O documento descreve o desenvolvimento da engenharia estrutural no século XIX, influenciado pela revolução industrial e pela invenção da máquina a vapor. Grandes estruturas de ferro como estações ferroviárias e o Palácio de Cristal em Londres marcaram a época. As exposições internacionais, como as de Paris em 1889 com a Torre Eiffel, celebravam os avanços tecnológicos e a engenharia estrutural.
1. A ENGENHARIA
CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
A ENGENHARIA
ESTRUTURAL NO SÉC. XIX
2. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
•Impulso ao desenvolvimento industrial (± 1775
• A invenção da máquina a vapor e as estruturas• A invenção da máquina a vapor e as estruturas
em ferro;
•transportes hidroviários x ferroviários;
•Surgimento das primeiras estações ferroviárias;
•Vantagens da utilização do ferro;
4. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
•A fundação da Escola Politécnica de Paris (1775):
•Crescente especialização e divisão do trabalho
entre arquitetura e engenharia;entre arquitetura e engenharia;
•A influência de J.N.L. Durand →
Descontextualização da arquitetura;
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•Descontextualização da arquitetura
•J.N.L. Durand (“Compêndio das aulas dadas na
Escola Politécnica – 1802-09”):
• Codificação de um “método” de projetar sem• Codificação de um “método” de projetar sem
precedentes a partir do qual as partes
arquitetônicas eram concebidas como elementos
modulares que podiam ser organizados à vontade
para se adequar a diversos programas (bibliotecas,
mercados, quartéis, etc), assim como se adequar
às novas técnicas e exigências sociais.
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• Estruturas modulares e pré-fabricadas:
Facilidade no transporte → Exportação de “kits de
edifícios”;
Palácio de Cristal (Londres, 1851)
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Estações ferroviárias:
Primeiros recintos fechados destinados à permanência a
serem envidraçados a partir de meados do séc. XIX. Ao
constituir um novo tema funcional, não havia modelos
arquitetônicos disponíveis para os projetos das estações
ferroviárias, apresentando assim uma grande oportunidadeferroviárias, apresentando assim uma grande oportunidade
para a utilização do ferro e do vidro.
As primeiras estações detinham aspectos rudimentares de
construções industriais ou temporárias, não de edifícios
para uso público. Havia, também, dificuldades de expressão
e articulação dos espaços reservados à permanência dos
usuários (corpo do edifício principal) aos espaços de não
permanência (plataformas cobertas para os trens).
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As Grandes Exposições Internacionais (1851-1900)
Exibições do prestígio burguês e do progresso
industrial
•A Exposição Internacional de Londres (1851):•A Exposição Internacional de Londres (1851):
•Palácio de Cristal → Concepção a partir das estufas
para plantas;
•Pré-fabricação completa, rapidez na montagem e
recuperação integral dos elementos construtivos;
9. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
-Palácio de Cristal: projeto vencedor construído no
Hyde Park para a Grande Exposição de 1851
concebido a partir dos mesmos princípios
construtivos das estufas para plantas (autor do
projeto: engenheiro Joseph Paxton - construtor de
estufas).estufas).
-Este edifício representava um “processo de
construção” manifesto como sistema > desde a
concepção, a fabricação e o transporte iniciais até
a construção e o desmonte
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Crystal PalaceCrystal Palace -- Londres, 1851Londres, 1851
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Monumentalidade → Impressões de irrealidade e
de infinitude espacial;
Significados culturais → Novo relacionamentoSignificados culturais → Novo relacionamento
estabelecido entre os meios técnicos e os fins
representativos e expressivos do edifício;
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Viaduto Garabit (G. Eiffel, 1880-84)
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•A Exposição Internacional de Paris (1889):
• Contestação da hegemonia industrial e do
comércio britânicos;
•Ênfase à estrutura e ao conteúdo da Galeria das
Máquinas;
•A Torre Eiffel:
• A experiência prévia das construções de viadutos
ferroviários;
•Materialização do poderio tecnológico da
engenharia estrutural francesa
•Reações públicas heterogêneas → Oposição,
surpresa, admiração;
16. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
-1a. Exposição Universal Francesa em Paris (1855):
-- Promovida por Napoleão III durante a Guerra da Criméia
-- As exposições internacionais francesas (1855 a 1900)
contestavam o predomínio da produção industrial e do
comércio britânicos: ênfase dada à estrutura e ao conteúdo
da Galeria das Máquinas: máquinas e materiais de
construir, guindastes, escavadoras, ETC.construir, guindastes, escavadoras, ETC.
