O que é o teatro?
Uma das mais antigas expressões artísticas do
Homem;
Tem origem no verbo grego “theastai”
(ver, contemplar, olhar) e no vocábulo grego
“théatron” (o
lugar onde se vê);
Arte que consiste na representação do real, através
da imitação.
Onde nasceu o teatro?
Origem remota em rituais e danças;
Assume carácter literário na Grécia antiga, no
séc. IV a.C.;
Representado em honra do deus Dionísio, em
auditórios ao ar livre;
Parte integrante da educação de um grego;
Alguns autores gregos: Ésquilo, Sófocles e
Eurípedes.
O teatro
PALCO
CENÁRIO
BASTIDORES
CAMARINS
PLATEIA
BOCA DE CENA
CORTINA
Género Dramático
Texto que se destina à representação;
Define-se pela sua característica dialogal;
Tipologias do género dramático:
Comédia;
Tragédia;
Drama;
Teatro Épico;
Características do Texto Dramático:
Dois tipos de texto:
Texto principal (discurso dramático);
Texto secundário (didascálias ou indicações
cénicas);
Tem como finalidade ser representado;
As falas ocorrem directamente sem narrador;
Apresenta personagens que interagem com
outras na presença do público;
Refere-se normalmente a um curto espaço
de tempo da vidadas personagens;
Tem pouca variedade de espaços e um
espaço/tempo limitado;
Apresenta um universo de referência na base
da intriga que ao evoluir cria a acção;
É escrito, geralmente, por um dramaturgo.
O texto secundário é composto:
pela listagem inicial das personagens;
pela indicação do nome das personagens no
início de cada fala;
pelas informações sobre a estrutura externa
da peça (divisão em actos e cenas);
pelas indicações sobre o cenário e guarda
roupa das personagens;
pelas indicações sobre a movimentação das
personagens em palco, as atitudes que
devem tomar, os gestos que devem fazer ou
a entoação de voz com que devem proferir as
palavras.
O texto principal é composto:
predominantemente sob a forma de
diálogo e, por vezes, monólogos e apartes;
Ausência de descrições, que são
substituídas pelas informações contidas nas
didascálias, quer sobre o cenário quer sobre
os ambientes, quer sobre as personagens;
As personagens assumem o papel do
narrador, dando progressão aos
acontecimentos através do discurso directo;
O tempo verbal predominante é o
presente, porque a acção é vivida e
transmitida pelas personagens ao mesmo
tempo.
Estrutura Externa:
A T O – corresponde à divisão do próprio
texto, altura em que se efectua a mudança
de cenários;
C E N A – corresponde à mudança ou entrada
e saída de personagens;
Estrutura Interna:
Exposição ou situação inicial – apresentação
das personagens e dos antecedentes da
acção;
Conflito – conjunto de peripécias que fazem
a acção progredir;
Desenlace – desfecho da acção dramática.
Discurso:
Monólogo – uma personagem, falando
consigo mesma, expõe perante o público os
seus pensamentos e/ou sentimentos;
Diálogo – fala entre duas ou mais
personagens;
Apartes – comentários de uma personagem
que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
Personagens:
Planas ou personagens-tipo – não têm
densidade psicológica, uma vez que não
alteram o seu comportamento ao longo da
acção. Representam um grupo
social, profissional ou psicológico;
Modeladas ou Redondas – com densidade
psicológica, que evoluem ao longo da acção
e, por isso mesmo, podem surpreender o
espectador pelas suas atitudes.
Quanto ao relevo ou papel na obra:
Principal ou protagonista – o papel de maior
importância;
Secundária – papel de menor relevo em
relação ao protagonista;
Figurante – mera presença física, importante
para a compreensão da acção.
Caracterização das personagens:
Directa – a partir dos elementos presentes
nas didascálias, da descrição de aspectos
físicos e psicológicos, das palavras de outras
personagens, das palavras da personagem a
propósito de si própria;
Indirecta – a partir dos
comportamentos, atitudes e gestos que
levam o espectador a tirar as suas próprias
conclusões sobre as características das
personagens.
Intenção do autor
Moralizadora;
Lúdica ou de evasão;
Crítica em relação à sociedade do seu tempo;
Didáctica.
Texto Teatral
Designação atribuída ao texto dramático no
momento em que este passa a ser representado
em palco, transformando-se, deste modo, em
espectáculo.
GLOSSÁRIO
de alguns termos e expressões usados nos palcos
portugueses de António Pedro, Pequeno tratado de
encenação (adaptado).
Abertura do pano – o momento em que abre
ou levanta o pano de boca.
Ato – parte de uma peça que corresponde a
um ciclo da ação e é separada das outras por
um intervalo.
Ator – o que representa um papel e assim
atua visivelmente numa peça.
Aderecista – o que fabrica os adereços. Os
contra-regras são ou deveriam ser contra-
-regras aderecistas.
Adereço do ator (ou de representação) –
objeto que o ator utiliza em cena e traz
consigo.
Adereço de cena – objeto que decora a cena
e é aposto no cenário, desde os cortinados e
dos quadros e bibelots até aos tapetes. Os
móveis, de qualquer modo, são também
adereços de cena.
