antes de, impedir que se realize; • Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença para tornar seu progresso improvável; • Implica o conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de doenças; • Projetos de prevenção e educação baseiam-se na informação científica e recomendações normativas. • Impulsionar, fomentar, originar, gerar; • Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem estar; • Implica o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde. PREVENIR PROMOVER
  • 17. PREVENÇÃO X PROMOÇÃO Promoção da saúde define-se, tradicionalmente, de maneira bem mais ampla que prevenção, pois refere-se a medidas que "não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem estar geral" (Leavell & Clarck, 1976). Promover a saúde é não só melhorar a nossa condição de saúde, mas também melhorar a nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar. Contudo, a prevenção de doenças é um dos pilares essenciais da promoção da saúde.
  • 18. GRANDE PARTE DAS DOENÇAS CRÔNICAS PODEM SER EVITADAS APENAS COM MUDANÇAS DE HÁBITOS! Lee, M., Park, S., & Lee, K. S. (2020). Relationship between morbidity and health behavior in chronic diseases. Journal of clinical medicine, 9(1), 121.
  • 19. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções que foquem no autocuidado • Autocuidado pode ser definido como a prática de atividades voltadas para si mesmo que proporcionem melhoras na saúde em geral e na sensação de bem estar. • A prática do autocuidado depende da consciência da pessoa pela sua saúde e da sua responsabilização = empirismo colaborativo.
  • 20. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções que foquem no autocuidado • Práticas de autocuidado: alimentação, prática de exercícios físicos regularmente, cessar uso de álcool e drogas, adesão aos tratamentos recomendados, entre outras. • É importante trabalharmos com os pacientes a sua sensação de autoeficácia.
  • 21. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções que foquem no autocuidado • Autoeficácia = o quanto que o indivíduo acredita na sua capacidade de realizar determinada tarefa (Bandura, 2005). • As crenças sobre a autoeficácia devem ser um dos primeiros pontos a serem abordados com os pacientes para seu autocuidado = expectativa quanto a sua capacidade de mudança.
  • 22. PEEPLES, M. et al. Evolution of the american association of diabetes educator’ diabetes education project. Diabetes Educator, [S.l.], v. 33, n. 5, p. 794-814, 2007. AÇÕES NECESSÁRIOS PARA PROMOVER AUTOCUIDADO
  • 23. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Prática regular de exercícios físicos • Mudanças de hábitos alimentares • Manejo do estresse • Cessar com álcool e drogas
  • 24. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Prática regular de exercícios físicos O sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, cerca de 5,3 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas à atividade física insuficiente. Lee, I. M., Shiroma, E. J., Lobelo, F., Puska, P., Blair, S. N., Katzmarzyk, P. T., & Lancet Physical Activity Series Working Group. (2012). Effect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy. The lancet, 380(9838), 219-229.
  • 25. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Prática regular de exercícios físicos A OMS recomenda que uma pessoa adulta pratique ao menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. No caso de adolescentes, o tempo recomendado é de 300 minutos semanais de atividade leve ou moderada, ou 150 minutos de atividade intensa.
  • 26. Falta de tempo 38% Não gostam ou não querem 35% Outros 27% MOTIVOS PARA NÃO FAZER EXERCÍCIOS FÍSICOS Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2016.
  • 27. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Psicoeducação • Oriente o paciente sobre os benefícios da atividade física; • Esclareça sobre os diferentes tipos de exercícios físicos que podem ser realizados. QUANTOS BENEFÍCIOS VOCÊ CONSEGUE LISTAR?
  • 28. BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 29. BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 30. • Aproveitar as situações diárias para fazer exercícios. • Estipular um horário para fazer atividades físicas específicas. ESPONTÂNEOS PLANEJADOS TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Psicoeducação • Explicar a diferença entre exercícios espontâneos e planejados
  • 31. ORIENTANDO EXERCÍCIOS ESPONTÂNEOS Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 32. ORIENTANDO EXERCÍCIOS PLANEJADO Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 33. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Agenda de atividades (“não da tempo”) • Dê de tarefa de casa para o paciente preencher uma agenda de uma semana típica em sua vida (importante: colocar quanto tempo ele de fato acredita que demora para cada tarefa) • Analise em conjunto com ele na sessão seguinte.
  • 34. 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 19:00 – Aula de inglês 21:00 - Janta 22:30 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:00 – Saio com amigos Sem hora para dormir
  • 35. 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:30 - Janta 22:00 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 19:00 – Aula de inglês 21:00 - Janta 22:30 - Dormir 08:00 – Trabalho 10:10 – Intervalo de 20 minutos 12:00 - Almoço 14:00 – Retorno do Trabalho 15:10 – Intervalo de 10 minutos 18:00 – Sair do trabalho 20:00 – Saio com amigos Sem hora para dormir
  • 36. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Resolvendo problemas comuns na prática de exercícios físicos • Muitos problemas podem dificultar o início da prática de exercícios físicos (sempre teremos uma desculpa!) • Faça um “brain storm” com seu paciente sobre alternativas a respeito das dificuldades apresentadas por ele • Auxilie na escolha da melhor alternativa, dê como tarefa para ela ser colocada em prática e na próxima sessão avalie as consequências. • Se der errado, avalie o que precisa ser mudado ou pense em implementar outras alternativas.
  • 37. EXEMPLOS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 38. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Clarificação de Valores associado aos exercícios físicos • Quais valores de vida são importantes para o paciente? O que lhe dá sentido? • Seria possível associar esses valores à prática de exercícios físicos? • Primeiro: solicite que ele faça uma lista dos valores mais importantes ou também passe uma lista de valores pré-estabelecidos e peça para ele classifica-los dentro de uma hierarquia.
  • 39. HIERARQUIA DE VALORES Lista de valores Classificação
  • 41. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Auto-recompensa • Poder utilizar algum tipo de recompensa para após a realização dos exercícios físicos • Exemplos: ir ao cinema, um presente, ver amigos, comer algo mais prezeroso naquele dia, etc. • Algo visual pode funcionar: colocar “x” no calendário.
  • 42. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Diferença entre progresso e perfeição • Algumas pessoas podem exigir de si mesmas padrões altos de sucesso para se avaliarem. • O objetivo aqui é aproximar a pessoa da dimensão real de seus avanços e mostrar para ela o seu progresso contínuo. • Esse alto grau de exigência pode desanimar as pessoas na persistência do comportamento de mudança.
