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Teatro
da Casa
Projeto de Circulação e Festivais
Sinopse
“Dissident estreou em novembro de 2012 na Casa Preta Espaço de Cultura. A peça
marcou a formação da Cia. Teatro da Casa e teve seis indicações ao Prêmio
Braskem de Teatro, das quais foi contemplada com duas: a de "Melhor Diretor" para
Gordo Neto e a de "Melhor Atriz" para Vivianne Laert. A peça já fez temporada nos
teatro GamboaNova e Vila Velha, além da Casa Preta, sede da Cia. da Casa, onde
sempre volta a cartaz.
Dissidente foi ainda uma das peças escolhidas para o Festival Bahia em Cena, que
levará a cartaz peças que se destacaram na cena baiana no ano de 2012.
Breve Histórico da Peça
Felipe, um jovem de 17 anos, mora com sua mãe Helena e parece não estar muito
motivado a encontrar trabalho. Já Helena, separada do marido - um ex-socialista que
conheceu durante a luta política - trabalha numa empresa fazendo estatísticas de
mercado. A falta de interesse do filho pelo trabalho, pela vida “normal”, suas relações de
amizade com um grupo de jovens suspeitos e sua visível degradação física apontam
para um fim inevitável: a separação de mãe e filho por causa do seu envolvimento com
drogas e crimes.
“Dissident, il va sans dire”, do francês Michel Vinaver, traduzido “Dissidente” pela
professora doutora Catarina Sant'Ana, com direção de Gordo Neto, leva à cena, pela
primeira vez juntos, a atriz veterana Vivianne Laert e o jovem ator Tato Sanches - que são
mãe e filho, tais quais os personagens Helena e Felipe, da peça.
Em Dissidente, "os diálogos sem pontuação, salvo os sinais de interrogação, a ausência
de rubricas evidentes, as falas desencontradas ou sem respostas, a mistura súbita de
referentes e de tonalidades emocionais as mais diversas no interior de uma mesma fala
de personagem, um laconismo geral denso de informação e de suspenses, os quais, por
sua vez, não se desfazem, nem nos pressionam tampouco, mas literalmente esfumam-
se no ar, para ressurgir bem mais adiante, discretamente, perdidos no meio a outros
dados; tudo isso liberado em “doze pedaços” [...], não cenas, mas pedaços de real, sem
nenhuma apresentação, nem mesmo pelos próprios personagens. É como se
invadíssemos a vida de dois seres reunidos em momentos diversos e esparsos, e
fôssemos obrigados a adivinhar do que se tratam no momento, a criar nós mesmos os
elos, a costurar, enfim, os pedaços."
O texto de “Dissidente” encanta pela sua comovente história e pela sua forma
dramatúrgica rebuscada e poética, traço do autor, colocando na voz dos dois
personagens frases tão bem construídas, escritas com um preciosismo ímpar, capazes
de revelar, em situações aparentemente simples e cotidianas, a relação profunda entre
mãe e filho. Da mesma forma vai, além disso, para, com a mesma aparente simplicidade,
sobrepor histórias umas às outras, retomar assuntos que pareciam estar esquecidos,
num imbricamento dramatúrgico que só um autor de sua estatura pode proporcionar.
Sem rubricas e sem pontuação, o texto de Vinaver é um exercício de criação tão difícil
quanto prazeroso, pois se deixa revelar justamente na cena, na fala que parece
desconexa se apenas lida, mas que ganha sentido, intensidade, beleza e clareza
próprias da interlocução cotidiana entre dois humanos que vivem juntos.
Sobre a Cia. Teatro da Casa
Escrevendo a contracorrente, antecipando-se a tendências, [...] não reconhecendo seu
processo de criação em nenhum movimento contemporâneo – como brechtismo, teatro
do quotidiano, o teatro documento, o teatro histórico, ou o texto como material-de-cena,
etc. – Michel Vinaver (1927-) soube construir uma obra teatral" que faz dele um expoente
no teatro contemporâneo.
"Roland Barthes preconizara a importância de Vinaver para o teatro contemporâneo,
desde que leu os manuscritos da primeira peça do autor.[...} Bernard Dort, igualmente,
concordava que Vinaver poderia dar conta da vida quotidiana, fora de ideologias."
"Foi assim que, mesmo tratando em seus textos, entre outras coisas, das guerras da
Coréia, daArgélia, da Indochina, da tomada do poder por De Gaulle [...], da absorção das
pequenas empresas nacionais por multinacionais [...], das competições vorazes no
mundo do trabalho e do desemprego [...}, de faits divers como a queda de um avião nos
Andes que acaba em canibalismo ou o de uma mulher que mata seu amante [...] e até de
acontecimentos na ordem do dia, como 11 de Setembro, Vinaver consegue uma escrita
poética calcada num inteligente processo de composição que reelabora o real pela
linguagem ou “à flor da linguagem” (“au ras du langage”, termo seu).