-- Palácio da indústria (Palais de l´Industrie) nos Champs-
Elysées (1855 a 1900): o “mesmo edifício” foi utilizado nas
cinco exposições entre 1855 e 1900: as diversas partes
eram desmontadas e remontadas.
-- Como, em aspectos específicos, a indústria francesa não
era tão desenvolvida quanto a inglesa, decide-se circundar
o edifício com um revestimento de alvenaria, limitando o
uso do ferro à sua cobertura.
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Expos. Internac. Paris
1855 – Vista interna
Expos. Internac. Paris
1855 – Gal. Máq
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Expos. Internac. Paris
1855 – Planta Baixa
Expos. Internac. Paris
1867 – Vista aérea
19. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
-2a Exposição Universal Francesa em Paris (1867):
-- Organizada em um edifício de forma elíptica (oval)
composto por sete galerias concêntricas, cada uma delas
correspondendo aos temas em exposição: máquinas,
matérias-primas, vestuário, mobiliário, artes, etc; cada
nação recebe um setor, compreendendo uma parte das setenação recebe um setor, compreendendo uma parte das sete
galerias.
-- Após 1878, as Exposições Internacionais multiplicam-se
por toda parte: Sidney (1879), Melbourne (1880), Amsterdã
(1883), Nova Orleans (1885), etc.
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Palais de l'Industrie de ParisPalais de l'Industrie de Paris -- Paris, 1856Paris, 1856
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Expos. Internac. Paris 1867 – Gal. Máq.
Expos. Internac. Paris 1867 – Gal. Máq.
Expos. Internac. Paris
1878.
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Instalação do Grande Balão de GiffardInstalação do Grande Balão de Giffard -- 18671867
26. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
-Exposição Internacional de Paris (1889)
-A mais importante das exposições francesas,
comemorando o centenário da tomada da Bastilha.
-- Na Galeria das Máquinas (115m de vão livre sem
sustentação intermediária da cobertura e 420m de
comprimento), são instaladas duas pontes móveis, como
“mezaninos”, para que os espectadores pudessem
percorrer o comprimento de toda a sala: vastidão e
magnitude em relação à escala humana.
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Galeria das Máquinas (Paris, 1889)
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A Torre Eiffel: Experiências antecedentes: Construções de
viadutos ferroviários de alta complexidade estrutural para a
época proporcionaram as experiências necessárias para o
projeto e construção da Torre Eiffel (300m de altura).
-Deslocamentos rápidos dos visitantes por elevadores que-Deslocamentos rápidos dos visitantes por elevadores que
corriam sobre trilhos: princípios tecnológicos básicos
semelhantes aos utilizados nas ferrovias.
-A forma padrão da torre evoluiu originalmente
considerando fatores como interação dos ventos, gravidade,
chuva e resistência dos materiais.
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A Torre Eiffel (Paris, 1889)
30. CES-JF | ARQUITETURA E URBANISMO | HAU II | Prof. Msc. Raphael Rodrigues
-A torre Eiffel pretendia representar a materialização do
poderio tecnológico da engenharia estrutural francesa.
-- Antes do início de sua construção, houve muitas reações
de oposição (artistas e literatos: escritores, pintores,
arquitetos, etc): “inútil e monstruosa”. Ao término, muitas
destas tornaram-se favoráveis.destas tornaram-se favoráveis.
-- A obra, em si, caracteriza-se pela descontinuidade do
desenho geral; porém, sua importância está na
emblemática marcação da paisagem urbana parisiense.