  • 43. EXEMP LO Paciente: Eu me senti muito frustrado essa semana. Eu tinha me comprometido a ir na academia 4 vezes na semana e não consegui. Terapeuta: E o que aconteceu? Paciente: Eu tive algumas emergências no trabalho e consegui ir apenas 2 vezes na academia. Terapeuta: Quantas vezes você havia conseguido ir antes de iniciarmos esse processo? Paciente: Ah, eu não ia na academia nenhum dia. Terapeuta: Então será que não podemos entender a ida nesses 2 dias como um progresso? Paciente: Talvez sim, mas ainda não é o suficiente. Terapeuta: Talvez você esteja pensando no que seria ideal para você e se frustre quando não consiga executar. Mas isso não significa que você não está em constante evolução e progresso. Lembre: Antes você não ia nenhum dia na academia, nessa semana foi em 2. Paciente: Pode ser. Você tem razão, eu acabo me cobrando demais mesmo.
  • 44. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – exercícios físicos - Diferença entre progresso e perfeição • O terapeuta ainda pode explorar quais seriam as consequências do paciente continuar se cobrando demasiadamente pela perfeição e não valorizar seu progresso. • Entender o quanto isso impactaria inclusive na sua motivação em persistir ou tentar novamente. • Lembrete: Para chegar no final da estrada, é preciso dar sempre o primeiro passo!
  • 45. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Mudanças de hábitos alimentares Afshin, A., Sur, P. J., Fay, K. A., Cornaby, L., Ferrara, G., Salama, J. S., ... & Murray, C. J. (2019). Health effects of dietary risks in 195 countries, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. The Lancet, 393(10184), 1958-1972. MÁ ALIMENTAÇÃO JÁ MATA MAIS DO QUE USO DE CIGARRO.
  • 46. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – hábitos alimentares - Identificação de objetivos de curto e de longo prazo • As pessoas podem focar apenas nos seus objetivos de curto prazo (ex: emagrecer para ir a um casamento) e não pensarem mais à longo prazo. - “Míopes”= tem uma visão curta e não reconhecem a importância dos ganhos de mas longo prazo e levam em consideração apenas as consequências mais imediatas. - Muitas vezes as pessoas PREDIZEM o que irão sentir, focando apenas no desconforto antecipado. - Ignoram o ganho de longo prazo = experimento do Marshmallow.
  • 47.
  • 48. FOCANDO EM OBJETIVOS DE LONGO PRAZO Comer doces em grande quantidade após cada refeição. Sentir prazer. Satisfazer meu desejos por doces. Controlar minha ansiedade. Vou continuar a ganhar peso, a me sentir fora de forma e poder prejudicar ainda mais minha saúde no geral.
  • 49. FOCANDO EM OBJETIVOS DE LONGO PRAZO Perder peso e entrar em forma. Deixar de comer doces após cada refeição. Ingerir menos calorias no geral. Tentar controlar minha ansiedade de outras maneiras (ex.: respiração) Eu me sentiria menos cansado, teria mais energia, mais orgulhoso de minhas mudanças e mais disposto a fazer mais coisas. Além disso, meus exames estariam melhores.
  • 50. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – hábitos alimentares - Reestruturação da mudança como ganho e não como perda • Um erro comum nesse processo é ver uma mudança de hábitos alimentas como a perda de alguma coisa e não como um ganho (“Não vou poder comer mais doces”). • Geralmente somos avessos à perdas. • Podemos questionar: “É possível que quando você pense em fazer uma mudança em seus hábitos alimentares esteja focando apenas no que vai deixar de comer e não no que vai conseguir ganhar durante esse processo? O quanto acha que esse tipo de pensamento pode estar influenciando em suas atitudes?”
  • 51. EXAME DE PERDAS E GANHOS COMO FOCO Comer mais verduras e legumes e menos carboidratos durante à noite. Eu foco apenas no quanto talvez não seja prazerosa minha janta e que eu vou sentir muita fome deixando de comer coisas mais calóricas e que eu gosto mais. Eu posso focar no quanto me sentirei feliz se eu conseguir perder peso, assim eu me sentiria melhor comigo mesmo e sentiria que eu tenho potencial para atingir meus objetivos. Eu sentiria que eu estaria ganhando mais saúde e mais anos de vida com disposição.
  • 52. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – hábitos alimentares - Diversificação das fontes de recompensa • Não existe apenas UMA FONTE de recompensa. • “Não precisamos apostar todas as fichas em apenas um número” • Se a comida for sua única fonte de prazer e recompensa (por exemplo, pelo cansaço de um dia de trabalho), o que acha que irá acontecer? • Comer porque está feliz; Comer porque está triste; Comer porque está ansioso...
  • 53. EXEMP LO Terapeuta: Me parece que, na sua percepção, caso deixe de comer alguma comida “especial” nos dias em que estiver se sentindo mais cansado ou triste não irá conseguir se sentir melhor de outra forma. Me fale mais sobre isso. Paciente: É. Eu não saberia muito bem o que eu poderia fazer para me sentir melhor. Acho que eu sempre fiz isso ao longo de toda a minha vida e nunca tinha me dado conta disso. Terapeuta: Você diz que sempre fez isso por toda a sua vida. Mas consegue lembrar de outras coisas que fazia também para se sentir mais confortado nesses momentos? Paciente: Ah, eu lembro que quando eu era mais jovem e me sentia mais pra baixo eu costumava sair com meus amigos. Terapeuta: Alguma coisa a mais que você lembre? Paciente: Eu botava algum filme mais bobinho na TV e ficava vendo. Ás vezes isso me ajudava a me distrair e me sentir melhor mesmo. Terapeuta: O que acha de fazermos uma lista de coisas que você fazia pra se sentir melhor ao invés de comer uma comida “especial” e do que poderá fazer?
  • 54. LISTA DE RECOMPENSAS: PASSADO, PRESENTE E FUTURO - Via mais filmes. - Saia mais com meus amigos. - Viajava mais. - Brincava mais vezes com meu cachorro. - Ia em algum lugar novo na cidade. - Tudo que eu fazia anteriormente. - Tudo como antes. - Além disso: ir mais em festas, visitar mais minha família, ler mais livros que eu gosto.
  • 55. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – hábitos alimentares - Reeducação do hábito alimentar (comer devagar e conscientemente) • Quando comemos devagar nosso cérebro tem tempo para registar que estamos satisfeitos. • Quando sentimos e apreciamos cada porção de comida, nos sentimos mais satisfeitos depois de comermos. • Comer não só para nutrir o corpo, mas a menta. • Comer rápido e sem apreciar a comida é um dos hábitos durante as refeições que pode prejudicar muito o processo de emagrecimento.
