1. Cultura da Gare
Mundo novo, formas novas.
A Arte em redor de 1900
Apresentação concebida para o Curso
Profissional de Turismo
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3. Na segunda metade do século XIX, a arquitetura europeia
evoluiu segundo a estética romântica;
O ensino defendia que a arquitetura devia preocupar-se
fundamentalmente com as estéticas minimizando as questões
construtivas;
Rejeitam as potencialidades estéticas dos novos materiais e dos
seus sistemas construtivos;
A arquitetura romântica nunca foi totalmente inovadora;
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4. A inovação seria levada a cabo pelos engenheiros;
Sobretudo nas obras de carácter público e nas de carácter
utilitário (pontes, estradas, estações de caminho-de-ferro, etc.);
Surge a Arquitetura do Ferro e do Vidro;
Charles Dutert e Victor Contamin, Galeria das Máquinas,
Exposição Universal de Paris, 1889
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6. É uma consequência das inovações tecnológicas da Revolução
Industrial;
Nesta arquitetura o problema estético (embora seja uma nova
proposta estética) é secundário em relação à sua essência, a
causa social;
O crescimento demográfico das cidades originou problemas
urbanísticos:
Alojar as pessoas (surgem os prédios com habitações por andar),
sistema de transportes, aproveitar o espaço (início da construção
em altura);
Esta necessidade construtiva exigiu uma revisão dos sistemas,
dos processos e dos modelos construtivos;
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7. Surge a necessidade de novas infraestruturas para a produção e o
transporte:
Fábricas, armazéns, estufas, pontes , mercados, gares, pavilhões de
exposições, etc.;
Sedille, Galerias Printemps;
J. Fowler, B. Baker, Ponte de Forth, Escócia;
Charles Bage, Fábrica de Linho, Inglaterra, 1796
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8. Os criadores dessas novas tipologias foram os engenheiros;
Profissionais novos, saídos do ensino moderno e atualizado das
Escolas Politécnicas;
Portadores de uma maior preparação científico-técnica que os
capacitou para utilizar, de modo inventivo, as potencialidades que a
época lhes oferecia;
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9. A aplicação de saberes científicos obtidos no ramo da física
mecânica, da resistência e comportamento dos materiais, da
geometria, da matemática, etc.;
a utilização de novos equipamentos (maquinarias) e novos meios
construtivos;
o aproveitamento de novos materiais, produzidos
industrialmente e por isso mais baratos, como o tijolo cozido, o
ferro e o vidro, até meados do século e, posteriormente,
também o aço, o cimento armado e o betão;
É uma visão mais pragmática, mais racionalista, e funcionalista
da arquitetura;
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10. Desde finais do século XVIII que o ferro começou a ser utilizado na
arquitetura para criar estruturas resistentes, fáceis de montar e
adaptáveis a todas as formas e dimensões;
O formato em barras reduziu a sua utilização inicial a estruturas
abertas;
A. Rippel, Ponte Müngsten, Alemanha
C. Liddell, Viaduto ferroviário, 1853-57, Gales;
J. Fowler, B. Baker, Ponte de Forth, Escócia
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11. As pontes foram as primeiras construções;
Foi a partir da funcionalidade e resistência testadas nas pontes
que os engenheiros criaram estruturas cobertas;
J. Bélanger, Mercado do Trigo, 1806, Paris
Baltar, Les Halles, Paris
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12. Polonceau, 1830, inventou a “viga-mestra em ferro”;
Permite aligeirar os suportes e reforçar alicerces, permite a
construção em altura;
O uso do ferro teve uma grande resistência inicial;
Pelo que muitas vezes as vigas metálicas eram escondidas por
estruturas de pedra, mármore ou tijolo;
Esta solução foi utilizadas em muitas estações de caminho de
ferro;
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13. Bogardus, Fábrica, Nova Iorque
V. Laloux, Estação do Cais d’Orsay
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14. O início da aceitação dos novos materiais e sistemas construtivos
começou com a construção do Palácio de Cristal, Joseph Paxon,
1ª Exposição Mundial, Londres, 1851;
Foi um grande sucesso, encantou as pessoas pela sua
luminosidade exterior e interior, impondo uma estética nova;
Na Exposição de Paris, 1889, a Galeria das Máquinas e sobretudo
a Torre da Exposição, de Gustave Eiffel, obtiveram igual êxito;
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15. Na 2ª metade do século surgem muitos edifícios em ferro e
vidro:
Mercados, galerias comerciais, fábricas, estufas, etc.;
Balat, Jardim de Inverno, Bruxelas
Turner, Casa das Palmeiras
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16. A arquitetura do ferro e do vidro traduziu duas tendências
inovadoras:
Modernização dos processos construtivos, esqueletos em ferro,
construção modular, pré-fabricado, estandardizados. Estes
processos e materiais possibilitaram a construção em altura e
novas tipologias e embarateceram a construção;
J. Paxton, Great
Stove, estufa