“A banalidade do quotidiano nunca cessou de me interessar.
A matéria da vida diária em seu estado o mais indiferenciado,
o mais confuso, o mais indistinto, o mais neutro.
Partir do zero” – Vinaver, Ecrits sur le Théâtre, p.307.
Sobre o Autor
A atriz Vivianne Laert e os atores Tato Sanches e Rui Manthur (assistente de direção de
Dissidente), provocados pelo diretor Gordo Neto, criaram durante o processo de
montagem de Dissidente, a Cia. Teatro da Casa . É uma companhia de atores, portanto,
focada justamente no trabalho do ator, na interpretação. À exceção de Tato Sanches,
jovem ator que teve em Dissidente seu primeiro trabalho profissional, Manthur, Vivianne
Laert e Gordo Neto são velhos conhecidos, desde os anos 90. Dividiram o palco,
atuando, os três ou ao menos dois deles, em espetáculos como Barba Azul Um tal de
Dom Quixote, Sonho de uma Noite de Verão, O Despertar da Primavera e Material
Fatzer.
O nome da Cia, "da Casa", veio tanto por conta desta proximidade entre eles - para além
de Tato Sanches ser filho de Vivianne - como também pelo local que abrigou este projeto,
a sede do grupo parceiro, o Vilavox, que fica na Casa Preta Espaço de Cultura. É todo
mundo "de Casa", é todo mundo "da Casa".
Dissidente, que foi concebido e apresentado numa pequena sala deste sobrado, a Casa
Preta, no Dois de Julho, agora volta literalmente, para casa. É que agora o grupo
também ocupa o andar térreo da Casa Preta, onde pretende ensaiar e desenvolver
atividades de formação e pesquisa.
Ficha Técnica
Gordo Neto - Diretor
Rui Manthur -Assistente e contra-regra
Vivianne Laert -Atriz
Tato Sanches -Ator
Ricardo Caian ou Vagné Lima - Músico e operador de som
FredAlvin ou Mariana Passos - Iluminador e operador de luz
Newton Olivieri - Produtor
Obs: Cia. Teatro da Casa e o Grupo Vilavox são residentes do mesmo espaço e têm, em
suas equipes, artistas e técnicos coincidentes. No caso de viagem deste espetáculo em
conjunto com o espetáculo O Segredo da Arca de Trancosso, do Gruupo Vilavox, a
equipe de viagem de Dissidente cai para quatro pessoas.
Equipe de Viagem
Texto
Michel Vinaver
Tradução
Catarina Sant´Anna
Direção
Gordo Neto
Assistente
Rui Manthur
Elenco
Vivianne Laert
Tato Sanches
Direção Musical
Ricardo Caian
Músico
Ricardo Caian / Vagné Lima
Coreografia
Lauana Vilaronga
Cenário
Rodrigo Frota
Figurino
Luiz Santana
Produtor de Objetos
Dan Rodrigues
Iluminação
FredAlvin
Produção
Newton Olivieri / Cia.Teatro da Casa
Realização
Cia.Teatro da Casa e Grupo Vilavox
Rider de Luz
RiderTécnico: Dissidente
Direção: Gordo Neto
Iluminação: FredAlvin
01 mesa digital 24 canais com espaço para 80 memórias
01 Dimmer digital com no mínimo 16 canais
Cabos DMX e extensões
02 luminárias aéreas com lampada incandescente 220v/100w
01 Luminária aérea com lamp. Par 30 220v/75w
02 abajur de mesa com lamp. Incandescente 220v/60w bocal E14
01 abajur de mesa com lamp. Bolinha 220/40w
01 mesa com lampada Par 20 220v/50w acoplada
01 Refletor de jardim com lampada halogena 220v/500w
04 refletores Par #5 220v/1000w
02 lampadas incandescente 220v/100w fixas (específico Casa Preta)
01 motor acoplado a mesa 220v (Ligado ao dimmer)
02 porta gel para Par.
02 gel ambar (poste)
04 fresnel 220v/1000w (quando necessário complementar associados 02 para cada
geral)
Obs: equipamento próprio da Cia. Teatro da Casa. Pode ser levado, se necessário, em
viagens.