  • 56. ALGUMAS DICAS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS NAS REFEIÇÕES Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 57. ALGUMAS DICAS DE MUDANÇAS DE HÁBITOS NAS REFEIÇÕES Beck, J. S. (2017). Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Artmed Editora.
  • 58. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse - Classicamente, o estresse é definido como uma ameaça a homeostase do organismo, o qual, com o objetivo de restabelecer essa homeostase, responde com um número grande de alterações fisiológicas adaptativas (Strohle e Holsboer, 2003). - Estresse acontece a qualquer evento, quer real ou percebido, que age promovendo um distúrbio do equilíbrio homeostático.
  • 59.
  • 61. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse Se as situações estressantes são muito frequentes, o corpo não se recupera, e essa ativação a longo prazo provoca: - Aumento do risco de obesidade - Dores, mal-estar, insônia - Incômodos digestivos - Doenças cardíacas - Envelhecimento celular - Maior risco para câncer
  • 62.
  • 63. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse Aumenta os níveis de cortisol  eleva o apetite e faz ganhar peso. Enfraquece o sistema imunológico  organismo mais suscetível a resfriados, doenças e infecções. Os altos níveis de cortisol  aumentam a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, assim como os níveis de lipídios no sangue (colesterol e triglicérides). Esses são fatores de risco para ataques cardíacos e derrames.
  • 64. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse - A ideia de inoculação vem das vacinas: inocular um vírus inativo no organismo para que ele aprenda a confrontar ele e crie resistência ao vírus. - Aqui, a ideia é submeter-se a situações menos estressoras para que se crie resistência ao estresse. - Quanto mais situações de estresse formos expostos, mais resistente ficamos quando passarmos por mais situações desse tipo. - Parte da ideia que algumas pessoas não foram “vacinadas” contra o estresse (Exemplo: pais superprotetores) Provavelmente pessoas mais resilientes são as que passaram por muitas situações estressoras ao longo da vida e conseguiram supera-las, criando uma “casca” de proteção. - Treino de Inoculação de estresse (TIDS)
  • 65. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse - O treino de inoculação de estresse (TIDS) foi proposto inicialmente por Meichenbaum (1987) e foi modificado ao longo do tempo, podendo ser aplicado a diversos problemas. - O TIDS possui 3 fases distintas: 1. Fase educacional (Reconceitualização) 2. Fase de treinamento (Aquisição e ensaio de habilidades) 3. Fase de aplicação e consolidação - Treino de Inoculação de estresse (TIDS)
  • 66. Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas Educacional • Fornecer informações ao paciente sobre estresse e ansiedade • Avaliação do estado atual de estresse do paciente • Descrever operacionalmente o problema • Estabelecer uma boa aliança terapêutica • Propor um trabalho compatível com o problema identificado • RPD • Role-play • Questionamento socrático • Experimentos comportamentais • Aplicação de inventários e questionários • Imagens mentais para avaliação • Linha do tempo TREINO DE INOCULAÇÃO DO ESTRESSE
  • 67. Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas Treinamento • Desenvolver habilidades cognitivas necessárias para o enfrentamento dos problemas identificados • Desenvolver habilidades comportamentais necessárias para o enfrentamento dos problemas identificados • Reestruturação cognitiva (técnicas cognitivas diversas) • Treino de habilidades sociais • Treino de relaxamento • Resolução de problemas • Auto-recompensa • Técnicas de controle do tempo TREINO DE INOCULAÇÃO DO ESTRESSE
  • 68. Fase Objetivo Técnicas que podem ser utilizadas Aplicação e consolidação • Colocar em prática as habilidades adquiridas em contextos reais • Exposição gradativa • Ensaios cognitivos • Experimentos comportamentais • Auto-recompensa TREINO DE INOCULAÇÃO DO ESTRESSE
  • 70. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse - Fomentar estratégias de enfrentamento saudáveis - Para avaliar: Inventário de estratégias de Coping (Folkmam & Lazarus, 1985) • Contém 66 itens que englobam pensamentos e ações que as pessoas utilizam para lidar com demandas internas ou externas de um evento estressante específico.
  • 72.
  • 74. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – manejo do estresse - Fomentar estratégias de enfrentamento saudáveis - O processo de coping envolve quatro características: 1. interação do indivíduo com seu ambiente; 2. administração da situação estressora e não o domínio da mesma; 3. avaliação da situação, procurando perceber como é interpretado e cognitivamente representado na vida do indivíduo; 4. mobilização de esforços por meio de ações cognitivas e comportamentais para administrar as demandas internas ou externas que surgem na interação com o ambiente.
  • 76. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO RELAÇÕES INTERPESSOAIS - Buscar apoio das pessoas do seu círculo social O‘Brien e DeLongis (1996)
  • 77. Antoniazzi, A. S., Dell'Aglio, D. D., & Bandeira, D. R. (1998). O conceito de coping: uma revisão teórica. Estudos de psicologia (Natal), 3, 273-294.
  • 78. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO espiritual social mental Física - Se exercitar - Fazer uma massagem - Dormir - Caminhar - Regulação emocional - Analisar a situação - Perspectiva positiva - Crenças e valores - Conversar com Amigos e família
  • 79. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas - O uso abusivo de álcool e outras drogas é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. - O consumo alto pode resultar em maiores índices de mortalidade. - É associado a graves problemas de saúde física e mental, bem como em prejuízos sociais, laborais, familiares e financeiros. World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva: WHO; 2014.
  • 80. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO Bastos, F. I. P. M., Vasconcellos, M. T. L. D., De Boni, R. B., Reis, N. B. D., & Coutinho, C. F. D. S. (2017). III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira. 34% DOS INDIVÍDUOS MENORES DE 18 ANOS JÁ CONSUMIU ÁLCOOL NO BRASIL, SENDO 5% DELES USO EXCESSIVO.