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17. Desenvolveu novos gostos e conceitos estéticos, o ferro substitui
a pedra que com o vidro pareciam, numa perspetiva
impressionista, desmaterializar os volumes arquitetónicos,
criando atmosferas plenas de luz e ar. Nova estética assente nos
elementos estruturais e não nos decorativos;
O ferro substitui a ideia de volume plástico fechado;
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18. Le Corbusier afirmou: “Os grandes arquitetos do século XIX,
foram os engenheiros”;
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18
20. G. Eiffel, Ponte D. Maria Pia, Porto
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21. Os avanços tecnológicos do século XVIII proporcionaram uma rutura
ao nível da arte;
Surgem novos conceitos estéticos e novos materiais;
Com o ferro e o vidro dá-se uma alteração do conceito de
arquitetura, através do primado dos engenheiros;
Bartholdi, Estátua da
Liberdade, Nova Iorque
G. Eiffel, estrutura
metálica interior da
estátua
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22. A Revolução Industrial produzindo os novos materiais em
grandes quantidades vai promover uma mudança nos gostos;
A funcionalidade é o elemento fundamental desta nova
arquitetura de engenheiros;
Correspondendo às novas necessidades surge um novo conceito
de espaço: estruturas finas e resistentes ( esqueleto em ferro)
cobertas por vidro;
Esta arquitetura adapta-se muito bem à construção de grandes
espaços;
O desenvolvimento do caminho-de-ferro levou à necessidade de
construção de inúmeras pontes e outras estruturas;
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23. Com base na poderosa
indústria siderúrgica a nova
arquitetura impôs-se no
continente europeu e
americano;
As Exposições Universais vão
contribuir para a divulgação
desta arquitetura;
G. Eiffel, Torre Eiffel
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24. Factos fundamentais da vida de G. Eiffel:
1832 – nascimento em Dijon;
1885 - formou-se em engenharia;
1877 – projeto da ponte de D. Maria Pia;
1885 – projeto para a estrutura metálica da Estátua de
Liberdade;
1889 – Torre Eiffel;
1923 – morte, em Paris;
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25. A Torre Eiffel foi construída
para a Exposição Universal de
Paris de 1889;
É constituída por 6300
toneladas de ferro forjado;
18 000 peças;
2 500 000 ligações;
307 metros de altura;
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26. 1 – rotunda; 2 – galeria das indústria de países estrangeiros;
3 – galeria das máquinas; 4 – torre Eiffel.
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28. A torre não tinha nenhuma funcionalidade, foi um mero
exercício das capacidades técnicas da engenharia;
O seu êxito foi tal, que em vez de ser desmontada, como era o
plano inicial, ainda hoje é o principal símbolo de Paris;
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30. Alguns dados sobre o Cristal Palace:
563 metros de comprimento; 124 metros de largura; 30 metros de
altura;
Joseph Paxton, Cristal Palace, Londres, 1851
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31. A realização da Exposição Universal de Londres em 1851 foi fruto da
necessidade de divulgar e trocar informações, produtos e novas
tecnologias;
Joseph Paxton, Cristal Palace, Londres, 1851
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32. O Palácio de Cristal foi construído por Joseph Paxton, em apenas 6
meses, com uma grande economia de mão-de-obra e de meios e
possível de reutilizar;
Empregou módulos de ferro e vidro estandardizados, préfabricados, montados no local;
Foi um êxito funcional e estético;
Uma afirmação de modernidade que entrava em rutura com os
conceitos clássicos de arquitetura;
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33. A nave principal foi dividida em duas áreas:
Oeste – Grã-Bretanha e colónias;
Este – restantes países do Mundo, participaram países tão distintos
como a Áustria, Alemanha, Bélgica, Brasil, Grécia, México, Portugal,
etc.;
Joseph Paxton, Cristal
Palace, Londres, 1851
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34. Era uma exposição demonstrativa de um tempo novo;
As técnicas e os saberes tradicionais eram definitivamente
ultrapassados;
A distribuição da exposição fez-se por sectores: norte –
maquinarias; sul – produtos agrícolas e matérias-primas;
produtos artísticos e manufacturados ao centro;
Os objetos de maior dimensão foram expostos no exterior:
barcos, maquetas, etc.;
No interior a secção de máquinas era a mais visitada:
locomotivas, carruagens, carros de bombeiros, etc.;
Um martelo a vapor permitia quebrar todo tipo de materiais, um
jornal era impresso ao ritmo de 5 000 exemplares por hora
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34
36. Um modelo da ponte em ferro suspensa, para o rio Dniepre,
Rússia;
Armas de fogo, telescópios, barómetros, telégrafos, etc.;
Apresentou-se o projeto do canal de Suez;
A Exposição de Londres de 1851 foi a primeira afirmação
mundial do primado da tecnologia e ciência;
O retrato de um novo mundo iniciado com a Revolução
Industrial;
O seu sucesso levou à realização de outras Exposições Universais
ao longo do século XIX e início do XX.