Adereço de representação – objeto
previamente colocado em cena que se
destina a ser usado pelo ator durante a
representação.
Amador – o ator não profissional que
trabalha sem remuneração por “amor à arte”.
Apurar – ensaiar em pormenor.
Artista – o ator ou atriz. Tem tratamento de
senhoria. O contra-regra deve chamar os
“senhores artistas” ao começo dos atos.
Bastidores – os fraldões laterais quando
engradados e não suspensos do urdimento.
Bater o papel – repeti-lo muitas vezes para o
decorar.
Camarim – o “quarto” do ator no teatro.
Canastrão – ator mau, exagerado, canhestro
e sem talento.
Característico (a) – ator ou atriz que
desempenha papéis de personagens
típicas, fora do quadro dos galãs e dos
centrais.
Caracterização – a pintura da cara do
ator, com ou sem emprego de postiços ou
cabeleiras. Em francês é a grimage. A
expressão portuguesa, incorreta, regista-se
por ser habitual. Caracterizar é impersonar as
características de uma personagem que não
são apenas exteriores e não se limita a ser o
pintar ou deformar do rosto com essa
intenção.
Cena – são múltiplos os significados desta
palavra. Cena é o palco. Estar em cena é
estar a representar ou a ensaiar dentro da
área de representação. Cena pintada ou
construída, é um cenário. Dar e tomar cena é
deixar lugar ou ocupar o espaço livre do
palco durante a representação. Uma cena é o
momento da ação em que “estão em cena”
os mesmos atores.
Cenário – conjunto de elementos que fecham
o espaço cénico e o decoram.
Cenógrafo – o autor da maquette do cenário
e, sobretudo, o seu executante, depois
encarregado dos possíveis consertos
necessários, após os engradamentos.
Centro ou central – ator de meia-idade ou
mesmo velho cuja figura se presta para o
desempenho das personagens de um certo
peso ou de uma certa imponência.
Centro cómico – personagem cómica de
meia-idade à volta da qual se desenvolve a
ação ou nela intervém preponderantemente.
Centro dramático – personagem de meia-
-idade que centraliza uma ação dramática ou
tem nela uma importância capital.
Contracena – o jogo de cena de um ator com
outro.
Contracenar – atuar em cena em
simultaneidade com outro ou outros
atores, dando-lhes ou não réplica.
Contra-regra s.f. – guião do movimento das
entradas em cena dos atores com a indicação
dos respectivos adereços; s.m. o encarregado
da contra-regra e dos adereços, dos avisos ao
público e aos atores para os começos dos
atos, responsável pela disciplina do palco.
Dar cena – movimentar-se um ator de forma
a deixar a outro a cena mais livre para a sua
atuação. É o contrário de tomar cena.
Deixa – palavra ou palavras do final de uma
fala que indicam a ocasião da réplica do ator
ou de qualquer movimento dele, ou de
qualquer intervenção por parte do contra-
-regra da luz ou do som.
Deixa de preparação – a deixa que serve de
aviso da proximidade da deixa de execução.
Deixa de execução – para os
maquinistas, contra-regra, luz ou som, indica
o momento exato da sua intervenção.
Elenco – diz-se de uma companhia ou de
uma peça. Os atores contratados pela
empresa ou que fazem parte da distribuição
de uma peça.
Encenação – o complexo de atividades
necessárias para que um espetáculo se
realize.
Encenador – o que concebe, orienta ou dirige
toda a encenação.
Ensaiador – o que dirige os ensaios, seja ou
não o encenador da peça.
Ensaiar – levantar, repetir ou apurar uma
cena com os atores. Acertar as luzes ou o
som com a atuação deles em cena.
Ensaio com adereços – o ensaio em que os
atores, embora sem a indumentária própria,
já utilizam adereços de cena e de
representação. O mesmo que ensaio de
pertences.
Ensaios de apuro – o ensaio de cada cena em
particular para final afinação dos diálogos e
dos movimentos.
Ensaio geral – o ensaio em que, como no
espetáculo, já dentro da cena armada, os
atores têm a caracterização, a indumentária e
os adereços todos, também intervindo, como
no espectáculo, todo o pessoal da
maquinaria, da contra-regra, da luz e do som.
Figuração – o pessoal que entra em cena
caracterizado e vestido como convém, mas
que nem fala nem canta.
Gag – incidente gracioso ou pequena
anedota que depende mais do ator e dos
seus talentos cómicos que do texto. O termo
inglês deu lugar a uma expressão portuguesa
de calão – parte gaga.
Intervalo – o tempo entre dois atos para
descanso do espectáculo e arranjo da cena.
Naipe – o grupo ou espécie de atores ou
atrizes de um determinado tipo.
Ponta – um pequeno papel.
Pontar – soprar as palavras aos atores em
cena.
Ponto – o profissional que sopra as palavras
aos atores em cena.
Postiço – adereço de cabelo que se mistura
com o próprio.
Ribalta – rampa de luzes situada na sanca da
boca de forma a iluminar o palco de baixo
para cima.
Vedeta – a primeira figura feminina ou
masculina de uma companhia, com nome de
cartaz.