REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
COMPOSICAO QUIMICA DA SEMENTE
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA “PRODUÇÃO VEGETAL”
2. Acadêmico: CRISTIAN BERNARDO
Professor: Dr. JOÃO CORREIA
Rio Largo/AL, quarta-feira, 3 de agosto de 2022
PRODUÇÃO E ANÁLISE DE
SEMENTES
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
DA SEMENTE
H2O
C
N
P
K+
4. divisões
diferenciação
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
Durante o desenvolvimento do embrião...
NÚCLEOS POLARES
ENDOSPERMA
(ALBÚMEN)
Acompanhadas ou não pela formação de
paredes celulares, formando uma massa
celular que pode preencher todo o
espaço não ocupado pelo embrião
Função:
Fornecer proteção e suporte nutritivo para o
desenvolvimento do embrião ou para a germinação;
Garantir a sobrevivência da própria semente e da
futura planta no processo de germinação.
Inclui a deposição de reservas
provenientes da transferência de MS
da planta-mãe para a semente em
desenvolvimento
5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
Quanto ao tecido de reserva:
1. Sementes Endospérmicas ou Albuminosas:
Em sementes maduras, as reservas armazenadas durante a maturação
destinam-se à nutrição do embrião durante a germinação.
Ex.: Gramíneas, mamona, seringueira, tomate, café, beterraba, cebola.
TECIDO DE RESERVA GERMINAÇÃO
6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
Quanto ao tecido de reserva:
2. Sementes Exalbuminosas ou Sem Endosperma:
Endosperma consumido durante a formação do embrião.
A reserva é armazenada nos cotilédones.
Ex.: Maioria das Eudicotiledôneas → Leguminosas.
TECIDO DE RESERVA DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO
7. PARTES CONSTITUINTES DA SEMENTE
Algumas reservas podem ser encontradas
em diferentes tecidos da semente.
endosperma
embrião
embrião
endosperma
perisperma
cotilédone
Mamona
Beterraba Feijão
Diferentes reservas coexistem num
mesmo tecido.
Pimenta do Reino
8. A habilidade de armazenar substâncias
nutritivas torna a semente valiosa
para a humanidade como alimento.
Estudo de desenvolvimento das
sementes, reunindo conhecimentos para
aprimorar a Tecnologia de Sementes.
ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
9. Carboidratos
Proteínas
Lipídeos
Sais
Os componentes químicos da semente não
diferem qualitativamente dos constituintes
encontrados em outras partes da planta,
entretanto a diferença é quantitativa para alguns.
Vitaminas
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
BIO
NOVAS PESQUISAS
A indústria tem dado
atenção a composição
química devido as novas
possibilidades.
10. VARIAÇÕES DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SEMENTE
A composição química das sementes varia entre espécies e dentro de espécies (cultivares)
e até dentro da mesma cultivar (posição em relação ao fruto ou inflorescência)
• É controlada geneticamente
– Melhoramento genético;
• Influenciada pelo ambiente
– Condições climáticas;
– Nutrição mineral;
– Disponibilidade hídrica.
Manejo
11. EFEITOS DO AMBIENTE
• Fertilidade do solo
“Principio da Compensação”
– Tamanho, peso e quantidade de sementes.
• Disponibilidade de água
˅ Durante o florescimento e enchimento a
semente diminui de tamanho;
Desenvolvimento inicial da planta > Diminui
o número de sementes.
˄ Reduz o teor de proteínas e N (cereais);
Pode haver elevação dos teores de P, Ca e
Mg (menos solúveis em água)
• Temperatura
– Altas temperaturas durante o enchimento
da semente tende a reduzir o tamanho e a
germinação.
• Luz
– Geralmente redução de luz resulta em
sementes menores.
• Posição na semente
– Relacionados ao efeito de fonte de
afundamento e à concorrência para limitar a
fotossíntese.
12. EFEITOS DO AMBIENTE
• Manejo
“Principio da Compensação”
– Época de semeadura, espaçamento,
população por unidade. Competição pode
influenciar nas reservas das sementes.
• Umidade Relativa
“Ponto de Equilíbrio Higroscópico”
˅ Lipídios > Grau de umidade inferior.
˄ Lipídios > Grau de umidade superior.
• Idade
“Deterioração”
– Mudança gradativa, em intensidade
variável à medida que progride a
deterioração.
• Estádio de Maturação
“Acumulo de Reservas”
– Época de colheita adequada pode
possibilitar sementes mais vigorosas, com
elevado potencial de conservação.
13. POSIÇÃO DA SEMENTE EM RELAÇÃO À INFLORESCÊNCIA OU AO FRUTO
Maiores teores
de óleo e
proteínas
Menores
teores de óleo
e proteínas
(má formação)
14. O descarregamento do floema ocorre através da testa e os
solutos são então transportados através do apoplasto.
O floema termina na casca, onde ocorre o descarregamento
dos solutos (p.ex. sacarose). Os solutos então se movem
através do apoplasto até o saco embrionário e são
reabsorvidos pelas células do endosperma.
RELAÇÃO FONTE-DRENO
22. CARBOIDRATOS/ HIDRATOS DE CARBONO / GLUCÍDIOS
(CH20)n
Carboidratos
Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos
Sacarose
Glicose
Frutose
Galactose
Lactose
Maltose
Estaquiose
Rafinose
Amido
Celulose
Hemicelulose
ERO
Proteínas LEA
Mais comuns e mais
importante - Usados na
construção de RNA e DNA
2-10 C
Milho doce e
certos cvs. de
ervilhas
23. AMIDO
Metabolicamente inativo
Endosperma vítreo e farináceo
Semente de milho
Semente de pau-Brasil
Amiloplasto
20-25% amilose e
50-75%
amilopectina
Hidrolisadas pela α & β amilase
Alteração no formato
indica deterioração
25. CELULOSE
Polímero da glicose/ Fibra Bruta
A maior % de fibra em
uma semente encontra-se
no tegumento.