O que disseram sobre Dissidente
Trabalho de atriz madura, que consegue investigar com profundidade a alma de uma
mulher amarga, que vive com o filho. Momentos de puro êxtase minimalista,
pequenos gestos, pequenas delicadezas. Destaque para a contracena com o ator
que interpreta o filho, que é filho da atriz, na vida real. Interpretações emocionantes
Celso Junior - Professor da Universidade Federal do Sergipe
Direção firme e altamente minuciosa, para um texto do autor francês contemporâneo
Michel Vinnaver. Apresentada na sala de um velho sobrado, aproveita o espaço real
da casa para dar dramaticidade às cenas
Celso Junior - Professor da UFS
Basta ver o espetáculo para detectar a arte da encenação do silêncio, da dramatização
do silêncio... O que é entrave nas pontuações, é justamente uma provocação para que
seja performatizado o silêncio, silêncio denso. E Gordo Neto conseguiu isto. Por isto,
mereceu (e os atores também) as indicações e os prêmios que receberam.
Que possa encenar outro Vianaver, e mais outro, etc, etc, pois está sendo um casamento
feliz, Vinaver/Gordo Neto.
Catarina Sant'Anna - Professora Doutora da UFBA, tradutora de Vinaver e
apresentadora de Vinaver no Brasil.
O diretor confirma que é dissidente ao dar ênfase ao detalhe, à sutileza, a intensa
humanidade das personagens, ao jogo teatral entre atores, à marcação musical e
sonora dando sentido pleno ao diálogo, às nuances e sentidos.
Os atores confirmam que são dissidentes por detonarem o histrionismo gratuito e
alimentarem o jogo do teatro na cena. Mãe e filho na vida real, Vivianne Laert e Tato
Sanches aprofundam os olhares das entrelinhas e os silêncios que gritam.
Essas qualidades reforçam que o espetáculo supracitado vai de encontro à mesmice
da cena teatral soteropolitana, habituada a encenações “sujas” por causa do excesso
de signos, a interpretações superficiais e pautadas em proselitismos gratuitos e a
direções desleixadas e pobres.
“Dissidente” confirma que é dissidente ao optar pelo simples, pelo que há de mais
humano no universo do teatro, os atores.
Cristina Leifer - Mais Bahia
Viviane consegue emocionar o público. Está segura em cena e consegue equilibrar
momentos de ternura e agressividade, de fragilidade e força.
Dissidente é uma peça que investe no trabalho de ator e só por isso já merece ser
apreciada.
Eduarda Uzeda - Jornal A TARDE

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Dissidente: mãe e filho em cena

  • 1. Teatro da Casa Projeto de Circulação e Festivais
  • 2. Sinopse “Dissident estreou em novembro de 2012 na Casa Preta Espaço de Cultura. A peça marcou a formação da Cia. Teatro da Casa e teve seis indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, das quais foi contemplada com duas: a de "Melhor Diretor" para Gordo Neto e a de "Melhor Atriz" para Vivianne Laert. A peça já fez temporada nos teatro GamboaNova e Vila Velha, além da Casa Preta, sede da Cia. da Casa, onde sempre volta a cartaz. Dissidente foi ainda uma das peças escolhidas para o Festival Bahia em Cena, que levará a cartaz peças que se destacaram na cena baiana no ano de 2012. Breve Histórico da Peça Felipe, um jovem de 17 anos, mora com sua mãe Helena e parece não estar muito motivado a encontrar trabalho. Já Helena, separada do marido - um ex-socialista que conheceu durante a luta política - trabalha numa empresa fazendo estatísticas de mercado. A falta de interesse do filho pelo trabalho, pela vida “normal”, suas relações de amizade com um grupo de jovens suspeitos e sua visível degradação física apontam para um fim inevitável: a separação de mãe e filho por causa do seu envolvimento com drogas e crimes. “Dissident, il va sans dire”, do francês Michel Vinaver, traduzido “Dissidente” pela professora doutora Catarina Sant'Ana, com direção de Gordo Neto, leva à cena, pela primeira vez juntos, a atriz veterana Vivianne Laert e o jovem ator Tato Sanches - que são mãe e filho, tais quais os personagens Helena e Felipe, da peça. Em Dissidente, "os diálogos sem pontuação, salvo os sinais de interrogação, a ausência de rubricas evidentes, as falas desencontradas ou sem respostas, a mistura súbita de referentes e de tonalidades emocionais as mais diversas no interior de uma mesma fala de personagem, um laconismo geral denso de informação e de suspenses, os quais, por sua vez, não se desfazem, nem nos pressionam tampouco, mas literalmente esfumam- se no ar, para ressurgir bem mais adiante, discretamente, perdidos no meio a outros dados; tudo isso liberado em “doze pedaços” [...], não cenas, mas pedaços de real, sem nenhuma apresentação, nem mesmo pelos próprios personagens. É como se invadíssemos a vida de dois seres reunidos em momentos diversos e esparsos, e fôssemos obrigados a adivinhar do que se tratam no momento, a criar nós mesmos os elos, a costurar, enfim, os pedaços." O texto de “Dissidente” encanta pela sua comovente história e pela sua forma dramatúrgica rebuscada e poética, traço do autor, colocando na voz dos dois personagens frases tão bem construídas, escritas com um preciosismo ímpar, capazes de revelar, em situações aparentemente simples e cotidianas, a relação profunda entre mãe e filho. Da mesma forma vai, além disso, para, com a mesma aparente simplicidade, sobrepor histórias umas às outras, retomar assuntos que pareciam estar esquecidos, num imbricamento dramatúrgico que só um autor de sua estatura pode proporcionar. Sem rubricas e sem pontuação, o texto de Vinaver é um exercício de criação tão difícil quanto prazeroso, pois se deixa revelar justamente na cena, na fala que parece desconexa se apenas lida, mas que ganha sentido, intensidade, beleza e clareza próprias da interlocução cotidiana entre dois humanos que vivem juntos.
