3. MODELO BIOMÉDICO
PRESSUPOSTOS
• Identidade biológica com o reino animal (Darwin);
• Reducionismo (estruturas e processos);
• Dualismo mente e corpo (Descartes).
INSUFICIÊNCIAS
• Critérios diagnósticos baseados em anomalias bioquímicas
(enfermidades cujo parâmetro biológico não é conclusivo);
• Qualidade da informação prestada pelo paciente
• Habilidade do médico em colhê-la;
• Pouca consideração à 1) variáveis situacionais e ambientais;
2) variáveis psicológicas relacionadas a cura da doença; 3)
relação médico-paciente para o resultado do tratamento.
4. O MODELO BIOMÉDICO
OUTRAS CARACTERÍSTICAS
“A doença é uma condição ou coisa
abstrata, independente ao comportamento
social ou da personalidade”.
5. SIGNIFICAÇÕES MÉDICAS DO CORPO HUMANO
Referências freqüentes a corpos e doenças na
literatura médica, raramente ou nunca a pessoas.
Corpo como máquina complexa e doença como
avaria das funções ou estruturas da máquina ou
das peças – ideal positivista. Médico tem o papel
de identificar a avaria e consertá-la.
Reducionismo e excessiva especialização.
“Separação entre o corpo e o eu (dualismo). O
corpo é um objeto que a pessoa transporta consigo
e que é distinto do ambiente e de outros corpos”
(Reis, 1999, p.38).
•
6. MODELOS CRÍTICOS AO BIOMÉDICO
Saúde e doença não podem ser restritos aos
fatores biológicos e orgânicos, pois as dimensões
psicológica e social das pessoas são igualmente
relevantes
Modelos biopsicossocial e holístico –Abordagem
global da pessoa. Salientando a necessidade de
ser considerada a sua autonomia conceitual e
afetiva (avaliações, interpretações ou significações)
Médico e terapeuta deveriam ter um modelo
epistemológico e relacional diferentes do tradicional
A medicina comportamental, medicina holística e a
psicologia da saúde emergiram neste domínio
8. MODELO BIOPSICOSSOCIAL
Incorpora os aspectos positivos do modelo
Biomédico;
Variáveis biológicas, psicológicas e sociais como
indissociáveis;
Perspectiva interdisciplinar;
Procura ajustar a terapia às necessidades
particulares de cada pessoa considerando o seu
estado de saúde global;
Destaca a qualidade da relação médica e clínica
com o paciente para a adesão e efetividade do
tratamento.
10. RAZÕES PARA A EMERGÊNCIA DA PSICOLOGIA DA
SAÚDE
Relação estilo de vida e doenças infecciosas;
Aumento das doenças crônicas;
Insuficiência do modelo biomédico para tratar
doenças crônicas.
11. BIOPSICOSSOCIAL
Biomédico Biopsicossocial
Causas da doença Doenças surgem fora do corpo e
geram mudanças involuntárias
(desequilíbrio químico, vírus,
bactérias, predisposição
genética).
O ser humano como um sistema
completo e doença causada por
fatores bio (vírus, bactérias,
lesões, etc.), psico
(comportamento, crenças,
enfrentamento, estresse, dor,
etc.) e sociais (classe, emprego,
trabalho, etnia, normas sociais e
expectativas grupais).
Responsáveis pela doença Os indivíduos não são vistos
como responsáveis, mas
vítimas.
Indivíduo não é passivo, mas
responsável pela saúde ou
doença.
Tratamento da doença Doenças tratadas pela mudança
do estado físico do corpo.
Não só a doença é tratada mas a
pessoa inteira.
Responsáveis pelo tratamento O profissional médico. Inclusão do indivíduo: tomar
medicação, mudar crenças,
estratégias de enfrentamento,
adesão ao tratamento, etc.
Relação saúde e doença Qualitativamente diferentes e
excludentes.
Existe um contínuo entre um e
outro.
Relação mente e corpo Entidades separadas (dualista). Aumento do foco na relação
corpo e mente.
Papel da psicologia Doença tem conseqüências
psicológicas, não causas.
Fatores psicológicos contribuem
na etiologia da doença.
12. MODELO BIOMÉDICO X MODELO
BIOPSICOSSOCIAL
Médico Global
Modelo fechado Modelo aberto
A doença é principalmente orgânica A doença resulta de fatores complexos:
orgânicos, humanos e sociais
Ela afeta o indivíduo Ela afeta o indivíduo, sua família e a
comunidade
Deve ser diagnosticada e tratada
(abordagem curativa)
Requer uma abordagem contínua: da
prevenção à reabilitação
Por médicos Por profissionais de saúde trabalhando
em colaboração
Em um sistema autônomo centrado em
instituições hospitalares dirigidas por
médicos
Em um sistema aberto e interdependente
com a comunidade
A educação médica é fundamentada nas
Ciências Biológicas e deve produzir
especialistas
A educação médica é fundamentada nas
ciências Biológicas e Humanas levando à
formação de médicos com larga
competência
13. FORMAÇÃO PSICOLÓGICA DO MÉDICO
OBJETIVOS
Conseguir harmonizar a parte formativa com a
informativa dentro do tripé biopsicossocial (outros
recursos didáticos sem menosprezar o contato direto
com o paciente) –questiona-se se os modelos estão
preparados;
Articular a prática clínica com seminários, discussões
clínicas junto ao paciente ou separadamente –
simultaneamente a apreciação da atmosfera emocional
que cerceou o ato médico e a hetero-avaliação da
relação médico-paciente por um profissional
especializado;
Trabalho clínico com espírito de equipes
multidisciplinares e serviços de interconculta (permitir a
equipe atender o paciente de modo mais
compreensivo);
14. FORMAÇÃO PSICOLÓGICA DO MÉDICO
OBJETIVOS
Participação do médico em programas de
promoção de saúde mental, em nível comunitário
com atividades grupais e Educação em Saúde
Primária;
Promoção de programas integrativos de Educação
Médica Continuada;
A responsabilidade pelo ensino médico e pelas
chefias de serviços assistenciais deveriam ser
entregues a médicos sintonizados com o espírito
biopsicossocial.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, T.C.C.F.(1988). L'Équipe pluridisciplinaire en
milieu hospitalier pédiatrique: structure, modede
fontionnementetvicissitudes, Tese de Doutorado,
Universitéde Paris X -Nanterre, Paris.
Ogden, J. (1996). Health psychology: a textbook.
Buckingham: Open University.
Taylor, S.E. (1986). Health psychology. NewYork:
Random House.
Reis, J. (1999). O sorriso de Hipócrates. Lisboa: Vega.
MELLO FILHO, J. & Col. (1992). Psicossomática hoje.
Porto Alegre: Artes Médicas.