3. Cultura
Inclui o conhecimento, a moral, a lei, os
costumes, as crenças e todo e qualquer hábito
adquirido pelos membros de uma sociedade.
Edward Tylor.
4. São práticas e ações sociais que seguem um
padrão determinado no espaço. Refere-se a
crenças, comportamentos, valores,
instituições, regras morais que permeiam e
identificam uma sociedade;
É a identidade própria de um grupo humano
em um território e num determinado período.
5. Cultura e Sociologia
Na sociologia não existem culturas superiores, nem culturas
inferiores pois a cultura é relativa, designando-se em sociologia
por relativismo cultural.
(Brasil não é igual a Portugal, culturalmente falando)
Diferem na maneira de se vestirem, na maneira de agirem, têm
crenças, valores e normas diferentes…
Isto é, têm padrões culturais distintos.
6. Cultura e Antropologia
Esta ciência entende a cultura como o
totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos
pelo ser humano.
Segundo a definição pioneira de Edward Tylor,
sob a etnologia (ciência relativa especificamente do
estudo da cultura) a cultura seria:
7. Mudança Cultural
A cultura é dinâmica.
Como mecanismo adaptativo e acumulativo, a
cultura sofre mudanças.
Traços se perdem, outros se adicionam, em
velocidades distintas nas diferentes sociedades.
9. Etnocentrismo (fenômeno universal)
O homem vê o mundo através de sua cultura e
considera o seu modo de vida mais correto e
mais natural.
Ocorrência de numerosos
conflitos sociais
10. Etnocentrismo
Segundo Anthony Giddens, o etnocentrismo “é a
prática de julgar as outras culturas comparando-
as com a nossa.”
Para combater o etnocentrismo, “o papel do
sociólogo é evitar ‘respostas automáticas’ e
examinar questões complexas cuidadosamente a partir
de tantos ângulos diferentes quanto possível”.
(GIDDENS, 2005, p.44)
11. Ao etnocentrismo há outros tipos de
preconceitos relacionados, como a xenofobia
(preconceito contra estrangeiros ou pessoas de outras
localidades) e a intolerância de uma forma geral.
Por intolerância, denota-se qualquer
hostilidade contra um hábito ou comportamento
diferente, ou seja, a incapacidade de aceitar algo que
destoe do conhecido e aceito.
12. O Etnocentrismo leva a deformações na
formação da identidade cultural
Homofobia Nazismo
Imagem: Unknown Author / Public Domain
Imagem: Benj / Creative Commons Attribution 2.0 Generic
13. Os estudiosos da cultura utilizam o chamado
relativismo cultural contra o etnocentrismo:
consideram cada aspecto cultural em relação à
cultura estudada, e não em relação à sua própria
cultura, enquanto sujeitos formados dentro de
outro sistema de valores.
RELATIVISMO CULTURAL
14. Pense bem: relativizar significa conceber uma
cultura dentro de seu próprio contexto cultural.
Quando um pesquisador se propõe a ir a
campo, precisa se despir de qualquer parâmetro
externo que possa ser considerado etnocêntrico.
Parte-se em realizar a avaliação sem privilegiar
os valores de um só ponto de vista (COUCHE, 2004).
15. O relativismo cultural é uma atitude necessária para
aceitar a diversidade cultural em qualquer contexto,
pois permite compreender que toda cultura é única.
Grave bem: os costumes e as regras sociais de
determinado grupo devem ser interpretados de acordo
com as funções que possuem naquele grupo/ contexto
específico.
16. Diferente, ao invés de
desigual
Considera que uma crença ou qualquer
atividade humana deve ser interpretada
nos termos da própria cultura
16
Relativismo cultural
17. ALTERIDADE
Para Laplantine (2003, p. 13), a alteridade é
a descoberta proporcionada pela distância
em relação a nossa sociedade, ou seja, “[...]
aquilo que tomávamos por natural em nós
mesmo é, de fato, cultural; aquilo que era
evidente é infinitamente problemático”.
18. EU X OUTRO: ALTERIDADE
Conceito chave da Antropologia:
É na relação com o outro que nos conhecemos, nos
descobrimos, nos revelamos.
Nos modificamos e modificamos o outro.