  • 81. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas Prevenção primária: para evitar ou retardar a experimentação de drogas; Prevenção secundária: focada em indivíduos que já experimentaram, visa evitar a evolução para dependência; Prevenção terciária: feita por profissional da saúde, a fim de tratar a dependência
  • 82. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas De acordo com Miller e Rollnick (2013), a Entrevista Motivacional (EM) é um estilo de conversa colaborativa voltado para o fortalecimento da sua própria motivação e comprometimento com uma mudança. Por se tratar de uma abordagem que tem uma meta específica, que é resolver a ambivalência, é compreendida com caráter de intervenção breve, podendo assim, ser utilizada por uma ampla gama de profissionais em diferentes serviços. - Entrevista Motivacional
  • 83. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas As premissas básicas que auxiliam o profissional na prática da EM são: o Empatia o Congruência o Espírito colaborativo no aumento da motivação para a mudança; o Adoção de um estilo calmo e eliciador; o Considerar a ambivalência natural (a motivação para a mudança deve ser eliciada no cliente e não imposta); o A resistência pode ser reduzida ou aumentada através das interações interpessoais (o profissional é diretivo em auxiliar o cliente a examinar e resolver a ambivalência); - Entrevista Motivacional
  • 84. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas o O relacionamento cliente-profissional deve ser colaborativo e amigável; o Clientes são responsáveis pelo seu progresso (o profissional atua como um facilitador no processo, estimulando e apoiando a autoeficácia do cliente); o Estágios de mudança: Pré-contemplação, Contemplação, Preparação, Ação e Manutenção. - Entrevista Motivacional
  • 85. CAVALCANTI, Ana Maria; OLIVEIRA, Angela Cristina Lucas de. Autocuidado apoiado: manual do profissional de saúde. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, 2012 TÉCNICA DOS 5 R’s
  • 86. TCC NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO • Intervenções – cessar uso de álcool e outras drogas Jungerman e Laranjeira (1999) salientam a importância de se estudar a aplicabilidade da EM no Brasil em outras situações clínicas já que hoje em dia apenas poucos serviços especializados em dependência química utilizam esta abordagem e ela ainda não foi difundida, apesar de sua eficácia já ser demonstrada (Andretta & Oliveira, 2005; Castro & Passos, 2005) dentro deste contexto, podendo ser estendida para outras formas de atenção em saúde. - Entrevista Motivacional
  • 87. Bandinelli, L. P., Gonçalves, H. A., & Fonseca, R. P. (2013). A entrevista motivacional e sua aplicabilidade em diferentes contextos: uma revisão sistemática. Diaphora, 2(1), 26-34. APLICAÇÃO DA EM EM OUTROS CONTEXTOS
  • 88. TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE
  • 89. TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE • Pressupostos básicos da TCC • Os pensamentos influenciam emoção e comportamento; • Os pensamentos podem ser monitorados e alterados; • Emoção e comportamento desejados podem ser alcançados através da mudança nos pensamentos. • Doença orgânica é distorção cognitiva?
  • 90. TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE • Doença é um fato, não e distorção. • O que temos que avaliar é a resposta emocional do paciente diante da situação. • Essa sim pode estar alinhada com a sua interpretação sobre o fato (sobre estar doente). • “Estou com câncer porque é um castigo pelo que fiz”. • “Minha diabetes é minha culpa. Eu sou um lixo por ter feito isso comigo” • “Eu nunca vou conseguir superar essa doença”
  • 91. TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE • Ao descobrir uma doença, as pessoas manifestam diferentes reações. • Em alguns momentos, a resposta diante desse fato pode ser algo geral de todas as pessoas dentro de determinadas culturas. • Porém, em outros momentos, essa resposta emocional pode ser particular daquele indivíduo = sua própria organização cognitiva.
  • 92. PACIENTE INTERNADO REAÇÕES EMOCIONAL FISIOLOGICA COMPORTAMENTAL PENSAMENTOS “ Vou morrer!” “Não vou conseguir lidar com isso!” Ansiedade Taquicardia, sudorese Agitação psicomotora, insônia MODELO COGNITIVO
  • 93. • Avaliação • Consultório x Contextos de saúde (ambulatórios, hospitais, etc.) • É preciso pensar em um modelo de conceitualização de caso específico para a aplicação da TCC nos demais contextos de saúde, pois existem poucas produções científicas na literatura brasileira à respeito da conceitualização de casos nesses contextos (Seabra & Nogueira, 2022). • Integrar: aspectos mais amplos da vida do paciente +compreensão do paciente sobre a doença e informações recebidas +mudanças ambientais importantes • Miniformulação ou Formulação mais completa. TCC NO TRATAMENTO DE CONDIÇÕES DE SAÚDE
  • 94. MINIFORMUL AÇÃO Familiares oferecem ajuda para caminhar e sair da cama “Eu sou forte” “Não posso mostrar que estou fraca” Irritada Recusa a receber ajuda para caminhar Flexibilizar pensamentos mais rígidos Interromper padrão de recusa de ajuda e aceitar limitações atuais
  • 95. MINIFORMUL AÇÃO Recebe uma notícia negativa sobre um exame “Eu não vou conseguir lidar com isso” “Eu não tenho força” Tristeza, ansiedade Não comparece no médico para discutir tratamento Trabalhar distorções cognitivas Trabalhar evitação e auxiliar no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento mais adaptativas
  • 96. FORMULAÇÃO MAIS COMPLETA Levantamento de dados: Identificação do paciente: Rosana, 34 anos Descrição da doença: neoplasia de mama metastática Motivo de busca/encaminhamento: ansiedade com relação aos efeitos colaterais da quimioterapia (principalmente alopecia) Influências do desenvolvimento: filha única, pai faleceu quando era adolescente. Temperamento cauteloso, descrita como “ muito cuidadosa” pela sua mãe. Estratégias de enfrentamento: evitação e distanciamento emocional; Pontos fortes/qualidades: Trabalhadora e dedicada; apoio da família e dos amigos. Questões situacionais: Término de relacionamento logo na descoberta do diagnóstico; assumiu cargo de gerência há 6 meses antes do diagnóstico, o que lhe demanda muita dedicação.
  • 97. FORMULAÇÃO MAIS COMPLETA Diagrama de funcionamento cognitivo: Situação principal: Recusa de receber visitas de amigos e familiares. Pensamentos automáticos: “vão me achar feia”; “Não estou digna de receber visitas”; “Irão se assustar ao me ver sem cabelo”; “Não irão gostar de mim assim” Crença central ativada: “Não sou boa o suficiente” = Desamor Crenças intermediárias: “Se não estou bonita, não serei prestigiada” / “Preciso estar sempre bem arrumada”/ “Se me acharem feia, irão se afastar de mim” Estratégias compensatórias: Se afasta das pessoas. Principais emoções desencadeadas: Tristeza, raiva, ansiedade Hipótese de trabalho: Paciente apresenta comportamentos evitativos devido a ansiedade e tristeza geradas pelas mudanças corporais (perda dos cabelos). Demonstra dificuldade de assimilação e aceitação. O término recente do relacionamento pode ter contribuído para suas crenças relacionadas a autoimagem e autoestima. Por ser muito dedicada aos outros (especialmente com sua mãe) parece não conseguir deslocar energia para suas demandas pessoais. Plano de tratamento: • Trabalhar processo de aceitação da imagem corporal através da exposição gradual e de experimento comportamental • Auxiliar na reaproximação de sua rede de apoio social. • Flexibilizar crenças relacionadas a autoimagem através de reestruturação cognitiva. • Reforçar necessidade de autocuidado.