  • 3. Sobre a Cia. Teatro da Casa Escrevendo a contracorrente, antecipando-se a tendências, [...] não reconhecendo seu processo de criação em nenhum movimento contemporâneo – como brechtismo, teatro do quotidiano, o teatro documento, o teatro histórico, ou o texto como material-de-cena, etc. – Michel Vinaver (1927-) soube construir uma obra teatral" que faz dele um expoente no teatro contemporâneo. "Roland Barthes preconizara a importância de Vinaver para o teatro contemporâneo, desde que leu os manuscritos da primeira peça do autor.[...} Bernard Dort, igualmente, concordava que Vinaver poderia dar conta da vida quotidiana, fora de ideologias." "Foi assim que, mesmo tratando em seus textos, entre outras coisas, das guerras da Coréia, daArgélia, da Indochina, da tomada do poder por De Gaulle [...], da absorção das pequenas empresas nacionais por multinacionais [...], das competições vorazes no mundo do trabalho e do desemprego [...}, de faits divers como a queda de um avião nos Andes que acaba em canibalismo ou o de uma mulher que mata seu amante [...] e até de acontecimentos na ordem do dia, como 11 de Setembro, Vinaver consegue uma escrita poética calcada num inteligente processo de composição que reelabora o real pela linguagem ou “à flor da linguagem” (“au ras du langage”, termo seu). “A banalidade do quotidiano nunca cessou de me interessar. A matéria da vida diária em seu estado o mais indiferenciado, o mais confuso, o mais indistinto, o mais neutro. Partir do zero” – Vinaver, Ecrits sur le Théâtre, p.307. Sobre o Autor A atriz Vivianne Laert e os atores Tato Sanches e Rui Manthur (assistente de direção de Dissidente), provocados pelo diretor Gordo Neto, criaram durante o processo de montagem de Dissidente, a Cia. Teatro da Casa . É uma companhia de atores, portanto, focada justamente no trabalho do ator, na interpretação. À exceção de Tato Sanches, jovem ator que teve em Dissidente seu primeiro trabalho profissional, Manthur, Vivianne Laert e Gordo Neto são velhos conhecidos, desde os anos 90. Dividiram o palco, atuando, os três ou ao menos dois deles, em espetáculos como Barba Azul Um tal de Dom Quixote, Sonho de uma Noite de Verão, O Despertar da Primavera e Material Fatzer. O nome da Cia, "da Casa", veio tanto por conta desta proximidade entre eles - para além de Tato Sanches ser filho de Vivianne - como também pelo local que abrigou este projeto, a sede do grupo parceiro, o Vilavox, que fica na Casa Preta Espaço de Cultura. É todo mundo "de Casa", é todo mundo "da Casa". Dissidente, que foi concebido e apresentado numa pequena sala deste sobrado, a Casa Preta, no Dois de Julho, agora volta literalmente, para casa. É que agora o grupo também ocupa o andar térreo da Casa Preta, onde pretende ensaiar e desenvolver atividades de formação e pesquisa.