19. Componentes estruturais da cultura
TRAÇO CULTURAL: é a menor unidade da
cultura de um povo. Pode ser material, como a
rede para dormir, ou não material, como, por
exemplo, as formas de as pessoas se
cumprimentarem.
20. PADRÃO CULTURAL: é o conjunto de normas que rege o
comportamento dos indivíduos de determinada cultura ou
sociedade.
Por exemplo, o casamento monogâmico e a língua
portuguesa são padrões culturais da sociedade
brasileira.
21. Contracultura
Nas sociedades contemporâneas encontramos
grupos e pessoas que contestam certos valores
culturais dominantes e vigentes, opondo-se
radicalmente a eles, num movimento chamado de
contracultura.
O movimento hippie, que achava ser o trabalho
assalariado contra a liberdade pessoal, é um exemplo
marcante de contracultura.
A cultura dominante os taxou de
vagabundos e preguiçosos, que
deveriam ser combatidos para não
propagarem o mau exemplo.
22. Transculturação e sincretismo
O sincretismo consiste na fusão de traços culturais
provenientes de culturas diferentes, que tem como resultado
um novo complexo cultural.
A umbanda, uma religião afro-brasileira, por exemplo, reúne
aspectos do cristianismo e de crenças africanas trazidas
pelos escravos para o Brasil.
É uma das manifestações de sincretismo religioso em nossa
cultura.
24. CULTURA ERUDITA
É a produção acadêmica centrada no sistema
educacional, sobretudo na universidade, produzida por uma
minoria de intelectuais.
Além de ser produzida formalmente, seus traços são
complexos e refinados, exigindo uma elevada formação e
sensibilidade estética de quem os aprecia.
Alguns exemplos dos traços desta cultura podem ser a
música clássica, as artes plásticas, os conhecimentos
científicos etc.
25. CULTURA POPULAR
É identificada com folclore, conjunto das lendas, contos e
concepções transmitidas oralmente pela tradição.
É produzida pelo homem do campo, das cidades do interior ou
pela população suburbana das grandes cidades.
Sua produção está empenhada em resgatar tradições e valores
culturais, não seguindo, por isso, tendências de moda. O povo simples é
o autor da produção cultural.
Alguns exemplos de manifestações dessa cultura podem ser vistos
nas festas populares, nas danças regionais, nas lendas, nos
ensinamentos e práticas que são passados de geração em geração de
modo informal.
27. Provavelmente você já ouviu falar em Indústria Cultural. A indústria
cultural foi um termo criado por Adorno e Horkheimer, autores da escola de
Frankfurt, que referenciavam este fenômeno ao que também conhecemos
como “cultura de massa”, ou seja, a produção em larga escala de elementos da
cultura.
Ela é um dos frutos do sistema capitalista em que vivemos.
Com o estabelecimento do capitalismo, as cidades vão se
transformando em pólos industriais e de importância social. Com isso, a
população urbana aumenta e se torna o alvo do mercado e seus integrantes se
transformam em consumidores em potencial, o que é consequência de um
barateamento da mercadoria industrializada, produzida em série.
O mercado, em geral, se dinamiza, atingindo até a esfera cultural que,
também, passa a ser transformada em mercadoria.
•
28. Com a propagação da cultura de massa entra em
cena um novo padrão de beleza, uma nova estética que
influencia o gosto das pessoas.
E com o estabelecimento do capitalismo e da
sociedade moderna, isso veio a se transformar mais ainda.
29. O sistema de capital percebe que uma massa emerge e, mais
ainda, percebe que além de se produzir mercadorias de consumo
geral para essa massa, poderia ser possível produzir, também, e
em larga escala, elementos da cultura, transformando-os em
mercadorias.
Daí o termo cultura de massa ou para as massas, pois a partir
do momento que se produz em série para o consumo do povo em
geral, para existir um novo padrão de significações na visão de
mundo, no que as pessoas pensam, sentem e agem.
30. Tudo o que é produzido pela indústria cultural custa dinheiro,
ou seja, podemos “comprar” se tivermos as condições financeiras.
E O CAPITAL, ONDE ELE ENTRA EM TUDO ISSO?
Bom, este por sua vez se apropria das expressões culturais,
que podem ser: os jornais, livros, filmes, peças teatrais, músicas,
tudo o que possa expressar a cultura de determinado grupo social.