  • 99. DORES CRÔNICAS O que é dor? É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões. É uma experiência subjetiva e pessoal, envolvendo aspectos sensitivos e culturais que podem ser alterados pelas variáveis socioculturais e psicológicas da pessoa e do meio em que vive. A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor descrevem a dor como o quinto sinal vital que deve sempre ser registrado ao mesmo tempo e no mesmo ambiente clínico em que também são avaliados os outros sinais vitais, quais sejam: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. Sousa, Fátima Aparecida Emm FaleirosDor: o quinto sinal vital. Revista Latino- Americana de Enfermagem [online]. 2002, v. 10, n. 3 [Acessado 30 Setembro 2022] , pp. 446-447.
  • 100. DORES CRÔNICAS Como avaliar a dor? Não existe um instrumento padrão que permita a um observador externo, objetivamente, mensurar essa experiência interna, complexa e pessoal Assim como perguntamos na sessão “de 0 a 10, como você está se sentindo hoje?”, a dor é avaliada da mesma forma. LEMBRETE: É uma experiência SUBJETIVA. O paciente é quem dá a noção do quanto sente.
  • 101. DORES CRÔNICAS O que é dor crônica? É aquela que persiste ou recorre por > de 3 meses, persiste por > de 1 mês após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou acompanha uma lesão que não se cura. Causas: • Doenças crônicas (ex.: câncer, artrite, diabetes) • Lesões (ex.: hérnia de disco, ligamento rompido) • Diversas doenças primárias (ex.: dor neuropática, fibromialgia, cefaleia crônica)
  • 102. DORES CRÔNICAS O que é dor crônica? • Fatores psicológicos podem aumentar a dor persistente. • A dor crônica comumente pode provocar ou exacerbar problemas psicológicos . “O ovo ou a galinha? O que vem primeiro?” A sensação de dor piora os aspectos emocionais ou os aspectos emocionais pioram a sensação de dor? Vários fatores ambientais podem ainda contribuir para a perpetuação da dor (ex.: ganhos secundários). Dellaroza, M. S. G., Furuya, R. K., Cabrera, M. A. S., Matsuo, T., Trelha, C., Yamada, K. N., & Pacola, L. (2008). Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Revista da Associação Médica Brasileira, 54, 36-41.
  • 103. DORES CRÔNICAS DOR É SINAL DE ALERTA.
  • 104. DORES CRÔNICAS Tratamento O tratamento baseado em TCC envolve: • Técnicas Comportamentais • Técnicas cognitivas • Intervenções baseadas na ACT A TCC pode auxiliar na melhor funcionalidade do paciente mesmo sem reduzir diretamente a dor. Estresse gerado pela dor e suas consequências (afastamento social, diminuição de atividades prazerosas, etc.) Turk, D. C., & Flor, H. (1984). Etiological theories and treatments for chronic back pain. II. Psychological models and interventions. Pain, 19(3), 209-233.
  • 105. DORES CRÔNICAS Intervenções comportamentais Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante Sn Si Ri + Dor Fazer exercícios Dor
  • 106. DORES CRÔNICAS Intervenções comportamentais Sc Rc Fazer exercícios Dor Comportamentos evitativos Dor antecipada Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
  • 107. Dor Tensionamento muscular Aumento da sensação de dor Evitar movimentos (tensionamento) CICLO DA DOR- TENSÃO Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118 Causa Resultado
  • 108. Dor Tensionamento muscular Aumento da sensação de dor Evitar movimentos (tensionamento) CICLO DA DOR- TENSÃO Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118 INTERVENÇÃO RESPONDENT E Introduzir treinos de relaxamento (relaxamento muscular progressivo, respiração diafragmática ou outro)
  • 109. DORES CRÔNICAS Intervenções comportamentais Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante Exposição gradual O tratamento da dor nesse modelo consiste em estimular a exposição do indivíduo à tarefa temida, aumentando progressivamente as atividades físicas, apesar do medo da lesão e do desconforto associado. Frente à exposição, tal atividade provocará menor dor do que se previa e, com isso, há uma redução do medo antecipado e da ansiedade associados à atividade.
  • 110. DORES CRÔNICAS Intervenções comportamentais R C Comportamentos de dor (reclamar, tomar remédios, inatividade) Reforçadores • Maior atenção dos familiares e/ou cônjuge (R+) • Evitar ter que fazer tarefas desagradáveis (arrumar a casa, ir em eventos que não gosta, etc.) (R-) Modelo do condicionamento clássico (respondente) e operante
  • 111. MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS Vlaeyen JWS, Haazen IWC, Schuerman JA, Kole‐Snijders AMJ, Eek H. Behavioural rehabilitation of chronic low back pain: comparison of an operant treatment, an operant‐cognitive treatment and an operant‐respondent treatment. Br J Clin Psychol 1995;34:95‐118 INTERVENÇÃO OPERANTE Aumenta a frequência R C Comportamentos de dor (reclamar, tomar remédios, inatividade) Reforçadores
  • 112. MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS INTERVENÇÃO OPERANTE Aumenta a frequência R C Comportamentos de dor (reclamar, tomar remédios, inatividade) Reforçadores EXTINÇÃO • Quando o paciente reclamar de dor, não dar atenção em todas às vezes e gradativamente ir diminuindo. • Não emitir respostas verbais de supervalorização do uso de remédios (“Ai, que pena ter que usar tudo isso. Deve ser horrível...”) REFORÇAR COMPORTAMENTOS ALTERNATIVOS • Ser mais atencioso quando o paciente NÃO RECLAMAR da dor. • Reforçar verbalmente quando paciente se mostrar mais autônomo e se expondo mais (caminhando, fazendo tarefas domésticas, etc.)