Embrião e endosperma são
pobres em fibras.
Principal constituinte da
parede celular (Tegumento)
26. HEMICELULOSE
Segunda forma mais importante de polissacarídeo
Encontra-se na reserva da
parede celular;
Sua presença torna duro o
endosperma de algumas espécies
(Palmeira Jarina, Tamareira...)
Mananos Xiloglucanos Galactanos
Classificação
28. LIPÍDEOS/ TRIGLICERÍDEOS
Ésteres de ácidos graxos e glicerol
• Glicerídeo: Se H3C-OH for o glicerol:
- Triaciglicerídeo: Óleos e Gorduras
• Cerídeo: Outro H3C-OH de cadeia aberta:
- Ceras
• Esteróide: H3C-OH de cadeia fechada:
- Hormônios
• Simples: Por hidrolise dão origem somente
ao glicerol e ao ácido graxo: Óleos e ceras.
• Compostos: Contém grupos químicos
adicionais: Fosfolipídios
• Derivados: Originado de simples ou
compostos: Colesterol
Principais tipos de lipídeos Classificação baseado na composição
29. LIPÍDEOS/ TRIGLICERÍDEOS
Ésteres de ácidos graxos e glicerol
• Glicerídeo: Se H3C-OH for o glicerol:
- Triaciglicerídeo: Óleos (Reserva)
• Cerídeo: Outro H3C-OH de cadeia aberta:
- Ceras (Controla a desidratação)
• Esteróide: H3C-OH de cadeia fechada:
- Hormônios (Regulador)
Fosfolipídios
Constituintes essenciais
do sistema de membranas
celulares
Afeta a germinação, dormência, vigor, tolerância
a dessecação e condicionamento fisiológico
33. Teor de óleo da semente de soja durante os
períodos de enchimento da vagem (temperatura
noturna foi de ~18oC em todos os casos).
Híbridos Época Óleo (%)
Contisol
Verão 34,1
Outono 38,2
C-33
Verão 37,3
Outono 44,8
DK 170
Verão 38,2
Outono 43,4
DK 180
Verão 42,2
Outono 40,7
Teor de óleo de alguns híbridos de
girassol em duas estações de cultivo.
ALTERAÇÕES NO CONTEÚDO DE ÓLEO EM RELAÇÃO A TEMPERATURA
37. PROTEÍNAS
Metabolicamente ativas
Proteínas LEA (Late Abundante Embryogenesis)
• São hidrofílicas e termoestáveis podendo
atuar como sequestradora de íons.
• Resistente a desnaturação em altas
temperaturas.
• Mantém a conformação das proteínas e/ou
estabilidade das membranas durante a
desidratação.
Conteúdo de Água
38. ÁCIDO FÍTICO/ FITINA
Fonte de fosfato e íons minerais
• Ácido orgânico que contem fósforo,
presente nos vegetais, principalmente em
sementes e fibras
• 50 – 80 % de todo o P na semente está na
forma de fitato.
• Associado com corpos proteicos da camada
aleurona nos cereais.
39. ÁCIDO FÍTICO/ FITINA
Fonte de fosfato e íons minerais
• Composto reserva para fosfato, K, Mg, Ca,
Fe, Mn.
• Controla o balanço fisiológico do P no
desenvolvimento da semente e no
estabelecimento de plântulas.
• Importante para adaptação da planta ao
meio ambiente.
40. OUTROS COMPONENTES
• Reguladores de crescimento
- Produzidos pela própria planta e translocada até a semente. Promovem, inibem ou
modificam processos fisiológicos e auxilia na germinação e desenvolvimento.
• Vitaminas
- Todas as vitaminas e precursores são sintetizados pela planta e suas funções ainda são
bastantes desconhecidas.
• Compostos fenólicos, Taninos & Alcaloides
Atuam na manutenção do estado de dormência; Protege a semente contra a luz e
atrasa a decomposição de sementes no solo; Defende a semente dos ataques do
predador, tornando-os menos digeríveis e restringe a germinação limitando o fluxo de
gás;
41. O conhecimento sobre a composição química da semente é essencial por diversas razões:
[A] As sementes são fonte básica de alimento para o Homem e outros animais;
[B] São uma importante fonte de substâncias terapêuticas;
[C] Possuem inúmeros metabolitos que afetam a nutrição humana e animal;
[D] E elas contêm reservas nutritivas e de crescimento que influenciam a germinação da
semente e o vigor da plântula, armazenamento da semente e longevidade;
[E] Assim como diversos usos na indústria e na agricultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
42. [F] Para garantir a boa formação da semente é necessário o acúmulo de quantidade
suficiente de reserva;
[G] De modo geral, sementes bem formadas são mais vigorosas e tem maior potencial de
armazenamento;
[H] Condições adversas durante a formação de sementes podem comprometer a
qualidade do lote.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
43. Principais referências consultadas:
[1] Júlio Marcos Filho. Fisiologia de Sementes de Plantas Cultivadas – Piracicaba.
Fealq. v. 12, 495 p., 2005;
[2] Nelson Moreira de Carvalho & João Nakagawa. Sementes: Ciência, Tecnologia
e Produção – Jaboticabal. Funep. 4 ed., 588 p., 2000;
[3] Larry O. Copeland & Miller B. McDonald. Principles of Seed Science &
Technology – New York. Springer Sci. + Bss. media, LLC. 3rd ed., 1999.
REFERÊNCIAS