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38. Na 2ª metade do século XIX, o fabrico industrial (mecanizado,
despersonalizado, estandardizado) invadiu todos os sectores da
produção, inclusive os objetos decorativos;
Surgem objetos, produzidos massivamente, sem qualidade
estética;
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39. John Ruskin (1819-1900) e William Morris (1834-1896),
dinamizaram um movimento, o Arts and Crafts (Artes e Ofícios);
Lutaram contra a influência da industrialização na arte
responsável pela falta de originalidade e qualidade estética,
separação entre criação e execução, vulgarização do conceito
de arte;
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40. Procuraram a separação entre arte e indústria;
Revalorização da criação artística;
Ligação entre criação e execução;
Formados na estética romântica medievalista pretendiam:
Uma arte pura;
Conceções originais e individuais;
Estes princípios deviam-se aplicar a todas as modalidades
artísticas, conceito de Unidade das Artes;
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41. Unidade das Artes – Conceito que tende a apagar todas as
diferenças tradicionais entre as várias modalidades artísticas (artes
maiores, artes menores) considerando que todas elas são
merecedoras de igual qualidade plástica e devem, por isso, nortearse pelos mesmos princípios formais e estéticos;
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42. Os artistas deviam rejeitar os processos industriais;
Propunham o regresso ao processo criativo das corporações
medievais;
Uso exclusivo de materiais naturais, fabrico de peças únicas pelo
método artesanal;
Fontes de inspiração: o folclore e as tradições populares de cada
país;
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43. Adeptos do socialismo atribuíram à arte uma função social:
Melhorar as condições da classe operária;
Educar o sentido estético do povo;
Acreditavam que pela reforma da arte chegariam à reforma da
sociedade inglesa;
W. Morris foi o maior dinamizador das artes aplicadas ou
decorativas;
Em 1861 abre a firma artesanal, Morris Marshall, Faulkner and
Co., dedicada à decoração de interiores e “à produção de objetos
úteis, com qualidade estética, a preços competitivos com os da
indústria”;
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44. Em 1874 criou o atelier Morris and Co.;
Produziu obras no campo da arquitetura, mobiliário, tapeçaria,
papel de parede, vidros, joalharia, ilustração de livros, etc.;
Em 1888 funda a Arts and Crafts Exibition Society, salão de
Exposições;
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44
46. Morris and Co., quarto, Palácio Wightwick
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46
47. Este movimento deu origem a outros ateliers artesanais em
Inglaterra, na Europa e nos Estados Unidos;
Estas oficinas vão contribuir para o desenvolvimento das raízes
da Arte Nova e do design;
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48. Os princípios artísticos de W. Morris deixaram importantes
contribuições no campo da arquitetura e das artes aplicadas:
Arquitectura: construções de moradias familiares rústicas,
seguiam a tradição inglesa;
Utilização de processos construtivos e materiais tradicionais;
Exteriormente de formas irregulares;
Interiores funcionais, e com uma decoração homogénea
(unidade das artes);
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48
49. Estes modelos foram iniciados na moradia de W. Morris, a Red
House, projectada por Philip Webb (1831-1915);
Foram continuados por arquitetos como Charles Vosey (18751941) e Edwin Lutyens (1869-1844), que se notabilizaram na
construção de casas de campo para as elites inglesas;
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50. Nas Artes Aplicadas, privilegiou-se
o critério de simplicidade;
Motivos inspirados nas plantas,
pássaros e outros animais,
organizados em densos e
complexos padrões;
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50
51. Estes produtos não conseguiram competir no mercado com os
produtos industriais;
A qualidade artesanal elevava os custos;
O seu consumo restringiu-se a um pequeno grupo de pessoas com
dinheiro;
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53. Entre 1880 e 1910,viveu-se a Belle Époque: à paz, associava-se a
