1. Valor nutricional e análise bromatológica
das principais forrageiras utilizadas em
produção animal
Profa. Dr Nadia Simarro Fagundes
Profa. Msc Marília Parreira Fernandes
3. PAREDE CELULAR:
celulose,
hemicelulose e
pectina.
Também podem estar presentes os beta-glucanos e compostos
como lignina, tanino e proteínas.
Características dos alimentos de origem vegetal
e alimentos proteicos e energéticos
pectinas
lipídeos
5. Manter a adequada concentração de fibra
efetiva da dieta, garantida pelo fornecimento
desses carboidratos, é essencial na
manutenção da saúde dos herbívoros.
CARBOIDRATOS
da parede celular
(CARBOIDRATOS
ESTRUTURAIS)
NÃO podem ser digeridos pelas
enzimas dos mamíferos
submetidos à
FERMENTAÇÃO
MICROBIANA
Geram como produtos os ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA e
são fontes de ENERGIA para a síntese de proteína microbiana.
FIBRA EFETIVA
7. CELULOSE: é o mais abundante carboidrato estrutural.
É formado por moléculas de D-glicose, unidas por ligações beta 1-4.
Confere rigidez à planta
DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
8. HEMICELULOSES (polioses) constituído por uma combinação
aleatória de monossacarídeos: pentoses, hexoses e ácidos urônicos.
Estabilizar a parede celular
DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
9. PECTINA (FIBRA SOLÚVEL) é um polissacarídeo constituído
essencialmente de ácido galacturônico. A posição axial das
ligações no carbono faz com que elas não sejam atacadas pela
amilase, mas pelas enzimas bacterianas.
Tem como função a ligação das paredes celulares de células
adjacentes
10. em gramíneas que em leguminosas
nas folhas que no caule
CARBOIDRATOS
ESTRUTURAIS
A LIGNINA pode associar-se aos carboidratos estruturais
durante o processo da formação da parede celular, reduzindo a
digestibilidade.
[ ]
11. a LIGNINA está associada à diminuição da digestibilidade dos
nutrientes, sendo que o amadurecimento das plantas promove
incremento no conteúdo de lignina e essa apresenta alta ou
completa indigestibilidade, conferindo assim o baixo valor
nutricional das plantas maduras
12. AMIDO
é o carboidrato de estoque mais
importante das plantas.
Gelatinizado e parcialmente
solúvel em água quente, é formado
por dois tipos de polímeros:
amilose e amilopectina
CARBOIDRATOS SOLÚVEIS
Representam a parte mais RAPIDAMENTE DIGESTÍVEL dos
carboidratos não estruturais (monossacarídeos, dissacarídeos,
oligossacarídeos e alguns polissacarídeos) e de estoque das
plantas (como o amido).
13. Na PAREDE CELULAR estão principalmente, celulose, hemicelulose
e pectina, além de beta-glucanos e compostos como lignina, tanino
e proteínas.
No CITOPLASMA (conteúdo celular) estão ácidos orgânicos,
açúcares, amido, frutosanas, lipídeos e proteínas.
15. Os alimentos são divididos em duas categorias:
VOLUMOSOS e CONCENTRADOS.
16. SECOS: como os fenos e palhas,
ÚMIDOS: como as pastagens, as
capineiras e as silagens.
VOLUMOSOS
60% de NDT
NDT (nutrientes digestíveis totais) que corresponde à soma da % de proteína e
fibras brutas, extrativos não nitrogenados (açucares, amido e pectina) e
extrato etéreo - multiplicado por 2,25, já que as gorduras fornecem mais
energia por unidade - digestíveis)
18% de FB
CONCENTRADOS
ENERGÉTICOS (quando têm menos
de 20% de proteína bruta) de origem
vegetal (milho, arroz, melaço, polpa
cítrica) ou animal (sebos e gorduras)
PROTEICOS com mais de 20% de
proteína bruta.
60% de NDT
18% de FB
(alto teor de energia)
17. Composição química e valor nutricional das principais
espécies de forrageiras utilizadas em produção animal
Fatores que influenciam na concentração de nutrientes nas
plantas:
espécie
tipo de solo
clima
estágio de desenvolvimento
estágio de corte
18. Leguminosas apresentam maiores concentrações de
proteína, cálcio e fósforo do que as gramíneas.
