3. Temática da mudança
Pessimismo
Insegurança
Alternância entre:
o tempo
Reflexão sobre:
engano – desengano
ilusão – desilusão
a mudança
o desconcerto do mundo
Temas da lírica camoniana
que se interrelacionam
Temas da literatura do Renascimento
(período de profundas mudanças) e ligados
às atribulações e adversidades vividas
pelo poeta (desterros, guerra, prisão, naufrágio,
doença, miséria, falta de reconhecimento…)
4. O que muda com a mudança
a Natureza a sociedade o eu poético
A mudança opera sobre
5. O que muda com a mudança
Tempo
humano
Tempo
natural
Sucessão de mudanças Tempo
Cíclico, com uma certa
permanência e renovações
(estações do ano)
Irreversível e instável;
traz mudanças imprevisíveis
e sempre para pior
Na sociedade No eu poético
6. O que muda com a mudança
O tema do tempo e da mudança (a que o renascentista é tão sensível) informa estas
composições. O poeta analisa-o para distinguir o tempo natural, onde a evolução tem
regresso e no seu ciclo uma certa permanência, do tempo humano irreversível,
instável, que muda as coisas sem uma lei ou uma razão, apenas com um
sentido: para pior. Um tempo «errado».
A reflexão sobre o tempo resulta numa análise imbuída de ceticismo sobre a consistência
do bem passado.
Duvida-se de que alguma vez ele tenha existido e não seja mais que um efeito de
contraste perante a infelicidade presente, uma ilusão da memória que inventaria uma
felicidade passada que não existiu.
Maria Vitalina Leal de Matos, Introdução à poesia de Luís de Camões,
Lisboa, ICALP/Ministério da Educação, 1992, p. 70.
7. A vivência da mudança
insatisfação, ansiedade,
insegurança e angústia
relativamente ao presente e ao
futuro, pois a mudança é certa
e sempre para pior
saudade do «bem passado»
A mudança Oposição entre o passado, de felicidade, e o presente, de infelicidade
Origina:
tumulto e conflito interior
– dúvidas sobre a existência
desse passado feliz (felicidade
ilusória)
«do mal ficam as mágoas na lembrança, /
e do bem (se algum houve) as saudades»
8. A vivência da mudança
Ceticismo e, em certos
casos, retiro para a vida
bucólica
A mudança Oposição entre o passado, de felicidade, e o presente, de infelicidade
Solução:
Ideal de aurea mediocritas do poeta latino Horácio (séc. I a.C.),
segundo o qual a felicidade só é possível quando nos contentamos
com pouco ou com o que possuímos, sem aspirarmos a mais.
9. A mudança – exemplos de poemas
Sonetos
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (tudo está sujeito à mudança,
inclusive o próprio processo de mudança; tudo é efémero)
«Doces lembranças da passada glória» (oposição entre o passado, de felicidade,
e o presente, de desolação, feito de memórias)
«Sôbolos rios que vão» (diálogo com o Salmo 137, que constitui o mote do poema;
longa reflexão sobre a mudança, na primeira parte do poema, que está relacionada
com o exílio)
«Na ribeira do Eufrates assentado» (diálogo com o Salmo 137: o eu recorda os
momentos de glória vividos em Sião; a mudança está relacionada com o exílio,
que está na origem das alterações vividas pelo eu)
Poema de transição entre a medida velha e a medida nova
11. 1- Indica se é verdadeira ou falsa cada uma das seguintes afirmações. Corrige as falsas.
Solução
Falsa. … está associado às ideias de tempo e de desconcerto do mundo.
Falsa. A mudança ocorre sempre para pior.
A O tema da mudança, que atravessa a poesia de Camões, está associado à ideia de tempo
e à representação da figura feminina.
B O tempo, que consiste numa sucessão de mudanças, é cíclico na Natureza, porém é irreversível
na vida humana.
C A mudança pode trazer alterações negativas ou positivas.
Verdadeira.
Verdadeira.
D A mudança constante chega a levar o sujeito poético a pensar que
a felicidade do passado foi apenas uma ilusão da memória.
Consolida
12. 2- Seleciona os dois sentimentos que não são suscitados pela mudança na lírica camoniana.
Solução
Desalento
A
Desencanto
B
Angústia
C
Tristeza
D
Frustração
E
Irritação
F
Fúria
G
Insegurança
H
Consolida