estabilidade política, o progresso científico, tecnológico e
económico;
Surge um clima de otimismo e confiança no futuro;
É neste clima que se instalou o Modernismo;
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53
54. Modernismo – movimento cultural e artístico que atingiu todas as
artes;
Procurou a rutura com a tradição (formal, estética e técnica);
Procurou adaptar-se aos novos gostos que as sociedades ocidentais
haviam desenvolvido;
Privilegiavam a sensibilidade, a fantasia, a imaginação, o
refinamento estético, o gosto pelo decorativo, pelo pitoresco;
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54
55. O grande estilo que integrou este movimento foi a Arte Nova
(c.1880/90 a 1905/14),
designação controversa que abarca diferentes escolas nacionais e
regionais e diferentes designações:
Modernismo Catalão (Catalunha, Espanha);
Jugendstile (Alemanha);
Art Noveau (França e Bélgica);
Sezession (Secessão Vienense) (Áustria);
Liberty e Floreale (Itália);
Modern Style (Inglaterra);
Escola de Chicago (Estados Unidos);
Escola de Glasgow (Escócia);
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55
57. Estes movimentos apresentam alguns princípios unificadores:
Inovação formal, procura de originalidade e criatividade;
Rejeição dos princípios académicos, históricos e revivalistas da
época;
Formas inspiradas na natureza (fauna e flora) e no Homem;
Movimentos sinuosos, formas estilizadas, sintetizadas ou
geometrizadas;
Adesão ao progresso, recursos aos novos materiais e técnicas;
Adoção de uma nova estética expressa através da linha sinuosa,
elástica, flexível, estilizada ou geometrizada,
Procura do movimento, do ritmo, da expressão;
Apelo à sensibilidade estética e à fantasia do observador;
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58. Influências:
Arts and Crafts (conceito de unidade das artes);
Gótico flamejante (expressividade das linhas sinuosas);
Rococó (naturalismo e requinte decorativo);
Pinturas japonesas (desenho gráfico, bidimensionalidade);
Folclore inglês de tradição celta;
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58
59. A Arte Nova conheceu uma rápida expansão
(jornais, revistas, Exposições Universais);
A Arte Nova foi uma expressão de modernidade
dos centros urbanos;
Tornou-se o símbolo do modo de vida citadino e
moderno;
J. Rippi-Ronai, Vaso
cerâmico, Hungria
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59
60. A sua popularidade transformou-a numa moda que se aplicou a
todas as modalidades artísticas (arquitetura, pintura, escultura,
artes aplicadas, artes gráficas, dança, etc.);
Aplicam o conceito de unidade das artes;
Hoffmann, serviço de café
Palácio Stoclet
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60
61. Na arquitetura rompendo com as tradições historicistas
desenvolvem o primeiro estilo verdadeiramente inovador do século
XIX;
Conjugam as exigências técnicas com a estética;
Endell, Portal do atelier Elvira
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62. A nível técnico utilizam os novos sistemas construtivos e os novos
materiais;
A nível formal procuram os volumes irregulares e assimétricos, as
superfícies sinuosas e movimentadas;
Planta livre;
A nível estético, desenvolvem a ornamentação no exterior e interior;
Procuram criar ambientes elegantes e refinados;
Dentro do conceito de unidades das artes muitos arquitetos foram
artesãos e designers que criaram móveis, louças, papel de parede,
etc.;
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62
64. Apesar do decorativismo esta arquitetura tem um marcado cunho
estruturalista (maior em algumas escolas), em vez de ocultar as
estruturas realça-as;
Surgem duas tendências:
Uma que colocou o acento tónico na estética ornamental, naturalista
e curvilínea;
Outra foi mais estrutural, mais racional, geométrica e funcionalista, o
ornamento foi mais contido, mais geométrico e abstracto;
A. Gaudi, Casa Batló
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64
65. Primeiro foco da Arte Nova foi Bélgica, Bruxelas;
Surgem dois arquitetos de renome;
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66. Victor Horta (1861-1947), criou edifícios de estruturas simples e
movimentadas;
Grandes janelões e interiores funcionais;
Aliou a decoração aos elementos estruturais;