  • 4. Ficha Técnica Gordo Neto - Diretor Rui Manthur -Assistente e contra-regra Vivianne Laert -Atriz Tato Sanches -Ator Ricardo Caian ou Vagné Lima - Músico e operador de som FredAlvin ou Mariana Passos - Iluminador e operador de luz Newton Olivieri - Produtor Obs: Cia. Teatro da Casa e o Grupo Vilavox são residentes do mesmo espaço e têm, em suas equipes, artistas e técnicos coincidentes. No caso de viagem deste espetáculo em conjunto com o espetáculo O Segredo da Arca de Trancosso, do Gruupo Vilavox, a equipe de viagem de Dissidente cai para quatro pessoas. Equipe de Viagem Texto Michel Vinaver Tradução Catarina Sant´Anna Direção Gordo Neto Assistente Rui Manthur Elenco Vivianne Laert Tato Sanches Direção Musical Ricardo Caian Músico Ricardo Caian / Vagné Lima Coreografia Lauana Vilaronga Cenário Rodrigo Frota Figurino Luiz Santana Produtor de Objetos Dan Rodrigues Iluminação FredAlvin Produção Newton Olivieri / Cia.Teatro da Casa Realização Cia.Teatro da Casa e Grupo Vilavox
  • 5. Rider de Luz RiderTécnico: Dissidente Direção: Gordo Neto Iluminação: FredAlvin 01 mesa digital 24 canais com espaço para 80 memórias 01 Dimmer digital com no mínimo 16 canais Cabos DMX e extensões 02 luminárias aéreas com lampada incandescente 220v/100w 01 Luminária aérea com lamp. Par 30 220v/75w 02 abajur de mesa com lamp. Incandescente 220v/60w bocal E14 01 abajur de mesa com lamp. Bolinha 220/40w 01 mesa com lampada Par 20 220v/50w acoplada 01 Refletor de jardim com lampada halogena 220v/500w 04 refletores Par #5 220v/1000w 02 lampadas incandescente 220v/100w fixas (específico Casa Preta) 01 motor acoplado a mesa 220v (Ligado ao dimmer) 02 porta gel para Par. 02 gel ambar (poste) 04 fresnel 220v/1000w (quando necessário complementar associados 02 para cada geral) Obs: equipamento próprio da Cia. Teatro da Casa. Pode ser levado, se necessário, em viagens.
  • 6. O que disseram sobre Dissidente Trabalho de atriz madura, que consegue investigar com profundidade a alma de uma mulher amarga, que vive com o filho. Momentos de puro êxtase minimalista, pequenos gestos, pequenas delicadezas. Destaque para a contracena com o ator que interpreta o filho, que é filho da atriz, na vida real. Interpretações emocionantes Celso Junior - Professor da Universidade Federal do Sergipe Direção firme e altamente minuciosa, para um texto do autor francês contemporâneo Michel Vinnaver. Apresentada na sala de um velho sobrado, aproveita o espaço real da casa para dar dramaticidade às cenas Celso Junior - Professor da UFS Basta ver o espetáculo para detectar a arte da encenação do silêncio, da dramatização do silêncio... O que é entrave nas pontuações, é justamente uma provocação para que seja performatizado o silêncio, silêncio denso. E Gordo Neto conseguiu isto. Por isto, mereceu (e os atores também) as indicações e os prêmios que receberam. Que possa encenar outro Vianaver, e mais outro, etc, etc, pois está sendo um casamento feliz, Vinaver/Gordo Neto. Catarina Sant'Anna - Professora Doutora da UFBA, tradutora de Vinaver e apresentadora de Vinaver no Brasil. O diretor confirma que é dissidente ao dar ênfase ao detalhe, à sutileza, a intensa humanidade das personagens, ao jogo teatral entre atores, à marcação musical e sonora dando sentido pleno ao diálogo, às nuances e sentidos. Os atores confirmam que são dissidentes por detonarem o histrionismo gratuito e alimentarem o jogo do teatro na cena. Mãe e filho na vida real, Vivianne Laert e Tato Sanches aprofundam os olhares das entrelinhas e os silêncios que gritam. Essas qualidades reforçam que o espetáculo supracitado vai de encontro à mesmice da cena teatral soteropolitana, habituada a encenações “sujas” por causa do excesso de signos, a interpretações superficiais e pautadas em proselitismos gratuitos e a direções desleixadas e pobres. “Dissidente” confirma que é dissidente ao optar pelo simples, pelo que há de mais humano no universo do teatro, os atores. Cristina Leifer - Mais Bahia Viviane consegue emocionar o público. Está segura em cena e consegue equilibrar momentos de ternura e agressividade, de fragilidade e força. Dissidente é uma peça que investe no trabalho de ator e só por isso já merece ser apreciada. Eduarda Uzeda - Jornal A TARDE