  • 113. DORES CRÔNICAS Intervenções cognitivas As intervenções cognitivas visam identificar e modificar as cognições prejudiciais que os pacientes possam ter com relação à sua dor e incapacidade Pacientes com dor crônica usualmente apresentam pensamentos , sentimentos e crenças desadaptativas que possuem um papel importante na sensação da dor. Avaliações mal-adaptativas de uma experiência de dor (por exemplo, catastrofização”) podem levar a sentimentos de desamparo e desesperança, e uma sensação geral de perda de controle.
  • 114. REESTRUTURAR COGNITIVAMENTE INTERVENÇÕE S COGNITIVAS DISTORÇÕES COGNITIVAS • Catastrofização = “Essa é a pior dor que eu já senti na vida” /. “Se eu fizer algo de diferente, essa dor vai ser a coisa mais insuportável” • Pensamento dicotômico (tudo ou nada) = “Eu nunca fiquei sem dor” / “Eu sinto dor o tempo todo” • Conclusões precipitadas = “Eu sei que vou sentir dor” • Desqualificação do positivo = “Se eu consegui sair de casa é porque estava entupido de remédios” REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA • Questionamento socrático • Checagem de evidências • Continuum cognitivo • Cartões de enfrentamento • Teste de previsões negativas • Resolução de problemas (...)
  • 115. DORES CRÔNICAS Intervenções cognitivas DOR É RELACIONADA A PERCEPÇÃO E ATENÇÃO = processo psicológicos básicos Quanto mais focamos na dor, maior a sensação dela. Chan SC, Chan CC, Kwan AS, Ting KH, Chui TY. Orienting attention modulates pain perception: an ERP study. PLoS One. 2012;7(6):e40215. doi: 10.1371/journal.pone.0040215. Epub 2012 Jun 29. PMID: 22768257; PMCID: PMC3387012
  • 116. TÉCNICA GROUNDING (54321) INTERVENÇÕE S COGNITIVAS MUDAR FOCO ATENCIONAL 5 coisas que você pode ver ao seu redor. (caneta, computador, o teto). 4 coisas que você pode tocar e que está ao seu redor (seu cabelo, travesseiro, chão que você sente com os pés). 3 coisas que você consegue ouvir (o barulho do ventilador, a respiração do seu cachorro, o programa na TV) 2 coisas que você pode sentir o cheiro (o cheiro do seu animal de estimação, ou da planta perto de você) 1 coisa que você pode sentir o gosto na sua boca (café, chiclete, pasta de dente)
  • 117. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT A premissa básica da ACT aplicada à dor crônica é que enquanto a dor dói, o que nos gera o sofrimento é a luta com a dor. “Coração partido” = a dor que sentimos devido a perda de alguém é necessária para que possamos passar pelo luto e seguirmos em frente. Nesse sentido, as frequentes tentativas de controlar a dor podem se tornar desadaptativas, especialmente se causarem efeitos colaterais indesejados ou impedirem a pessoa em seu envolvimento em atividades valorosas (ex.: trabalho, família, amigos). Dahl, J., & Lundgren, T. (2006). Acceptance and commitment therapy (ACT) in the treatment of chronic pain. Mindfulness-based treatment approaches: Clinician’s guide to evidence base and applications, 285- 306.
  • 118. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT Aceitação da dor = dançando na chuva. A luta contra a dor é vista como uma forma de não aceitação ou resistência de como as coisas simplesmente são. A intensidade e o sofrimento vão depender da extensão que o paciente tem na sua fusão com seus pensamentos e sentimentos associados à dor.
  • 119. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT • Evitação experiencial é todo o esforço (cognitivo e comportamental) para evitar experiências dolorosas. Normalmente, quando sentimos sensações de dor, o sistema nervoso simpático é alertado e evitamos ou escapamos da dor antes de ter tempo para pensar. Os seres humanos são capazes de sentirem dor apenas imaginando algo (ex.: ir ao dentista) Evitação experiencial da dor
  • 120. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT Evitação experiencial da dor Um dos objetivos da ACT no tratamento da dor crônica é que o cliente aceite que a dor é uma sensação normal e inevitável que virá para todos nós em algum momento. Usando exercícios de atenção plena (mindfullness), o paciente pode aprender a ver as sensações de dor como sinais físicos normais de alerta que despertam sua a atenção, ou como parte de sua condição de dor crônica contínua. O paciente aprende a observar a tendência natural de escapar ou evitar a dor. Estar presente nesse processo melhora a capacidade de fazer escolhas ativas sobre se a evitação ou a exposição à experiência da dor é mais funcional.
  • 122. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT Limitação de atividades valorosas Com a dor tomando conta do tempo do paciente, outras atividades valorosas começam a ser negligenciadas. Pergunte: “O que de tão importante em sua vida você tem deixado de fazer devido a sua preocupação com a dor?” Quando a administração da dor passa a ser nossa principal função estamos tendenciando a sofrer de uma “doença de valores”.
  • 123. TÉCNICA DO FUNERAL INTERVENÇÕE S BASEADAS EM ACT Três partes: 1) Peça para a pessoa expressar o que ela teme que as pessoas amadas presentes pensarão dela ao se despedirem. 2) Peça para ele falar e ouvir como se fosse as pessoas pensando. 3) Nessa parte, você lhe dá a chance de falar diretamente com cada uma das pessoas amada e expresse que tipo de relação deseja ter com cada um dos entes queridos e também se comprometa com o que está disposto a fazer agora para criar essa relação. Solicite para a pessoa imaginar estar presente em seu próprio funeral. Peça que ela convide as 5 ou 6 pessoas que mais gostaria que estivessem presentes.
  • 124. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT Técnica do funeral Para a pessoa que têm ocupado grande parte da sua vida preocupada com a dor, esse exercício traz à tona a discrepância entre os valores mais importantes para ela e as atividades que tem feito diariamente em função da dor. Alguns exemplos: “Tenho medo que meus filhos estejam pensando que passei muito tempo reclamando da dor e não visitando mais eles como eu gostaria” “Temo que minha esposa pense que eu já não me interessava mais por ela porque estava tão focado na minha dor” “Fico com medo que meus amigos pensem que eu já não gostava mais de conviver com eles porque evitava de ir aos encontros e jantares que eles faziam”
  • 125. DORES CRÔNICAS Intervenções baseadas na ACT Técnica do funeral Através desse exercício de imagem mental, a pessoa pode ver mais claramente a discrepância entre seus valores de vida (estar com os filhos, ter um bom relacionamento amoroso, ter amigos) e as atividades que tem realizado em função de evitar sua dor. Para algumas pessoas, ter essa clareza pode ser uma importante ferramenta para mudar seus comportamentos e direciona-los para seus valores de vida.
