5. apresenta um cómico de
é um cómico de
há cómico de
suscita cómico de
provoca cómico de
é um processo de cómico de
6. As personagens de Pero Marques e
Vítor do Penedo têm decerto semelhanças.
Surpreendem por serem disparatadas,
pouco perspicazes. Suscitam ambas o riso
do espetador ou do leitor, essencialmente
pelo seu caráter ingénuo.
Além deste cómico de caráter, predo-
minante, surgem passos em que podemos
encontrar processos de humor identificá-
veis como resultado da situação (gerando
quiproquós) — por exemplo, na série
7. «Rádio Calypso», ofacto de Vítor do
Penedo aparecer como o invariável
interlocutor dos inquéritos e passatempos
promovidos por Markl é exemplo de
cómico de situação — ou de recursos de
linguagem (cfr. a brincadeira com a última
palavra proferida pelo Penedo pai).
Entretanto, se as aproximam
características comuns de inteligência —
ou de falta dela —, talvez seja difícil
pretender que Vítor e Pero configurem um
8. mesmo tipo. Pero Marques será a
personagem que corresponde realmente
ao esterótipo do provinciano, simplório
mas generoso. Quanto a Vítor do
Penedo, não será o emblema de um perfil
social ou regional determinado (a própria
pronúncia meridional é acessória). Falta-
lhe complexidade psicológica para ser
personagem redonda, mas também não
será rigorosamente previsível, plana.
13. Por favor, tratar os livros com os
cuidados que qualquer livro merece:
Não forçar a lombada, e os cadernos,
espalmando-os;
Não escrever sobre eles;
Não folhear bruscamente, arriscando
rasgos;
Não os besuntar com o sebo das
vossas mãos imundas e nojentas.
14. ato = divisão da obra dramática em partes,
em função do tempo (e, muitas vezes, do
espaço — correspondendo, então, a uma
mudança do cenário); os atos podem ser
separados por intervalos.
cena = momento da acção em que estão
em cena as mesmas personagens.
16. didascália = texto secundário de uma
peça de teatro (o texto principal serão as
falas), com instruções para encenação.
Cfr. Glossário na p. 155.
O termo tem origem na tragédia
grega, quando o autor acumulava as
funções com a de encenador (didascalos).
Como o encenador estava presente, os
textos da antiga tragédia não precisavam
de didascálias.
21. Farsa = Género do teatro medieval,
caracterizado pelo Engano, por uma intriga
curta e concentrada, por um reduzido
número de personagens e pela verosimi-
lhança de situações (circunstâncias
realistas, com personagens com filhos,
profissão, etc.).
Ao objetivo cómico e burlesco próprio
do género, Gil Vicente adiciona uma
componente moralizante.
22. Há indicação sobre a primeira
representação?
Representado ao muito alto e poderoso
rei dom João o terceiro, no seu convento
de Tomar. Era do Senhor de 1523
23. Há lista de personagens?
Inês Pereira, sua Mãe, Lianor Vaz, Pero
Marques, dois judeus (Latão e Vidal),
Escudeiro, Moço, um Ermitão
26. As cenas estão numeradas?
[Cenas não estão numeradas, nem
indicadas.]
27. Há didascálias junto das falas das
personagens?
«Entra logo Inês Pereira e finge que está
lavrando só em casa, e canta esta
cantiga:»
28. Mote: «Mais quero asno que me leve do
que cavalo que me derrube».
Razão de ter sido dado a Gil Vicente este
mote: pretendia-se confirmar que Gil Vi-
cente era mesmo o autor das suas peças e
não as copiava de outros.
29.
30. Cria o começo de um livro de teatro,
incluindo:
Título da peça
Lista de personagens
Ato Primeiro [com didascália do cenário do:]
Duas curtas cenas do Ato I: Cena I / Cena II
Deves seguir a disposição típica dos textos
teatrais (as didascálias ficarão sublinhadas).
Quanto a assunto, prefiro que o texto seja
verosímil.
Como é óbvio, a peça ficará suspensa a partir da
cena II, pouco avançando em termos de ação.
31. Como sabes, o que define a mudança
de cena é a entrada (ou a saída) de
personagens. O teu texto tem de ter duas
cenas.
34. TPC — Lança as correções que fiz
no texto da ‘palavra de estimação’ e
envia-me o ficheiro já passado a limpo.
(Não tenho posto nas folhas a nota, mas
dá-la-ei ao texto depois de reformulado.)