Leguminosas tropicais também apresentam mais lignina
e menor conteúdo de parede celular do que as gramíneas
tropicais, mas maior conteúdo de parede celular e lignina
do que leguminosas temperadas.
ESPÉCIE
Espécies diferentes mesmo sendo tratadas sob as mesmas
condições, as respostas são diferentes.
19. TEMPERATURA:
TEMPERATURA DIGESTIBILIDADE
devido à presença de MAIS TECIDO LIGNIFICADO na parede
celular.
A alta temperatura também acelera a taxa metabólica e
deprecia o pool de metabólitos do conteúdo das células que são
rapidamente convertidos em componentes estruturais.
CLIMA (temperatura, luminosidade e umidade)
20. A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
C3 crescimento ótimo em temperaturas até 20ºC, acima disso os
estômatos fecham-se e a fotossíntese diminui.
Porém, a planta mantém-se ativa fotossinteticamente até 0ºC
apresentando acúmulo de MS. Ex.: Soja, algodão, café, trigo.
C4 crescimento ótimo em temperaturas de 30 a 35ºC, contudo, a
fotossíntese diminui muito quando a temperatura mínima fica
abaixo de 15ºC e o acúmulo de MS pode até cessar
completamente. Ex.: Cana de açúcar, milho, sorgo, tiririca
21. A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
22. A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
CAM presente principalmente em zonas áridas e semi-áridas,
folhas espessas, baixa razão superfície/volume, baixa taxa de
transpiração os estômatos fecham-se durante o dia.
Baixo acúmulo de MS e alta concentração de água.
23. A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
24. LUMINOSIDADE interfere diretamente na fotossíntese
Taxa máxima de acúmulo líquido de forragem
ocorre quando o pasto atinge um nível de
interceptação de 95% da luz incidente.
25. UMIDADE
A SEVERA RESTRIÇÃO DE ÁGUA interfere negativamente no
crescimento e causa a morte da parte aérea do vegetal, diminuindo
a sua produção.
Déficit hídrico inicia-se com a redução na expansão celular, as
células ficam emurchecidas até atingir as células estomáticas que
então, se fecham.
O fechamento dos estômatos reduz a troca
gasosa e consequentemente reduz a absorção
radicular. Com a redução de absorção de mais
água e nutrientes o crescimento é reduzido até
que a capacidade mínima hídrica do solo
requerida pela planta, restabeleça-se.
26. UMIDADE
Planta - Metabolismo Perda de água
C3 400 gr a 500 gr de água por grama CO2
fixado
C4 250 -350 gr de água/ gr de CO2 fixado
CAM 50 -100 gr água/ CO2 fixado
28. O solo e o tipo de adubação
realizado afetam o rendimento
da matéria seca, interferindo
nos teores de proteína bruta,
fósforo, potássio e afetando a
sua digestibilidade e o seu
consumo.
SOLO
29. As plantas mais velhas apresentam
baixa concentração de carboidratos
solúveis e baixa digestibilidade porque
aumentam a proporção de caule em
relação às folhas e este efeito é mais
marcante em gramíneas do que em
leguminosas
IDADE
30. Palatabilidade e perda de qualidade nutricional pelo
armazenamento inadequado
Diversas variáveis podem interferir no consumo de forragens em
quantidades suficientes para atender às suas necessidades do
animal:
espécie e a categoria animal
status nutricional
demanda energética
idade
Sexo
palatabilidade
comportamento seletivo
31. PALATABILIDADE é definida como a escolha livre que o
animal faz por um alimento quando oferecido junto a outros em
cochos ou em piquetes divididos.
FATORES:
cor
odor
sabor
preferências por partes específicas
dos vegetais (folhas em detrimento
de talos, por exemplo).
SELETIVIDADE é um reflexo das diferenças morfológicas e de
valor nutricional das plantas, e também fatores como taxa de
lotação e a oferta de forragem.
32. Quando ocorre a CONSERVAÇÃO DA FORRAGEM, alterações
da palatabilidade também acontecem em função da qualidade
do processamento.