  • 127. INSÔNIA SINTOMAS DE INSÔNIA OCORREM EM APROXIMADAMENTE EM 33% A 50% DA POPULAÇÃO ADULTA. Schutte-Rodin S, Broch L, Buysse D, Dorsey C, Sateia M. Clinical guideline for the evaluation and management of chronic insomnia in adults. J Clin Sleep Med. 2008 Oct 15;4(5):487-504. PMID: 18853708; PMCID: PMC2576317.
  • 128. INSÔNIA O que é insônia? A insônia é definida como a percepção subjetiva de dificuldade no início, duração, consolidação ou qualidade do sono que ocorre apesar da oportunidade adequada para dormir e que resulta em alguma forma de comprometimento diurno. • Insônia crônica: é presente por pelo menos um mês • Insônia aguda/transitória: dura alguns dias ou semanas (não completando um mês).
  • 129. INSÔNIA Prejuízos associados: • É fator de risco para depressão em adultos; • Pode ser um preditor para recaídas em dependentes do uso de substâncias; • Pode provocar prejuízos sociais, acadêmicos e laborais. A TCC tem se mostrado como uma importante ferramenta no enfrentamento da insônia = Parte da premissa que a interação entre fatores cognitivos e comportamentais é o principal mecanismo envolvido na perpetuação da insônia. A terapia cognitivo-comportamental para insônia concentra-se no ensino de técnicas para modificar comportamentos e cognições perturbadoras do sono que interferem no sono normal e contribuem para a insônia.
  • 130. MODELO COGNITIVO Cognições disfuncionais • Preocupação com o sono • Hipervigilância quanto às consequências do sono precário • Erros de pensamento sobre o sono • Dificuldade de se desligar das preocupações do dia Excitabilidade • Ativação fisiológica • Tensão muscular • Ansiedade Perturbações comportamentais • Sono interrompido • Hábitos de sono ineficientes ou disfuncionais • Tempo excessivo na cama • Horas de sono irregulares • Cochilos durante o dia Consequências diurnas do sono precário • Perturbação do humor • Fadiga • Desempenho comprometido • Afastamento social
  • 131. INSÔNIA Tratamento para insônia 8 passos: 1) Avaliação dos hábitos do sono 2) Psicoeducação 3) Higiene do sono e modificação do estilo de vida 4) Controle de estímulos 5) Restrição do sono 6) Treinamento de Relaxamento 7) Imagens Mentais Positivas 8) Reestruturação cognitiva
  • 132. DIÁRIO DO SONO PASSO 1 - AVALIAÇÃO
  • 133. PSICOEDUCAÇ ÃO Educar os pacientes sobre como funciona o sono normalmente (sono REM, sono não REM) e o que interfere na qualidade do sono. PASSO 1 - PSICOEDUCAÇÃO
  • 134. PASSO 3 – HIGIENE DO SONO As recomendações de higiene do sono e manejo do estilo de vida são usadas para mudar hábitos que sabotam o bom sono. Boas práticas de sono:
  • 135. PASSO 4 – CONTROLE DE ESTÍMULOS Os métodos de controle de estímulos são uma extensão das recomendações de higiene do sono. Auxilia os pacientes a: 1. Reduzir a exposição a estímulos que possam interromper o sono; 2. Iniciar uma rotina saudável para promover um bom sono. Métodos de controle de estímulos:
  • 136. PASSO 5 – RESTRIÇÃO DO SONO • O propósito da restrição do sono é consolidar e aumentar a eficiência do sono. • Pode auxiliar a restaurar o ritmo homeostático normal do ciclo de sono dos pacientes. Orientações: • Solicitar ao paciente que diminua um pouco a quantidade de tempo gasto na cama (ex.:, 85% de seu tempo total médio do sono. • Solicita que o paciente não tire cochilos durante o dia. • Se o paciente normalmente passa 7 horas por noite na cama, o terapeuta pode sugerir que coloque o despertador para levantar depois de seis horas. • Com o tempo, o paciente é solicitado a aumentar gradualmente o sono em pequenos incrementos (15 minutos) por noite, desde que durma sem interrupções. • Pode auxiliar a restaurar o ritmo homeostático normal do ciclo de sono dos pacientes. Avaliar distorções e reestruturar: “Não consigo funcionar com menos de 8 horas de sono” “Não entendo como dormir menos pode me ajudar a dormir melhor”
  • 137. PASSO 6 – TREINAMENTO DE RELAXAMENTO • Empregar o treino de relaxamento que melhor se adeque ao paciente: relaxamento muscular progressivo, respiração diafragmática, meditação, etc. Pensamentos automáticos que podem interferir no sono: “Terei um dia horrível se eu não dormir bem” “Se eu dormir mal, tenho que tirar um cochilo para compensar” “Não consigo ser funcional sem tirar uma noite ótima de sono” “Nunca vou conseguir voltar a dormir” “Se eu acordar e não me sentir descansado, certamente será um péssimo dia” “Quando eu deito e fico pensando nas coisas da vida isso me ajuda a encontrar soluções e me organizar” PASSO 7 – IMAGENS MENTAIS POSITIVAS • Lembranças de lugares agradáveis; • Lugar seguro. PASSO 8 – REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
  • 138. REESTRUTURACÃO COGNITIVA CRENÇA REGRA “É essencial ter 8 horas de sono para ser funcional” PENSAMENTO AUTOMÁTICO “Eu tenho que dormir 8 horas para ser eficiente na minha reunião do trabalho” EXPLICAÇÃO ALTERNATIVA “Não existe um padrão ouro para o sono” REUNINDO EVIDÊNCIAS • Muitas pessoas dormem menos de 8 horas e não têm problemas. • Já cometi erros mesmo dormindo mais de 9 horas de sono. • Já funcionei bem mesmo dormindo poucas horas de sono. EXPLICAÇÃO ALTERNATIVA “Mesmo se eu não dormir as 8 horas, ficarei bem” ERROS COGNITIVOS: Pensamento dicotômico Catastrofização Tipo deveria Resultado: Menor ansiedade, maior capacidade de dormir
  • 139. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS
  • 140. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS Um dos motivos mais frequentes para pelos quais os pacientes se recusam a tomar medicações ou decidem parar por conta própria são os efeitos colaterais Preocupações práticas: • Como pagar os remédios; • Solicitar receita periodicamente ao seu médico; • Autorização do plano de saúde; • Realizar testes laboratoriais para controle; • Acesso lento à reposição dos remédios. ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
  • 141. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 1: Normalizar problemas com o uso frequente de medicamentos O terapeuta pode verbalizar: “Quase todo mundo em algum momento apresenta problemas para tomar suas medicações, seja por esquecimento ou por outras dificuldades” Ou usar a autorrevelação: “Entendo sua dificuldade. Quando meu médico me prescreveu remédios para minha hipertensão eu tive dificuldade de me adaptar. Hoje, eu consigo fazer uma rotina que funciona bem.” ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
  • 142. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 2: Educar o paciente quanto à doença e ao seu tratamento Pode usar questionamento socrático: “O que você pensa que acontece com pessoas que possuem essa doença?” “Que ideias surgem em sua cabeça quando pensa que vai precisar usar regularmente esse remédio?” Recursos diversos: • Pesquisa na internet sobre a doença e discussão sobre conteúdo encontrado • Filmes • Vídeos ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
  • 143. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 3: Perguntar sobre a rotina diária do paciente Pessoas com rotinas mais consistentes podem ter maior probabilidade de usarem suas medicações corretamente ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Podemos auxiliar os pacientes a empregar uma programação de atividades para planejar os eventos do dia a dia, como horários para acordar e dormir, horários das refeições e horários de tomarem os remédios. Plano comportamental simples: associar certo horário do dia específico para tomar os comprimidos (ex.: ao acordar pela manhã)
  • 144. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 4: Sugerir que as medicações sejam guardadas em um mesmo local Perguntar: “Onde normalmente você guarda seus remédios?” ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Encontre oportunidade de mudanças em falas como: “Varia”. “Em minha bolsa. Mas às vezes eu esqueço de tomar porque saio na rua e troco de bolsa”. “Em alguma gaveta lá na minha cozinha”. Plano comportamental simples: colocar as medicações sempre no mesmo lugar e que seja facilmente visível.