Dilatou os espaços recorrendo a espelhos e pinturas ilusórias;
Horta, casa
Entveld
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66
68. Henri van de Velde (1863-1957), pintor de formação também foi
arquiteto;
Foi professor, teórico e sobretudo designer;
H. Van de Velde, Casa Bouquet, 1895,96, Bruxelas
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68
69. H. Van de Velde, Salão de cabeleireiro; projeto para um
museu; secretária
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69
70. A Arte Nova Francesa foi semelhante à belga;
Distingue-se o arquiteto Hector Guimard (1867-1942);
Construiu as entradas do Metro de Paris, hoje consideradas como
esculturas decorativas do espaço citadino;
H. Guimard, Estações de metro de Paris
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70
71. Em Espanha surge o Modernismo Catalão, ligado sobretudo à
cidade de Barcelona;
Luís Domenech i Montaner (1850-1923);
Uma das suas obras mais importantes é o Palácio da Música
Catalã;
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71
72. L. D. Montaner, Palácio da
Música catalã
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72
73. António Gaudí (1852-1926);
Um dos mais criativos e originais arquitetos europeus;
Estilo pessoal de influências góticas e árabes;
Criou uma arquitetura excêntrica, os seus edifícios assemelhamse a gigantescas esculturas, foi apelidado de arquiteto-escultor
ou arquiteto-poeta;
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73
74. A. Gaudí, Casa Milà, “La Pedrera”
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74
76. Na sua arquitetura ressalta a:
Organicidade das suas plantas;
A dinâmica dos volumes estruturais;
O pitoresco das formas ornamentais;
Desenho original;
Os seus edifícios são imaginativos, excêntricos, evocadores,
expressivos;
A. Gaudí, cadeira
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76
77. A. Gaudí, Sagrada Família, Barcelona
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77
81. Surgem as escolas mais estruturalistas, como a chamada Escola
de Glasgow;
A cidade conhece, nos finais do século XIX, um grande
crescimento económico;
Surge o Grupo Quatro ou Grupo de Glasgow, uma associação de
artistas;
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81
82. Charles Rennie Mackintosh (1868-1928), foi o mais notável
arquiteto e designer;
Criou uma arte mais racional, mais estrutural e geométrica;
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82
83. Formado na tradição do Arts and Crafts, desenvolveu uma
arquitetura assente em estruturas ortogonais de ferro, paredes lisas,
grandes superfícies envidraçadas, volumes geométricos,
interiores deslocáveis e decoração contida;
C. R. Mackintosh, 8, HCA, Cursode Arte de Glasgow
Escola de Turismo
Módulo
83
84. C. R. Mackintosh, Escola de Arte de Glasgow; cadeiras
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84
85. Influenciada pelo estruturalismo de Mackintosh, surge na
Áustria, em 1897, a Escola da Secessão Vienense;
Pretendiam lutar contra os revivalismos e academismos;
Desenvolveram um modernismo que primava pela
Simplificação geométrica dos volumes e formas;
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85
86. Pela distribuição simétrica, racional e funcional dos espaços;
Pela nudez e planimetria dos muros;
Pelo tratamento austero e contido da decoração (geometrizada e
estilizada);
Joseph Maria Ölbrich,
edifício da Secessão
Vienenense
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86
87. Otto Wagner, Casa Majólica, Viena
Hoffmann, Palácio Stoclet
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87
88. Principais autores:
Joseph Maria Ölbrich (1867-1908);
Otto Wagner (1870-1918);
Joseph Hoffmann (1870-1965);
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88
89. Nos Estados Unidos, em
Chicago, surge a mais
estruturalista de todas as
escolas;
Com a necessidade de
reconstruir o centro da cidade,
devastado pelo incêndio de
1871, desenvolveram uma nova
arquitetura;
Ficou conhecida como Escola
de Chicago;
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89
90. Aplicaram novos sistemas de alicerces, resistência e isolamento;
Aperfeiçoaram os esqueletos construtivos em ferro e aço;
Fachadas de linhas ortogonais;
Libertaram a parede do seu papel de suporte, criaram a paredecortina (parede substituída por vidro);