E então, ele a transforma em produto para o consumo
fazendo com que a dicotomia entre popular e erudito quase se
anule, pois a indústria cultural visa a compra e venda de tudo que
ela produz, não importando se a burguesia está consumindo um CD
de música Funk, originado e tocado nos bailes da periferia
31. Quando falamos em cultura e, principalmente em cultura de
massa e indústria cultural a coisa não é diferente.
O que sempre vai estar em jogo é a manipulação dos valores e
padrões estéticos visando ao controle das massas.
Contudo, as classes sociais podem ter suas percepções e
visões de mundo e também propagá-las.
32. E AÍ, QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INDÚSTRIA
CULTURAL?
Pensar a indústria cultural como vantajosa, é dizer que a partir
dela mesma e dos meios de comunicação de massa, uma parcela da
população, que sempre esteve alheia a fontes de informações, passa a
ter possibilidade de maior acesso a tais fontes informativas, o que
contribui para uma maior informação do público.
33. A indústria cultural, com suas vantagens e
desvantagens, pode ser caracterizada pela transformação da
cultura em mercadoria, com produção em série e de baixo
custo, para que todos possam ter acesso.
É uma indústria como qualquer outra, que deseja o lucro
e que trabalha para conquistar o seu cliente, vendendo
imagens, seduzindo o seu público a ter necessidades que
antes não tinham.
34. Resumo:
É aquela resultante dos meios de comunicação de massa,
tais como a indústria fonográfica (música), a cinematográfica
(cinema), Rádios, etc.
Produzida “de cima para baixo”, já que o consumidor não
participa de sua produção, esse tipo de cultura, veiculada pela
indústria cultural impõe padrões e homogeneíza o gosto,
através das modas culturais.
35. INDÚSTRIA CULTURAL E A
CULTURA COMO MERCADORIA
Para Adorno e Horkheimer, representantes da Escola de
Frankfurt, a indústria cultural é a indústria da diversão. Ela
não provoca construção de juízo crítico.
O consumidor da indústria cultural é distraído e, por isso,
não está preocupado com a análise das obras. Não há uma
preocupação profunda com a forma e o produto cultural
tem como finalidade principal o entretenimento. Não há o
desejo de que a massa questione, e sim que ela simplesmente
alimente o sistema, consumindo essa espécie de "pacote"
que lhe é "imposto".
36. Uma outra característica da indústria cultural, destacada
pelos pensadores da Escola de Frankfurt, é a banalização das
obras de arte, sobretudo as obras eruditas.
Banalizar as obras de arte significa subtrair da obra a sua
aura, ou seja, aquele algo que a torna única e rara (e por
isso, de grande valor artístico). Foi o que ocorreu com a
famosa obra de arte, a "Monalisa", que foi reproduzida em
camisetas, chaveiros e réplicas pelo mundo inteiro. Ela perdeu
a aura que a tornava única, aparecendo nos mais inusitados
locais. Explorada de várias maneiras pela indústria do
entretenimento, hoje ela até virou motivo de piada na Internet.
INDÚSTRIA CULTURAL E A
CULTURA COMO MERCADORIA
37. A cultura vira um mero produto para consumo imediato.
Depois de consumido, tal como qualquer mercadoria, é
descartado.
A sociedade moderna possibilita a reprodução técnica e
muda a relação espectador - obra de arte.
A indústria cultural não cria um sujeito crítico e sim um
sujeito condicionado, alienado, passivo e facilmente
manipulado.
INDÚSTRIA CULTURAL E A
CULTURA COMO MERCADORIA
38. Alienação: a indústria cultural desloca os
indivíduos da realidade em que vivem,
colocando-os num plano fictício, movido pelas
ilusões e desejos de consumo.
INDÚSTRIA CULTURAL E A
CULTURA COMO MERCADORIA
39. Você se sente alienado pelas maciças propagandas que
apelam para o consumismo exacerbado? Vamos analisar
como a população encara esta situação?
40. REFERÊNCIAS
Helena BOMENY, et al. Tempos modernos, tempos de sociologia: ensino médio, Volume
único. 2. ed. — São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
ARANTES, A. A. O que é cultura popular. 5ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.
Bomeny. H. et al.(coordenação). Tempos modernos, tempos de sociologia: ensino
médio: volume único. 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
CUNHA, Maria Amália de Almeida. Sociologia da Educação. Belo Horizonte: UFMG,
2010.