  • 145. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 5: Associar tomar o remédio à uma atividade da rotina Para pacientes que já possuem uma rotina sistematizada, sugira associar alguma das atividades realizadas com a ingestão do medicamento. ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Tornar o processo mais automático. Criar associações de estímulos para que se tornem comportamentos condicionados. Exemplo: Ao vestir o pijama, ao se barbear, ao pegar a primeira xícara de café do dia
  • 146. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 6: Usar algum sistema de lembrete ou caixinha de comprimidos Caixa de comprimidos: especialmente útil para pacientes com esquema medicamentoso complexo (vários comprimidos em vários horários diferentes) Abastecê-la sempre na mesma hora e momento: ao final da semana quando tomar todos. ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Sistemas de lembretes: • Despertador no celular • Post its pela casa • Calendários com marcações
  • 147. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 7: Avaliar as barreiras à adesão. Auxilie o paciente na identificação de possíveis barreiras para o o uso do medicamento: • Dificuldades financeiras • Esquecimentos constantes • Efeitos colaterais adversos • Desorganização com a rotina Elabore planos práticos em conjunto. ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
  • 148. BARREIRA PLANO COMPORTAMENTAL “Meu plano de saúde não cobre a medicação e as amostras acabam antes de minha próxima consulta médica” Fazer uma anotação no calendário para telefonar pelo menos 10 dias antes para pedir ao médico mais amostras. “Esqueço de colocar os remédios na mala quando vou viajar” Conseguir prescrições ou amostras extras e colocar em um estojo para viagem ou na mala que normalmente utiliza. “Eu sempre tomo meus remédios pela manhã depois de tomar banho. Mas se minha esposa tiver colocar o copo que fica na pia do banheiro para lavar, eu sempre digo a mim mesmo que vou tomar depois e acabo esquecendo” Comprar copos de papel/plástico e deixar o banheiro abastecido. “Muitas vezes eu perco a hora pela manhã, deixo de seguir a maior parte de minha rotina matinal e saio correndo para ir para o trabalho e não tomo meus remédios” Acertar o despertador todas as noites e coloca-lo longe da cama, ELIMINANDO BARREIRAS
  • 149. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 8: Identificar pensamentos automáticos e crenças sobre uso de remédios Os pacientes podem ter muitas crenças relacionadas a necessidade do uso de medicamentos regulares ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Tais crenças podem estar relacionadas a sua não adesão ao uso dos remédios. Os terapeutas devem utilizar métodos da TCC (questionamento socrático, seta descendente, etc.) para investigar as crenças relacionadas.
  • 150. IDENTIFCANDO CRENÇAS “Se eu tomar esse remédio ficarei dependente” • E então? “Se eu ficar dependente quer dizer que perdi o controle” • E então? “Se eu perder o controle serei vista como fraca” • E então? “Se eu for vista como fraca, as pessoas não irão gostar de mim” • E então? "Se as pessoas não gostarem de mim, ficarei sozinha" Seta descendente
  • 151. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 9: Modificar pensamentos automáticos e crenças sobre uso de remédios Utilizar técnicas cognitivas como: • Checagem de evidências • Questionamento socrático • Vantagens e Desvantagens ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão.
  • 152. CRENÇAS RELACIONADAS AO USO PENSAMENTOS RACIONAIS “Vou me tornar dependente desses analgésicos”. A dependência de analgésicos até pode ocorrer, mas não não com a frequência em que acredito e nem com o tipo de analgésico que meu médico prescreveu. “Eu sempre tenho efeitos colaterais de todos os remédios que uso. Certamente que terei ao começar esse também”. Pode ser que eu tenha tido mais efeitos colaterais do que a maioria das pessoas, mas estou tendo m pensamento extremo quando digo que SEMPRE tenho efeitos colaterais e adivinhando o futuro ao pensar que eu terei certamente. “Precisar desses remédios faz eu me sentir uma pessoa fraca”. Essa doença é séria e se eu não tomar os remédios, aí sim que não conseguirei ficar forte. É um ato de cuidado comigo mesmo. MODIFICANDO CRENÇAS
  • 153. ADESÃO AO USO DE MEDICAMENTOS MÉTODO 10: Desenvolver um plano de adesão por escrito ou cartão de enfrentamento Após aplicar os 9 métodos e avaliar os possíveis problemas para não adesão, pode ser importante organizar todas as informações e recomendações em um plano escrito de adesão ou cartão de enfrentamento. ▶︎ 10 métodos da TCC para promover adesão. Pode ser uma tarefa de casa do paciente organizar todas as informações ou também ele e o terapeuta poderão fazer durante a sessão. Pedir para o paciente assinar esse plano pode ser uma maneira dele se comprometer com o mesmo.