• FENAÇÃO
• ENSILAGEM
• CAPINEIRAS
Permite a oferta de alimento durante o
ano todo, garantindo o atendimento às
exigências dos animais e maior
eficiência de utilização das pastagens,
evitando superpastejo e diminuindo os
riscos de degradação.
A conservação das forragens
pode reduzir a digestibilidade da
matéria seca de fenos e silagens
em relação às forragens verdes.
33. O conteúdo de matéria seca influencia na ESTABILIDADE AERÓBICA
das silagens.
É a resistência da massa de forragem à
deterioração após a abertura do silo, ou
seja, a velocidade com que a massa
deteriora após exposta ao ar.
Essa deterioração está associada
especialmente ao desenvolvimento
de fungos ou leveduras e diminuem
a palatabilidade.
SILAGEM
34. A porcentagem de MATÉRIA SECA afeta diretamente a
QUALIDADE DA SILAGEM.
as perdas são aumentadas, havendo presença de ar
e baixa densidade.
é comum a presença de efluentes, aumentando
perdas e diminuindo a ingestão
28%
28-35% há baixas concentrações desses efluentes, facilidade
de compactação e facilidade de corte e picagem.
35-40% começa a diminuição na estabilidade e dificuldades
para compactação
40%
35. Além dos fatores inerentes à própria forragem (sua composição
química, por exemplo), a qualidade da silagem também é
determinada pela tecnologia da ensilagem (O TAMANHO DA
PARTÍCULA UTILIZADA, O GRAU DE COMPACTAÇÃO E A
VEDAÇÃO DO SILO).
Quando pouco fermentada há queda
na qualidade e diminuição na
ingestão. Por outro lado, a presença
de determinados microrganismos
pode conduzir a altas concentrações
de álcool, ácido acético, ácido
butírico e aminas, o que reduz a
palatabilidade.
36. Reagentes e processos de análise bromatológica e técnicas
de análise e determinação laboratorial de compostos
orgânicos e inorgânicos
As análises bromatológicas são importantes na determinação
da QUALIDADE DAS FORRAGENS
37. Determinação de MATÉRIA SECA:
As forragens são colocadas em bandejas previamente pesadas e
taradas e submetidas a uma pré secagem em estufa com
ventilação forçada a aproximadamente 60 a 65 °C, por 72 horas,
até que o material apresente uma consistência quebradiça que
permita a adequada moagem.
(abrange todos os nutrientes presentes
no alimento como: proteína, fibra,
carboidratos não estruturais, lipídeos,
minerais etc.)
38. Posteriormente, o material é retirado, deixado para esfriar por
aproximadamente uma hora para obtenção da AMOSTRA SECA AO
AR (ASA).
O cálculo da ASA é feito da seguinte forma:
ASA(%) = peso do material após a pré - secagem x 100
peso do material verde
Assim, por exemplo, se foram pesadas 240,45 gramas de forragem
verde e seu peso após a secagem foi de 101,12, a ASA será de
42,05%.
39. Posteriormente, a amostra é moída e cerca de três gramas são pesados
em cadinhos de porcelana previamente secos, tarados e esfriados em
dessecador (por 20 a 30 minutos) e colocados em estufa de 100-105 °C
por quatro horas. Após, os cadinhos com a amostra são submetidos
novamente a esfriamento em dessecador.
Se o cadinho de porcelana vazio pesava 34,5561 gramas, você pesou
3,0231 gramas de amostra e, após a saída da estufa, o cadinho tinha
37,2312 gramas, você terá 2,6751 gramas de amostra SECA DEFINITIVA.
Dessecador: resfria
o material sem
absorção de água
https://www.slideshare.net/stefaniealvarengasantos/aula-pratica-2-determinacao-da-materia-seca-dos
40. Então, é só aplicar a fórmula:
MATÉRIA SECA DEFINITIVA= (peso da amostra pós estufa x 100)
peso da amostra antes da estufa
Assim, o valor da matéria definitiva seria de 88,49%.
MATÉRIA SECA DA FORRAGEIRA, MS a 65 °C X MS a 105 °C
100
No caso demonstrado, esse valor seria de 37,21%.
41. PROTEÍNA BRUTA
É feita pelo método de Kjelhdal em que se determina o teor
de nitrogênio da amostra.