L. Sullivan, Auditório de
Chicago, 1886-89
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90
91. Liberdade para as plantas dos pisos (paredes amovíveis);
Construção em alturas, os arranha-céus, possível pelo invento do
elevador elétrico, 1887;
Edifícios de escritórios, centros comerciais, etc;
Exteriormente são definidos pela regularidade horizontal e
vertical das filas simétricas de janelas;
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91
92. Louis Sullivan, lançou as bases do
racionalismo, pragmatismo e
funcionalidade na arquitetura;
Valoriza a naturalidade dos materiais;
Simplifica a decoração;
Novas tipologias adequadas ao
crescimento urbano (arranha-céus);
Importância da engenharia (estrutura em
aço, elevadores, etc)
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92
93. No Atelier de Louis Sullivan, iniciou a sua carreira o arquiteto
Frank Lloyd Wright (1867-1959);
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93
95. As Artes Aplicadas tiveram uma grande importância na Arte
Nova;
Foram elevadas ao estatuto da arquitetura, pintura ou escultura;
Os artistas desta corrente foram defensores da unidade das
artes;
Esbateram-se as barreiras entre as diferentes modalidades;
Muitos arquitetos foram decoradores, designers, escultores,
pintores, etc.;
Quiseram revalorizar os objetos industriais dando-lhes qualidade
formal e estética;
Em muitos países surgiram tentativas de empenhar artistas na
criação de objetos úteis;
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95
96. Em França, aparece a Escola de Nancy;
Trabalharam o vidro, o cristal, o mobiliário;
Destacam-se:
Renné Lalique, Loius Marjorelle, Jacques Gruber, etc.;
Majorelle, candeeiro
Lalique, pregador
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97. Na Alemanha a Escola de Weimar e a Deutscher Werkbund, e
mais tarde a Bauhaus desenvolveram o design industrial;
Em Munique surge o Atelier Elvira;
Destaca-se o trabalho de Peter Behrens;
P. Behrens, candeeiro
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98. Em Nova Iorque surgiu Louis Comfort Tiffany que fundou em 1879
uma firma célebre pelo fabrico de objetos em vidro, de formas
inspiradas na natureza;
Tiffany, objetos em vidro
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98
99. Desenvolveram-se também as artes gráficas, ligadas ao cartaz
publicitário;
A cerâmica;
O têxtil;
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99
101. Cartaz e capa de revista
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101
102. Móvel e capa de revista
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102
103. O enorme sucesso artístico e comercial identificam a época e a
sua excessiva divulgação trouxe o rápido declínio;
Os objetos foram copiados cada vez em maior número e vão
perdendo qualidade estética;
A Arte Nova desaparece com a I Guerra Mundial;
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103
105. A Arquitetura do Ferro e do Vidro em Portugal foi tardia;
Palácio Cristal, Porto;
Gare da estação de Santa Apolónia, Lisboa;
Estação e túnel do Rossio;
Pontes D. Maria e D. Luís;
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105
106. Mercado das Flores (Ferreira Borges);
Gare da estação de São Bento;
O ferro foi sobretudo utilizado na arquitetura utilitária: estações,
pontes, salas de espetáculos, etc.;
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106
107. Thomas Dillen Jones, Palácio Cristal, Porto, 1865
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107
111. A Arte Nova surge em Portugal tardiamente e de curta duração
(1905-1920);
Foi aplicada em prédios de habitação da burguesia urbana, em
particular no Porto;
Foi usada sobretudo em:
Gradeamentos de varandas, escadas, janelas, etc.;
Nas molduras de portas e janelas;
Na decoração das fachadas;
Módulo 8, HCA, Curso de Turismo
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115. Os princípios estéticos da Arte Nova foram também utilizados na
pintura, na cerâmica, na obra de Rafael Bordalo Pinheiro, no
azulejo, etc.;
Ponte D. Luís, Théophile Seyrig
Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, História da
Cultura e das Artes,, Ana Lídia Pinto e outros, Porto Editora, 2011
Módulo 8, HCA, Curso de Turismo
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