Ele vem não só das proteínas, mas também de compostos
nitrogenados não proteicos, o que constitui um dos seus
erros metodológicos.
Como as proteínas têm em média 16% de nitrogênio,
multiplica-se o valor de nitrogênio encontrado na análise
pelo fator de 6,25 (100/16) para a determinação do teor
proteico do alimento.
42. Ela é feita em três fases:
DIGESTÃO da amostra com ácido sulfúrico para geração de
sulfato de amônio,
DESTILAÇÃO em que a amônia liberada é captada em uma
solução de ácido bórico marcada com um indicador
TITULAÇÃO com ácido clorídrico ou sulfúrico.
43. EXTRATO ETÉREO:
O alimento é banhado por quatro a seis
horas com éter etílico no equipamento de
Soxhlet.
São usados balões previamente tarados e a
diferença de peso entre eles, pré e pós-
estufa, são usadas para o cálculo da
concentração de extrato etéreo.
44. MATÉRIA MINERAL:
a amostra é calcinada no forno mufla, em temperatura de 600 °C,
por um período de quatro horas.
MATÉRIA ORGÂNICA:
% matéria seca - % de matéria mineral
45. FIBRA BRUTA:
A amostra desengordurada é submetida inicialmente a uma
digestão ácida com ácido sulfúrico a 1,25%, seguida da digestão
básica com hidróxido de sódio a 1,25%, com duração de 30
minutos cada.
O resíduo após essas duas digestões é filtrado em cadinho de
vidro poroso e queimado em mufla a 500 °C.
Dessa forma, só restará a matéria mineral e a diferença entre o
peso do resíduo após digestão básica e o peso do resíduo após a
calcinação é a quantidade de fibra bruta do alimento.
46. A determinação do EXTRATIVO NÃO NITROGENADO (ENN), que
corresponderia à fração de carboidratos solúveis da dieta, como os
açúcares, o amido e a pectina.
é feita por cálculo:
ENN= 100 – (umidade+proteína bruta+extrato etéreo+matéria mineral).
47. A FIBRA BRUTA, no entanto, não fornece informações
precisas sobre a fração de carboidratos da dieta.
Isto porque no resíduo da digestão ácida temos
basicamente celulose e lignina insolúvel.
Foi por esse motivo que Van Soest
desenvolveu, em 1967, as análises de
fibra detergente neutro (FDN) e de
fibra detergente ácido (FDA) –
importantes na formulação de dietas
para os ruminantes.
48. Já a solução detergente ácido
solubiliza, além do conteúdo celular,
a hemicelulose, minerais solúveis e
parte de proteína, , dando origem a
FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO
(FDA), constituída de celulose,
lignina, proteína danificada pelo calor
e minerais.
O detergente neutro possibilita a separação do conteúdo celular
(fração solúvel), formada por proteínas, carboidratos solúveis e
gorduras da parede celular, da fração insolúvel no detergente
neutro, a qual é chamada de FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO
(FDN), constituída de celulose, hemicelulose, lignina, proteína
danificada pelo calor e matéria mineral (cinzas).
49. Para que as análises bromatológicas sejam eficientes, é
necessário que a amostragem seja bem realizada.
Amostras parciais devem ser retiradas de diferentes pontos
e misturadas para dar origem às amostras compostas, que
devem ser homogeneizadas, e retiradas subamostras.
Deve ser sempre observado se há a presença de elementos
contaminantes (insetos, carunchos etc.).
50. É importante também estar atento à forma e à quantidade a
ser coletada.
Para as pastagens sob lotação contínua, linhas devem ser
estabelecidas (presença de cercas, casas etc.) para divisão
da área.
As amostras devem ser obtidas ao longo dessas linhas e um
mínimo de 10 a 12 por hectare devem ser recolhidas
Nas lotações intermitentes, a
amostragem é realizada em cada um
dos piquetes - antes e após a retirada
dos animais.
51. Para os fenos enfardados, um mínimo de 5% em relação ao
total deve ser retirado, sempre do centro.
Para fenos a granel, devem ser coletadas amostras de
todos os pontos possíveis.
Já para as silagens devem ser amostrados diferentes
pontos do silo.
Quanto à quantidade, volumosos úmidos
exigem o mínimo de 3 kg e os secos 1 kg.